sexta-feira, 10 de junho de 2016

Analice - Um encontro de histórias (Capítulo Catorze)



Alguém bateu na porta do quarto, na verdade eu não queria ver ninguém, mas não podia descontar nas pessoas o que eu estava sentindo, limpei os olhos e disse:

-Pode entrar.

-Matheus! –Falei assustada quando ele abriu a porta.

-Eu não vou deixar você boicotar sua própria vida,a nossa vida, eu sei dos seus sentimentos por mim e mais ainda dos meus por você nós não podemos ficar separados, não podemos.-Ele deu uma pausa enquanto caminhava na minha direção. –Lembra de todas as confirmações que recebemos? Lembra de quantas vezes prometemos ficar juntos até o fim? Lembra do seu sonho de beijar apenas o seu esposo? Bom, eu estou disposto a realiza-lo e a começar de novo, estou disposto a esquecer esses meses que foram os piores da minha vida, vamos tentar de novo Analice.

Eu não tinha nada para dizer, na verdade não conseguia dizer nada apenas me levantei da cama onde estava sentada e o abracei nosso choro parecia ser sincronizado, minhas lágrimas molhavam seu peito e as dele o topo da minha cabeça. Não precisávamos falar nada, tudo já tinha sido dito, tudo que nos importava era o amor e isso nós tínhamos de sobra, tudo que nos importava era a direção de Deus e Ele sempre esteve no controle, nós dois é que complicamos tudo.

Nos beijamos e nos abraçamos ainda mais forte ficamos juntos parados no meio do quarto, em silêncio como se tudo que tivéssemos para dizer agora não tivesse mais importância, e na verdade não tinha mesmo.

-Desculpa! –falei.

-Desculpada senhorita dona da verdade.

-Como você consegue me domar desse jeito?

-Normalmente penso o mesmo sobre você. –Ele falou sorrindo. –Eu acho que esse é um dom que temos um com o outro.

-Acho que sim, senti tanta saudade de você desse seu abraço, de ouvir sua voz, de segurar sua mão.

-Só sentiu saudade disso? –Falou sobre os meus lábios.

-Não, senti saudades de muitas outras coisas, inclusive de você me salvar dos meus próprios desastres. –Falei lhe dando um selinho.

-Eu senti muita saudade de você, do seu cheiro, de reclamar de você roer as unhas e ficar mexendo no cabelo.

Eu sorri, nada no mundo seria capaz de medi o tamanho da alegria que estava sentindo, da paz em tê-lo comigo.

-Ora comigo?

-sim. agora ?

-Agora. –Respondi.

Ajoelhamos aos pés da minha cama e de mãos dadas agradecemos a Deus por nos permitir estarmos juntos novamente e por tudo que ele estava fazendo nas nossas vidas e pedimos para que a partir daquele momento que nosso relacionamento pudesse ser totalmente direcionado por Deus e que juntos pudêssemos glorificar e exaltar a Deus.

***

-Sexta-feira é minha formatura.

-E você me diz isso assim nessa calma?

-E como eu deveria dizer?

Eu sorri da forma que ele falou.

-eu tenho que comprar algum vestido.

-Você tem tantos vestidos.

-vestido de festa Meu, eu não tenho nenhum novo e além do mais é uma formatura de 
direito as pessoas estarão super arrumadas e eu não quero fugir a regra.

-se você for de calça jeans ainda será a mais bonita.

-Não quero que nenhuma das suas amiguinhas tenham motivos para falarem mal de mim.

-Analice! –Ele fez cara de reprovação.

-Não é ciúmes, é proteção. –Falei tentando me defender.

-Não se preocupe tenho certeza de que será a mulher mais linda da festa.

-Não sei, mas acho que você vai ofuscar todos os homens da festa.

-Nossa! Você me acha tão bonito assim?

-Fala sério amor! você não é bonito é estonteante.

-Ótima admiradora essa que eu tenho viu? Não posso me queixar.

-Claro que não e lava esses pratos direito viu?

-Matheus lavando a louça?. –A mãe dele falou entrando na cozinha.

-Claro que sim, está treinando para quando a gente casar.

