quarta-feira, 29 de junho de 2016

Analice - Um encontro de histórias ( Capítulo dezesseis)



***

-Tenho duas notícias para te dar, uma boa e uma ruim começo por qual?

-Pela boa.

-Troquei a moto por um carro. –Ele quase não usava mais a moto por causa de mim e sempre usava o carro ou da mãe ou do pai.

-Parabéns amor isso não é notícia boa é uma notícia maravilhosa! E a ruim?

-Eu consegui um escritório novo.

-E ai? O que tem de ruim nisso?

-É em outra cidade, eu estou pensando em viajar é um dos melhores escritórios da capital e lá tenho mais chances de pegar melhores clientes.

A notícia chegou de surpresa e me tirou as palavras, eu sabia que para ele se desenvolver e crescer na profissão precisaria de um escritório melhor, mas não pensei que seria agora.

-Fala alguma coisa?

-O que você quer que eu  fale? Que eu adorei a notícia? Que eu estou feliz em ter meu namorado morando a quilômetros de distancia de mim?

-Não, quero que diga o que acha disso, se você acha que eu devo ir.

-Eu acho que isso vai ser muito bom para sua carreira profissional, mas eu não posso dizer o que você deve ou não fazer a vida é sua, e as escolhas também.

-Quero que você me dê sua opinião.

-Vamos lá, eu tenho certeza de que você já tem tudo planejado para ir se eu disser que não, vai mudar alguma coisa?

-Não.

-Então não precisa da minha opinião, não vai mudar em nada.

-Porque você tem que complicar as coisas?

-Ah sou eu que complico as coisas, porque foi eu que  arranjei um trabalho em outra cidade planejo tudo para ir embora e nem me importo com meu namorado?

-Eu me importo sim com você, eu podia ir sem te avisar.

-E podia esquecer de vez que um dia namorou com uma moça chamada Analice, pois eu faria de conta que te esqueci.

Ele me puxou para um abraço e eu não consegui deixar que o nó na garganta se transformasse em lágrimas que desciam quentes dos meus olhos. Ele já tinha comentado sobre isso antes, mas nunca foi algo que discutimos detalhes por detalhes do que iriamos fazer, é certo de que muitos casais namoram a distância, mas se já era difícil para nós nos vermos morando na mesma cidade imaginava como seria difícil nos vermos morando em cidades diferentes.

-Promete que vai falar comigo todo dia?

-Prometo. –Falou segurando meu rosto com as duas mãos. –Eu amo você e nem a distância vai mudar isso tá ouvindo?

Balancei a cabeça fazendo sinal de afirmação, mas no fundo temia que essa distância nos afastasse de vez.

Alguns dias depois dessa e de outras conversas que tivemos chegou o dia da grande viagem. Acordei depois de dormir poucas horas e já sentia meu coração doer de saudade e preocupação queria muito que ele mudasse de ideia, mas tentava me conformar de que isso não aconteceria.

Ele se despediu dos meus pais e eu fui junto com a família dele o levar na rodoviária, minha sogra não queria que ele fosse e nós duas éramos contra ele ir.

-Eu amo e muito você, não quero que você fique triste eu vou ficar bem.

-Não me peça coisas impossíveis, eu vou sentir muita falta sua.

Ele me abraçou bem forte e me lembrei da primeira fez que ele fez isso, senti o mesmo frio na barriga e a mesma vontade de ter ele ao meu lado em todo tempo para sempre.

Chorar abraçada ao Matheus já tinha se tornado costume, eu chorava de alegria, chorava quando sentia ciumes, depois que reatávamos de uma briga boba, quando estava de Tpm e quando qual quer coisa não estava bem comigo aquele abraço apertado daqueles braços fortes resolvia tudo, ou parecia resolver.

E depois que ele se fosse quem ia me consolar? Que braços fortes iam me envolver? Quem ia orar falando baixinho no meu ouvido? Quem?.

Quando ele entrou naquele ônibus meu mundo desabou, eu não fazia ideia de quão dependente eu tinha me tornado dele, o quanto a presença dele era importante para mim talvez tenha sido por isso que Deus permitira que ele ficasse longe por um tempo.

-Matheus! –Eu gritei quando ele entrou no ônibus.

Ele desceu e voltou correndo, eu fui ao seu encontro e ele me abraçou.

-Vai ficar tudo bem Lice, não precisa se preocupar eu te amo e nada vai mudar isso. –Falou me soltando e entrou no ônibus.

