Oiie gente! tudo bem com vocês? espero muito que sim, é com imensa alegria que venho compartilhar com vocês minha nova história faz um tempo que estou trabalhando nela e espero muito que de alguma forma ela possa mudar de uma forma boa a vida de cada leitor, que Deus fale com vocês através dessa história e nos ensine a viver entregues a Ele... Aproveitem bastante e prometo postar sempre que tiver tempo.
***
Tive o privilégio de nascer
num lar cristão cercado de amor e respeito, fui uma criança admirável daquelas
que era elogiada em qualquer lugar e que ganhava prêmios pelo seu comportamento
“perfeito”, mas com o tempo fui crescendo e essa ideia de ser a “certinha” não
me agradava muito.
Por ter boas condições
financeiras já que era filha de profissionais bem sucedidos, meu pai o
Dr.Charles médico clínico e minha mãe Dra. Lara médica pediatra, meus avós
maternos também médicos cardiologistas e os paternos empresários da gastronomia
donos dos melhores restaurantes da pequena cidade de Bela Ville, eu me tornei
uma adolescente mimada.
Sempre fui cercados de tudo
do bom e do melhor, melhores roupas e calçados, estudei nas melhores escolas
fiz aula de canto, música e balé era rodeada
por “amigas” que estavam do meu lado apenas pelas coisas que eu podia oferecer
e não por quem eu realmente era.
Filha única até os 14 anos quando minha mãe
engravidou da Clara minha irmã mais nova, passei grande parte da minha vida
sendo colocada como a melhor, orgulho e soberba eram meus sobrenomes, egoísmo
era o meu segundo nome.
Ir para igreja nessa época
era uma imposição dos meus pais, que eram evangélicos desde a adolescência e
servos fieis a Deus, o meu pai trabalhava no evangelismo enquanto minha mãe no
serviço diagonal eu achava uma humilhação uma médica renomada como ela limpar
banheiros e bancos da igreja, mas ela sempre me dizia que para obra de Deus
nada era humilhação e sim gratidão, pois se ela se tornou a médica que era foi
porque Deus assim permitiu.
Ia para os encontros dos adolescentes
e para aula bíblica, mas tudo que eu queria era que acabasse logo para eu
voltar para casa e aproveitar a imensidão do meu quarto e os meus livros. Meu
quarto era tão grande que algumas das minhas amigas diziam ser quase do tamanho
de suas casas eu achava um absurdo até que anos depois eu descobri ser uma
verdade.
Achava minha vida um tédio e
reclamava de tudo que tinha e sempre achava pouco o que os meus pais faziam por
mim. Com o nascimento da Clara tive que dividir a atenção dos meus pais com a
minha irmã e isso fez eu me tornar uma pessoa ainda mais insuportável.
-Clarice ela só é um bebê,
deixa de ciúmes.
-Digo, ela é um bebê que
está atrapalhando a minha vida.
-Para de ser egoísta e
ciumenta . –A Jéssica falou.
O Rodrigo e a Jéssica eram
os meus únicos amigos verdadeiros e acho que por isso que ainda ia para igreja,
para não perder a amizade dos dois.
-Vocês não entendem né?
-Não entendemos, porque não
existe nada para entender ela só é uma bebê inocente e linda, que não fez nada
de ruim para você. –O Rodrigo falou.
-E seus pais só estão dando
mais atenção a ela justamente por isso, por ser uma bebê que não faz nada
sozinha e precisa deles o tempo todo. Você tem noção de que o seu pai pega
plantão de 24 horas em uma emergência de hospital para salvar vidas e quando
chega em casa cansado ele ainda cuida da sua mãe da clara e se preocupa com
você. –A Jéssica disse.
Eu na verdade não pensava
por esse lado, desde que a mamãe engravidou meu pai estava um caco de gente,
pois ela teve uma gravidez de risco e parou de trabalhar aos seis meses de
gestação, ele ia para o trabalho cuidar de vidas enquanto duas vidas que ele amava
corriam risco em casa. Quando a Clara nasceu ele só ficou pior, pois ela
acordava a madrugada inteira e para que a mamãe desancasse ele ficava acordado
com a bebê.
No meu aniversario de 15
anos a Clara estava prestes a completar um ano e eu já estava aceitando que
teria que dividir tudo com ela agora. Meus pais organizaram uma festa enorme em
um salão de festa lindo, chamaram todos os jovens e adolescente da igreja,
todos os amigos dele e a família dos dois que não era nem um pouco pequena.
Ganhei muitos presente,
coisas que nunca usei outras joguei fora e outras dei para a Jê e outras
amigas. Eu não me importava com isso, tudo que eu queria eu podia comprar e nem
precisava pedir para os meus pais, pois ganhava uma mesada gorda dos meus avós
maternos já que era a única neta que eles tinham, ou melhor a única que saberia
gastar dinheiro já que a clara ainda era um bebê.
