Quando você quer controlar um sentimento ele faz questão
de sair para fora e anunciar do seu jeito o que você está sentindo. Era obvio
que aquele homem forte, lindo e cheiroso fazia borboletas dançarem no meu
estômago, meu coração acelerar e a minha cabeça parar de raciocinar quando
estava perto de mim.
O Levi insistia em ajudar o William que continuava sendo
o mesmo de sempre canalha, cafajeste e apaixonante. Passar para ir a igreja e
vê-lo conversando e rindo com os amigos quase sempre bebendo ou usando droga
fazia eu me odiar por alimentar um sentimento por ele.
Na verdade mesmo eu não alimentava esse sentimento eu
resistia a ele e isso me fazia muito mal, pois estava sempre tentando mostrar
para todos que eu estava bem, mostrar para a Maísa e para os meus irmãos que o William não mexia
comigo. Mas por dentro só tinha cacos o
que antes chamava de coração.
Eu tinha ideologia de guardaR para mim tudo que é meu pode
parecer besteira falar isso, mas sempre foi assim que eu agi. Ninguém precisava
saber da dor que estava sentindo, da raiva que sentia por me apaixonar
justamente por alguém do tipo que eu jurava nunca me apaixonar. Eu colocava o
sorriso no rosto e engolia o choro disfarçando a dor da alma.
Eu que sempre fui firme em esperar, eu que sempre fui seca
em dispensar quem quer que fosse, pois eu pensa que o escolhido de Deus para
mim faria o meu coração bater diferente.
Agora tinha o coração batendo diferente pelo homem mais
errado que poderia me aparecer, com o
sorriso mais lindo para me conquistar. Eu estava em guerra e não ia baixar a
guarda facilmente o William não iria ter o meu coração fácil assim eu não
esperei a vida inteira para me destruir em tão pouco tempo.
-Amiga! –Disse afobada.
-O que foi Maísa? –Perguntei.
-Ali não é o William? –falou apontando para um bar
próximo a igreja.
Não poderia ter cena pior para acabar de me destruir do
que a que vi naquele momento. O William estava com uma garota sentada em seu
colo dando um beijo do “tipo exagerado” ele parecia querer engolir a garota
enquanto sua mão percorria a perna dela.
-Nah!
-O que foi? –perguntei engolindo o choro.
-vamos! –Disse com o olhar compreensivo como se
entendesse o que sentia.
Fui andando em direção a igreja com uma dor insuportável
me apertando o coração. Como
em poucas
semanas minha vida tinha virado de cabeça para baixo? Como alguém que
surgiu de repente fez uma bagunça no meu coração e na minha mente?. Queria ter
respostas para essas perguntas, mas ao invés disso tinha mais questionamentos
que me atormentavam.
Estava difícil controlar meu coração eu sei que nunca
daria certo, sei que ele é pegador e de
toda fama ruim que carrega, mas que culpa tenho eu se me apaixonei pelo cara
errado?. Já tinha orado, jejuado, feito campanhas de oração pela madrugada em
prol de que esse sentimento saísse de mim, mas ele insistia em ficar.
-O William vem aqui hoje.
-Que bom que avisou, estou de saída! Tchau!
-Volta aqui Nah! –Falou segurando meu braço.
-Sem chances Levi! –Falei pegando minha bolsa e o celular
no sofá. –Eu não quero me
envolve nisso, não dá para perceber que o seu
“amiguinho” já bagunçou demais a minha vida não?
Abri a porta e quem está lá a uns 10 cm de distância de mim parado na porta da
minha casa?
-Oi! Tudo bem? Estou de saída, tchau! –Falei rápido
demais.
-Ei! Volta aqui! –ele falou segurando meu braço me
fazendo virar.
-É serio, eu preciso sair agora ou eu vou me atrasar.
–Falei me soltando e entrando no elevador.
-Idiota! –murmurei baixinho.
-Nah! Aconteceu alguma coisa!
-Oi Gabi! Eu nem te vi, eu só estou um pouco chateada
nada de mais.
O Gabriel era um dos jovens da igreja eu o conhecia desde
a pré-adolescência quando os pais dele se mudaram para o nosso prédio. Como os
pais dele são pastores os meus pais sempre foram muito próximos dos dele e isso
acabou nos aproximando.
-Posso te ajudar?
-Onde você vai?
-Na praça tomar um ar.
-Posso ir com você? Isso já vai me ajudar bastante.
-Claro!
Caminhamos conversando até a praça que ficava próximo ao
nosso prédio e sentamos em um banco lá a tarde toda, no anoitecer voltamos para
casa.Me despedi dele no meu andar, pois ele morava no andar de
cima.
-Namorado? –perguntou me encarando.
-Não, amigo. –Respondi séria.
-Porque você foge de mim, só para saber eu não mordo tá?
–Disse com um sorriso encantador.
Eu ri de como eu ele falou e percebi pelo olhar dele que
a minha cara deveria ser de boba porque ele também riu.
- Será que poderíamos conversar algum dia desses? –Disse
com o olhar sedutor que deveria ser sua arma com todas as mulheres.
-Obrigada William, mas eu não posso. –Disse seca.
-porque não? –Perguntou como se não aceitasse a minha
resposta e isso de alguma forma atingisse sua imagem de pegador.
-Porque eu não sou esse tipo de garota com que você está
acostumado a ficar. –Disse me lembrando da cena dele no bar.
