domingo, 28 de agosto de 2016

Vencendo com amor -Capítulo Onze e Doze


A Maísa começou a namorar com o Levi e isso deixou o Andy muito chateado porque de alguma forma ele já gostava dela. A Raka era apaixonada pelo Andy desde que ele começou a morar no nosso prédio, mas como ela era dois anos mais velha nunca quis correr a trás dele com medo dele a desprezar.

-Você tem que parar de fingir que não gosta dele, o que são dois anos? Não é nada Raka. –Disse seca.

-Eu sei, mas ele ainda gosta da Mai e se ele me achar velha. –falou  justificando-se.
-Raquel você tem 23 anos e ele 21 anos o que são dois anos? Além do mais ele é super maduro e você nem parece ter 23 tem cara de 17.

 -Verdade Raka. –A Maísa confirmou.

- Tá eu vou orar mais sobre isso, agora vamos para o culto ou vamos chegar ta rde.

 Assim que chegamos na igreja eu vi o William sentado nas primeiras fileiras,   depois  que o vi e ele disse estar apaixonado ele não me procurou mais , mas  voltou a frequentar minha igreja. Me sentei na mesma direção da fileira do  outro lado. Enquanto ele adorava eu vi lágrimas descendo sobre seu rosto e  aquela era a primeira vez que o via chorar e como era lindo. Como podia  continuar lindo chorando? Como podia ser tão fofo?.
 O culto terminou e ele não falou comigo no final fez isso a semana inteira, nem  mesmo falou por mensagem ou ligação. Ele estava se afastando e tudo que eu  queria estava acontecendo, mas não achei que me doeria tanto assim ser desprezada por ele.

-Hoje não é dia do seu “amiguinho” não vai vim para o estudo? –perguntei  querendo um sim como resposta.

 Ele tinha voltado a tomar aula bíblica com o Levi e as vezes para estudar algo  da faculdade.

-Ele não vem hoje, vai para casa do Andy eu acho.

- E por quê? –perguntei curiosa.

- Porque ele esta te evitando. –Disse rindo.

-me evitando? –Disse confusa.

-Sim, evitando receber seu desprezo. –Sim, o desprezava, mas era uma proteção eu não queria me enganar novamente e muito menos me ferir.

 -Vai fala sério! Eu nem estava mais maltratando ele. –disse desconversando.

- Mentira, ele vai para casa do Andy porque eu vou sair com a Maísa.

-Onde vocês vão?

- Cinema.

- Vigia viu? Cuida bem da minha amiga e aí de você se querer dar vida a essas mãozinhas.

-Parece até que não conhece o irmão que tem, claro que eu não vou fazer nada de mais eu gosto dela quero que ela se sinta como uma princesa.

- Eu sei, estou brincando. Bom passeio.

O  Levi saiu e a Raka veio logo atrás toda arrumada até de maquiagem que ela na o costumava usar.

-Hum! Onde é a festa?

-Vou  jantar como Andy?

-O Levi disse que ele ia dar o estudo hoje para o William.

-Não sei, acho que ele se esganou porque o Andy me chamou ontem para jantar.

-Tá bom, ele deve ter trocado os dias, bom jantar.

-Obrigada! Te amo!

-Também te amo!

Ela saiu e eu fiquei sozinha na sala, sem irmão, sem irmã, sem amigos, e numa solidão que me consumia ainda mais por ficar pensando no William.

A campainha tocou e como meus pais estavam na reunião de casais na igreja eu fui atender a porta.

-Oi!

-William! –Falei assustada.

-Estou tão assustador assim?  -Disse rindo.

-Bobo! É que eu não esperava sua visita, entra!

-minha mãe insistiu para eu trazer para você. –Ele falou me estendendo uma vasilha plástica e eu abri para ver o que tinha, uma fatia enorme de bolo de chocolate com cobertura de chocolate por cima.

A dona Clara era o tipo de mãe que qual quer uma mulher gostaria de ter como sogra. Desde que nos conhecemos e que me tornei amiga da Sophia passei a frequentar sua casa e me apaixonei pela pessoa dela. Pelo cuidado e carinho com os filhos, pela atenção que tinha com as pessoas. Sinceramente a queria muito como sogra.

-Ual! Tudo que eu precisava para melhorar minha solidão.

-Então está solitária?.

-Digamos que ser deixada pelos pais que foram para igreja e depois jantar fora, pelo irmão apaixonado tentando impressionar minha melhor amiga, e ainda perder a companhia da minha irmã para meu amigo que a levou para jantar ficar em casa sozinha é só um detalhe.

-Nossa! Coitadinha! –Ele falou rindo e como rir o deixava mais lindo.

-Pode rir, porque não é você a abandonada da família.

-Bom, você come esse bolo da minha mãe, enquanto eu te faço companhia.

-Nós comemos esse bolo, não quero engordar sozinha.

-Bom, com esse corpo seu acho difícil você engordar.

-Poxa, desse jeito eu acredito! –disse entrando no jogo dele.

Peguei duas colheres e sentamos no sofá de frente para o outro, rimos e conversamos sobre como estava sendo a vida dele agora voltando para presença de Deus, a noite estava perfeita até.

