sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Vencendo com amor -Capítulo treze



O Levi estava namorando a Maí e o Andy se acertou e começou a namorar com a Raka, minha casa vivia sempre cheia e era tanta “melação” que preferia ficar no quarto a ter que ver meus dois irmãos na sala de estar namorando e eu pagando de vela.
O William parecia realmente ter entendido que seríamos apenas amigos e isso foi bom, pois quando estava com ele não me preocupava mais em ele estar criando expectativas comigo e eu também já estava me conformando com ideia de tê-lo apenas como amigo.
Nós tínhamos mais coisas em comum do que eu imaginava, ele era realmente um homem incrível que estava escondido naquela armadura de drogado-pegador, a família dele também era incrível. A mãe, o pai, a irmã Sophia era um amor de pessoa eu me dava super bem com todos.
-Vai comigo?
-Sério? Eu vou ficar com vergonha da sua família e você é meu chefe não vai pegar bem.
-Por favor, eu não quero ir sozinho e você sabe que seu irmão não desgruda mais da Mai.
-Então sou sua segunda opção?
-Claro que não! Só estou te dizendo que nem o seu irmão que seria minha segunda opção quer ir comigo. Vamos? Ordem de chefe.
-Tá bom!
Eu tinha voltado a trabalhar na empresa do William  depois que nos acertamos como amigos.
-Te busco as 18:30, certo?
-Certo!
Já estava até imaginando chegar na festa de aniversário da avó dele e ouvir aqueles comentários nada legais, nós não éramos namorados e eu sabia que todos achariam isso, mas como ele estava sendo um ótimo amigo e chefe eu não deixaria ele ir sozinho.
Escolhi um vestido azul na altura do joelho, ele era bem rodado e tinha a cintura bem marcada. Calcei uma sandália de salto mais não muito alta e soltei o cabelo. Passei um pouco de maquiagem e peguei uma bolsa preta de lado para levar os meus documentos e o celular.
Ás 18:30 horas ele estava na porta da minha casa, mas lindo do que nunca. Vestia calça e paletó preto, blusa rosa e gravata preta listrada com cinza. O perfume era incrível e como não acontecia a meses uma frio percorreu minha espinha e borboletas fizeram o favor de dançar em meu estômago.
-Você está ainda mais linda! –Falou me envolvendo num abraço apertado.
-Obrigada! Você também está muito bonito. –Falei me afastando.
Chegamos a casa dos avós maternos dele que por sinal era enorme, um casarão lindo todo decorado por luzinhas do lado de fora e dentro na sala de estar parecia um salão de festa de tão grande.
-Porque não me disse que era um lugar tão “chique”?
-Porque não teria vindo!
-Justamente! Olha essa sala! É maior que a  minha casa inteira.
Ele riu e me abalou por dentro, tinha voltado a tona todo sentimento guardado em um anos que nos conhecíamos.
-Vó , vô essa é a Natália!
-Oi! Prazer em conhecê-los! –Falei estendo a mão para a avó dele, que tinha os mesmos olhos que a filha e a mesma mania de puxar as pessoas para o abraço. Ela me abraçou e falou baixinho no meu ouvido : “Desde a Thaiane você é a primeira garota que ele trás aqui para nós conhecermos, ele me fala muito de você.”
Ela me soltou do abraço e eu tinha um sorriso no rosto muito mais por nervoso e por temer o que aquela frase queria me dizer.  O avô apertou minha mão e chamou o William para conversar.
Eu estava com o choro na garganta me arrependendo até a alma de ter ido aquele lugar.
-Não precisa ter medo, ele as vezes é meio tosco, mas é um rapaz maravilhoso. Ele me disse que você não dá muita bola para ele, mas olhando esses olhos lindos e marejados tenho certeza de que não é verdade. –Porque pessoas mais velhas tem a mania de desarmar a gente assim?.
-Digamos que o seu neto não é bem o que eu planejava para mim.
-Entendo, mas no coração a gente não manda e quando Deus tem propósitos em uma união aí é que não mandamos mesmo.
