domingo, 28 de agosto de 2016

Vencendo com amor -Capítulo Onze e Doze


A Maísa começou a namorar com o Levi e isso deixou o Andy muito chateado porque de alguma forma ele já gostava dela. A Raka era apaixonada pelo Andy desde que ele começou a morar no nosso prédio, mas como ela era dois anos mais velha nunca quis correr a trás dele com medo dele a desprezar.

-Você tem que parar de fingir que não gosta dele, o que são dois anos? Não é nada Raka. –Disse seca.

-Eu sei, mas ele ainda gosta da Mai e se ele me achar velha. –falou  justificando-se.
-Raquel você tem 23 anos e ele 21 anos o que são dois anos? Além do mais ele é super maduro e você nem parece ter 23 tem cara de 17.

 -Verdade Raka. –A Maísa confirmou.

- Tá eu vou orar mais sobre isso, agora vamos para o culto ou vamos chegar ta rde.

 Assim que chegamos na igreja eu vi o William sentado nas primeiras fileiras,   depois  que o vi e ele disse estar apaixonado ele não me procurou mais , mas  voltou a frequentar minha igreja. Me sentei na mesma direção da fileira do  outro lado. Enquanto ele adorava eu vi lágrimas descendo sobre seu rosto e  aquela era a primeira vez que o via chorar e como era lindo. Como podia  continuar lindo chorando? Como podia ser tão fofo?.
 O culto terminou e ele não falou comigo no final fez isso a semana inteira, nem  mesmo falou por mensagem ou ligação. Ele estava se afastando e tudo que eu  queria estava acontecendo, mas não achei que me doeria tanto assim ser desprezada por ele.

-Hoje não é dia do seu “amiguinho” não vai vim para o estudo? –perguntei  querendo um sim como resposta.

 Ele tinha voltado a tomar aula bíblica com o Levi e as vezes para estudar algo  da faculdade.

-Ele não vem hoje, vai para casa do Andy eu acho.

- E por quê? –perguntei curiosa.

- Porque ele esta te evitando. –Disse rindo.

-me evitando? –Disse confusa.

-Sim, evitando receber seu desprezo. –Sim, o desprezava, mas era uma proteção eu não queria me enganar novamente e muito menos me ferir.

 -Vai fala sério! Eu nem estava mais maltratando ele. –disse desconversando.

- Mentira, ele vai para casa do Andy porque eu vou sair com a Maísa.

-Onde vocês vão?

- Cinema.

- Vigia viu? Cuida bem da minha amiga e aí de você se querer dar vida a essas mãozinhas.

-Parece até que não conhece o irmão que tem, claro que eu não vou fazer nada de mais eu gosto dela quero que ela se sinta como uma princesa.

- Eu sei, estou brincando. Bom passeio.

O  Levi saiu e a Raka veio logo atrás toda arrumada até de maquiagem que ela na o costumava usar.

-Hum! Onde é a festa?

-Vou  jantar como Andy?

-O Levi disse que ele ia dar o estudo hoje para o William.

-Não sei, acho que ele se esganou porque o Andy me chamou ontem para jantar.

-Tá bom, ele deve ter trocado os dias, bom jantar.

-Obrigada! Te amo!

-Também te amo!

Ela saiu e eu fiquei sozinha na sala, sem irmão, sem irmã, sem amigos, e numa solidão que me consumia ainda mais por ficar pensando no William.

A campainha tocou e como meus pais estavam na reunião de casais na igreja eu fui atender a porta.

-Oi!

-William! –Falei assustada.

-Estou tão assustador assim?  -Disse rindo.

-Bobo! É que eu não esperava sua visita, entra!

-minha mãe insistiu para eu trazer para você. –Ele falou me estendendo uma vasilha plástica e eu abri para ver o que tinha, uma fatia enorme de bolo de chocolate com cobertura de chocolate por cima.

A dona Clara era o tipo de mãe que qual quer uma mulher gostaria de ter como sogra. Desde que nos conhecemos e que me tornei amiga da Sophia passei a frequentar sua casa e me apaixonei pela pessoa dela. Pelo cuidado e carinho com os filhos, pela atenção que tinha com as pessoas. Sinceramente a queria muito como sogra.

-Ual! Tudo que eu precisava para melhorar minha solidão.

-Então está solitária?.

-Digamos que ser deixada pelos pais que foram para igreja e depois jantar fora, pelo irmão apaixonado tentando impressionar minha melhor amiga, e ainda perder a companhia da minha irmã para meu amigo que a levou para jantar ficar em casa sozinha é só um detalhe.

-Nossa! Coitadinha! –Ele falou rindo e como rir o deixava mais lindo.

-Pode rir, porque não é você a abandonada da família.