Sabia que ele estava chorando, quando desceu do ônibus tinha lágrimas nos olhos e não chorou  na minha frente para não me deixar mais triste.

-Para de chorar Lice.

-Desculpa minha sogra, mas não consigo.

-Consegue sim, o Matheus está bem e ele só vai ficar fora por pouco tempo. –Ela falou enxugando as lágrimas dos meus olhos.

Minha sogra era com uma mãe para mim, e eu sabia que assim como eu ela sentia muita tristeza por esse afastamento do Matheus, mas como uma mulher forte que era não demostrava como eu.

Eu a abracei bem forte como nunca fiz antes, ela tinha o abraço aconchegante daquele tipo de pessoa que te protege a qual quer custo.

-Obrigada sogra.

-Obrigada você por ser essa pessoa incrível que é e por amar e cuidar tão bem do meu filho.

Voltei para casa naquela tarde, entrei no quarto e fiquei lá o dia inteiro eu tinha perdido a fome e estava preocupada, pois o Matheus ainda não tinha me ligado. Fui para o culto e quando voltei recebi uma ligação do Matheus.

-Lice?

-Oi amor, como você está? Chegou bem?

-Oi amor, estou bem e cheguei bem também não liguei antes, pois o meu celular descarregou.

-Mas você já está na casa dos seus avós?.

-Sim, cheguei tem umas três horas já passei na casa dos seus avós paternos e amanhã eu vou na casa da sua vó Mara e do seu vô e a tarde eu pego o voo para São Paulo.

-Que bom, e como eles te receberam?

-super bem, perguntaram quanto tempo eu ficaria na cidade e ofereceram a casa se eu precisasse.

-São uns amores não é?

-Sim, e você já está melhor?

-A saudade corroendo meu peito, mas estou bem estou ótima. –Falei com o choro na garganta.

-Você acha que eu não sei que você está mal e com o choro na garganta Analice?

-Não tem como esconder nada de você não é?

-Não.

-Só queria seu abraço agora.

-Eu também queria ter você nos meus braços, mas não vou ficar muito tempo aqui é só um período para firmar meu nome e ter um pouco de reconhecimento aqui.

-Eu sei, mas o meu coração não entende isso.


-Coração da Analice entenda que eu continuo amando-a, mas preciso ficar longe por um tempo.

-Bobo! Eu te amo

-Eu te amo muito Lice, e tudo que eu queria era estar contigo agora, mas não posso

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Analice - um encontro de histórias (Capítulo quinze)




O dia da formatura chegou, e eu acho que eu estava mais nervosa do que o Matheus , comprei um vestido vermelho com comprimento abaixo dos joelhos, com a parte de cima rendada com mangas longas, cintura marcada e saia rodada, scarpan preto cabelos soltos com babylis, maquiagem discreta, mas bem bonita que a  tia Karen que era maquiadora tinha feito.

Meus pais e meus irmãos também iam estavam todos bem vestidos e lindos. Chegamos no local as 18:55 e nos acomodamos  em uma mesa próximo a mesa da família dele, nós nos cumprimentamos e eu voltei para sentar na mesa com meus pais, a Kathy e o Paulo, estava muito ansiosa para vê-lo se ele já era lindo no normal arrumado e de beca ele estava maravilhoso foi o que eu pensei quando depois de ter pego o canudo ele veio nos cumprimentar.

Ele me abraçou quando me viu e eu me senti completamente abençoada por ter alguém como ele na minha vida.

-Parabéns meu amor, que a partir de agora sua vida dê um Upgrade e que todos os seus sonhos, planos e projetos e tudo que você ainda não realizou possam ser realizados em Deus e que eu possa estar do seu lado em todos eles, eu te amo. –Falei no ouvido dele.

-Obrigada meu amor, eu também te amo e muito.

-Mah! –Uma moça gritou chamando o Matheus.

Ele me soltou do abraço e ela pulou no pescoço dele o abraçou e falou algo no ouvido dele que eu não consegui ouvi.  Até aquele momento eu estava calma, paciente e controlada.
-Analice essa é a Rebeca, Rebeca essa é a Analice minha namorada.
-Prazer Rebeca. –Falei apertando a mão dela.

-O prazer é todo meu, meu Deus como é pequenininha.

Quis não entender que era comigo que ela estava falando. Eu não respondi e o Matheus também não apenas deu um risinho e os dois voltaram a conversar, sobre umas leis, sobre os processos e sobre os escritórios que cada um tinha escolhido e eu fiquei lá no meio dos dois como a mais completa idiota.

