quarta-feira, 10 de agosto de 2016

VENCENDO COM AMOR - CAPÍTULO TRÊS


Quando você quer controlar um sentimento ele faz questão de sair para fora e anunciar do seu jeito o que você está sentindo. Era obvio que aquele homem forte, lindo e cheiroso fazia borboletas dançarem no meu estômago, meu coração acelerar e a minha cabeça parar de raciocinar quando estava perto de mim.

O Levi insistia em ajudar o William que continuava sendo o mesmo de sempre canalha, cafajeste e apaixonante. Passar para ir a igreja e vê-lo conversando e rindo com os amigos quase sempre bebendo ou usando droga fazia eu me odiar por alimentar um sentimento por ele.

Na verdade mesmo eu não alimentava esse sentimento eu resistia a ele e isso me fazia muito mal, pois estava sempre tentando mostrar para todos que eu estava bem, mostrar para a Maísa e  para os meus irmãos que o William não mexia comigo. Mas por dentro só tinha cacos  o que antes chamava de coração.

Eu tinha ideologia de guardaR para mim tudo que é meu pode parecer besteira falar isso, mas sempre foi assim que eu agi. Ninguém precisava saber da dor que estava sentindo, da raiva que sentia por me apaixonar justamente por alguém do tipo que eu jurava nunca me apaixonar. Eu colocava o sorriso no rosto e engolia o choro disfarçando a dor da alma.
Eu que sempre fui firme em esperar, eu que sempre fui seca em dispensar quem quer que fosse, pois eu pensa que o escolhido de Deus para mim faria o meu coração bater diferente.

Agora tinha o coração batendo diferente pelo homem mais errado que poderia me  aparecer, com o sorriso mais lindo para me conquistar. Eu estava em guerra e não ia baixar a guarda facilmente o William não iria ter o meu coração fácil assim eu não esperei a vida inteira para me destruir em tão pouco tempo.

-Amiga! –Disse afobada.

-O que foi Maísa? –Perguntei.

-Ali não é o William? –falou apontando para um bar próximo a igreja.

Não poderia ter cena pior para acabar de me destruir do que a que vi naquele momento. O William estava com uma garota sentada em seu colo dando um beijo do “tipo exagerado” ele parecia querer engolir a garota enquanto sua mão percorria a perna dela.

-Nah!

-O que foi? –perguntei engolindo o choro.

-vamos! –Disse com o olhar compreensivo como se entendesse o que sentia.

Fui andando em direção a igreja com uma dor insuportável me apertando o coração. Como 
em poucas  semanas minha vida tinha virado de cabeça para baixo? Como alguém que surgiu de repente fez uma bagunça no meu coração e na minha mente?. Queria ter respostas para essas perguntas, mas ao invés disso tinha mais questionamentos que me atormentavam.

Estava difícil controlar meu coração eu sei que nunca daria certo, sei que ele é pegador  e de toda fama ruim que carrega, mas que culpa tenho eu se me apaixonei pelo cara errado?. Já tinha orado, jejuado, feito campanhas de oração pela madrugada em prol de que esse sentimento saísse de mim, mas ele insistia em ficar.

-O William vem aqui hoje.

-Que bom que avisou, estou de saída! Tchau!

-Volta aqui Nah! –Falou segurando meu braço.

-Sem chances Levi! –Falei pegando minha bolsa e o celular no sofá. –Eu não quero me 
envolve nisso, não dá para perceber que o seu “amiguinho” já bagunçou demais a minha vida não?

Abri a porta e quem está lá a uns  10 cm de distância de mim parado na porta da minha casa?

-Oi! Tudo bem? Estou de saída, tchau! –Falei rápido demais.

-Ei! Volta aqui! –ele falou segurando meu braço me fazendo virar.

-É serio, eu preciso sair agora ou eu vou me atrasar. –Falei me soltando e entrando no elevador.

-Idiota! –murmurei baixinho.

-Nah! Aconteceu alguma coisa!

-Oi Gabi! Eu nem te vi, eu só estou um pouco chateada nada de mais.

O Gabriel era um dos jovens da igreja eu o conhecia desde a pré-adolescência quando os pais dele se mudaram para o nosso prédio. Como os pais dele são pastores os meus pais sempre foram muito próximos dos dele e isso acabou nos aproximando.

-Posso te ajudar?

-Onde você vai?

-Na praça tomar um ar.

-Posso ir com você? Isso já vai me ajudar bastante.

-Claro!

Caminhamos conversando até a praça que ficava próximo ao nosso prédio e sentamos em um banco lá a tarde toda, no anoitecer voltamos para casa.Me despedi dele no meu andar, pois ele morava no andar de cima.

-Namorado? –perguntou me encarando.

-Não, amigo. –Respondi séria.

-Porque você foge de mim, só para saber eu não mordo tá? –Disse com um sorriso encantador.

Eu ri de como eu ele falou e percebi pelo olhar dele que a minha cara deveria ser de boba porque ele também riu.

- Será que poderíamos conversar algum dia desses? –Disse com o olhar sedutor que deveria ser sua arma com todas as mulheres.

-Obrigada William, mas eu não posso. –Disse seca.

-porque não? –Perguntou como se não aceitasse a minha resposta e isso de alguma forma atingisse sua imagem de pegador.