-Está sujo aqui! –Ele falou passando o polegar no cantinho da minha boca limpando a sujeira.

Ficamos nos fitando por um tempo que não sei dizer ter sido minutos ou segundos, mas para mim foi uma eternidade. Ele encostou o rosto no meu e eu paralisei como costumava fazer quando estava nervosa e com medo. A boca dele estava chegando na minha, eu sentia seu hálito quente o que me fazia desejar mais do que tudo descobrir o sabor do seu beijo, ele beijou o canto da minha boca, mas reagi e o afastei colocando as mãos no peitoral dele.

-Não! Por favor nunca mais faça isso.  –Falei de cabeça baixa, não suportaria olhá-lo nos olhos e não desejá-lo.

-Desculpa, foi impulso. –Disse realmente se mostrando arrependido.

Eu não conseguia dizer nada, apenas caminhei e abri a porta e ele saiu sem dizer nem mais uma palavra. Fui para o quarto e me joguei na cama chorei tanto que pensei que não tinha mais lágrimas para chorar.

-Nah! –Ouvi a voz da minha mãe me chamando.

-Oi mãe! –Falei limpando o rosto e indo até a sala.

-O que foi amor? Porque está chorando?

-não foi nada de mais mãe.

-Eu te conheço Natália!

-Tá bom, o William esteve aqui e me quase me beijou.

-Que ótimo! –Disse rindo.

-mãe!

-Eu sei, não  aceita que William mexa tanto assim com você e não quer se envolver por medo de se machucar de novo, mas quando foi que esteve sarada?

Minha mãe era a mulher mais sábia que conhecia e falava com uma tranquilidade que me fazia desconfiar seriamente se era filha dela ou não. Desde que conheci o William eu nunca estive sarada, o  orgulho e medo de me envolver me feria, me apaixonar por ele me torturava e a saudade dele me consumia, mas quando estava perto dele era como se todas dores fossem dissipadas e todos os medos deixassem de existir.

--Não sei, acho que sempre estive machucada.

-ele conversou comigo e com o seu pai o encontramos quando saiu daqui e ele nos contou como se sente ao seu lado e as intenções que tem ao seu respeito, você pode até não acreditar mais ele é completamente apaixonado por você o olhos dele brilham ao ouvir seu nome e definitivamente acho que deveria dar uma chance para ele.

-Mas mãe, o William é mais velho, mais experiente, mas tudo do que e eu não sei se consigo lhe dar com isso.

-você o ama?

Com todas forças dentro de mim, era a minha resposta. Mas não podia dizer isso a ela.


-não precisa responder seus olhos me dizem que sim, não precisa se preocupar apenas confie e descanse em Deus e a vontade Dele vai prevalecer sobre vocês.

