terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Analice -Um encontro de histórias (Capítulo dois)


-Filha! -Meu pai falou com um tom de voz mais alto.

-Oi pai, desculpa estava me chamando faz tempo?.

-Um pouco, mas está tudo bem com você?

-Está sim pai, posso te fazer uma pergunta?

-Claro que pode.-Falou enquanto sentava na cama e enrolava as pernas com o cobertor.
-O senhor já sentiu vontade de mudar de vida, não sei, de fazer algo diferente de se arriscar mais ?

-Claro que sim, muitas vezes e em alguns momentos é necessário mudar fazer algo diferente, mas o que fez você pensar isso agora? E o que você quer fazer ?

-Hoje eu fui pro cinema com a Kathy e o Paulo e o amigo deles que por coincidência é o 
filho da Karina e do Marcelo, e eu conversei muito com ele e me diverti demais e percebi que a muito tempo eu não estava fazendo mais isso e eu não quero deixar minha juventude passar sem ter feito tudo que devia ter feito.

-Eu te entendo filha, e realmente você tem vivido para os estudos e o pouco tempo que te sobra você trabalha na igreja, eu como seu pai te incentivo a fazer tudo o que você quiser desde que não deixe Deus triste e nunca perca sua fé.

-Obrigada pai, sabe eu amo trabalhar com as crianças na igreja e ensina-las sobre Deus, eu amo o curso que escolhi e tenho certeza que é pedagogia e eu amo estudar, mas as vezes me sinto cansada de mais e nem ligo para mim, não sei a última vez que eu fui num salão de beleza, que eu comprei uma roupa nova, um livro que conte uma história interessante e não apenas teorias, eu me sinto um pouco presa. -Falei enquanto o abraçava, olhei para porta e vi a mamãe encostada na porta nos observando.

-Mãe! -Gritei com ela pulando na cama sobre mim e o papai.

-Mamãe eu queria perguntar algo para você e para o papai.
-
Fala filha.

-Quando vocês descobriram que gostava um do outro, assim como descobriram que não eram só amigos ?

-Para falar a verdade filha quando eu  conheci a sua mãe eu já tinha um interesse de sermos mais do que só amigos, mas ela foi muito difícil e me fez esperar por mais de um ano até que ela se convenceu de que gostava de mim mais do que como amigos.

-Na verdade filha, quando eu conheci o seu pai lá no hospital não acreditei que realmente ele me procuraria, mas com o passar dos meses nós formamos uma amizade muito forte e coisas que eu nunca havia contado para minha mãe, para Karen ou para Talita eu contei para ele, antes de me apaixonar por ele como homem, como alguém que iria casar comigo eu me tornei sua amiga e ele  meu melhor amigo, essa nossa convivência fez com que eu percebesse que ele era diferente, que ele era exatamente da maneira que eu pedi a Deus, então eu continue orando até eu senti paz no meu coração e falar para ele dos meus sentimentos.
-como assim paz ?. -A Maju falou entrando no quarto.

-Ouvindo atrás da porta Maju?- O papai falou.

-Não pai, a porta está aberta eu e o Leo queremos ouvir vocês falarem sobre vocês.
Todos sentaram a maju na minha cadeira perto da mesa do computador e eu desci da cama e sentei no chão e o Leo deitou no meu colo e nós três ficamos atentos a história deles dois.

-Assim Maju, sua vó me disse uma vez um pouco antes de eu conhecer o Lucas que quando eu encontrasse a pessoa certa sentiria paz no meu coração.
-Não entendi mãe. –O Leo falou.

-Quando eu tinha meus 14 para 15 anos eu comecei a namorar um rapaz e ele era da mesma igreja que eu, era muito bonito e todas meninas do grupo de adolescentes queriam ficar com ele, mas ele quis ficar comigo então eu aceitei e começamos a namorar ele fez tudo certo falamos com o pastor, com nossos pais, com os líderes da igreja, mas sempre que estávamos juntos eu sentia que estávamos fazendo coisas desagradáveis aos olhos de Deus nosso namoro não passava de beijos e amasso nunca falávamos de Deus quando estávamos juntos, nem líamos a bíblia ou orávamos juntos depois eu soube que ele tinha me traído e como presente de aniversário de um ano de namoro, então eu terminei com ele e fiquei muitos anos sozinha e quando o Lucas me disse que estava apaixonado por mim, eu não aceitei de inicio, mas aos poucos percebi que quando estávamos juntos não parávamos de falar de Deus, e como vocês sabem o seu pai dá aula de bíblia e eu ficava fascinada ouvindo ele me explicar alguns versículos bíblicos quando dei por mim percebi que sentia a paz que a minha mãe me disse que sentiria quando encontrasse o amor da minha vida.