-Muito bem minha lice, vou colocar ele todos os dias agora para fazer isso. –Ela falou beijando o topo da minha cabeça.

-Coloca ele para fazer o almoço também, eu e meu pai estamos o ensinando e ele  está se saindo muito bem.

-Quer dizer que estão explorando meu filho não é?

-É sim mãe. –Ele falou gritando.

-Imagina minha sogra ele só esta aprendendo para quando casarmos dividirmos a tarefa, daqui a um ano serei uma professora e precisarei muito da ajuda dele para manter a casa em ordem.

-É brincadeira Analice, você está certíssima graças a Deus o Marcelo já veio sabendo tudo na verdade ele que me ensinou.

Nós ficamos conversando enquanto o Matheus lavava toda louça. Eu e minha sogra tínhamos uma relação de mãe e filha antes de namorar sempre orei a Deus para que quando tivesse um relacionamento que me permitisse me dar super bem com a família dele e principalmente com minha sogra e Deus me permitiu ter o que desejava.
Minha sogra era uma mulher muito bonita loira de cabelos bem cacheados, olhos castanho claro era super alegre e divertida, mas tinha na voz um docura de menina, tratava a família com muito amor e as pessoas a sua volta da mesma maneira.

-Minha sogra, com quantos anos a senhora casou?

-Eu casei com 22 anos e o Marcelo com 27, me casei alguns meses depois de ter terminado a faculdade.

-Da mesma idade que a minha mãe se casou.

-E você com quantos anos deseja casar?

-Não sei, eu termino a faculdade daqui a um ano com 22 anos também, eu me acho muito jovem, muito cedo, mas não quero colocar o Matheus a prova e nem a mim também e nós já nos conhecemos tão bem.

-É muito jovem sim, mas você já é muito madura já sabe tomar conta de uma casa, já é super organizada trabalhando e estudando, ainda faz as coisas da igreja eu acho que você se sairá uma ótima esposa, eu casei cedo justamente para não colocar o Marcelo a prova, ele já tinha tido vários relacionamento antes de mim, e era mais velho e para ele era muito mais difícil, mas eu não era preparada como você está.

-Não sei se sou tão preparada assim, eu sempre fui muito dependente dos meus pais, e hoje eu sou muito dependente do Matheus.

-Isso é normal, no início do meu casamento sofri muito, pois sentia muita saudade dos meus pais, ainda mais por ter tido que mudar para o interior.

-Imagino como foi difícil.

-Mas e quando a senhora teve filhos?

-Eu descobri que estava grávida da Keila depois que fiz um ano de casada foi uma surpresa enorme, pois eu estava me protegendo e o Marcelo tinha acabado de ficar desempregado.

-Nossa! Foi uma barra não foi?

-E como foi, os primeiros meses foi desesperador muitas noites acordava pela madrugada e encontrava o Marcelo na sala chorando, ele ficou muito mal, pois estava desempregado e somente eu grávida estava trabalhando e mantendo as despesas da casa. Uma noite levantei, pois não estava conseguindo dormir, pois a Keila mexia muito e principalmente durante a madrugada, eu fui na sala onde ele normalmente ficava e ele estava orando em prantos, me sentei em um dos sofá e esperei ele levantar da oração, quando ele levantou e me viu limpou as lágrimas rápido, tentando esconder o que eu já tinha visto várias vezes.
-Desculpa. –Ele falou ajoelhado de frente para mim.
-Não precisa pedir desculpas, Deus tem um propósito para todas as coisas, é só uma fase por mais difícil que seja ela vai passar.
E não foi diferente, quando completei sete meses de gravidez ele começou a trabalhar e o final da gestação foi bem tranquilo, graças a Deus.

-Que história! minha sogra, imagino como deve ter sido complicado, mas que bom que vocês enfrentaram tudo juntos.

-O que nos mantinha depois de Deus, era estarmos juntos. Quando a Keila fez 3 anos eu engravidei do Kaio, e quando o Kaio fez 2 eu engravidei do Matheus, foi uma barra ter todos eles pequenos em casa sozinha, mas Deus nos ajudou em tudo.

-Daria um livro essa história em?


-E como daria. –Ela falou sorrindo.

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