Capítulo doze
Não existe pior sensação do que a de indecisão, eu orava todos os dias pedindo a Deus que me ensinasse a confiar Nele a descansar meu coração em sua vontade eu não queria agir segundo as minhas próprias vontades nem saciar os meus desejos. Eu já amava o William de uma forma que nunca soube explicar e me odiava por isso, pois talvez se apenas fosse apaixonada por ele fosse  mais fácil desistir dele e o esquecer de vez.
Mas quando é amor as coisas são diferente, como a própria bíblia diz ele é paciente,  é benigno, não arde em ciúmes, não se engrandece, não deseja o mal, tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta. Eu o amava e prova disso era continuar esperando pelo dia em que tudo fosse se resolver entre nós.
Cheguei em casa na quinta-feira e não tinha culto na minha igreja ao chegar percebi que não tinha ninguém em casa apenas um bilhete na mesa de centro da sala.
“Eu e seus pai fomos jantar na casa de sua tia Graça, o Levi e a Raquel saíram para jantar com o a Maísa e o Anderson, nós te amamos, tem jantar pronto na geladeira.”
Essa era “milésima”  vez que isso acontecia desde quando meus irmão começaram a namorar eu sempre ficava em casa porque ficar de vela era muito pior.
Novamente a campainha tocou e sem humor nenhum eu fui atender.
-Oi!
Era incrível como ele só aparecia quando não tinha ninguém em casa, quando eu estava frágil, carente e cansada.
-Oi William!
-Não vai me convidar para entrar?
-Não, não tem ninguém em casa. –Disse séria.
-Eu não sou um serial killer . –disse rindo de forma encantadora.
-ninguém me garante isso. –respondi séria.
-Tudo bem só vim saber como você está e te fazer companhia encontrei seus pais no caminho e me disseram que estava sozinha.
-justamente por estar sozinha é que eu não vou te deixar entrar, não quero que se aproveite da minha bondade.
-certo!
Ficamos parados um de frente para o outro e ele olhava no fundo dos meus olhos e eu me esforçava para fazer o mesmo e não olhar a boca dele. Ele  afastou uma mecha de cabelo e a colocou atrás da orelha, continuava me olhando sério  e eu estava temendo que ele tentasse me beijar novamente eu já estava paralisada dessa vez não saberia como agir.
-Porque a gente não tenta ficar juntos? –Ele continuava me encarando agora segurava meu rosto com a mão.
-Eu tenho medo. –Falei sendo o mais sincera que podia.
-Tem medo de eu me afastar de novo?
-Tenho medo de não saber lidar você, com sua história, com o seu passado.
-Tem medo de mim?
-Não William, não complica mais as coisas. Eu gosto de você e como eu gosto, mas não sei bem lidar com os meus sentimentos.
-Não entendo.
-Eu me guardei a vida inteira para alguém que eu sonhava em ser exatamente como eu, alguém que não tivesse exs namoradas com quem eu pudesse me preocupar, e não alguém com  um passado conturbado como o seu. –Falei com lágrimas nos olhos.
-Eu podia ter feito tudo diferente Nah, poderia ainda ser virgem e sem esse passado negro que eu tenho, mas infelizmente eu resolvi deixar Deus e seu ensinamentos por causa de alguém que nem merecia. –Falou com os olhos marejados.
-Não se culpa por isso, você não tem culpa de eu não saber lidar com esses sentimentos.
-Desculpa!
-Desculpa Will! Não fica chateado comigo. –Falei
 Ele foi embora e eu fechei a porta e me apoiei nela descendo até o chão, não tinha coragem de enfrentar uma relação com ele, mas não suportaria vê-lo com outra pessoa, queria ser forte o suficiente para dizer sim a ele e as consequências que isso iria me trazer, porque raios d’água eu fui me apaixonar por ele? Porque eu tinha que ser tão complicada? Porque eu simplesmente não o aceitava como ele era? Porque eu não apenas o amava?.
A campainha voltou a tocar uns quinze minutos depois e achei ser meus pais. Levantei limpando o rosto e abri a porta.
–Desculpa! Eu não queria ser um peso para você –Ele falou deixando meu coração mais acelerado e louco por ele.  –Você vai ficar assim até quando? –Falou levantando meu queixo para que eu pudesse o ver.
-O que você quer que eu faça? –Falei ríspida e abaixei a cabeça.
-Não sei.
-O que você quer que eu diga? Que eu estou explodindo de felicidade? Infelizmente não posso.
-Eu sei que eu não sou quem você sonhou para você, mas não preciso ouvir isso dessa forma agressiva. –Ele falou.
Automaticamente um arrependimento tomou conta do meu coração ele realmente não era o que eu sonhava, mas estava se esforçando para ser alguém melhor.
-William! –Falei
-O que foi? Vai dizer que eu não presto pra você? Eu já sei disso.
-Não fala assim, é claro que você presta e muito.
-É sério Natália eu estou cansado de fazer tudo para te agradar e você me desprezar como se eu fosse a pior das pessoas.
-Desculpa William, eu sei que estou errada, mas é que eu fiz expectativas demais sobre o amor e você sendo completamente diferente do que tanto planejei meio... não, abalou mesmo minhas estruturas.
-Eu não quero mentir para você, nem te magoar, desprezar ou ferir, eu estou disposto a te tratar como a princesa que você é, a cuidar, proteger e amar a você como Cristo ama a igreja.
-Me perdoe William, eu deveria ter notado seu cuidado e seu esforço antes. Eu quero ficar com você, mas ainda preciso de um tempo para cuidar disso aqui. –Falei apontando para o meu coração.
-Eu te dou todo tempo do mundo. Posso te dar um abraço?
-Pode!
Ele me abraçou e eu não pude evitar chorar, chorei tudo que estava preso dentro de mim nesses meses que tentei ocultar o sentimento que insistia em florescer em mim. Ele estava quente e me envolvia de uma forma que poderia ficar dias ali, seu perfume era maravilhoso e me sentia protegida naquele abraço.
- Eu não quero apressar nada, tudo vai ser no seu tempo. Príncipes esperam o tempo que for por suas princesas. –Falou no meu ouvido me fazendo sorrir.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Vencendo com amor - Capítulo dez


Por William 

Eu estava me apaixonando pela Natália mesmo sabendo que ela resistia a ideia ter um relacionamento por ser mais velho, mas principalmente pelo meu passado negro ainda mais agora que ela decidiu se afastar de mim definitivamente.

Eu me arrependi de todos os planos e projetos que tinha armado para conquistá-la e abandoná-la. Para mim era inadmissível uma mulher me rejeitar ninguém antes da Natália havia feito isso e era justamente isso que me fazia trata-la mal e sempre tentar engana-la queria que ela se rastejasse aos meus pés, queria que ela sentisse ciúmes de mim, queria em todo tempo fazê-la cair nos meus encantos, mas nada o que fazia ou dizia parecia suficiente para ela se reder. Por mais que seus olhos denunciasse a atração e o desejo com que me olhava suas ações sempre eram contrárias a isso.

Quando ela me contou estar apaixonada por mim fez ressurgir uma esperança em conquistá-la, mas ela me disse que não queria ser apenas mais uma na minha lista de ex namoradas e ficantes, ela não queria ser o meu passatempo, contudo não estava disposto a largar tudo por ela.