Eu não tinha o que dizer para ela e graças a Deus o William chegou e foi me apresentar ao resto da família.
-Aconteceu alguma coisa? –Ele perguntou assim que saímos de perto dos avós dele.
-Desculpa, eu preciso ir embora.
-O que a minha vó te disse? –Ele perguntou preocupado.
-Nada. Eu só me sinto deslocada aqui.
-Fica só até bater os parabéns, eu juro que te levo para casa depois disso.
Eu assenti com a cabeça e fui com ele até onde os pais dele estavam sentados com a Sophia irmã dele e uma jovem que nunca tinha visto, mas pareceu não ser bem vinda para o William que fulminou ela com olhar que até eu fiquei com medo.
-O que foi? –Falei virando o rosto dele na minha direção. No canto do olho descia um lágrima. –Por favor, William diz o que foi?
-Ela é minha ex. –ele falou limpando os olhos com as costas da mão demonstrando uma raiva que nunca vi nos olhos dele.
-Você quer ir embora? Você não precisa enfrentar ela.
-Mas eu quero. –Ele falou segurando minha mão e me levando até a mesa.
Eu cumprimentei a todos com beijinhos e abraços, pois já os conhecia. Fiquei parada em frente aquela moça que era tão bonita que parecia uma boneca de  porcelana, olhos azuis, cabelos longos e pretos e uma pele tão linda que parecia de bebê.
-Oi eu sou a Thaiane e você deve ser a Natália. –ela falou  estendo a mão.
-Sim, prazer em conhecê-la. –falei apertando a mão dela. Enquanto o William estava atrás de mim com a mão na minha cintura me segurando fazendo ela perceber que ele estava comigo.
-Oi Willy! –Ela falou forçando um sorriso.
Ele não respondeu apenas assentiu. Eu já tinha chamado ele assim e ele me disse que não gostava agora eu entendia o porquê.
-amor, você não vai sentar? –Ele falou para mim.
Eu lancei um olhar de interrogação para ele enquanto ela se levantou da mesa e foi a trás de uma das primas do William. Ele estava tão estranho que eu fiquei meio com ciúmes dela ter tirado a atenção dele, mas chateada por ter me usado.
-Eu não estou aqui para ser usada por você, não tenho culpa de sua ex estar aqui e eu não sou seu “amor”. –Falei me levantando e saindo e a Sophia veio atrás de mim.
-Filho! –A mãe chamou a atenção dele. –Você pisou na bola.  –Ela falou enquanto eu estava caminhando .
-Ele só está chateado por ter visto a Thaiane, pois ela fez muito mal a Ele. Ele não quis te usar foi só a reação que ele teve no momento.
-Ótima defensora essa que ele tem, eu vim por causa dele e ele não tinha que ficar se importando com ela. –disse irritada.
-Tá com ciúmes? –Ele veio por trás de mim e a voz dele fez meu corpo estremecer.
-Não! Porque eu teria? –Falei me virando para ele.
-Seus olhos e atitudes desmentem sua resposta.
-William, eu vim aqui por sua causa é óbvio que eu fiquei chateada de você ter me usado para afastar ela de você. –Falei ríspida demais.
-Nossa! Tudo bem, desculpa por ter te magoado.
-Você ainda é meu chefe, então não tenho como não te perdoar. –Falei sarcástica.
Voltamos para mesa dos pais dele e conversamos um pouco eles eram super divertidos e me falaram ótimas coisas sobre o William.
-Porque não leva a Nah para conhecer a casa. –A mãe dele falou.
-você quer ir? –Perguntou com um meio sorriso.
-Não quero te ver assim. –Falei me referindo a ele ter ficado triste depois do encontro com a Thaiane.
-Tudo bem, vamos? –Ele falou me puxando pelo braço.
Passamos por algumas pessoas e subimos uma escada enorme que lembrava aquelas de palácios de filme de princesa. Ele foi me mostrando quarto por quarto um mais lindo do que o outro até chegar em um que ficava no fim de um dos muitos corredores.
-Esse é o meu! –Ele falou abrindo a porta e eu entrei.