Não bastava ser linda, alta e com um corpão de dar inveja a qual quer mulher, os cabelos logos e cacheados,  tinha que ser advogada como ele. Eu não ia dar uma de namorada ciumenta, pois depois de ouvir muito minha sogra e minha mãe resolvi não cair nas armadilhas que esse tipo de garota armava. Acho que tudo que ela queria era que eu armasse a maior confusão e fizesse o Matheus ficar com vergonha de mim e brigar comigo.
Eles continuaram a conversar  e de 15 a 15 segundos ela pegava na mão dele e como se não bastasse tudo isso, quando começou a tocar uma musica do Bruno Mars ela puxou o Matheus para pista de dança.

 Por dentro eu estava fervendo aquela era para ser uma noite marcada na nossa história, a formatura do meu namorado e era eu quem devia estar bailando naquela pista de dança.
-Você está bem? –Minha mãe perguntou.

-Não, mas tudo bem.
-Não vale a pena se chatear com esse tipo de pessoa filha.

-Mas dá para se chatear com o Matheus, e ele que me aguarde.

-Não vai brigar com ele filha, hoje é um dia feliz para ele não vai estragar o dia do rapaz. –
Meu pai disse.

-Tudo bem.

Depois que a música acabou eles desapareceram da pista de dança e eu fui ver se os encontrava, pois eu queria ir para casa. Puxei a Maju para ir junto comigo.

-Vê se não vai armar barraco viu?

-E desde quando eu armei algum barraco na minha vida.

Fui orando no caminho, não queria perder a compostura e muito menos envergonhar o meu Deus. Avistei os dois sentado no lado de fora do espaço.

-Maju se o Matheus estiver me traindo com essa menina eu acabo com ele ou eu não me chamo Analice.

-“Cê” tá louca mesmo? Claro que ele não está te traindo.

-Xiiii –Fiz sinal de silêncio e me escondi atras da parede onde podia ouvir os dois.
-Matheus porque você nunca quis ficar comigo?

-Porque eu tenho namorada, e mesmo que não tivesse eu sou cristão e não posso ficar.
-Fala sério eu sou muito mais bonita do que a sua namoradinha, pois é tão pequena que parece uma criança.

-Ela pode ser pequena, parecer criança, não ser tão bonita como você diz, mas é a minha namorada, a mulher que Deus me presentou, foi ela que se guardou pra mim, que esperou por mim e que está do meu lado em qual quer situação sendo ela boa ou ruim ela é muito mais mulher do que você e eu a amo e é com ela que quero viver toda minha vida.

-Tudo bem se achar isso, eu acho ela uma menina sem sal nem açúcar, mas gosto não se discute. –Falou se levantando e saindo.

Eu caminhei até ele e a Maju voltou para mesa com meus  pais.

-Eu te amo, te amo, te amo... –Falei abraçando ele.

-Eu também te amo, mas o que aconteceu?

-Estava com ciúmes da Rebeca, mas ouvi você falar com ela e percebi que esse tempo todo fui uma idiota em me preocupar em você acabar gostando de outra pessoa e esquecer de mim, hoje eu vi que você nunca faria isso.

-Quer dizer que você estava ouvindo a conversa ?

-Desculpa, mas eu precisava ouvir essa conversa.

-Você é mesmo uma boba sabia?

-Sabia.

-É uma boba em achar que te trocaria por outra mulher ou mesmo pelo tipo de pessoa que é a Rebeca, eu nunca faria isso.

-Agora eu sei, obrigada por estar comigo mesmo com todos os meus defeitos.
-Obrigado meu amor, por ter se controlado hoje, foi muito calma e paciente me surpreendi com sua maturidade.

-Acho que é bom ouvir a mãe e a sogra de vez em quando é bom ouvir a voz da experiência, pois a minha vontade era de pegar aquela Rebeca pelos cabelos.

Ele caiu numa crise de risos mais gostosa, era incrível como ele podia ficar mais lindo sorrindo.
-Não imagino você desse tamanhinho batendo na Rebeca ou melhor não te vejo brigando com ninguém esse não é seu perfil.

-Não subestime sua namorada. –Falei sorrindo para ele.

-Vamos dançar?

-Vamos.

Voltamos para o salão de festa e estava tocando uma musica romantica e nos dançamos pela pista de dança.

-É tão bom te beijar de salto. –falou depois de me beijar.

-Que diferença faz eu estar de salto alto?

-toda diferença, não preciso me envergar tanto e minha coluna agradece. –Falou rindo.