Durante os seis meses em que deixou de falar comigo e me proibiu de ir em sua casa, pediu demissão e não quis saber nada ao meu respeito. Durante esses meses eu me apaixonei.

Não conseguia parar de pensar nela  não a tirava da cabeça em nenhum momento do dia e isso me fez terminar o namoro que tinha reatado com a Hanna e dispensar de vez a Carla.
 Seu jeito de ser, seu olhar doce, sua fala mansa, sua sinceridade tudo me fez perceber e entender que ela não fingia ser, mas era diferente.

Era inútil dizer isso ao meu coração que não parava de pensar na Nah , no sorriso meigo dela, na voz doce, naqueles olhos de cor indecifrável e principalmente na maneira linda que ela vivia, no amor por Deus estampados em cada gesto realizado que esperasse o tempo certo.

Era difícil dizer não a um sentimento que martelava em minha mente e explodia em meu coração. Como dizer não a paixão? Como entender que tudo tem um tempo? Como saber se algum dia terei a resposta que espero?.
Quem no mundo tem alergia a “rosas”? Morango? Sério a Nah não é uma pessoa muito normal. Mas isso não faz diminuir em nada o sentimento que estou tentando guardar em meu coração.

É louco você olhar para uma pessoa que deseja ter do seu lado a vida inteira e não poder dizer isso para ela e não poder demonstrar isso, e não poder olhar nos olhos dela e dizer que o que mais você deseja é ficar abraçado a ela por horas simplesmente sentido o cheiro e a presença dela.

A Natália era diferente de todas as mulheres que já tinha passado pela minha vida (E não foram poucas) Ela transbordava amor, tinha nos olhos a doçura e meiguice de uma criança, ao mesmo tempo era teimosa e irônica o que fazia eu ficar ainda mais fascinado por ela.
Mas sem dúvida alguma ouvir ela falando de Deus era maravilhoso, ela parecia tão intima dele e falava da bíblia com tanta propriedade que fazia qualquer um querer conhecer a Deus.

Tudo nela me encantava, o sorriso bobo quando estava distraída, o olhar atencioso que deixava os olhos ainda mais indecifráveis, a forma leve que levava a vida e sem dúvida ela ficava  linda quando estava com raiva as palavras saiam da sua boca com tanta veracidade que beirava o cômico a maneira que agia. Ela era doce, meiga, e gentil demais que nem quando tentava conseguia ser grossa.

Em seis meses a minha vida mudou e Deus me fez ver o quão idiota e imbecil eu fui esse tempo todo. Ele tinha me presenteado com a mais bela e pura princesa e eu fiz questão de deixá-la ir embora.

Eu tinha absoluta certeza de que a Natália me perdoaria porque ela tinha o caráter de Cristo, mas fazê-la confiar em mim não seria fácil  e eu teria que me esforçar bastante para conquistar seu coração. Mas estava disposto a ter o meu amor de volta.
***
Por Nátalia

Eu estava tentando seguir em frente com a minha vida e fazer a obra de Deus ajudar outras pessoa era o que me deixava feliz mesmo que eu não estivesse completa. As lembranças do William não saiam da minha mente e me atormentavam todas as noites até o sono chegar.

Sempre amei ler e nesses diversos romances que li os casais se apaixonavam depois do primeiro beijo, do primeiro carinho... mas comigo foi diferente parece que eu me apaixonei no primeiro sorriso. Queria ao menos ter a lembrança de um beijo seu, do toque dos seus lábios nos meus, me odiava por pensar assim.

-Amiga! –A Sophia falou chamando minha atenção.

-O que foi?

-O meu irmão quer falar com você;

-Mas eu não, seu irmão é uma página virada na minha vida.

-E você é a parte mais linda da minha. –Aquela voz rouca e sedutora me invadiu fazendo meu corpo arrepiar e meu coração acelerar na mesma hora.

-William! –Disse enquanto me virava para o olhar.

Como era lindo, como tinha ficado mais lindo nesse tempo. Seu sorriso era o mesmo que fazia borboletas dançarem em meu estomago e meu coração bater como uma bateria de escola de samba.

-Estava com saudade de você senhorita teimosia.

O que ia dizer? Que não tinha saudade dele? Quem eu tava tentando enganar? Ele ainda tinha poderes sobre mim e me atraia como nenhum outro.

-Desculpa, mas tenho que ir. Foi bom te rever. –disse me levantando.
Eu sai da igreja e caminhei até a lateral para esperar meus pais  para ir para casa.

-sabia que te encontraria aqui.

-o que você quer?

-Se eu disser você vai parecer muito direto? –Disse rindo.

Eu ri. Queria ter forças o suficiente contra ele, mas o meu coração e o meu corpo não exercia aos comandos da minha razão;

-Essa opção não é válida. –Disse seria.

-Desculpa por tudo que eu te fiz, por ter te tratado mal por ter sido egoísta, machista na verdade um completo idiota. Eu só fazia isso para provar algo que nunca conseguiria você é diferente de todas as outras e eu me apaixonei por isso.

-apaixonou? –disse confusa.