-Porque eu não sou esse tipo de garota com que você está acostumado a ficar. –Disse me lembrando da cena dele no bar.

-Assim você me ofende, eu não sou um monstro. –Disse parecendo ofendido.

-Mas é um pegador e sair por ai com você me faria mais uma de suas “presas”, me perdoe as palavras. –Falei entrando e fechando a porta.

-O que aconteceu filha parece pálida?

Abracei minha mãe e chorei.

-Calma Nah! Porque não me diz o que aconteceu? –Disse com seu jeito gentil de ser.

Fui para o meu quarto com a minha mãe e lhe contei tudo o que estava sentindo e como o 
William estava mexendo comigo mesmo eu tentando evitar me apaixonar por ele.

-...Eu juro mãe eu estou lutando contra esse sentimento, mas é mais forte do que eu.

-Calma Nah! Se apaixonar não é a pior coisa do mundo mesmo que seja por alguém que não serve a Deus, isso vai passar. Mas pelo que conversei com William hoje ele é um bom rapaz e esta se esforçando para voltar para presença de Deus.

-Mas eu não quero, não quero ficar com ele nem senti  o que estou sentindo.

Nem minha mãe que sempre foi minha melhor amiga era capaz de me entender muito menos de explicar a dor e o peso que sentia ao carregar em mim um sentimento que me fazia tão mal por ser exatamente contrario daquilo que um dia eu tinha sonhado para mim.

Eu não me rebaixaria a ponto de ser apenas mais uma na vida do William, a ser um passatempo, uma ficante qual quer não era esse o destino que sonhava para mim, não era pelo cara errado que eu sonhava me apaixonar. Fisicamente ele era um príncipe encantado, mas só fisicamente, de atitude e caráter demonstrava ser completamente um sapo.


***
Por William

Conheci o Levi na faculdade sempre notei que ele era diferente não falava palavrão, nem ficava com meninas, se comportava muito bem e sempre me falou de Deus e ao poucos me fez ter saudade de estar na igreja e de servir a Deus. Aos pouco nos tornamos amigos e isso me fez  querer mais ainda amar a Deus e voltar para sua presença mesmo com todas as dificuldades que eu teria que enfrentar.

Um dia enquanto conversávamos o Levi me mostrou fotos da sua família e uma das irmãs a mais nova me chamou atenção. Aqueles olhos verdes-azuis tinha uma ternura, um mistério e o sorriso? Meu Deus! ela é linda. Ela não tem muitas curvas, nem usa roupas que destacam o seu corpo, mas ela mexe comigo, mas do que eu achava que alguém conseguiria em tão pouco tempo.

E a imagem dela não saiu da minha cabeça e foi assim que eu  a reconheci sendo encurralada pelos meus amigos, próximo a igreja dela, na hora pensei em ajuda-la além de ser irmã do Levi eu queria muito conhecê-la melhor e defendendo-a teria uns pontos a mais no placar.

Ela foi embora correndo e nem agradeceu apenas assentiu com a cabeça e eu não parei de pensar nela até nos reencontrarmos no ponto de ônibus enquanto eu estava voltando para casa, meu coração até acelerou e isso não era lá coisas que aconteciam com frequência ainda mais por um menina.

Ela era difícil soube depois daquela conversa e das poucas palavra que trocamos durante as vezes em que fui na casa dela estudar com o Levi, ela me escondia algo e eu iria desvendar o que era.

-Você é muito bonita Nátalia será que poderíamos conversar algum dia desses? –Falei tentando quebrar o gelo que ela sempre me dava.

-Obrigada William, mas eu não posso. –Ela falou firme e alto como se disse aquilo mais para ela própria do que para mim.

-porque não? –Insisti

-Porque eu não sou esse tipo de garota com que você está acostumado a ficar. –Ela soltou me encarando, me fazendo realmente perceber que ela era completamente diferente do tipo de garotas pelas quais estava ficando nos últimos meses.

-Assim você me ofende, eu não sou um monstro. –Falei tentando parecer chateado.

-Mas é um pegador e sair por ai com você me faria mais uma de suas pressas, me perdoe as palavra. –Falou entrando e fechando a porta na minha cara.

Ela tinha algum sentimento por mim e era algo que ela tentava esconder, por isso sempre falava apenas falas necessárias como se não quisesse soltar nas falas algo que me fizesse entender o que ela sentia, mas eu vou descobrir.

Talvez conquistar a Natália fosse o meu principal objetivo no momento, a queria como medalha e troféu. Mulher alguma havia me dispensado ela foi a única que resistiu a mim. Ela era sim diferente e por isso queria comprovar que mulheres são todas iguais te enganam, apaixonam e decepcionam como se nada tivesse feito, ela seria sim minha presa e  não demoraria muito para isso acontecer.

CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO:
-Está tudo bem? –Ele perguntou segurando meu rosto com a mão.
-Sim, tudo certo! –Falei tentando não encara-lo.
-Sabia que é feio mentir? –Ele falou com um meio sorriso que fez meu coração gelar.
-Mas ainda é fingir que se importa. O que você quer? –Falei séria.
-Eu me importo sim e por isso quero saber porque você me trata assim? Eu sei que não sou um homem mais honroso, mas também não saio por ai destratando as pessoas. Eu quero ficar com você.

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