segunda-feira, 7 de março de 2016

Analice- Um encontro de histórias ( Capítulo seis)


Depois do almoço fomos a uma sorveteria, era próximo a casa dele então fomos a pé. Caminhamos de mãos dadas, nossas mãos pareciam ter sido feitas para si encaixar perfeitamente eu ainda não conseguia acreditar que tudo que eu havia sonhado viver estava acontecendo Deus foi muito fiel na minha vida mesmo eu não merecendo.

Durante o caminho ele começou a esbarar no meu ombro, eu devolvia o empurrão e riamos juntos.

-Para Matheus! Senão eu vou cair. –Eu falei.

-Eu te seguro.

-É sério! olha o seu tamanho, tá achando que eu tenho o mesmo equilíbrio e força que você?

Ele me empurrou de novo e eu me desequilibrei e cai. Eu não tenho muito equilíbrio nem direção e sempre acabo me esbarrando pelas paredes.

-ai! Ai! – Acho que desmite o tornozelo.

-Desculpa Lice não foi minha intenção.

-Se você me ouvisse e parasse quando eu falei eu não tinha caído, me ajuda! –Falei sentindo muita dor.

Ele me levantou e eu me apoie nele, nós voltamos para casa sem  dizer nenhuma palavra. Assim que chegamos todos perguntaram o que tinha acontecido e nós explicamos. Ele pegou o carro do pai para me levar no hospital pois o pé inchou no mesmo instante e estava doendo também.

Meu pai estava no plantão da noite e orei para que ele não me visse, pois com certeza iria dar uma boa bronca no Matheus, não adiantou muito meu pai me atendeu logo que 
chegamos na emergência.

-O que houve filha?

-Cai e torci o tornozelo.

-Fala verdade Matheus o que aconteceu?

-Ela caiu meu sogro, nós estávamos brincamos e ela desequilibrou e caiu.
Meu pai simplesmente odiava ver os filhos ou a mamãe doentes, era como se ele quisesse nos proteger 24 horas por dia nos prendendo em uma bolha de ar.

-Desculpa o tom Matheus, você não teve culpa. –Na verdade toda culpa era dele, mas meu pai não gostaria nem um pouco de saber disso.

Fui atendida e medicada e o Matheus me levou para casa, não trocamos nenhuma palavra durante o caminho.Já em frente a minha casa ele beijou minha testa se despediu e eu entrei.

Uma semana depois ainda não tínhamos nos visto eu tinha ficado chateada com ele e ele sentido por ter provocado a minha queda e por ter mentido para os meus pais.

-Me joga da escada, torce o meu tornozelo, mas não fica sem falar comigo por favor. –Ele mandou uma mensagem pelo whatsapp.

-Desculpa, eu sei que não foi culpa sua eu é que sou desajeitada e acabei caindo.

-Eu é que tenho que pedi desculpa, somos tão amigos que as vezes esqueço que você é tão pequeninha e delicada.

-Você tá aonde?

-Tô acabando de sair do ensaio do grupo jovem.

-Passa aqui em casa, acho que não tem problemas para os meus pais.

-daqui a 15 minutos eu chego.

A campainha tocou e antes que o meu pai abrisse a porta eu gritei.

-Deixa que eu abro é o Matheus!

-Tudo bem. –Ele respondeu voltando do caminho enquanto eu abria a porta.

-Boa noite! –Falou beijando minha testa.

-Boa noite, entra!.

Ele cumprimentou todos e sem que percebêssemos estávamos sozinhos, todos havia subido e nós ficamos na sala. Ele me abraçou bem forte e eu recostei minha cabeça no seu ombro.

-Desculpa Matheus!

-Desculpa pelo quê?

-Nós estamos namorando há duas semanas e ainda não nos beijamos.

-Não quero te apresar eu quero que se sinta  preparada.

-E se eu nunca me sentir preparada?

-Uma hora você vai estar, não se preocupe eu sou seu príncipe e meu dever é preservar, cuidar, amar e proteger minha princesa.

-Tem namorado mais fofo que o meu?

-humm, acho que não!

-Modesto que só.

-Me dá suas mãos.

-Pra quê?

-Me dá suas mãos por favor.

Eu estendi minhas mãos para ele e ele entrelaçou as mãos dele nas minhas.Eu o olhei procurando uma explicação para o que ele estava fazendo, mas não precisava Deus havia dito em meu coração “Eu os uni”.
Na despedida ele me beijou a testa como fazia sempre e tudo que queria era poder ter coragem de beija-lo.

Orei e fui dormir, ou melhor tentar dormir não consegui fechar os olhos, então levantei da cama e fui para cozinha beber água.

-Sem sono filha?

-Sim.

-Quer colo do pai?

-Claro que sim.

Depois de beber água, sentamos no sofá e eu deitei a cabeça no colo do meu pai,

-O Que está te afligindo?

-É o Matheus.