***
Dois meses depois de
completar quinze anos, a igreja organizou um projeto para ajudar crianças
carentes em um orfanato em uma cidade próximo a nossa. Eu não queria ir, mas
fui forçada pelos meus pais que me ameaçaram tirar o celular.
Minha cara fechada não
disfarçava a minha falta de vontade de estar ali, até que o Thiago um dos
líderes dos jovens veio todo contente e solidário me chamar pessoalmente para entrar
junto com os jovens na van que eles haviam alugado para o evento.
O Thiago era um jovem muito
participativo na igreja e tinha uns 5-6 anos a mais do que eu, tinha um sorriso
encantado que destroçava qualquer coração duro como era o meu e depois de
insistir um pouco eu aceitei o convite e deixei o conforto do carro importado
dos meus pais e aceitei ir com eles na van.
Sentei-me do lado da Jéssica
e fiquei observando enquanto aquela multidão de jovens e adolescentes riam,
conversavam e planejavam o que iriam fazer com as crianças do orfanato.
-Eu só quero ver se você vai
ter coragem de abraçar alguma dessas crianças.
-Eu sou humana tá Jéssica,
não tenho o coração de pedra não.
Ela não acreditava que eu
podia abraçar alguma daquelas crianças e eu não acreditava que tinha deixado o
conforto do carro dos meus pais para estar numa van com um bando de gente
falando e rindo alto.
Quando descemos em frente ao
orfanato meu coração acelerou, não sabia porque, mas sentia que aquele lugar
iria mudar minha vida.
Depois de orarmos do lado de
fora todos de mãos dadas, foram separados grupos o orfanato era muito grande e
era separado por alas de idades diferentes e algumas crianças doentes ficavam
eram alas especificas e somente os adulto poderiam entrar em contado com eles.
Eu fiquei num grupo de 8
pessoas entre eles a Jéssica e o Thiago nós ficamos com a ala de crianças de 5
a 8 anos. Assim que entramos no quarto onde eles estavam fomos recebidos por
abraços daquelas crianças inocentes. Eu fiquei da porta observando o pessoal do
grupo interagindo com eles e estava prestes a voltar para o lado de fora quando
uma menininha negra de olhos cor de mel puxou minha saia e falou comigo.
-Tia, você não vai ficar com
a gente?
-Vou sim, como é o seu nome?
–Falei tentando ser um pouco amistosa com ela.
-Ana Clara e o seu? –Ela me
perguntou com uma voz meiga que me deu vontade de aperta-la.
-Alana Clarice, mas tenho
uma irmã que se chama Clara ela tem quase 1 ano.
-Tia você não vai falar com
as outras crianças não?
-Vou sim.
-Vamos. –Ela falou me
puxando pelo braço.
-Gente essa é a tia Clarice.
–A menininha falou me apresentando como se eu fosse um ótimo achado.
-Oi pessoal, tudo bem com
vocês.
-Oi, tudo bem. –Todos eles
falaram em uníssono.
Meu coração se encheu de
alegria, mesmo não me conhecendo e ser saber o que eu tinha ou não eles me
receberam bem.
Formamos um círculo no meio
do quarto e todas as crianças se apresentaram e contaram um pouco de suas
histórias.
Enquanto elas falavam eu
tentava segurar as lágrimas que de vez em quando desciam pelo canto dos olhos.
Como podia alguém no mundo fazer uma maldade com crianças tão inocentes, tão
puras, tão sensíveis, como alguém tem a coragem de por um filho do mundo e
colocar num orfanato para qualquer um cuidar e em situações piores algumas
daquelas crianças foram jogadas no lixo, abandonada em hospitais, deixadas com
pessoas desconhecidas.
A última se apresentar foi a
Ana a menininha que tinha me inserido do grupo, ela contou-nos sua história.
-Oi meu nome é Ana, Ana Clara
eu tenho 6 anos, a tia Lua me disse que meus pais morreram num acidente de
carro e a família deles não quiseram ficar comigo, então me trouxeram para o
orfanato quando eu tinha 2 anos de idade. –Ela falou numa naturalidade, como se
a história dela fosse algo comum e pouco doloroso, mas não era.
Imagine uma criança de 2
anos abandonada em um orfanato, órfã de ambos os pais sem perspectiva de
futuro, tinha o direito de ser uma pessoa fechada e tratar mal as pessoas, mas
pelo contrário ainda com tudo de ruim que lhe acontecera aquela menina era
super feliz, sorridente e uma das mais carismáticas do grupo.
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