Duas semanas se
passaram desde o pedido de casamento e nós estávamos completamente felizes,
Deus verdadeiramente estava cuidando de nós e nos mostrando nos pequenos
detalhes o quanto era misericordioso e fiel para conosco. A Mel foi quem mais
se alegrou com nossa união e já estava ensaiando como entraria na igreja com
nossas alianças e sempre estávamos juntos o John e eu ficávamos admirando a
nossa pequena obra prima, ela estava cada dia mais parecida com o pai, mas com
a personalidade idêntica a minha.
-Imagine daqui a uns
seis sete anos John, ela vai ficar ainda
mais bonita e ...
-E vai aparecer
vários gaviões em cima dela. –falou sério. –Você acha que eu não penso nisso
Nathy?
-Eu tenho medo dela
se machucar tanto como a gente, embora a gente se ame nós sofremos demais.
–Falei deitando minha cabeça no colo
dele enquanto observava a Mel jogando no celular dele no canto da sala.
-Eu também, não
perdoaria alguém que lhe machucasse.
-Vamos falar de outra
coisa! –falei tentando mudar de assunto. –Seus pais vão mesmo ver a Mel?
-Claro que sim Nathy!
Apesar de tudo eles são os avós dela.
-E os únicos que ela
tem.
-Infelizmente, eles
pediram para levar ela lá na casa deles hoje à noite.
-E você me diz isso
agora? Nem comprei uma roupa para ela ir.
-Amor, a Mel tem mais
roupas que nós dois juntos eu acredito que tem roupa que ela nem usou ainda.
–Ele falou rindo. E era verdade ela tinha muitas roupas que tinham sido usadas
ainda -Você vai comigo não é?
-Seus pais me odeiam
John. –Falei sincera.
-Não é bem assim, e
além do mais isso não me importa eu te amo e pronto! Eles vão ter que aceitar.
***
Antes de sair eu
chamei a Mel para conversar sentei ela de frente para mim no sofá.
-Mel, nós vamos te
levar para conhecer seus avós agora e talvez eles sejam um pouco grossos com
você porque eles não gostam de mim, mas, por favor, não fique triste. –falei
segurando suas mãos. –Eu e seu pai te amamos e vamos cuidar de você em todo
tempo ouviu?
-Tudo bem mãe! O
papai já conversou comigo. –falou me encarando com seus olhos cor de Mel.
-Então vamos! –falei
lhe estendendo a mão.
Saímos do carro e o John entrelaçou nossas mãos eu
sabia que ele estava tentando me confortar e trazer segurança, mas só de
imaginar ver seus pais maltratando a Mel eu ficava nervosa.
-Vai dar tudo certo!
Ela é só uma criança eles não podem ser tão ruins a ponto de maltrata-la. –Ele
falou como se conseguisse ler minha mente.
Paramos de frente a
porta de um apartamento de luxo e eu respirei fundo buscando forças para
enfrentar aquela situação.
-Posso? –Ele
perguntou antes de tocar a campainha.
Apenas confirmei com
a cabeça e segurei mais forte nas mãos do John e da minha filha que também
parecia nervosa.
Segundos depois o Sr.
João um pouco mais velhos e agora com os cabelos grisalhos abriu a porta e ficou
surpreso em nos ver ali. Ele tinha envelhecido, mas continuava um homem muito
bonito e charmoso, o John puxou a ele em praticamente tudo.
-Oi! –Ele falou sem
reação. –Podem entrar.
-Oi pai! –John falou
lhe dando um abraço apertado que lhe
pegou de surpresa e mesmo sendo um homem bastante sério esboçou um
pequeno sorriso. –Pai essa é a Mel! –falou pegando na mãozinha da minha filha e
colocando ela de frente para o avó que ainda não tinha a visto, pois ela estava
escondida atrás de mim.
-Minha nossa! Ela é
sua cara John! –Falou surpreso. –Tudo bem Mel?
-ele perguntou se abaixando ficando da mesma altura dela.
-Tudo bem! –falou
sorrindo e assim ela era ainda mais parecida com o pai.
-Você parece muito
com o seu pai, você é muito linda.
-Obrigada! –Ela
disse.
-Mel ele é seu avó,
dê um abraço “daqueles” nele. – O John falou sorrindo ele estava feliz em ver
aquele encontro.Ela o abraçou e mesmo
sendo completamente sério e sisudo ele deixou uma lágrima escorrer pelo canto
dos olhos. Ela o soltou e ele se levantou ficando de frente para mim.
-Você está ainda mais
linda Nathalie! –Falou.
-Obrigada Senhor!