-Não foi nada engraçado isso, também não vou mais de beijar quando estiver de rateirinha, tênis ou sapatinha vou fazer um favor a sua coluna.

-Nossa! Desculpa, foi só uma brincadeira.

-Eu sei, mas entou cansada dessas brincadeiras, sua, dos seus amigos, dos meus amigos, você acha que se eu pudesse não teria uns 15 centimetros a mais ? claro que sim, mas não existe nenhuma possibilidade de eu crescer mais, então conforme-se em ter uma namorada de 1,55 de altura, pois eu já me conformei com o meu namorado gigante.

-Desculpa Analice, não imaginei que isso te incomodava tanto prometo não falar mais da sua altura, certo?

-Certo.

-desfaz esse bico, não quero que você fique chateada essa noite.
-Porque eu não resisto a você?
-Porque você me ama?

-É, porque eu te amo, seu bobo.

***

Depois que voltamos a namorar sentia que havia algo que nos tornava distantes, separados mesmo que juntos e eu orei a Deus sobre isso e resolvi chamar o Matheus para conversar a respeito.

-Amor?

-Oi Lice.

-Precisamos conversar.

-Aconteceu alguma coisa?

-Estou querendo conversar sobre algo que está me incomodando.

-Eu te pego ai na sua casa e vamos no rio, certo?

-Não, vem aqui em casa ou eu vou na sua.

-Eu vou aí.

Pelo tom da voz percebi que ele ficou assustado, depois de termos terminado sentia que ele tinha medo que eu desse uma de louca novamente e dissesse que não dava para ficarmos juntos.

Não tinha culto na minha igreja e por isso pedi que ele fosse na minha casa, eu precisava abrir meu coração precisava que ele ouvisse a verdade sobre mim.

-Tudo bem? –Ele falou com ar de preocupado quando eu abri a porta do quarto.

-Tudo bem. –Falei sorrindo e isso fez a face dele se iluminar.

Meus pais estavam em casa e eu tinha avisado que o Matheus iria passar lá naquela noite e disse também que precisávamos conversar de portas fechadas, pois isso era algo que não fazíamos. Quando estava na casa dele a porta do quarto ficava escancarada e na minha casa acontecia o mesmo com direito a olhadinhas do meu pai e do Leo para ver o que nós estávamos fazendo.

-Preciso saber o que é ou eu vou enlouquecer.

-Eu te amo!.

-Eu sei disso e eu te amo também, mas porque está dizendo isso?

-Não quero que pense ao contrário quando eu disser o que tenho para dizer.

-Não se preocupe.

-Eu tenho percebido que mesmo nós dois querendo estarmos juntos estamos distantes, sinto que existe uma barreira entre nós e não te culpo e nem me culpo por isso, isso é falta de uma conversa sincera e verdadeira ainda tem muita coisa em você que eu não conheço e muita coisa de mim que você precisa saber.

-Não vai terminar comigo de novo não né? –Ele falou com o ar pessado.

-Não, nunca mais vou fazer isso. –falei sorrindo.

Ele segurou nas minhas mãos e sentou na minha cama de frente para mim com os olhos fixos nos meus como ele costumava fazer.

-Se eu bem entendi o que você quis dizer é que essa distância é por falta de conversa entre nós?

-Sim.

-Mas nós conversamos mais do que fazemos qualquer outra coisa, as vezes nem nos beijamos ou nos abraçamos, as vezes estamos juntos mais só conversando.

-Eu sei Meu, mas o problema é o que escondemos nessas conversas. Eu preciso te dizer a verdade sobre mim e se você si sentir a vontade você me conta sobre você.

-Tudo bem, mas me diga o que é ?

-Bom, como você já sabe eu nunca namorei antes, mas isso não impediu que eu me apaixonasse e me ferisse bastante. Eu sempre fui do jeito que sou hoje, mas no auge na minha adolescência entre os 14 e 15 anos eu me apaixonei por um rapaz da minha igreja e nós começamos a ser amigos, eu o admirava muito e nos tornamos melhores amigos com o tempo passei a enxerga-lo não apenas como amigo e sim como alguém que eu queria namorar, eu era muito dependente dele e tudo que fazia era para agrada-lo, nós começamos a orar para namorar, mas um belo dia ele me disse que estava apaixonado e logicamente achei que fosse por mim, mas não era ele estava apaixonado por uma moça de outra igreja e eles começaram a namorar.

Eu dei uma pausa para ver se o Matheus estava prestando atenção no que eu dizia e continuei a falar.

