Voltei
para festa levando nos braços os presentes que ele havia me dado, coloquei os
presentes na minha cama e voltei para sala onde estavam todos os convidados.
“Idiota!
Idiota! Como eu podia ser tão boba a ponto de deixar ele partir de novo?”.
-Cadê
o Matheus? – A Mag perguntou.
-Foi
embora.
-E
você deixou ele ir Analice?
-Você
queria que eu fizesse o quê? Prendesse ele aqui dentro ou o forçasse a ficar?
-Calma!
–A Mag me olhou assustada.
-Desculpa,
eu é que sou uma idiota Mag.
-Quer
conversar?
-Agora
não, senão eu vou chorar e não é o que eu quero no meu aniversário.
-Tudo
bem, eu vou dormir aqui hoje na verdade essa semana toda já estou de férias da
faculdade.
-Que
ótimo!
Tentei
manter a compostura durante toda festa, sorrindo e conversando com todos, mas o
meu coração estava se desmanchando por dentro e as lágrimas queriam jorrar como
cachoeiras dos meus olhos. Quando todo mundo foi embora eu fui para o meu
quarto e fechei a porta deitei na cama e desabei a chorar.
“Por
que eu tinha deixado ele partir de novo? Por que eu não tinha dito que ainda
continuava o amando? Por que eu fui tão grossa com ele?.”
Fui
direto para o banheiro liguei o chuveiro sobre mim e me sentei no box a água e
as lágrimas que caiam eu desejava que limpasse toda dor que sentia, desejava
que apagasse toda parte ruim da nossa história.
Meses
se passaram e a minha agonia não passava nem diminuía viver longe do Matheus me destruía eu
simplesmente não sabia viver sem ele. Outro dia ele foi na minha casa, mas eu
nem desci para sala tudo o que não queria era vê-lo e saber que nada nele era
mais meu, me fazia sentir a pior das mulheres ou talvez a mais orgulhosa.
-Como
ela está? –Ele falou com aquela voz que ao mesmo tempo que me acalmava e me
estremecia por dentro.
-Ela
costuma dizer que está sofrendo de abstinência de você. –Meu pai falou com o
meio sorriso nos lábios.
-Sabe
seu Lucas, eu amo a Analice e queria faze-la entender isso eu não entendo
porque ela insiste em não querer voltar.
-Bom,
eu acho que sabe do seu amor por ela, mas procure a compreender, a Analice
ainda tem muitos traumas e medos que talvez com o tempo ela te conte, mas que a
fazem agir dessa forma.
Eles
conversaram por mais de uma hora e eu voltei para o quarto deitei na cama e
chorei abraçada a uma jaqueta do Matheus que ficou comigo e que ainda tinha o
cheiro dele.
A
minha vida com Deus estava tão bem e estava fazendo sua obra ajudando no que
podia na igreja, mas eu nunca estava completamente bem porque apesar de Deus
ser a minha prioridade eu sentia falta dividir minha vida com o Matheus.
-Vai
na festividade dos Jovens, Mag?
-Claro
que sim, estou chegando aí amanhã a tarde.
-Que
bom amiga, trás aquela minha bolsinha que você levou na última vez.
-Tudo
bem, amanhã eu te devolvo…
O
sábado chegou, era festividade de jovens da minha igreja, eu ajudei a organizar
algumas coisas, mas na última semana não fiquei muito envolvida porque estava
em semana de provas na faculdade.
A
Maju, o Alan, a Leila e o Leo foram cedo
para igreja, eu fui um pouco mais tarde com a Mag e o Rick. Assim que cheguei
me deparei com o Matheus tocando e
cantando a música que eu mais amava ouvir ele cantando :Quão grande é o meu
Deus.
-Cleo
quem convidou o Matheus para tocar aqui? –Perguntei a líder dos jovens.
-Foi
o pastor Lice, ele gosta muito de ver o Matheus cantando. –Ela me falou com o
sorriso entre os lábios.
-Ah
tudo bem.
Não
consegui nem orar direito, quando levantei ele ainda estava louvando, meu
coração batia mais rápido que o normal, as borboletas adormecidas em meu
estômago simplesmente reviveram, minhas mãos estavam suadas e trêmulas. Desde o
meu aniversário três meses antes eu não via o Matheus face a face.
“Por
favor Deus não deixa o Matheus me ver eu não saberia como agir.”
Assim
que acabei de falar com Deus, o Matheus agradeçeu a oportunidade e sentou em uma
das cadeiras da frente longe demais de onde eu estava o que me deixou
claramente mais calma.
O
Culto foi maravilhoso e eu fiquei bem mais leve, mas ainda não parava de pensar
nele e como eu me odiava por isso. No final do culto ele me viu e veio falar comigo.