-Assim você me ofende, eu não sou um monstro. –Disse
parecendo ofendido.
-Mas é um pegador e sair por ai com você me faria mais
uma de suas “presas”, me perdoe as palavras. –Falei entrando e fechando a
porta.
-O que aconteceu filha parece pálida?
Abracei minha mãe e chorei.
-Calma Nah! Porque não me diz o que aconteceu? –Disse com
seu jeito gentil de ser.
Fui para o meu quarto com a minha mãe e lhe contei tudo o
que estava sentindo e como o
William estava mexendo comigo mesmo eu tentando
evitar me apaixonar por ele.
-...Eu juro mãe eu estou lutando contra esse sentimento,
mas é mais forte do que eu.
-Calma Nah! Se apaixonar não é a pior coisa do mundo
mesmo que seja por alguém que não serve a Deus, isso vai passar. Mas pelo que
conversei com William hoje ele é um bom rapaz e esta se esforçando para voltar para
presença de Deus.
-Mas eu não quero, não quero ficar com ele nem senti o que estou sentindo.
Nem minha mãe que sempre foi minha melhor amiga era capaz
de me entender muito menos de explicar a dor e o peso que sentia ao carregar em
mim um sentimento que me fazia tão mal por ser exatamente contrario daquilo que
um dia eu tinha sonhado para mim.
Eu não me rebaixaria a ponto de ser apenas mais uma na
vida do William, a ser um passatempo, uma ficante qual quer não era esse o
destino que sonhava para mim, não era pelo cara errado que eu sonhava me
apaixonar. Fisicamente ele era um príncipe encantado, mas só fisicamente, de
atitude e caráter demonstrava ser completamente um sapo.
***
Por William
Conheci o Levi na faculdade sempre notei que ele era
diferente não falava palavrão, nem ficava com meninas, se comportava muito bem
e sempre me falou de Deus e ao poucos me fez ter saudade de estar na igreja e
de servir a Deus. Aos pouco nos tornamos amigos e isso me fez querer mais ainda amar a Deus e voltar para
sua presença mesmo com todas as dificuldades que eu teria que enfrentar.
Um dia enquanto conversávamos o Levi me mostrou fotos da
sua família e uma das irmãs a mais nova me chamou atenção. Aqueles olhos
verdes-azuis tinha uma ternura, um mistério e o sorriso? Meu Deus! ela é linda.
Ela não tem muitas curvas, nem usa roupas que destacam o seu corpo, mas ela
mexe comigo, mas do que eu achava que alguém conseguiria em tão pouco tempo.
E a imagem dela não saiu da minha cabeça e foi assim que
eu a reconheci sendo encurralada pelos
meus amigos, próximo a igreja dela, na hora pensei em ajuda-la além de ser irmã
do Levi eu queria muito conhecê-la melhor e defendendo-a teria uns pontos a
mais no placar.
Ela foi embora correndo e nem agradeceu apenas assentiu
com a cabeça e eu não parei de pensar nela até nos reencontrarmos no ponto de
ônibus enquanto eu estava voltando para casa, meu coração até acelerou e isso
não era lá coisas que aconteciam com frequência ainda mais por um menina.
Ela era difícil soube depois daquela conversa e das
poucas palavra que trocamos durante as vezes em que fui na casa dela estudar
com o Levi, ela me escondia algo e eu iria desvendar o que era.
-Você é muito bonita Nátalia será que poderíamos
conversar algum dia desses? –Falei tentando quebrar o gelo que ela sempre me
dava.
-Obrigada William, mas eu não posso. –Ela falou firme e
alto como se disse aquilo mais para ela própria do que para mim.
-porque não? –Insisti
-Porque eu não sou esse tipo de garota com que você está
acostumado a ficar. –Ela soltou me encarando, me fazendo realmente perceber que
ela era completamente diferente do tipo de garotas pelas quais estava ficando
nos últimos meses.
-Assim você me ofende, eu não sou um monstro. –Falei
tentando parecer chateado.
-Mas é um pegador e sair por ai com você me faria mais
uma de suas pressas, me perdoe as palavra. –Falou entrando e fechando a porta
na minha cara.
Ela tinha algum sentimento
por mim e era algo que ela tentava esconder, por isso sempre falava apenas
falas necessárias como se não quisesse soltar nas falas algo que me fizesse
entender o que ela sentia, mas eu vou descobrir.
Talvez conquistar a Natália
fosse o meu principal objetivo no momento, a queria como medalha e troféu.
Mulher alguma havia me dispensado ela foi a única que resistiu a mim. Ela era
sim diferente e por isso queria comprovar que mulheres são todas iguais te
enganam, apaixonam e decepcionam como se nada tivesse feito, ela seria sim minha presa e não demoraria muito para isso acontecer.
CENAS DO PRÓXIMO CAPÍTULO:
-Está tudo bem? –Ele perguntou segurando
meu rosto com a mão.
-Sim, tudo certo! –Falei tentando não
encara-lo.
-Sabia que é feio mentir? –Ele falou com um
meio sorriso que fez meu coração gelar.
-Mas ainda é fingir que se importa. O que
você quer? –Falei séria.
-Eu me importo sim e por isso quero saber
porque você me trata assim? Eu sei que não sou um homem mais honroso, mas
também não saio por ai destratando as pessoas. Eu quero ficar com você.
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