-Nossa! Que lindo! –Falei sem ter palavra para descrever aquele quarto.
O quarto era incrível  tinha paredes brancas, uma cama de casal enorme coberta por um edredom azul marinho com várias almofadas colorida, uma televisão enorme de frente para a cama, uma estante de livros, e uma parede só com quadros de fotografias,  uma cortina de um tecido fino cobria uma janela de vidro que dava para uma varanda com vista para a cidade e frente para enorme piscina na lateral da casa.
-Meu Deus! William esse quarto é incrível! Porque você nunca me falou que tinha um quarto na casa dos seus avós.
-normalmente as pessoas se aproximam de mim mais pelo dinheiro que quando eu conheço alguém prefiro nem contar desse lado luxuoso da minha família.
-você achou que eu era interesseira. –Falei ofendida.
-Claro que não! Mas eu me acostumei a agir assim com as outras pessoas. Desculpa!
- O que seus avós fazem para ter tanto dinheiro.
-Eles tem uma rede de hospitais.
-Nossa! Serío?
-Sim. Por isso eu escolhi enfermagem, não tinha tanta inteligente para medicina...
-Foi no genérico que é a enfermagem. –Falei interrompendo ele.
-Sim.
-William! Eu estou boba com o tamanho desse quarto.
-Estou vendo. –Falou rindo.
-Pode rir! Se dormisse num ovo do tamanho do meu quarto você acharia esse quarto muito mais incrível.
-Desculpa! É que sempre tive essa realidade é até engraçado ver algum espantado com o tamanho da casa, ou do quarto.
Ele me puxou pelo braço e abriu uma porta que tinha dentro do quarto.
-Meu Deus do céu ! você tem uma banheira dentro do próprio quarto, William!
Ele caiu numa crise de risos que não resisti e ri também. Como eu amava quando estava com ele sempre me levava a rir de forma espontânea sem nenhuma pressão.
-Bobo!
Descemos para a festa e depois dos parabéns ele me levou para casa. Eu estava extasiada com tudo que teve naquela festa.
-Quer que eu te leve até lá em cima?
-Não precisa! Obrigada William pela noite, obrigada por me divertir tanto, por me apresentar a sua família e por me mostrar seu quarto eu amei estar em sua companhia.
-Eu que agradeço ter ao meu lado a presença de uma moça tão linda, educada, e que ri fácil das minha péssimas piadas. –Ele falou rindo. –Obrigada por não me recriminar por quem eu era e não ter vergonha do que as pessoas pensariam ao nosso respeito, você é incrível. –Ele falou e beijou minha bochecha.
-Essa é a hora que eu choro, ou que eu beijo o mocinho? –Falei brincando.
-A hora que você quiser.

-Então é a hora de ir embora, você é demais! –Falei e beijei a bochecha dele.

***

E ele esperou meses para que enfim eu lhe desse uma resposta para que o dissesse se ficaríamos juntos ou não.  Ele me convidou para ir jantar na casa dos avós deles  e eu aceitei me arrumei e ele me buscou em casa.
-Você está ainda mais linda.
-Posso dizer o mesmo. –Ele estava com a barba por fazer e isso o deixava com o ar de pessoa madura e ao mesmo tempo lhe deixava charmoso.
Chegamos na mansão dos avós dele, nós cumprimentamos os avós e os tios dele que estavam na casa e ele me levou para  parte lateral da casa e lá tinha um mesa posta com uma decoração incrível.
-Meu Deus! que lindo William!
-Queria te fazer uma surpresa se eu fizesse na sua casa você ia perceber, na minha casa a soph ia te contar então aqui foi o melhor lugar.
-Hoje não é meu aniversário, nem o seu o que de tanto especial para essa decoração?
-Estar com você já deixa tudo especial eu lhe prometi que te trataria como princesa, espero estar conseguindo.
-É claro que está, você é incrível!