-Eu fiquei mal e não queria mais fazer nada da vida, ia para escola forçada e não saia mais de casa para lugar nenhum, cair em uma depressão. –Falei com o choro entalado na garganta e o Matheus percebeu e segurou na minha mão bem forte.

-Não precisa falar se não se sentir bem.

-Eu preciso falar.

-continue então.

-Um dia depois que todos sairam pela manhã eu fiquei em casa sozinha e decidir acabar de vez com a minha vida e com a dor que sentia por ter me decepcionado, eu tinha vários complexos e achava que ele não tinha ficado comigo porque eu era feia, porque usava aparelho, porque eu era chata…então fui no mercado e comprei um veneno de rato voltei para casa peguei um copo de suco e coloquei todo veneno dentro e bebi.

Eu já tava em lágrimas e quase não tinha forças para continuar, mas precisava que o Matheus soubesse a verdade.

-Fiquei caída no chão da sala me debatendo e espumava pelo efeito do veneno e por dentro queria que tudo tivesse um fim, mas meu pai voltou para buscar algo que tinha esquecido e me viu estirada no chão ficou desesperado me colocou no carro e me levou para o hospital eu já estava inconsciente. –Não conseguia mais falar estava me machucando relembrar tudo aquilo.

O Matheus me abraçou forte e eu chorei até conseguir voltar a falar.

-Eu acordei horas depois que fizeram uma lavagem estomacal em mim e se meu pai não voltasse para casa eu provavelmente teria morrido em poucos minutos, eu era uma menina carente, ansiosa e casada da pressão das pessoas eu só queira que aquele garoto enxergasse a pessoa legal que eu era e o quanto eu gostava dele, eu era uma idiota Matheus que achava que precisava de um homem para ser feliz, eu era uma criança que me achava adulta e dona da verdade, eu me arrependo tanto de ter colocado a minha vida em risco por alguém que não merecia, pois a minha vida era e é mais importante, eu até hoje não me desculpo por isso Deus não merecia essa atitude minha.

-Xiii acabou! –falou colocando o indicador entre os meus lábios. –Passou e você não precisa se culpar, Deus te perdoa, sua família também e eu estou do seu lado para te ajudar a superar isso.

-Tem mais, depois que melhorei voltei para o colégio e passei a atormentar a garota que namorava ele, pois ela estudava na turma na Mag e todos os dias eu passava por lá e falava coisas feias para ela, e fazia brincadeiras malvadas e causava ciúmes nela por minha causa. –Falei voltando a chorar.

-Eu não tinha ideia de quanto mal eu fazia para eles e mais ainda para mim, por isso me machucava ainda mais. Eu precisava te dizer isso, pois esse meu ciúmes não é desconfiança sua e sim medo de que alguém faça o que eu fazia a eles, desculpa.

-Não precisa pedir desculpas, nós precisamos mudar sermos diferente daqui para frente eu e você, tá certo?

-Tá, obrigada.

Ele me abraçou e percebi que o som do choro não era apenas meu ele também chorava e eu sabia que não era apenas pelo que eu havia lhe contado, mas também por algo que ele temia falar.

-Eu também preciso te contar algo.

-Fala! Falei enxugando as lágrimas dos olhos dele.

-Eu tive uma namorada e ninguém nunca soube nem mesmo o Kaio, ela não era da igreja e nós mantínhamos um relacionamento totalmente fora da vontade de Deus, eu tentava leva-la para igreja, mas sempre ela inventava uma desculpa e me obrigava a ficar com ela e não ir para igreja. –Ele deu uma pausa buscando forças para falar. –Nós quase transamos e isso só não aconteceu, pois uma amiga dela abriu a porta do quarto para avisar que os pais dela estavam chegando.
Eu já estava chorando de novo, era difícil ouvir isso do Matheus que era quase um príncipe encantado para mim e que tinha me escondido aquilo por tanto tempo.

-Nós ficamos juntos por seis meses e nesse tempo por várias vezes nós quase transamos eu me sentia sujo e podre diante de Deus e só voltei a frequentar os cultos novamente quando terminei o namoro com ela.
Eu olhava para ele no fundo dos olhos, enquanto lágrimas jorravam dos meus olhos.

-Me desculpa por esconder isso de você, eu não tinha o direito de mentir.
Eu não conseguia falar só chorar e ele também chorava eu sentia raiva dele ter me escondido isso a tanto tempo e talvez se eu não forçasse a conversa ele não falaria, mas sentia raiva minha também por ter feito o que fiz e por ter escondido isso dele.

