quinta-feira, 26 de maio de 2016

Analice - um encontro de histórias (Capítulo treze)



Voltei para festa levando nos braços os presentes que ele havia me dado, coloquei os presentes na minha cama e voltei para sala onde estavam todos os convidados.

“Idiota! Idiota! Como eu podia ser tão boba a ponto de deixar ele partir de novo?”.

-Cadê o Matheus? – A Mag perguntou.

-Foi embora.

-E você deixou ele ir Analice?

-Você queria que eu fizesse o quê? Prendesse ele aqui dentro ou o forçasse a ficar?

-Calma! –A Mag me olhou assustada.

-Desculpa, eu é que sou uma idiota Mag.

-Quer conversar?

-Agora não, senão eu vou chorar e não é o que eu quero no meu aniversário.

-Tudo bem, eu vou dormir aqui hoje na verdade essa semana toda já estou de férias da faculdade.

-Que ótimo!

Tentei manter a compostura durante toda festa, sorrindo e conversando com todos, mas o meu coração estava se desmanchando por dentro e as lágrimas queriam jorrar como cachoeiras dos meus olhos. Quando todo mundo foi embora eu fui para o meu quarto e fechei a porta deitei na cama e desabei a chorar.

“Por que eu tinha deixado ele partir de novo? Por que eu não tinha dito que ainda continuava o amando? Por que eu fui tão grossa com ele?.”

Fui direto para o banheiro liguei o chuveiro sobre mim e me sentei no box a água e as lágrimas que caiam eu desejava que limpasse toda dor que sentia, desejava que apagasse toda parte ruim da nossa história.


Meses se passaram e a minha agonia não passava nem diminuía  viver longe do Matheus me destruía eu simplesmente não sabia viver sem ele. Outro dia ele foi na minha casa, mas eu nem desci para sala tudo o que não queria era vê-lo e saber que nada nele era mais meu, me fazia sentir a pior das mulheres ou talvez a mais orgulhosa.

-Como ela está? –Ele falou com aquela voz que ao mesmo tempo que me acalmava e me estremecia por dentro.

-Ela costuma dizer que está sofrendo de abstinência de você. –Meu pai falou com o meio sorriso nos lábios.

-Sabe seu Lucas, eu amo a Analice e queria faze-la entender isso eu não entendo porque ela insiste em não querer voltar.

-Bom, eu acho que sabe do seu amor por ela, mas procure a compreender, a Analice ainda tem muitos traumas e medos que talvez com o tempo ela te conte, mas que a fazem agir dessa forma.

Eles conversaram por mais de uma hora e eu voltei para o quarto deitei na cama e chorei abraçada a uma jaqueta do Matheus que ficou comigo e que ainda tinha o cheiro dele.

A minha vida com Deus estava tão bem e estava fazendo sua obra ajudando no que podia na igreja, mas eu nunca estava completamente bem porque apesar de Deus ser a minha prioridade eu sentia falta dividir minha vida com o Matheus.

-Vai na festividade dos Jovens, Mag?

-Claro que sim, estou chegando aí amanhã a tarde.

-Que bom amiga, trás aquela minha bolsinha que você levou na última vez.

-Tudo bem, amanhã eu te devolvo…

O sábado chegou, era festividade de jovens da minha igreja, eu ajudei a organizar algumas coisas, mas na última semana não fiquei muito envolvida porque estava em semana de provas na faculdade.

A Maju, o Alan, a Leila e o Leo  foram cedo para igreja, eu fui um pouco mais tarde com a Mag e o Rick. Assim que cheguei me deparei com o Matheus  tocando e cantando a música que eu mais amava ouvir ele cantando :Quão grande é o meu Deus.

-Cleo quem convidou o Matheus para tocar aqui? –Perguntei a líder dos jovens.

-Foi o pastor Lice, ele gosta muito de ver o Matheus cantando. –Ela me falou com o sorriso entre os lábios.

-Ah tudo bem.

Não consegui nem orar direito, quando levantei ele ainda estava louvando, meu coração batia mais rápido que o normal, as borboletas adormecidas em meu estômago simplesmente reviveram, minhas mãos estavam suadas e trêmulas. Desde o meu aniversário três meses antes eu não via o Matheus face a face.

“Por favor Deus não deixa o Matheus me ver eu não saberia como agir.”

Assim que acabei de falar com Deus, o Matheus agradeçeu a oportunidade e sentou em uma das cadeiras da frente longe demais de onde eu estava o que me deixou claramente mais calma.