O jantar foi maravilhoso e nós conversamos por muito tempo, era muito interessante a maneira como nós dois sendo tão diferentes nos encaixávamos tão bem e nos entendíamos tanto. Havia coisas que eu nunca tinha contado para minha mãe ou para a Mai e a Raka e que eu contei para ele e ele me entendeu, não me julgou, não me apedrejou por pensar e agir da maneira que fiz.
-Eu comprei um presente para você?
-O quê? –Perguntei curiosa.
-Espero que goste a Raka me disse que você gosta bastante disso. –Ele falou me entregando uma caixa que pegou dentro da casa dos avós.
Eu abri e dentro tinha 5 livros do Max Lucado que é um autor que eu simplesmente amo.
-Não acredito! Sério mesmo?! –Falei abraçando ele. –Obrigada William!
-São apenas livros! –Falou disse sorrindo.
-São apenas livros que eu queria muito e não poderia comprar no momento, são apenas livros que eu ganhei de presente sem motivo ou data comemorativa de alguém especial que se importa comigo.
-Você é muito linda e eu não digo isso apenas pela beleza exterior, mas você é linda por dentro tanto ou mais do que por fora, eu admiro muito você e esse jeito seu de ser.
Nós nos levantamos e ficamos de frente um para o outro e ele estava um pouco envergado, pois era bem mais alto que eu, mas eu fitava os olhos dele e não havia azul ou verde no mundo que se comparasse ao brilho e a intensidade daqueles olhos castanhos.
Ele sorriu para mim. Eu sorri para ele. Nós ficamos apenas ali nos olhando. Era um turbilhão de pensamentos e sensações que o meu corpo desconhecia, mas que era maravilhoso de sentir. Ele pôs uma mão em meu rosto e a outra na minha cintura e me puxou para mais perto o que fez meu coração acelerar e o frio na barriga aumentar.
O rosto dele estava cada vez mais próximo do meu eu conseguia sentir sua respiração ofegante,então fechei os olhos, não queria ter que dizer nada e acabar o encanto daquele momento, não queria ter medo, não queria pensar em nada. Apenas me entreguei.
Depois de prender uma mecha do meu cabelo atrás da orelhas acariciou o meu rosto com o  polegar, eu não contive o sorriso, mas ainda continuava de olhos fechados.
-Tem certeza? –Ele perguntou e eu assenti.
Ele me beijou e eu não fazia ideia de quão maravilhoso isso era, uma sensação de alegria e euforia corria meu corpo e meu coração acelerou ainda mais. Ele me soltou depois de um, dois, três, não sei quantos selinhos.
-Obrigado!
-porque ?
-Por ter confiado suficiente em mim para permitir que o primeiro beijo da sua vida fosse comigo alguém tão sujo diante de você. Obrigado por ter se guardado e por me fazer enxergar o valor que existe em um beijo, em um carinho que eu nunca vi antes.
-Obrigada por ter esperado o meu tempo e eu tenho certeza de que não seria tão incrível se não fosse com você.
Ele me puxou pela cintura de novo e encostou o rosto no meu pescoço e disse baixinho no meu ouvido: -Quer namorar comigo? –Fazendo meu corpo arrepiar inteiro.
Queria dizer sim de todas as formas possíveis, em todas as línguas, com todos os bons sentimentos do mundo. Mas o meu corpo estava paralisado e a minha voz estava presa na garganta.
Busquei forças de onde nem sei e respondi com lágrimas escorrendo pelo rosto. A quanto tempo eu esperava por alguém, quantas noites, madrugadas eu passei em claro chorando e questionando a Deus e logo que o meu coração descansou Ele me deu o William de um jeito que não esperava, sendo a pessoa menos provável que imaginava, fazendo minha vida e minha mente bagunçar por completo.
-É claro que eu aceito!
Ele me girou pelo jardim da casa onde nós estávamos depois me colocou no chão.
-Se eu soubesse que uma coleção de livros do Max te deixaria tão feliz e a ponto de me beijar te daria na primeira semana que nos conhecemos.
-Bobo! Não foi o presente, nem à noite, é simplesmente você, do jeitinho que é que foi me conquistando. Hoje só foi o ápice do romantismo.

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