-Sim, me apaixonei pelo seu jeito, pelo seu sorriso, pelo seu olhar pela sua maneira de ser, pelo seu jeito atrapalhado. Simplesmente me apaixonei pela menina dos olhos de cor indecifrável, cheia de teimosia e de doçura ao mesmo tempo.

-Você quer mesmo que eu acredite em você ?

-Sei que não é fácil acreditar mesmo até porque as minha antigas ações denunciavam o que eu digo hoje, mas é verdade eu sou apaixonado por você.

-Olha William eu não sei se sou capaz de algum dia voltar a confiar em você, mas eu lhe perdoo sim.

-Um dia me disse que adora isso e achei que seria uma ótima forma de te pedir perdão.

Ele tirou uma caixinha do bolso e me entregou. Eu abri e lá tinha uma corrente de ouro com uma borboleta com pedrinhas nas assas. A coisa mais linda!

-Obrigada, eu realmente amo borboletas.

-Eu me arrependo muito de não ter dado valor a você. –falou segurando meu rosto com as mãos.
-Eu me culpo todos os dias pelo contrario, dei valor demais a você.

-Deixa eu fazer diferente agora, eu prometo diante de Deus e desse céu estrelado que eu vou cuidar e amar você como você merece.

Desejava do fundo do meu coração acreditar em todas aquelas palavra, mas eu não conseguia. Um coração partido nunca será o  mesmo o meu não era mais depois de todas as decepções.

Ele me puxou para perto, colando nossos corpos e nossas testas meu coração estava acelerado e dessa vez eu estava tomada por sentimentos e sensações que não sei descrever. Tudo que queria era beija-lo e abraçar seu corpo ficar dentro do seu abraço e esquecer o mundo  lá fora.

-Eu vou fazer tudo para reconquistar sua confiança. –falou sobre meus lábios me deu um beijo na bochecha e saiu.
Assim que ele saiu a Raka veio conversar comigo tinha um sorriso malicioso nos lábios.

-Iai? O que ele disse? –perguntou curiosa.

-Pediu perdão e disse que está apaixonado por mim. –Disse tentando controlar a enorme vontade que estava de chorar.

-E você o que disse?

-Eu o perdoei, mas não sei confiar mais nele e ele pareceu entender isso.

-Você sabe que eu te amo, mas você é muito idiota como é que despensa alguém como William?  Você não nos deixava te informar, mas ele mudou completamente nesses últimos seis meses e ele teria que ser muito bom ator para enganar todos que estão abismados pela sua mudança de vida e é obvio que é por sua causa.

-Não foi você mesma que me disse que ele não era o tipo de homem para mim? –rebati.

-Isso são águas passadas ele é outra pessoa agora, eu fui à igreja da Soph e você precisa 

ver o quanto as meninas de lá babam pelo William.

-Quem não baba pelo William? –A Lara falou vinda por trás da Raka.

-ótimas defensoras! Palmas para vocês o que estão ganhando com isso? –perguntei irônica.

-Nós queremos te ver feliz e sabemos que o William foi e tenho certeza que é o único homem que te abalou na vida e com certeza ainda é completamente apaixonada por ele. –
A Lara falou.


Elas tinham razão eu ainda era completamente apaixonada por ele, mas não voltaria atrás da minha decisão eu me desarmei diante dele, revelei meus sentimentos e ele me disse que não poderia abrir mão das coisas por mim e porque eu abria por ele? Definitivamente eu não estava disposta a sofrer de novo. E se ele realmente fosse um bom “ator”? E se ele só quisesse conseguir comigo o que não conseguira antes? Eu não estava disposta a ser decepcionada de novo.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Vencendo com amor - (Mine) Capítulo nove


***
-Vamos sair hoje para entregarmos alguns agasalhos e sopa para os moradores de rua. –A líder o evangelismo avisou no final do culto.

E assim que acabou o culto eu fui procura-la e ela me informou o dia que estariam saindo na sexta-feira depois do culto e que era para quem iria abrir jejum em prol desse propósito e orar sobre isso. Não comentei com ninguém que iria queria fazer para Deus sem ter nenhum reconhecimento do homem por isso.

O dia do evangelismo chegou e eu avisei apenas os meus pais e fui, estava determinada a viver para Deus e fazer tudo que estivesse ao meu alcance para viver para Deus. A madrugada passou correndo e entre marquises e viadutos nós ajudamos os moradores de rua que dormiam ali. Levamos sopa, café,  roupas e cobertores.

Cheguei em casa ás 3:20 da manhã a Dona Jozy que morava no meu prédio me deu carona até em casa.Depois de tomar banho, orei e dormir profundamente.

O sábado chegou e eu acordei as 10:00 horas da manhã o que não costumava fazer sempre fui de acordar cedo, mas aquela madrugada me desgastou bastante.
Decidi definitivamente  esquecer o William não daria minha vida e meu coração para alguém que não me amava. Eu jurei para Deus e para mim mesma dizer não a todas tentativas que o William  faria a mim.

Não adiantava mentir para mim mesma e ficar me iludindo ele era um cafajeste e se ele não quisesse ninguém nunca iria mudá-lo muito menos eu embora fosse essa a minha vontade. 
Ele escolheu satisfazer seus infinitos desejos carnais e eu escolhi fazer a vontade de Deus.