-O que ele está fazendo de errado?

-Nada o Matheus é incrível, o problema é esse eu não mereço alguém como ele.

-Que bobagem Analice você é a garota mais incrível que eu conheço que a Maju não ouça -

Ele falou sorrindo.-Você também é incrível.

-Mas eu tenho muito medo.

-De quê?

-Já faz mais de duas semanas que estamos namorando e nós ainda não nos beijamos.

-Isso é normal filha, comigo e com sua mãe também foi assim e se tivéssemos nos apressado nosso primeiro beijo não seria tão maravilhoso como foi.

-Ele me disse que eu não preciso me preocupar, que ele vai esperar até eu me senti pronta.

-Então filha, porque o medo?

-Não sei pai, não sei o que fazer, como agir, o que dizer, e tudo mais.

-isso se ajeita filha, isso não é tão dificil como parece vocês vão aprender juntos, o Matheus é compreensivo ele vai te ajudar.

-Canta pra mim?

O meu pai tinha uma voz de linda e ele fez uma música para mim quando eu me decepcionei pela primeira vez quando gostei de um garoto que descobrir ter namorada, eu estava com 14-15 anos.

“Minha princesa, não tenha medo pois na vida tudo sempre vai passar
Não há dor que Deus não cure, ao seu lado ele está
Eu também sempre estarei para sempre te acalmar
E dizer que o papai te ama e sempre vai te amar
Nunca se esqueça de que você é uma princesa.
E de que o homem certo para ti um príncipe deve ser
Ele vai te amar, te cuidar e proteger
E ele vai estar sempre com você. “

Peguei no sono ali mesmo depois de ouvir a ultima palavra da música. Quando acordei pela manhã estava coberta e deitada no sofá. Sempre que dormia na sala quando criança meu pai me leva no colo e me colocava na cama, mas agora era diferente não tinha condições de subir as escada comigo.

***

-Mag me diz o que fazer?

-Fala sério! Analice, isso é uma escolha sua, ele não está te pressionando porque você fica nessa cobrança incansável?

-Sinto que ele está se cansando disso tudo, fizemos um mês de namoro ontem e ele foi super carinho e fofo como sempre, me deu uma gargantilha com um coração que tem as iniciais do nosso nome, mas eu me sinto culpada por não corresponder a ele na mesma altura.

-Você não gosta dele?

-Claro que sim, eu gosto muito dele, mas ainda não é amor e para ele desde o início sempre foi.

-Não sei o que falar Lice, ore a Deus ele te dirá o que fazer.

A Mag é minha amiga desde pequena, ela é filha da Talita amiga da minha mãe e é dois anos mais nova que eu e muito mais equilibrada também. A Kathy é filha da Karen e do Miqueias também amigos dos meus pais e o Paulo é irmão da Mag.

-Vou orar mesmo amiga, obrigada por tudo.

-Chego aí no sábado, vai sair como o Matheus?

-Ainda não marcamos nada, mas se você vier mesmo saímos todos juntos o Rick vem?

-Acho que não, ele vai entrar em semana de prova na faculdade quase não estou vendo tá louco pelos estudos.

-O Matheus está no penúltimo semestre vai se formar super novinho.

-22 né?

-23.

-pensei que era dois anos de diferença, eu e o Rick temos quarto de diferença.

-Nos vemos no sábado tá, traga coisas gostosas para mim.

-Levo sim, avisa a Maju que o Alan está louco para conhecer ela, você sabe que o Rick acha ela super inteligente né? Fez até propaganda dela para o irmão mais novo.

-Que o papai não ouça isso, está vigiando ela 24 horas por dia, tem muito ciúmes dela e o Leo então nem se fale.

-O Alan é tipo príncipe de conto de fadas, sua família vai gostar dele e a Maju também.

-Acho que sim, vou avisar para ela. Beijos amiga até sábado.

-Beijos, até sábado.

***

-Tenho duas notícias para você.

-Fala! o que foi?

-A Mag vem sábado.

-Que legal, estou morrendo de saudades.

A Mag se mudou para uma cidade distante para fazer faculdade pois o curso que ela queria não tinha na nossa cidade.

-E a outra notícia?

-O Alan vem também.

-Quem é Alan?

-É o irmão do Rick, está ansioso para te conhecer ela me disse que ele é muito bonito.

-E quem disse que eu quero conhecer ele?

-Não seja malvada Maju, o Rick falou de você para ele e quer te conhecer.

-O papai não vai deixar.

-Ele não precisa saber, nós vamos encontrar a Mag e lá vocês se encontram e conversam não vai ter nada de mais, e além do mais eu e o Matheus também vamos estar lá.

-Não sei não gosto de mentir para o papai.

-Faz assim eu converso com ele e se ele dizer que sim eu prometo ficar de vela entre vocês, certo?


-Certo. –Ela falou me abraçando, ela as vezes se fazia de durona mais ainda era uma criança grande.

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