-Fala alguma coisa?

-Não vou mentir, fiquei chateada por ter me escondido isso a tanto tempo, por ter me feito acreditar que você foi um mocinho bom a vida inteira, mas não posso te julgar, pois fiz a mesma coisa de maneira diferente.

-Não vamos esconder mais nada um do outro promete?

-Prometo, prometo que nunca mais vou esconder algo de você.


Depois de conversarmos mais um pouco e de acertar coisas que estávamos fazendo de errado ficou tarde ele teve que ir para casa. Eu o levei até a porta o abracei bem forte e nos beijamos ele se foi.

terça-feira, 14 de junho de 2016

QUE AMOR É ESSE?



Como entender esse AMOR? Como descrever e mensurar o tamanho dele? Ele me conhece, sabe quem eu sou, sabe quão falha, pecadora, transgressora eu tenho sido, sabe quão negligente tenho me tornado com sua obra e com as pessoas em minha volta. Mas mesmo assim Ele continua me amando.
Como explicar o amor de um Deus justo, fiel, zeloso, guardador... Conosco, seres humanos hipócritas, falsos, mentirosos, egoístas, egocêntricos, soberbos... Como entender esse amor? Como explicar um Deus tão magnífico amar um ser tão insignificante? Um Deus que é a própria verdade amar um ser que vive na mentira?.
Já tentei de todas as formas e maneiras possíveis compreender, mas foi em vão. Nunca ninguém poderá decifrar esse amor, nem ao menos entendê-lo como realmente é.Mas o pouco que sei me faz amá-lo com uma intensidade que também não sei explicar, porque é exatamente isso que o amor faz, ele nos desarma, nos quebra, nos faz ficar sem palavra, ações ou reações.
E assim é que eu me sinto diante Dele, um ser humano sem palavras para expressar a enorme gratidão e graça que me cobre sem eu merecer.
Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos.
Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.
1 João 4:9,10
Ele nos amou primeiro e isso é algo inexplicável, Ele enviou seu filho para morrer por mim, por nós um povo pecador que não mereceu e nunca irá merecer algo Dele.
Dê valor ao amor de Deus por você, se arrependa dos seus pecados e escolha viver uma vida voltada para Ele, escolha entregar tudo nas mãos Dele. Pois mesmo sem você merecer Ele estará SEMPRE de braços abertos para te receber.

Graça e paz!

Fiquem com Deus e voltem sempre, pois o cantinho é meu, é seu, é nosso!!!

domingo, 12 de junho de 2016

Carta ao amado #18




Meu amado,

Eu fico sonhando com dia em que vou te encontrar, com o dia que vamos cruzar nossos olhos, nossas mãos, nossas vidas. Sonho com dia que diremos “sim” no altar. Parece loucura sonhar com alguém que nem mesmo sei o nome e onde se encontra, mas sei que existe e que está guardado em algum lugar do mundo para mim.

Às vezes sonho com as frases bonitas que irá me dizer e o diálogo de nossas intermináveis conversas, com as brincadeiras bobas que fará nós dois rirmos como crianças. Sonho com as brigas bobas e os ciúmes sem sentido que teremos um do outro.

E quando vejo vídeos de casamento  imagino que um dia será eu e você, nossos convidados, nossas famílias, nossos amigos reunidos para ouvir a nossa declaração de amor diante de Deus.

É mesmo louco te imaginar sendo alguns centímetros (muitos rsrs) mais alto que eu e a proteção que isso de alguma forma irá me dar, pois imagino seus braços fortes me envolvendo e o beijo na testa me fazendo sentir segura. Imagino como será quando algo não estiver bem, depois de falar com Deus o seu abraço será o meu lar.

E ouvir sua voz, talvez seja o meu maior desejo, ouvir “eu te amo” de você será sempre lembrado como um dos meus dias prediletos, pois é isso que tenho sonhado a vida inteira.

Eu já te amo antes mesmo te conhecer e isso parece loucura, talvez até seja, mas a imagem que tenho de você hoje me faz te amar pelo seu carácter, pelo cuidado, pelo seu amor e entrega a Deus, pelo carinho comigo, pela atenção com as pessoas porque é assim que eu te descrevo.

Talvez você não seja assim tão bonito e não tenha olhos verdes ou azuis, mas se tiver o sorriso da alma vai me conquistar de primeira.