“Não
me abraça, por favor não me abraça! Deus não deixa ele me abraçar!” –Falei em
mente, quando ele me abraçou.
Ele
sabia o quanto eu me rendia quando ele me abraçava, o quanto aquele abraço me fazia
sentir segura e protegida, o quanto me recordava os momentos bons que nós já
tínhamos vivido.
Eu
me afastei do abraço, tentando segurar as lágrimas em meus olhos.
-Oi
Matheus!
-Oi
Lice! –Ah, aquela voz! Droga, droga! Porque ele tinha ser tão maravilhoso?
-Não
sabia que você vinha pra festividade.
-O
Pastor Carlos me convidou semana passada e é lógico que eu não poderia dizer não, né?
-Claro
que não!
A
Maju e o Alan estavam atrás do Matheus e faziam sinal para eu beijar ele e eu
os encarva com o olhar furtivo.
-Algum
problema Lice?
-Não,
só estava aqui me lembrando que eu tenho uma prova amanhã e preciso ir.
-Tudo
bem am... –Analice, eu também tenho que ir, foi bom te ver.
-Tchau
Matheus.
-Tchau
Analice. –Ele falou me beijando na testa com tinha costume de fazer.
Não
disse mais nada, sai procurando a Maju e o Alan.
-Eu
estou indo para casa vou levar o carro o papai vai vim buscar vocês, eu não
posso continuar aqui.
-Para
de fugir Analice, enfrenta seus problemas de frente.
-Sem
lição de moral Maria Julia, eu não estou bem. Tchau!
O carro do papai estava no estacionamento e eu
fui caminhando apresadamente quando alguém me chamou.
-Analice!
“Não
Matheus, de novo não”
-Está
tudo bem?
-Oi
pastor, não está nada bem.
-Posso
te ajudar?
-É
o Matheus, sabe pastor eu amo o Matheus sou completamente e perdidamente
apaixonada por ele, mas eu achei que isso de alguma forma me afastava de Deus,
mas nunca foi verdade e o senhor conhece ele, ele sempre me levou para mais
próximo de Deus nunca deixamos de ir no culto para ficarmos juntos mesmo só
tendo o final de semana para ficarmos juntos, quando estávamos juntos sempre
tínhamos um momento para orarmos e lermos a bíblia, mas eu sempre quis ser
independente e dona de mim e não quis aceitar que de alguma forma o Matheus já
me dominava… dominar não é a palavra certa, é .. me influenciava, não me
obrigava a fazer as coisas, mas me fazia enxergar as coisas de um modo que eu
nunca vira antes e eu não aceitava isso.
-Por
isso terminou com ele para não ser sujeita a ele, na maneira de pensar, falar e
agir para não ter alguém te controlando ou te prendendo por causa do
sentimento?
-Exatamente
isso, o Senhor sabe como eu sofri no passado pelo que aconteceu e eu vi esse
sentimento entre mim e o Matheus e me imaginar sofrendo por ser trocada,
abandonada e traída não era algo que eu suportaria.
-Mas
pelo visto também está sofrendo por estar longe do Matheus.
-Estou
sofrendo demais, pois o Matheus dá uma colorido a mais na minha vida, mesmo
sabendo que ele ainda gosta de mim eu não tenho força para ir atrás dele e pedir
perdão.
Eu
contei tudo que tinha acontecido comigo e com o Matheus e o quanto eu sabia que
ele era o homem de Deus para mim, mas não conseguia ir pedir perdão e voltar
com ele.
-Mas
se vocês se amam porque não reconhece e vai atrás dele, não é sempre que o
homem tem que vim atrás não Analice.
Nós
conversamos mais um pouco e eu entrei no carro, a Maju e o Alan me viram e
voltaram comigo no carro.
-Eu
já te disse que você tem que dá o braço a torcer, o Matheus ainda é
completamente louco por você, mas até quando?
-Não
enche Maju! deixa sua irmã.
-Não
defende ela não, ela está errada. A analice tem 21 anos não é 15 anos não, tem que procurar o Matheus e pedi perdão.
-Eu
tenho 21 anos sim, e até onde eu sei quem faz as escolhas da MINHA vida SOU EU.
Segui
o conselho do meu pastor e os falatorios da Maju e mandei uma mensagem para ele,
depois de chorar horrores não queria que a nossa história acabasse.
-Eu queria um abraço agora
-Não tem ninguém aí não?
“Eu odiava o sarcasmo dele”
- Tem, mas não é qual quer
abraço que eu quero, quero o seu.
Ele não respondeu o que me
deixou ainda mais angustiada e com medo dele não me perdoar.