-Bom, você come esse bolo da minha mãe, enquanto eu te faço companhia.

-Nós comemos esse bolo, não quero engordar sozinha.

-Bom, com esse corpo seu acho difícil você engordar.

-Poxa, desse jeito eu acredito! –disse entrando no jogo dele.

Peguei duas colheres e sentamos no sofá de frente para o outro, rimos e conversamos sobre como estava sendo a vida dele agora voltando para presença de Deus, a noite estava perfeita até.

-Está sujo aqui! –Ele falou passando o polegar no cantinho da minha boca limpando a sujeira.

Ficamos nos fitando por um tempo que não sei dizer ter sido minutos ou segundos, mas para mim foi uma eternidade. Ele encostou o rosto no meu e eu paralisei como costumava fazer quando estava nervosa e com medo. A boca dele estava chegando na minha, eu sentia seu hálito quente o que me fazia desejar mais do que tudo descobrir o sabor do seu beijo, ele beijou o canto da minha boca, mas reagi e o afastei colocando as mãos no peitoral dele.

-Não! Por favor nunca mais faça isso.  –Falei de cabeça baixa, não suportaria olhá-lo nos olhos e não desejá-lo.

-Desculpa, foi impulso. –Disse realmente se mostrando arrependido.

Eu não conseguia dizer nada, apenas caminhei e abri a porta e ele saiu sem dizer nem mais uma palavra. Fui para o quarto e me joguei na cama chorei tanto que pensei que não tinha mais lágrimas para chorar.

-Nah! –Ouvi a voz da minha mãe me chamando.

-Oi mãe! –Falei limpando o rosto e indo até a sala.

-O que foi amor? Porque está chorando?

-não foi nada de mais mãe.

-Eu te conheço Natália!

-Tá bom, o William esteve aqui e me quase me beijou.

-Que ótimo! –Disse rindo.

-mãe!

-Eu sei, não  aceita que William mexa tanto assim com você e não quer se envolver por medo de se machucar de novo, mas quando foi que esteve sarada?

Minha mãe era a mulher mais sábia que conhecia e falava com uma tranquilidade que me fazia desconfiar seriamente se era filha dela ou não. Desde que conheci o William eu nunca estive sarada, o  orgulho e medo de me envolver me feria, me apaixonar por ele me torturava e a saudade dele me consumia, mas quando estava perto dele era como se todas dores fossem dissipadas e todos os medos deixassem de existir.

--Não sei, acho que sempre estive machucada.

-ele conversou comigo e com o seu pai o encontramos quando saiu daqui e ele nos contou como se sente ao seu lado e as intenções que tem ao seu respeito, você pode até não acreditar mais ele é completamente apaixonado por você o olhos dele brilham ao ouvir seu nome e definitivamente acho que deveria dar uma chance para ele.

-Mas mãe, o William é mais velho, mais experiente, mas tudo do que e eu não sei se consigo lhe dar com isso.

-você o ama?

Com todas forças dentro de mim, era a minha resposta. Mas não podia dizer isso a ela.


-não precisa responder seus olhos me dizem que sim, não precisa se preocupar apenas confie e descanse em Deus e a vontade Dele vai prevalecer sobre vocês.