Na segunda-feira pedi demissão do trabalho não queria ter nada que me ligasse a ele e me fizesse querê-lo perto de mim, de inicio a Sophia não concordou e disse que eu não precisava fazer aquilo, mas dentro de mim eu já tinha tomado essa decisão.

Implorei quase de joelhos para o Levi não levar mais o William na minha casa e depois de muito reclamar ele percebeu que seria o melhor para mim. Ele não foi mais visitar a igreja e depois daquele dia no parque não nos vimos mais, proibi a Soph, o Levi, a Mai e quem quer que fosse mencionar o nome dele perto de mim e muito menos me trazer noticias dele.

O bloqueei em todas as redes sócias, e apaguei todas fotos que tínhamos juntos do meu celular, não queria lembrar que ele um dia tinha passado pela minha vida, mas o meu coração quebrado tinha ficado como prova de que o amor também machuca e engana-se quem pensa que não.


Não houve muitos abraços, não houve nenhum beijo ente nós dois, mas meu coração o amou e meu corpo o desejou como nunca tinha feito antes. Ele sempre seria o meu ponto fraco aquele sorriso de dentes alinhados, aqueles olhos que exercia uma enorme atração em mim, aquele corpo, aquele cheiro, aquele abraço e aquela voz rouca e arrepiante nunca sairiam da minha cabeça, ele era a minha ferida aberta que tinha certeza nunca iria cicatrizar.

PRÓXIMO CAPÍTULO:

-o que você quer?

-Se eu disser você vai parecer muito direto? –Disse rindo.

Eu ri. Queria ter forças o suficiente contra ele, mas o meu coração e o meu corpo não exercia aos comandos da minha razão;

-Essa opção não é válida. –Disse seria.

-Desculpa por tudo que eu te fiz, por ter te tratado mal por ter sido egoísta, machista na verdade um completo idiota. Eu só fazia isso para provar algo que nunca conseguiria você é diferente de todas as outras e eu me apaixonei por isso.

-apaixonou? –disse confusa.

sábado, 20 de agosto de 2016

Vencendo com amor - Capítulo oito


Estava cansada de viver aquele joguinho com o William tudo que eu queria era ser feliz e também queria que ele fosse. Aquela nossa briguinha e indecisão estavam tornando as coisas piores do que de fato eram e eu sabia que parte desse problema era todo meu.
Nós nos falamos depois daquele episodio, mas foi como se uma parede de gelo estivesse entre nós, e como isso era ruim.

-Vai sair com a Mai de novo? –Perguntei para o meu irmão que não tirava o sorriso bobo do rosto e estava todo arrumado.

-Sim, vamos na praça conversar um pouco.

-Você roubou mesmo minha amiga não foi? –Falei brincando.

-E te emprestei meu amigo, mas você não quis fazer o que? –Falou sarcástico.

-Você bem sabe que não é questão de querer é questão de não existir um propósito que nos una. –Falei séria.

-Você já orou sobre isso ou está fazendo uma suposição?

-Esquece Levi, aproveita bastante a noite e me trás um chocolate estou de Tpm.

-Tá bom! –Falou e se despediu me dando um beijo na testa.

Fui para o quarto e me ajoelhei aos pés da minha cama. Lágrimas escorriam pelo meu rosto e em  meio aos gemidos eu me entreguei a Deus e questionei o porque da minha vida ter se tornado essa bagunça, porque eu não me acertava ou me afastava de vez com o William, com quem quer que fosse questionava o porque a minha vida não tinha um rumo. Entre meus questionamentos uma voz falou ao meu coração me estremecendo por dentro.

-“Filha, Tu me perguntas e me questionas aquilo que acha que eu deveria fazer para você, mas o que você tem feito por mim? Quando foi a ultima vez que você orou por desconhecidos?”-Uma paz me invadia.

-Mas Deus eu não consigo, meu coração está angustiado, cansado, eu tenho tantos medos e por isso acabo orando somente por mim, pela minha família e amigos e às vezes pela igreja. –Falei tentando justificar-me diante dele.

-“Quando você vai entender que o mundo não gira em torno de você? Que existem pessoas que estão se matando, então sendo mortas, estão se drogando, prostituindo, estão sendo estupradas, massacradas, estão com fome precisando apenas de um olhar de amor e um gesto de solidariedade e você não tem feito nada para mudar isso.”

-E quem vai buscar por mim? Eu também necessito da sua ajuda.

- Eu não tenho te deixado faltar nada, Eu te livrei dos homens que tramaram o mau contra ti e tenho te guardado debaixo das minhas asas todos os dias, zelo pela tua noite e consolo o Teu coração, tenho sim ouvido seu clamor e visto tuas lágrimas, mas preciso da sua ação, preciso que se levante e venha trabalhar para o meu Reino.

Naquele momento lembrei-me da vida confortável que eu tinha, das roupas e sapatos que mesmo não sendo muitos eu tinha para escolher, lembrei da minha família e de tê-los todos servindo ao Senhor, lembrei de todas as vezes que me livrou de homens maus, de acidentes, de assaltos... lembrei de como Ele era bom comigo e de como eu estava sendo ingrata com Ele apenas pedindo e pedindo sem agir, sem fazer algo que ao menos o alegrasse.

