Alguém
bateu na porta do quarto, na verdade eu não queria ver ninguém, mas não podia descontar
nas pessoas o que eu estava sentindo, limpei os olhos e disse:
-Pode
entrar.
-Matheus!
–Falei assustada quando ele abriu a porta.
-Eu
não vou deixar você boicotar sua própria vida,a nossa vida, eu sei dos seus
sentimentos por mim e mais ainda dos meus por você nós não podemos ficar
separados, não podemos.-Ele deu uma pausa enquanto caminhava na minha direção.
–Lembra de todas as confirmações que recebemos? Lembra de quantas vezes
prometemos ficar juntos até o fim? Lembra do seu sonho de beijar apenas o seu
esposo? Bom, eu estou disposto a realiza-lo e a começar de novo, estou disposto
a esquecer esses meses que foram os piores da minha vida, vamos tentar de novo
Analice.
Eu
não tinha nada para dizer, na verdade não conseguia dizer nada apenas me
levantei da cama onde estava sentada e o abracei nosso choro parecia ser
sincronizado, minhas lágrimas molhavam seu peito e as dele o topo da minha
cabeça. Não precisávamos falar nada, tudo já tinha sido dito, tudo que nos
importava era o amor e isso nós tínhamos de sobra, tudo que nos importava era a
direção de Deus e Ele sempre esteve no controle, nós dois é que complicamos
tudo.
Nos
beijamos e nos abraçamos ainda mais forte ficamos juntos parados no meio do
quarto, em silêncio como se tudo que tivéssemos para dizer agora não tivesse
mais importância, e na verdade não tinha mesmo.
-Desculpa!
–falei.
-Desculpada
senhorita dona da verdade.
-Como
você consegue me domar desse jeito?
-Normalmente
penso o mesmo sobre você. –Ele falou sorrindo. –Eu acho que esse é um dom que
temos um com o outro.
-Acho
que sim, senti tanta saudade de você desse seu abraço, de ouvir sua voz, de
segurar sua mão.
-Só
sentiu saudade disso? –Falou sobre os meus lábios.
-Não,
senti saudades de muitas outras coisas, inclusive de você me salvar dos meus
próprios desastres. –Falei lhe dando um selinho.
-Eu
senti muita saudade de você, do seu cheiro, de reclamar de você roer as unhas e
ficar mexendo no cabelo.
Eu
sorri, nada no mundo seria capaz de medi o tamanho da alegria que estava
sentindo, da paz em tê-lo comigo.
-Ora
comigo?
-sim.
agora ?
-Agora.
–Respondi.
Ajoelhamos
aos pés da minha cama e de mãos dadas agradecemos a Deus por nos permitir estarmos
juntos novamente e por tudo que ele estava fazendo nas nossas vidas e pedimos
para que a partir daquele momento que nosso relacionamento pudesse ser
totalmente direcionado por Deus e que juntos pudêssemos glorificar e exaltar a
Deus.
***
-Sexta-feira
é minha formatura.
-E
você me diz isso assim nessa calma?
-E
como eu deveria dizer?
Eu
sorri da forma que ele falou.
-eu
tenho que comprar algum vestido.
-Você
tem tantos vestidos.
-vestido
de festa Meu, eu não tenho nenhum novo e além do mais é uma formatura de
direito as pessoas estarão super arrumadas e eu não quero fugir a regra.
-se
você for de calça jeans ainda será a mais bonita.
-Não
quero que nenhuma das suas amiguinhas tenham motivos para falarem mal de mim.
-Analice!
–Ele fez cara de reprovação.
-Não
é ciúmes, é proteção. –Falei tentando me defender.
-Não
se preocupe tenho certeza de que será a mulher mais linda da festa.
-Não
sei, mas acho que você vai ofuscar todos os homens da festa.
-Nossa!
Você me acha tão bonito assim?
-Fala
sério amor! você não é bonito é estonteante.
-Ótima
admiradora essa que eu tenho viu? Não posso me queixar.
-Claro
que não e lava esses pratos direito viu?
-Matheus
lavando a louça?. –A mãe dele falou entrando na cozinha.
-Claro
que sim, está treinando para quando a gente casar.
-Muito
bem minha lice, vou colocar ele todos os dias agora para fazer isso. –Ela falou
beijando o topo da minha cabeça.
