terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Analice - Um encontro de história ( Capítulo três )




A Maju era quase minha filha, apesar da pouca diferença de idade eu sempre fui mais madura e responsável do que ela e isso me fez tomar o lugar de segunda mãe dela, e mesmo que tivesse sido um corte de dois pontos, qualquer coisa que acontecia com ela mexia comigo e eu não perdoaria meus pais se não me avisassem isso.

-Você me leva por favor!

-claro que sim.

Eu peguei as rosas e coloquei-as em um saco plastico montamos na moto e em mais ou menos uma hora chegamos ao único hospital de Nova Aliança uma pequena cidade do interior.

-Mãe o que aconteceu com a Maju?

-Ela foi atropelada por um carro quando estava indo para casa de uma amiga dela, mas não se preocupa não foi nada grave ela só se aranhou um pouco e esta fazendo exames para ver se teve alguma coisa por dentro.

-Que bom mãe, fiquei desesperada achando que foi algo mais grave.

-Graças a Deus não foi nada grave, mas sabia que você não gostaria se não te avisássemos .

-Claro que não iria gostar, obrigada por me avisar.

Depois que falei com a Maju e me certifiquei de que ela estava realmente bem eu fui falar com o Matheus e pedir desculpa por ter feito ele esperar muito tempo.

-Como ela está?

-Está bem foi só um susto, obrigada por ter esperado e desculpa por ter atrapalhado nosso passeio.

-Imagina não tem problema, acredito que se fosse algum dos meus irmãos certamente você faria o que eu fiz.

-Faria sim, mas muito obrigada por esse dia que passamos juntos, amei sua família a forma como eles me inseriram, amei estar com você e as rosas que você me deu, e gostei mais ainda de ter tido o privilégio de ser a primeira garota a ser convidada a ir no racho.

-Eu é que tenho que agradecer por você ser como é, e por ter relevado as maluquices da minha família eu amei estar com você espero poder estar com você mais vezes.

-Obrigada!

-Obrigado você. –Ele falou beijando minha testa.

Nos despedimos e ele foi embora, logo depois a Maju teve alta e nós todos fomos para casa. Tomei banho e deitei na cama, fique pensando no dia que tinha tido e mesmo com o acidente da Maju não parava de pensar nos momentos alegres e divertidos daquele dia, de como aquela família me recebeu bem e de como o Matheus estava conquistando meu coração.

Um três meses se passou desde a minha visita ao rancho, nós sempre conversávamos na verdade nos falávamos 24 horas por dia, era incrível como nós nos entendiamos tão bem e como pensávamos parecido mesmo sendo completamente diferentes, os dois são bem tranquilo, mas ele é bem mais tímido e quieto enquanto eu consigo conversar sem nem conhecer a pessoa.

-Matheus?

-Oi minha baixinha!

-Tá ocupado ?

-não, porquê?

-não queria incomodar.

-você nunca incomoda.

-Você vai para o show de Bruna Karla que vai ter em Belo monte?

-Se você for, eu vou claro!

-É sério Matheus, você vai?

-Eu vou, já tinha combinado com o pessoal aqui da igreja ia mesmo te chamar para você ir comigo.

-Então estamos marcados, certo?

-Certo!

-A Maju e o Leo disseram que querem ir também.

-Que ótimo, é bom que eles se enturmem com os jovens e adolescentes aqui da igreja.

A semana passou bem rápido e todos os dias eu falava com o Matheus, estávamos todos bem ansiosos para o Show, eu e a Maju muito mais que ansiosas, pois a Bruna era a nossa cantora favorita sabíamos todas as músicas dela.

O sábado chegou e eu escolhi vestir uma calça jeans escura e uma camisa de mangas longa rosa choque, calcei tênis preto e prendi o cabelo num rabo de cavalo e franja, coloquei uma maquiagem bem delicada e abusei de um batom rosa chiclete. O papai nos levou até a praça da cidade onde um ônibus alugado pela igreja do Matheus estava esperando o pessoal que ia para o show.

Assim que me viu o Matheus abriu o sorriso mais lindo do mundo inteiro, era incrível como podia cada vez que o via ficar mais lindo, aquele rosto branco cheio de sardas como o pai e os cabelos dourados como os da mãe, aqueles olhos verdes penetrantes só ficavam ainda mais lindos quando ele sorria.

-Oi –Falei enquanto o abraçava.

-Minha baixinha você está mais linda.

-Obrigada.

Ele cumprimentou meus pais e meus irmão e depois do chamado do pastor João, líder dos jovens que estava levando o grupo para o show nos despedimos deles e subimos no ônibus. Depois de uma oração do pastor, o ônibus seguiu estrada a fora e em uma hora depois, chegamos ao local do show faltava apenas alguns minutos para começar, o lugar estava bastante cheio, e todos conseguiram ir para frente do palco para aproveitar melhor o show para mim isso não adiantava muito ainda tinha que ficar com o pescoço suspenso e os pés também para conseguir enxergar o palco direito.