Me derramei ao pés do Senhor e chorei pedindo perdão por ter me tornado alguém tão egoísta, egocêntrica aponto de esquecer do mundo ao meu redor, esquecendo-me da palavra de Deus e de como Ele me ensina a amar e eu não estava fazendo absolutamente nada para por em pratica sua palavra.

Pedi perdão por colocar meus pequenos problemas como grandes diante de coisas horríveis que pessoas a minha volta estavam vivendo e ainda assim adoravam e faziam sua obra com amor.

***

-Vamos sair hoje para entregarmos alguns agasalhos e sopa para os moradores de rua. –A líder o evangelismo avisou no final do culto.

E assim que acabou o culto eu fui procura-la e ela me informou o dia que estariam saindo na sexta-feira depois do culto e que era para quem iria abrir jejum em prol desse propósito e orar sobre isso. Não comentei com ninguém que iria queria fazer para Deus sem ter nenhum reconhecimento do homem por isso.

O dia do evangelismo chegou e eu avisei apenas os meus pais e fui, estava determinada a viver para Deus e fazer tudo que estivesse ao meu alcance para viver para Deus. A madrugada passou correndo e entre marquises e viadutos nós ajudamos os moradores de rua que dormiam ali. Levamos sopa, café,  roupas e cobertores.

Cheguei em casa ás 3:20 da manhã a Dona Jozy que morava no meu prédio me deu carona até em casa.Depois de tomar banho, orei e dormir profundamente.

O sábado chegou e eu acordei as 10:00 horas da manhã o que não costumava fazer sempre fui de acordar cedo, mas aquela madrugada me desgastou bastante.

-Bom dia família! –Falei para os meus pais que estavam sentados no sofá e a Raka e o Levi estavam na cozinha que dividia americana.

-Bom dia! –Eles responderam em uníssono.

-Deixaram para você. –Minha mãe falou apontando para a mesa de canto da sala que tinha um buquê de rosas vermelhas e um cartão.

Pequei o buquê coloquei de novo no lugar, eu amava todos os tipos de flores, mas tinha alergia especialmente a rosas. Automaticamente entrei numa crise de espirros e logo meus olhos e nariz começaram a coçar.

-Você não é uma boa pessoa para ganhar rosas tão românticas de presente.

-Que engraçado! –Falei fazendo careta para o Levi. –Que mandou?

-Tem um cartão aí do lado.

-“Desculpa por ter forçado a barra naquele dia, passei essas duas semanas tentando me afastar de você, mas digamos que você gera uma pressão muito grande sobre mim. As flores são para te pedir perdão e para ao menos reconquistar sua amizade. –Will “

-Quem mandou? –O meu pai perguntou.

-Claro que foi o Will –O Levi falou respondendo.

-Foi o William sim.

-O que dizia o cartão? –Meu pai perguntou me encarando.

Entreguei o cartão para ele ler.

-Amigos? –Ele tornou a me encarar com um sorriso amarelo no rosto.

-Pai! Sim, amigos. Apenas amigos!

Peguei o celular e sentei no sofá comecei a digitar uma mensagem para o William, mas no meio eu apaguei e voltei a escrever, fiz isso várias vezes até chegar numa mensagem razoável. Queria profundamente resistir a ele, dizer que o perdoava, que o queria longe de mim, porém o meu coração queria ele perto queria ao menos tê-lo como amigo.

“Bom dia Will! Prova de que eu te perdoo é eu estar te chamando pelo apelido eu nunca fiz isso antes rsrs.. obrigada pelas rosas, mas infelizmente  sou alérgica (Tipo, muito alérgica), além de gerar uma polemica na minha casa com relação a intenção de realmente ter mandado as flores, mas obrigada assim mesmo. Sinta-se meu amigo novamente.” –Enviei e esperei ele responder o que não demorou 30 segundos para isso.

-“Desculpa, não imaginava que era alérgica a rosas nunca vi alguém com esse tipo de 
alergia só quis ser romântico, mas fico  muito feliz de me perdoar e me aceitar como seu amigo. Prometo me esforçar para não fazer aquilo de novo.”

-“Obrigada! Mas digamos que eu não seja uma pessoa que possa ganhar presentes “românticos” , pois eu tenho alergia a rosas, ursos de pelúcia, cães e gatos, e qual quer coisa que possa guardar poeira.”

-“Nossa! E comida tem alergia também?”

-“Amendoins, camarão, morango, e castanhas até onde sei são só esses.”

-“Você não é normal! Quem tem alergia a morango?”

-“Eu!”


Ficamos conversando bastante e depois eu fui fazer alguns trabalhos da faculdade até a noite chegar e eu ir para igreja.

-“Oiie tudo bem? Aqui é a Carla sou amiga intima do William só queria te avisar que eu ainda não desisti dele e se você não sabe ainda ele não é um príncipe encantado como aparenta ser.” –Ela leu  a mensagem em voz alta.