-Eu preciso te pedir
perdão Nathalie, eu sei que eu e a Ana causamos muito mal a você e ao John e
também a minha netinha. –falou sorrindo encarando a mel. –Mas eu quero lhe
pedir perdão, você realmente não é como eu acha que fosse, não ter ido atrás do
dinheiro do John mesmo sabendo que tinham uma filha e que precisava desse
suporte financeiro só mostra o quanto você é uma mulher de caráter, obrigada
por fazer o meu filho feliz e mais ainda, obrigada pela minha neta.
Eu nunca imaginei que
ele pudesse ser tão sincero e humilde a ponto de me pedir perdão. Sempre soube
que a dona Ana era muito pior do quê ele, mas ele nunca me tratou bem e naquele
momento estava pedindo perdão e me agradecendo? Verdadeiramente Deus nos
surpreende.
-Claro que sim Seu
João, está perdoado há muito tempo, eu que agradeço pelo filho maravilhoso que
tem.
-vamos, sentem-se! Eu
vou chamar a Ana.
Quando ele saiu eu
olhei para o John que assim com eu estava abismado com o que tinha acontecido
ali naquela sala.
-John! –Dona Ana
falou assim que chegou na sala e viu o filho sentado de mãos dadas aqui.
-Oi mãe! –falou
abraçando a mãe e depositando um beijo em sua testa.
-Como você está
lindo! –falou sorrindo analisando o filho.
-Nathalie? –falou me
notando ao lado do filho.
-Sou eu! –falei
tentando sustentar um sorriso.
-O que está fazendo
aqui na minha casa? –Falou extremamente grossa comigo.
-Mãe! –John falou a
repreendendo.
Ela parecia não se
importar com o quão deselegante e grossa era.
-Você é a minha neta?
–falou olhando para minha filha com desdém e eu quase avancei nela, mas
recobrei a consciência e respirei fundo.
-Sou! –minha filha
respondeu.
-Você não tem nada do
John, não deve nem ser filha dele. –Falou para minha filha. –Você fez teste de
DNA nela filho? –perguntou para o John.
-Ele é meu pai de
verdade sim! –minha filha falou.
-Eu não acredito, eu
quero um DNA dessa daí. –falou com o esposo apontando para Mel que já tinha
lágrimas nos olhos.
-Eu não preciso
passar por isso e muito menos submeter a minha filha a uma acusação ridícula
como essa. –Falei soltando minha mão do John e pegando a da Mel.
-Vamos meu amor! –falei
pegando em sua mão. –Eu te amo e é isso que importa lembra? –falei segurando
seu rosto entre as mãos vendo lagrimas escorrerem dos seus olhos o que fez meu
coração doer.
Peguei na mão da
minha filha e andei na direção da porta eu realmente não estava me importando
com o meu noivo, eu só queria tirar minha filha dali de um lugar onde ela não
era aceita.
-Onde você está indo
Nathy? –John segurou meu braço .
-Para qualquer lugar
que não seja aqui. –falei gritando.
-Calma! –Falou.
Abri a porta da casa
e sai com a minha filha. Ele queria calma? Como eu ficaria calma? Tudo bem que
ela não quisesse a minha presença ali, mas aí maltratar minha filha? Já era
demais para mim.
-Ela acha que eu
estou mentindo John, acha que a Mel não é sua filha. –falei deixando algumas
lágrimas cair.
-eu acredito em você.
-Não precisa
acreditar John, a Mel é quase uma copia idêntica sua como alguém pode duvidar?.
–falei com raiva.
-Calma Nathy! –falou
segurando meu rosto entre as mãos.
-Não quero me
acalmar! Ela duvida de mim como se eu fosse qualquer uma, a única vez que eu dormir
com alguém foi com você! Ninguém tem o direito de duvidar de mim.
-Eu sei amor, a Mel é
minha filha e em momento algum eu duvidei disso, mas olha pra mim!. –falou me
fazendo encara-lo. – O que a minha mãe diz não importa. –falou.
-filha, o papai te ama
muito mais do que a minha própria vida, desde o dia que eu vi você eu soube que
era minha, minha menina e não importa o que minha mãe ou qualquer outra pessoa
diga, certo?
-Eu também te amo
pai! –falou abraçando o pai.
***
John nos levou para
casa coloquei a Mel para tomar banho e
preparei um jantar para nós três. Depois da janta o John colocou ela para
dormir e então sentamos juntos no sofá.
-Por favor, Nathy!
Não duvide mais de mim. –falou me encarando.
-Desculpa! Eu estava
nervosa demais, eu não me importaria se fosse comigo John, mas era da minha
filha que ela estava falando.
-Eu sei amor, e me
doeu muito ouvir aquilo que minha mãe disse, mas infelizmente ela é minha mãe e
eu não posso simplesmente virar as costas para ela.
-Eu sei.
-Somos só nós quatro,
Deus, eu, você e a Mel! Somos nós que importamos e não o que as outras pessoas
dizem ao nosso respeito.
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