-Adoraria ter 20 centímetros a mais nesse momento.

-vamos procurar um local que dê para você enxergar melhor.

Avisei a Maju e ao Leo que nós iamos procurar um lugar que desse para eu ver direito, eles não tinham o mesmo problema que eu, apesar de serem mais novos eram mais alto.
O Matheus achou um local que tinha um degrauzinho e isso foi ótimo pois mesmo com a multidão de pessoas na nossa frente conseguia enxergar o palco perfeitamente.

A Bruna começou a cantar e o show foi maravilhoso até que ela falou:
-Eu quero convidar os casais, e os quase casais a se declarer um para o outro nessa noite, essa música da minha amiga Pamela fala muito aos corações apaixonados e se você chegou aqui precisando de forças para declarar seus sentimento esse é o momento certo para isso.

Ela começou a cantar e o Matheus me fez descer do degrau e ele meu abraçou e começamos a dançar no local parecia até que não existia mas ninguém ali  como se toda aquela multidão de pessoas tivessem sumido e não haviam mais ninguém ali além de nós dois.

-“ Te confesso é mais que emoção nossos olhos denunciam o coração, frases prontas se embaraçam e o meu rosto até perde a cor,olha eu to desconfiando é sintoma de amor, mas eu não tô vacinado só te peço agora, por favor cuida do meu sentimeno.-Ele cantou no meu ouvido.

As lágrimas brotaram nos meus olhos e cantamos juntos.

-Eu tive medo de me apaixonar de repente, aconteceu e algo me diz que eu vou te amar…”

-Desculpa se estou te pressionando, mas não podia deixar essa oportunidade passar e dizer através dessa música o que eu tenho imensa dificuldade de dizer com as palavras. Sabe Analice eu gosto muito de você e gostaria que você aceitasse o meu pedido de pelo menos pensar em orar para namorar, noivar, casar tudo que você quiser comigo.
Eu o abracei mais forte que eu pudia, e mesmo me esforçando levantando os pés para ficar um pouco mais alta ali naquele abraço senti toda segurança que um dia busquei mas não podia dizer um sim naquele momento, eu tinha que pensar, repensar, e orar muito antes de responder a ele.

-Não sei o que te dizer, gostaria muito que você me desse um tempo para pensar.

-Para você eu tenho todo tempo do mundo.

O show terminou alguns minutos depois e logo o pessoal da igreja nos encontraram e depois de lancharmos voltamos para o ônibus. Na volta sentei do lado do Leo, meu irmão era um legitimo príncipe e sabia que algo tinha acontecido comigo e com o Matheus.

-O que foi mana? Parece preocupada.

-Tantas coisas Leo, você como meu irmão super protetor que é gostaria de ter o Matheus como seu cunhado?

-Claro que sim Lice, ele é um homem de Deus super envolvido na obra de Deus, referencial para os jovens da igreja dele, estuda, trabalha, é muito divertido mesmo sendo tímido e eu acho que você deveria pensar em dar uma chance para ele.

-Você disse referencial para os jovens da igreja dele?

-Sim, conversei com alguns dos jovens antes do Show começar e logo no final e eles me perguntaram se vocês estavam juntos, e eu disse que não, mas ai eles me disseram que o Matheus ajuda no grupo de adolescente e participa do grupo jovem ele é muito dedicado, muito esforçado e mesmo estudando e trabalhando arruma um tempo para estar na casa de Deus e para participar de sua obra.

-Eu sei que ele é um cara muito legal, esforçado, inteligente, lindo e tal, mas me incomoda demais essa timidez do Matheus ele não consegue dizer quem ele é para mim, tudo que eu sei dele é o que a família dele me disse quando eu os conheci, é o que a Kathy e o Paulo me contaram, o que a Leila me disse eu sinto falta de conversar com ele sobre ele, nossas conversas são sempre rodeadas no que eu digo, penso, falo e faço e não é assim, eu preciso conhecer ele.

-Eu sei que deve ser complicado para você, mas você tem que tentar entender o lado dele, você também não é extremamente extrovertida e sai por ai falando da sua vida para qualquer um, de todos lá em casa você é a mais calma. Você quer que eu converse com ele?

-Claro que não Leo, não quero pressionar ele quero que as coisas fluam naturalmente.

-Eu realmente não entendo vocês mulheres.


Eu sorri e me encostei no braço dele e em alguns minutos chegamos a praça da cidade, o meu pai havia marcado de ir nos buscar assim que chegássemos e ligássemos para ele. O Leo ligou e nós ficamos esperando ele chegar, enquanto o Matheus me chamou para conversar.

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