O Culto foi maravilhoso e eu fiquei bem mais leve, mas ainda não parava de pensar nele e como eu me odiava por isso. No final do culto ele me viu e veio falar comigo.

“Não me abraça, por favor não me abraça! Deus não deixa ele me abraçar!” –Falei em mente, quando ele me abraçou.
Ele sabia o quanto eu me rendia quando ele me abraçava, o quanto aquele abraço me fazia sentir segura e protegida, o quanto me recordava os momentos bons que nós já tínhamos vivido.

Eu me afastei do abraço, tentando segurar as lágrimas em meus olhos.

-Oi Matheus!

-Oi Lice! –Ah, aquela voz! Droga, droga! Porque ele tinha ser tão maravilhoso?

-Não sabia que você vinha pra festividade.

-O Pastor Carlos me convidou semana passada e é lógico que eu  não poderia dizer não, né?

-Claro que não!

A Maju e o Alan estavam atrás do Matheus e faziam sinal para eu beijar ele e eu os encarva com o olhar furtivo.

-Algum problema Lice?

-Não, só estava aqui me lembrando que eu tenho uma prova amanhã e preciso ir.

-Tudo bem am... –Analice, eu também tenho que ir, foi bom te ver.

-Tchau Matheus.

-Tchau Analice. –Ele falou me beijando na testa com tinha costume de fazer.
Não disse mais nada, sai procurando a Maju e o Alan.

-Eu estou indo para casa vou levar o carro o papai vai vim buscar vocês, eu não posso continuar aqui.

-Para de fugir Analice, enfrenta seus problemas de frente.

-Sem lição de moral Maria Julia, eu não estou bem. Tchau!

 O carro do papai estava no estacionamento e eu fui caminhando apresadamente quando alguém me chamou.

-Analice!

“Não Matheus, de novo não”

-Está tudo bem?

-Oi pastor, não está nada bem.

-Posso te ajudar?

-É o Matheus, sabe pastor eu amo o Matheus sou completamente e perdidamente apaixonada por ele, mas eu achei que isso de alguma forma me afastava de Deus, mas nunca foi verdade e o senhor conhece ele, ele sempre me levou para mais próximo de Deus nunca deixamos de ir no culto para ficarmos juntos mesmo só tendo o final de semana para ficarmos juntos, quando estávamos juntos sempre tínhamos um momento para orarmos e lermos a bíblia, mas eu sempre quis ser independente e dona de mim e não quis aceitar que de alguma forma o Matheus já me dominava… dominar não é a palavra certa, é .. me influenciava, não me obrigava a fazer as coisas, mas me fazia enxergar as coisas de um modo que eu nunca vira antes e eu não aceitava isso.

-Por isso terminou com ele para não ser sujeita a ele, na maneira de pensar, falar e agir para não ter alguém te controlando ou te prendendo por causa do sentimento?

-Exatamente isso, o Senhor sabe como eu sofri no passado pelo que aconteceu e eu vi esse sentimento entre mim e o Matheus e me imaginar sofrendo por ser trocada, abandonada e traída não era algo que eu suportaria.

-Mas pelo visto também está sofrendo por estar longe do Matheus.

-Estou sofrendo demais, pois o Matheus dá uma colorido a mais na minha vida, mesmo sabendo que ele ainda gosta de mim eu não tenho força para ir atrás dele e pedir perdão.

Eu contei tudo que tinha acontecido comigo e com o Matheus e o quanto eu sabia que ele era o homem de Deus para mim, mas não conseguia ir pedir perdão e voltar com ele.

-Mas se vocês se amam porque não reconhece e vai atrás dele, não é sempre que o homem tem que vim atrás não Analice.

Nós conversamos mais um pouco e eu entrei no carro, a Maju e o Alan me viram e voltaram comigo no carro.

-Eu já te disse que você tem que dá o braço a torcer, o Matheus ainda é completamente louco por você, mas até quando?

-Não enche Maju! deixa sua irmã.

-Não defende ela não, ela está errada. A analice tem 21 anos não é 15 anos não, tem que procurar o Matheus e pedi perdão.


-Eu tenho 21 anos sim, e até onde eu sei quem faz as escolhas da MINHA vida SOU EU.
Segui o conselho do meu pastor e os falatorios da Maju e mandei uma mensagem para ele, depois de chorar horrores não queria que a nossa história acabasse.

-Eu queria um abraço agora

-Não tem ninguém aí não?

“Eu odiava o sarcasmo dele”

- Tem, mas não é qual quer abraço que eu quero, quero o seu.

Ele não respondeu o que me deixou ainda mais angustiada e com medo dele não me perdoar.

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