-Então ela aceitou a “Orar” comigo e me fez esperar longos seis meses para darmos o primeiro beijo, mas sabe o que vale a pena? é ver hoje a família que a gente construiu com a ajuda de Deus, ver vocês crescendo e daqui uns tempos irão construir a família de vocês também, é incrível porque se nós não vivêssemos os planos e os sonhos de Deus para nossa vida não seriamos tão felizes como somos.

Eles se olharam com os olhos brilhando e disseram um para o outro –Amo você. E nós batemos muitas palmas para eles, não tinha dúvidas alguma se Deus me permitisse conhecer alguém especial e casar com ele gostaria de ter um casamento como o dos meus pais, mesmo com todos os anos passados, e com todos os problemas que enfrentaram eles tinham o mesmo brilho nos olhos de adolescentes apaixonados, tinham a mesma sintonia e a mesma união.

Depois de jantarmos todos juntos, eu tomei banho, orei e me aprontei para dormir quando recebi uma mensagem no celular.

“Espero não ter te acordado, mas gostaria de te levar para um passeio divertido amanhã, por favor não me dê não como resposta. Já falei com seus pais, me disseram que sim e ai ?”

Pulei da cama e sai correndo para sala meus pais estavam assistindo um filme.

-Mãe o Mateus falou com vocês ?

-calma Lice, o que foi ?

-responde mãe por favor.

-Ele ligou para o seu pai e pediu permissão par ate levar para um passeio depois da escola bíblica dominical.

-E vocês disseram que sim?

-Dissemos que se você quisesse ir, nós deixariamos claro.

-tudo bem, boa noite amo vocês.

-volta aqui Analice!

-O que foi pai?

Ele se levantou e me abraçou e falou no meu ouvido. –Nunca se esqueça de que você é uma princesa.

-E de que o homem certo para mim, deve agir como um príncipe. –terminei a frase que o meu pai me dizia desde que completei 15 anos.
Voltei para o quarto e respondi a mensagem com o coração na mão, tecnicamente esse seria meu primeiro encontro.

-Claro que sim, até amanhã… beijos boa noite!
“Boa noite, durma bem.”

Eu não respondi, pois sabia que se fizesse isso iriamos acabar conversando a madrugada toda.

Acordei cedo e escolhi um vestido floral na altura dos joelhos, coloquei um colete jeans e calcei uma sapatilha rosinha, soltei os cabelos que assim com os da mamãe eram compridos e castanho escuro quase pretos, na verdade eu sou quase uma cópia da minha mãe, baixinha como ela, branca de cabelos lisos e escuros, olhos castanho claros, fisicamente a unica coisa que puxei ao meu pai foi a boca de todo resto eu me parecia muito com a minha mãe.

Todos íamos juntos para a escola bíblica, nos separávamos lá por causas das turmas diferentes das quais fazíamos parte, no final da aula nos encontramos novamente. Não demorou muito o Matheus chegou ele estava de moto, para minha infelicidade já que morria de medo de moto e velocidade, graças a Deus eu não saia de casa de vestido ou saia sem shorts por debaixo.

-Bom dia, paz do Senhor!

-Boa dia, a paz do Senhor. –todos responderam, todos corresponde a mim, meu pai, minha mãe e meus irmãos.

-Podemos ir? –Ele perguntou a mim.

-Fiz que sim com a cabeça, pois se respondesse ele perceberia o meu nervosismo.

-Tem medo da moto?

-Tenho medo da velocidade que ela pode alcançar. –Falei sorrindo.

-Eu vou devagar, prometo!

Ele colocou o capacete e ajeitou ele para mim.

Agora podemos ir. –Falei.

-Tchau pessoal, prometo que trago ela sã e salva.

-Se divirtam. –A minha mãe falou.

-Tomem cuidado. –Meu pai falou.

-Pode deixar. –O Matheus respondeu.

-Amo vocês. –eu falei dando tchau com a mão.

E o Matheus acelerou a moto, estava morrendo de medo era a primeira vez que estava montando eu uma moto.

-Pode segurar na minha cintura se estiver com medo.

-Que bom que disse isso. –Falei me agarrando a ele.

O frio na barriga e a sensação de liberdade era incrível, estava aproveitando o passeio e o cheiro dele que sentia naquele momento.

-Chegamos!. –Ele estacionou a moto em frente a um rancho na cidade vizinha a que morávamos.

Antes de entrar fiz um pergunta que estava me aflingindo.

-Matheus, a gente não vai ficar aqui sozinho não né ?

-Não se preocupe, não sou o maniaco da serra elétrica. –Ele falou sorrindo.

-Mas é claro que não, eu não tenho medo de você é que eu não acho legal ficarmos sozinhos aqui.