-Nátalia quem será que deu seu numero a ela? Meu Deus!

-Eu não sei Mai, mas de uma coisa ela tem razão ele não é um príncipe muito menos um príncipe encantado.

-Como estão vocês?

-Enquanto ele continuar vivendo a vida de qualquer forma não vai existir um “vocês” eu me odeio por não conseguir tirar ele da minha cabeça já orei incontáveis vezes, mas ele não sai de mim.

-Imagino como seja difícil, mas até quando vocês vão ficar assim nessa “amizade” que não é amizade e nesse namoro que não é namoro?

-Amiga, eu não tenho certeza de mais nada nessa vida.
Realmente não tinha certeza nenhuma  do que iria acontecer na minha vida, tudo que queria era que a vontade de Deus fosse feita na minha vida por mais dolorosa e difícil que ela viesse ser sabia que era a melhor vontade ;

-Vamos no cinema eu pago pra você, não quero te ver nessa deprê não. –ela disse.
Troquei de roupa e fui  para o shopping com a Maísa, tudo que queria era esquecer meus problemas apenas por um momento.

-Nah!

-Que foi?

-olha só! –Falou apontando para uma mesa próximo a que estávamos sentadas.

Lá estava ele mais lindo do que nunca, vestindo uma camisa polo azul marinho e uma calça branca, seus cabelos perfeitamente bagunçados só lhe deixava mais lindo. Estava sentado sozinho parecia esperar por alguém que chegou.

-Ela é a Hanna!

-Que Hanna?

-A ex dele que o beijou quando fui jantar lá na casa dele.

-Mentira?! –disse incrédula.

Não beija, não beija, não beija ele! –repetia dentro de mim como se realmente algo fosse mudar graças as minhas vibrações “negativas”.

Ela o beijou, na verdade eles se beijaram e eu fiquei ali de plateia os assistindo com o choro na garganta. Por que eu estava passando por tudo isso? Por que eu não consegui esquecê-lo? Por que não conseguia o odiá-lo e afastá-lo de vez da minha vida? Que sentimento era esse que eu tinha por ele que me destruía e fazia cada dia mais o meu coração se transformarem em cacos espalhados no chão. Que sentimento era esse que me matava cada dia mais? Eu me odiava pelo simples fato de ter um dia conhecido o William mesmo que a culpa não fosse minha, eu me odiava por sentir ciúmes dele e por me imaginar no lugar dela ou de qualquer outra mulher que tinha experimentado o sabor do seu beijo, eu me odiava por amar o seu perfume e por adorar o seu abraço, me odiava por estar chorando naquele momento.

-Nátalia! Vamos? –Disse me puxando pelo braço.

Eu levantei e limpei as lágrimas que insistiam em descer. Ele me viu e olhou tão fixamente para mim que eu fiquei assustada.
Não falei com ele apenas caminhei em direção a saída do shopping.

-Nátalia! –Aquela voz atormentadora me fez parar.

-O que foi? –Disse seca.

-Porque não falou comigo? –disse com aquele sorriso encantador nos lábios.

-Não queria atrapalhar sua conversa.

-Você nunca  me atrapalha. Você estava chorando?

-Não importa, agora tenho que ir.

-Nátalia será que você não consegue sair da defensiva?

-Não, eu não consigo.

-Você foge de mim e quando me ver com alguém sempre vejo lágrimas em seus olhos.

-Não tenho culpa se o meu coração escolheu um cafajeste como você para se apaixonar. –Falei cuspindo as palavras.

-Então está apaixonada? –Disse com o riso nos lábios.

-Será que não dá para ver?

-E porque foge tanto? Eu gosto de você eu quero ficar com você.

-esse é o problema eu não quero ficar com você por umas horas ou algumas noites e ser dispensada quando você achar alguém melhor. Eu quero que a vontade de Deus se cumpra em mim e como eu te disse uma vez lá em casa eu escolhi esperar porque acredito que somente no tempo certo as coisas acontecem da melhor maneira. Eu gosto de você de verdade, mas não posso abrir mão dos meus valores e da minha fé.

-Eu também não posso abrir mão dos meus desejos por você, se fosse do meu jeito as coisas seriam bem melhores.

-Mas comigo elas não serão do meu nem do seu jeito, serão como Deus quiser.

Ele segurou meus braços e me encarou eu via raiva em seus olhos, talvez eu fosse para ele uma espécie de objetivo que quando conquistasse ele colocaria outro em meu lugar e me deixaria para trás, ele tinha raiva por não ceder aos seus encantos que não eram poucos.

-Você ainda vai mudar de ideia Naty.

-Já lhe disse que não gosto que me chamem assim , mas tenha certeza que se algum dia eu ceder a você será por Deus e não por você.

-Veremos. –Disse me soltando.

Voltei para casa com uma dor insuportável no peito que me apertava e sufocava. Eu queria gritar, queria sumir, queria esquecer tudo que ele me disse tudo que ele tinha se tornado para mim, queria apenas ser aquela menina sonhadora que acreditava no amor verdadeiro e em homens de caráter o que definitivamente o William não era.
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