Capítulo doze
Não existe pior sensação do que a de indecisão, eu orava todos os dias pedindo a Deus que me ensinasse a confiar Nele a descansar meu coração em sua vontade eu não queria agir segundo as minhas próprias vontades nem saciar os meus desejos. Eu já amava o William de uma forma que nunca soube explicar e me odiava por isso, pois talvez se apenas fosse apaixonada por ele fosse  mais fácil desistir dele e o esquecer de vez.
Mas quando é amor as coisas são diferente, como a própria bíblia diz ele é paciente,  é benigno, não arde em ciúmes, não se engrandece, não deseja o mal, tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta. Eu o amava e prova disso era continuar esperando pelo dia em que tudo fosse se resolver entre nós.
Cheguei em casa na quinta-feira e não tinha culto na minha igreja ao chegar percebi que não tinha ninguém em casa apenas um bilhete na mesa de centro da sala.
“Eu e seus pai fomos jantar na casa de sua tia Graça, o Levi e a Raquel saíram para jantar com o a Maísa e o Anderson, nós te amamos, tem jantar pronto na geladeira.”
Essa era “milésima”  vez que isso acontecia desde quando meus irmão começaram a namorar eu sempre ficava em casa porque ficar de vela era muito pior.
Novamente a campainha tocou e sem humor nenhum eu fui atender.
-Oi!
Era incrível como ele só aparecia quando não tinha ninguém em casa, quando eu estava frágil, carente e cansada.
-Oi William!
-Não vai me convidar para entrar?
-Não, não tem ninguém em casa. –Disse séria.
-Eu não sou um serial killer . –disse rindo de forma encantadora.
-ninguém me garante isso. –respondi séria.
-Tudo bem só vim saber como você está e te fazer companhia encontrei seus pais no caminho e me disseram que estava sozinha.
-justamente por estar sozinha é que eu não vou te deixar entrar, não quero que se aproveite da minha bondade.
-certo!
Ficamos parados um de frente para o outro e ele olhava no fundo dos meus olhos e eu me esforçava para fazer o mesmo e não olhar a boca dele. Ele  afastou uma mecha de cabelo e a colocou atrás da orelha, continuava me olhando sério  e eu estava temendo que ele tentasse me beijar novamente eu já estava paralisada dessa vez não saberia como agir.
-Porque a gente não tenta ficar juntos? –Ele continuava me encarando agora segurava meu rosto com a mão.
-Eu tenho medo. –Falei sendo o mais sincera que podia.
-Tem medo de eu me afastar de novo?
-Tenho medo de não saber lidar você, com sua história, com o seu passado.
-Tem medo de mim?
-Não William, não complica mais as coisas. Eu gosto de você e como eu gosto, mas não sei bem lidar com os meus sentimentos.
-Não entendo.
-Eu me guardei a vida inteira para alguém que eu sonhava em ser exatamente como eu, alguém que não tivesse exs namoradas com quem eu pudesse me preocupar, e não alguém com  um passado conturbado como o seu. –Falei com lágrimas nos olhos.
-Eu podia ter feito tudo diferente Nah, poderia ainda ser virgem e sem esse passado negro que eu tenho, mas infelizmente eu resolvi deixar Deus e seu ensinamentos por causa de alguém que nem merecia. –Falou com os olhos marejados.
-Não se culpa por isso, você não tem culpa de eu não saber lidar com esses sentimentos.
-Desculpa!
-Desculpa Will! Não fica chateado comigo. –Falei
 Ele foi embora e eu fechei a porta e me apoiei nela descendo até o chão, não tinha coragem de enfrentar uma relação com ele, mas não suportaria vê-lo com outra pessoa, queria ser forte o suficiente para dizer sim a ele e as consequências que isso iria me trazer, porque raios d’água eu fui me apaixonar por ele? Porque eu tinha que ser tão complicada? Porque eu simplesmente não o aceitava como ele era? Porque eu não apenas o amava?.
A campainha voltou a tocar uns quinze minutos depois e achei ser meus pais. Levantei limpando o rosto e abri a porta.
–Desculpa! Eu não queria ser um peso para você –Ele falou deixando meu coração mais acelerado e louco por ele.  –Você vai ficar assim até quando? –Falou levantando meu queixo para que eu pudesse o ver.
-O que você quer que eu faça? –Falei ríspida e abaixei a cabeça.
-Não sei.
-O que você quer que eu diga? Que eu estou explodindo de felicidade? Infelizmente não posso.
-Eu sei que eu não sou quem você sonhou para você, mas não preciso ouvir isso dessa forma agressiva. –Ele falou.
Automaticamente um arrependimento tomou conta do meu coração ele realmente não era o que eu sonhava, mas estava se esforçando para ser alguém melhor.
-William! –Falei
-O que foi? Vai dizer que eu não presto pra você? Eu já sei disso.
-Não fala assim, é claro que você presta e muito.
-É sério Natália eu estou cansado de fazer tudo para te agradar e você me desprezar como se eu fosse a pior das pessoas.
-Desculpa William, eu sei que estou errada, mas é que eu fiz expectativas demais sobre o amor e você sendo completamente diferente do que tanto planejei meio... não, abalou mesmo minhas estruturas.
-Eu não quero mentir para você, nem te magoar, desprezar ou ferir, eu estou disposto a te tratar como a princesa que você é, a cuidar, proteger e amar a você como Cristo ama a igreja.
-Me perdoe William, eu deveria ter notado seu cuidado e seu esforço antes. Eu quero ficar com você, mas ainda preciso de um tempo para cuidar disso aqui. –Falei apontando para o meu coração.
-Eu te dou todo tempo do mundo. Posso te dar um abraço?
-Pode!
Ele me abraçou e eu não pude evitar chorar, chorei tudo que estava preso dentro de mim nesses meses que tentei ocultar o sentimento que insistia em florescer em mim. Ele estava quente e me envolvia de uma forma que poderia ficar dias ali, seu perfume era maravilhoso e me sentia protegida naquele abraço.
- Eu não quero apressar nada, tudo vai ser no seu tempo. Príncipes esperam o tempo que for por suas princesas. –Falou no meu ouvido me fazendo sorrir.

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