-Fica tranquila, eu te entendo, meus pais já estão aí eles vieram ontem a tarde  e meus irmãos também estão.

-Desculpa se te ofendi.

-Imagina, claro que não. Vamos entrar?

-Vamos.

Até chegarmos a casa ele me contou que o rancho era dos avós da Dona Karina. E eles deixaram de herança para ela.

-Mãe, chegamos! –Ele falou anunciando nossa chegada.

-Oi filho bom dia!

-Bom dia mãe!

-Bom dia Analice, acho que ficou mais bonita desde o dia que nos conhecemos.

-Bom dia Dona Karina, imagina sou a mesma de sempre.

-Onde estão todo mundo ?

-Estão arrumando a louça para o almoço lá no quintal, vamos lá.

Eu os segui até a parte de trás da casa que tinha um lago bem grande com patinhos e tudo e a família estava arrumando a mesa para o almoço.

-Chegaram. –A Dona Karina anunciou nossa chegada com entusiasmo.

-Nossa Matheus, sua amiga é realmente muito bonita. –Um rapaz alto e forte falou me estendendo a mão.

-Prazer, eu sou o Caio irmão desse grandão aí.
Realmente o Matheus puxou ao pai, já que a dona Karina era bem baixinha, ele deveria uns de 1,85 de altura.

-Prazer Caio, esse grandão me deixa ainda mais baixinha perto dele.
Todos concordaram e riram do comentário.

-Eu sou a Keila irmã do Matheus também, é um prazer te conhecer. –Ela falou me dando um abraço aconchegante, me fazendo sentir parte daquela família.

-Eu não preciso me apresentar, mas é um prazer ter você conosco Analice.

-Obrigada Seu Marcelo, o prazer é todo meu de estar aqui com vocês, já me senti bem acolhida.

-Já que ela não me apresentou como de costume, eu sou o Felipe noivo desse chaverinho. 
–Ele falou abraçando a Keila pelo pescoço que assim com eu e a dona Karina eramos as unicas baixinhas alí.

-Prazer Felipe! –Falei sorrindo da maneira que ele falou.

-A Nara não veio não Caio?

-Não, tem prova amanhã na faculdade preferiu ficar estudado. Ele falou -Nara é minha namorada, a varinha mais linda do Brasil.

-Varinha?

-A Nara ao contrário de nós duas é bem alta e quase da altura do Caio e é bem magrinha, então ele chama ela de varinha. -Eu ri muito imaginado a Nara, pois o caio era bem alto assim como Matheus e o pai.

Em alguns poucos minutos parecia que já conhecia toda família há anos o Matheus sem dúvidas alguma era o mais inibido da família, e de tempos em tempos quando olhava em sua direção percebia que ele não tirava os olhos de mim. Depois do almoço ele me levou a um lugar lindo do rancho, uma plantação de rosas, tinha de várias cores, vermelhas, amarelas, brancas, rosas…

-Que lindo! –falei quase gritando.

-Meu avó sempre fica aqui, e ele plantou essas lindas rosas imaginei que você iria gostar de vê-las.

-Não só gostei como amei.

Fui andando pelos espaços que haviam entre as roseiras.

-De quais você gosta mais?

-Eu gosto de todas, mas aprendi com a minha mãe a apreciar rosas brancas.

-Minha mãe prefere as  vermelhas.

-minha avó também, o certo é que todas as mulheres gostam de flores, ou quase todas.

-Espera aqui, que eu volto rápido. Ele saiu correndo e voltou com uma tesoura e algumas folhas de jornais.

Ele cortou uma duzia de rosas brancas e as embrulhou no jornal.

-Obrigada! Posso te perguntar uma coisa?

-Claro que pode, vi que você gosta de perguntar lá na mesa de almoço você deve ter feito umas mil perguntas. –Ele falou sorrindo.

-Bobo! Eu gosto de aprender coisas e absorver o máximo de conhecimento que eu puder, afinal eu sou uma  futura professora.

-Te entendo, pode perguntar.

-Quantas meninas você já trouxe aqui?

-Deixa eu ver. –Ele começou a contar nos dedos. –Acho que com você, foi uma.

-Não mente, fala sério.

-Eu não estou mentindo, você foi a unica menina que eu trouxe aqui, fora Leila, mas ela não conta porque é quase minha irmã.

A Leila é prima da Kathy e foi através dela que o Matheus conheceu o Paulo e a Kathy.

-Então eu posso me sentir previlegiada por isso?

-Sim, senhorita pode se sentir mais que especial. –Ele falou sorrindo.

 -Analice! Analice! –A Keila veio correndo me chamando.

-O que houve Keila? –Perguntei.


-Seu pai ligou e pediu para você voltar, não explicou bem, mas parece que a sua irmã sofreu um acidente.

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