Sei que quando nossos olhares se cruzarem eu terei certeza de que é você, terei certeza nesse momento que valeu a pena ter esperado por você e ter ouvido tudo que eu ouvi e que por muitas vezes me magoou. Não serei mais a encalhada, solteirona, sozinha, deixada pra trás, serei resposta de sua oração e você sem dúvida alguma será resposta da minha.



                                                         Com amor, sua amada.


OBS.: Deus não une pessoas, Ele une propósito. Antes de buscar um relacionamento com o homem / mulher busque um relacionamento intimo com Deus, faça sua obra e use os dons que Ele te deu para a glória Dele, pois somente Deus é capaz de suprir nossas necessidades e preencher os vazios. Seja completo(a) e procure alguém que te transborde, que faça você lembrar todos os dias o quanto valeu a pena esperar.

Fiquem com Deus e voltem sempre, pois o cantinho é meu, é seu, é nosso!!!

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Analice - Um encontro de histórias (Capítulo Catorze)



Alguém bateu na porta do quarto, na verdade eu não queria ver ninguém, mas não podia descontar nas pessoas o que eu estava sentindo, limpei os olhos e disse:

-Pode entrar.

-Matheus! –Falei assustada quando ele abriu a porta.

-Eu não vou deixar você boicotar sua própria vida,a nossa vida, eu sei dos seus sentimentos por mim e mais ainda dos meus por você nós não podemos ficar separados, não podemos.-Ele deu uma pausa enquanto caminhava na minha direção. –Lembra de todas as confirmações que recebemos? Lembra de quantas vezes prometemos ficar juntos até o fim? Lembra do seu sonho de beijar apenas o seu esposo? Bom, eu estou disposto a realiza-lo e a começar de novo, estou disposto a esquecer esses meses que foram os piores da minha vida, vamos tentar de novo Analice.

Eu não tinha nada para dizer, na verdade não conseguia dizer nada apenas me levantei da cama onde estava sentada e o abracei nosso choro parecia ser sincronizado, minhas lágrimas molhavam seu peito e as dele o topo da minha cabeça. Não precisávamos falar nada, tudo já tinha sido dito, tudo que nos importava era o amor e isso nós tínhamos de sobra, tudo que nos importava era a direção de Deus e Ele sempre esteve no controle, nós dois é que complicamos tudo.

Nos beijamos e nos abraçamos ainda mais forte ficamos juntos parados no meio do quarto, em silêncio como se tudo que tivéssemos para dizer agora não tivesse mais importância, e na verdade não tinha mesmo.

-Desculpa! –falei.

-Desculpada senhorita dona da verdade.

-Como você consegue me domar desse jeito?

-Normalmente penso o mesmo sobre você. –Ele falou sorrindo. –Eu acho que esse é um dom que temos um com o outro.

-Acho que sim, senti tanta saudade de você desse seu abraço, de ouvir sua voz, de segurar sua mão.

-Só sentiu saudade disso? –Falou sobre os meus lábios.

-Não, senti saudades de muitas outras coisas, inclusive de você me salvar dos meus próprios desastres. –Falei lhe dando um selinho.

-Eu senti muita saudade de você, do seu cheiro, de reclamar de você roer as unhas e ficar mexendo no cabelo.

Eu sorri, nada no mundo seria capaz de medi o tamanho da alegria que estava sentindo, da paz em tê-lo comigo.

-Ora comigo?

-sim. agora ?

-Agora. –Respondi.

Ajoelhamos aos pés da minha cama e de mãos dadas agradecemos a Deus por nos permitir estarmos juntos novamente e por tudo que ele estava fazendo nas nossas vidas e pedimos para que a partir daquele momento que nosso relacionamento pudesse ser totalmente direcionado por Deus e que juntos pudêssemos glorificar e exaltar a Deus.

***

-Sexta-feira é minha formatura.

-E você me diz isso assim nessa calma?

-E como eu deveria dizer?

Eu sorri da forma que ele falou.

-eu tenho que comprar algum vestido.

-Você tem tantos vestidos.

-vestido de festa Meu, eu não tenho nenhum novo e além do mais é uma formatura de 
direito as pessoas estarão super arrumadas e eu não quero fugir a regra.

-se você for de calça jeans ainda será a mais bonita.

-Não quero que nenhuma das suas amiguinhas tenham motivos para falarem mal de mim.

-Analice! –Ele fez cara de reprovação.

-Não é ciúmes, é proteção. –Falei tentando me defender.

-Não se preocupe tenho certeza de que será a mulher mais linda da festa.

-Não sei, mas acho que você vai ofuscar todos os homens da festa.

-Nossa! Você me acha tão bonito assim?