-Coloca
ele para fazer o almoço também, eu e meu pai estamos o ensinando e ele está se saindo muito bem.
-Quer
dizer que estão explorando meu filho não é?
-É
sim mãe. –Ele falou gritando.
-Imagina
minha sogra ele só esta aprendendo para quando casarmos dividirmos a tarefa,
daqui a um ano serei uma professora e precisarei muito da ajuda dele para
manter a casa em ordem.
-É
brincadeira Analice, você está certíssima graças a Deus o Marcelo já veio
sabendo tudo na verdade ele que me ensinou.
Nós
ficamos conversando enquanto o Matheus lavava toda louça. Eu e minha sogra
tínhamos uma relação de mãe e filha antes de namorar sempre orei a Deus para
que quando tivesse um relacionamento que me permitisse me dar super bem com a
família dele e principalmente com minha sogra e Deus me permitiu ter o que
desejava.
Minha
sogra era uma mulher muito bonita loira de cabelos bem cacheados, olhos
castanho claro era super alegre e divertida, mas tinha na voz um docura de
menina, tratava a família com muito amor e as pessoas a sua volta da mesma
maneira.
-Minha
sogra, com quantos anos a senhora casou?
-Eu
casei com 22 anos e o Marcelo com 27, me casei alguns meses depois de ter
terminado a faculdade.
-Da
mesma idade que a minha mãe se casou.
-E
você com quantos anos deseja casar?
-Não
sei, eu termino a faculdade daqui a um ano com 22 anos também, eu me acho muito
jovem, muito cedo, mas não quero colocar o Matheus a prova e nem a mim também e
nós já nos conhecemos tão bem.
-É
muito jovem sim, mas você já é muito madura já sabe tomar conta de uma casa, já
é super organizada trabalhando e estudando, ainda faz as coisas da igreja eu
acho que você se sairá uma ótima esposa, eu casei cedo justamente para não
colocar o Marcelo a prova, ele já tinha tido vários relacionamento antes de mim,
e era mais velho e para ele era muito mais difícil, mas eu não era preparada
como você está.
-Não
sei se sou tão preparada assim, eu sempre fui muito dependente dos meus pais, e
hoje eu sou muito dependente do Matheus.
-Isso
é normal, no início do meu casamento sofri muito, pois sentia muita saudade dos
meus pais, ainda mais por ter tido que mudar para o interior.
-Imagino
como foi difícil.
-Mas
e quando a senhora teve filhos?
-Eu
descobri que estava grávida da Keila depois que fiz um ano de casada foi uma
surpresa enorme, pois eu estava me protegendo e o Marcelo tinha acabado de
ficar desempregado.
-Nossa!
Foi uma barra não foi?
-E como foi, os primeiros meses foi
desesperador muitas noites acordava pela madrugada e encontrava o Marcelo na
sala chorando, ele ficou muito mal, pois estava desempregado e somente eu grávida
estava trabalhando e mantendo as despesas da casa. Uma noite levantei, pois não
estava conseguindo dormir, pois a Keila mexia muito e principalmente durante a
madrugada, eu fui na sala onde ele normalmente ficava e ele estava orando em
prantos, me sentei em um dos sofá e esperei ele levantar da oração, quando ele
levantou e me viu limpou as lágrimas rápido, tentando esconder o que eu já
tinha visto várias vezes.
-Desculpa. –Ele falou ajoelhado de
frente para mim.
-Não precisa pedir desculpas, Deus
tem um propósito para todas as coisas, é só uma fase por mais difícil que
seja ela vai passar.
E não foi diferente, quando
completei sete meses de gravidez ele começou a trabalhar e o final da gestação
foi bem tranquilo, graças a Deus.
-Que
história! minha sogra, imagino como deve ter sido complicado, mas que bom que
vocês enfrentaram tudo juntos.
-O
que nos mantinha depois de Deus, era estarmos juntos. Quando a Keila fez 3 anos
eu engravidei do Kaio, e quando o Kaio fez 2 eu engravidei do Matheus, foi uma
barra ter todos eles pequenos em casa sozinha, mas Deus nos ajudou em tudo.
-Daria
um livro essa história em?
-E
como daria. –Ela falou sorrindo.
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