-Fala sério amor! você não é bonito é estonteante.

-Ótima admiradora essa que eu tenho viu? Não posso me queixar.

-Claro que não e lava esses pratos direito viu?

-Matheus lavando a louça?. –A mãe dele falou entrando na cozinha.

-Claro que sim, está treinando para quando a gente casar.

-Muito bem minha lice, vou colocar ele todos os dias agora para fazer isso. –Ela falou beijando o topo da minha cabeça.

-Coloca ele para fazer o almoço também, eu e meu pai estamos o ensinando e ele  está se saindo muito bem.

-Quer dizer que estão explorando meu filho não é?

-É sim mãe. –Ele falou gritando.

-Imagina minha sogra ele só esta aprendendo para quando casarmos dividirmos a tarefa, daqui a um ano serei uma professora e precisarei muito da ajuda dele para manter a casa em ordem.

-É brincadeira Analice, você está certíssima graças a Deus o Marcelo já veio sabendo tudo na verdade ele que me ensinou.

Nós ficamos conversando enquanto o Matheus lavava toda louça. Eu e minha sogra tínhamos uma relação de mãe e filha antes de namorar sempre orei a Deus para que quando tivesse um relacionamento que me permitisse me dar super bem com a família dele e principalmente com minha sogra e Deus me permitiu ter o que desejava.
Minha sogra era uma mulher muito bonita loira de cabelos bem cacheados, olhos castanho claro era super alegre e divertida, mas tinha na voz um docura de menina, tratava a família com muito amor e as pessoas a sua volta da mesma maneira.

-Minha sogra, com quantos anos a senhora casou?

-Eu casei com 22 anos e o Marcelo com 27, me casei alguns meses depois de ter terminado a faculdade.

-Da mesma idade que a minha mãe se casou.

-E você com quantos anos deseja casar?

-Não sei, eu termino a faculdade daqui a um ano com 22 anos também, eu me acho muito jovem, muito cedo, mas não quero colocar o Matheus a prova e nem a mim também e nós já nos conhecemos tão bem.

-É muito jovem sim, mas você já é muito madura já sabe tomar conta de uma casa, já é super organizada trabalhando e estudando, ainda faz as coisas da igreja eu acho que você se sairá uma ótima esposa, eu casei cedo justamente para não colocar o Marcelo a prova, ele já tinha tido vários relacionamento antes de mim, e era mais velho e para ele era muito mais difícil, mas eu não era preparada como você está.

-Não sei se sou tão preparada assim, eu sempre fui muito dependente dos meus pais, e hoje eu sou muito dependente do Matheus.

-Isso é normal, no início do meu casamento sofri muito, pois sentia muita saudade dos meus pais, ainda mais por ter tido que mudar para o interior.

-Imagino como foi difícil.

-Mas e quando a senhora teve filhos?

-Eu descobri que estava grávida da Keila depois que fiz um ano de casada foi uma surpresa enorme, pois eu estava me protegendo e o Marcelo tinha acabado de ficar desempregado.

-Nossa! Foi uma barra não foi?

-E como foi, os primeiros meses foi desesperador muitas noites acordava pela madrugada e encontrava o Marcelo na sala chorando, ele ficou muito mal, pois estava desempregado e somente eu grávida estava trabalhando e mantendo as despesas da casa. Uma noite levantei, pois não estava conseguindo dormir, pois a Keila mexia muito e principalmente durante a madrugada, eu fui na sala onde ele normalmente ficava e ele estava orando em prantos, me sentei em um dos sofá e esperei ele levantar da oração, quando ele levantou e me viu limpou as lágrimas rápido, tentando esconder o que eu já tinha visto várias vezes.
-Desculpa. –Ele falou ajoelhado de frente para mim.
-Não precisa pedir desculpas, Deus tem um propósito para todas as coisas, é só uma fase por mais difícil que seja ela vai passar.
E não foi diferente, quando completei sete meses de gravidez ele começou a trabalhar e o final da gestação foi bem tranquilo, graças a Deus.

-Que história! minha sogra, imagino como deve ter sido complicado, mas que bom que vocês enfrentaram tudo juntos.

-O que nos mantinha depois de Deus, era estarmos juntos. Quando a Keila fez 3 anos eu engravidei do Kaio, e quando o Kaio fez 2 eu engravidei do Matheus, foi uma barra ter todos eles pequenos em casa sozinha, mas Deus nos ajudou em tudo.

-Daria um livro essa história em?


-E como daria. –Ela falou sorrindo.
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