Olhei em volta e percebi
a quantidade de pessoas que estava ali o que nos fazia um casal no meio da multidão e não
“sozinhos”.
-Digamos que não tão sozinhos. –Falei rindo.
-Espero que goste foi minha mãe que escolheu depois que
nos despedimos lá no shopping.
–Ele falou me entregando uma embalagem pequena
que parecia uma caixinha de dentro do bolso.
-Obrigada! –Falei enquanto abria a embalagem.
“Meu Deus! Que lindo!” - Quase explodi em mente.
-Que lindo! Obrigada William! –Falei e inesperadamente o
abracei.
Meu Deus! que cheiro maravilhoso! Ele tinha o corpo
quente e forte que me fazia minúscula. Ele me abraçou segurando minha cintura.
-Sua mãe acertou no presente. –Falei me afastando do
abraço tentando disfarçar que o que eu mais queria era continuar ali.
Era uma gargantilha linda com um pingente de câmera
fotográfica que era muito fofo e meigo.
-Ela disse que você é uma moça muito bonita que amaria
ter você como nora.
Lancei um olhar sério para ele, fiquei me perguntando o
quanto daquela frase era verdade e o quanto era apenas mentiras para me
conquistar.
-Tá, desculpa! Apenas amigos
eu entendi! –Falou se desculpando.
Como esconder que estava completamente apaixonada por
aquele homem lindo e irritante? Como dizer para o meu coração que a minha razão
dizia que aquilo não daria certo? Queria ser aquele tipo de pessoa que enfrenta
as coisas de frente e que se joga de cabeça sem pensar nas consequências talvez
assim não sofresse tanto com a dor de não saber o que fazer e o medo de me
decepcionar.
Não queria ter o meu coração partido, quebrado como um
vaso de vidro arremessado com força ao chão, apenas cacos jogados. Não queria
me entregar a alguém que me tivesse apenas como opção eu queria ser prioridade,
escolha de alguém.
E por mais que eu fosse completamente apaixonada pelo o
William a minha razão me dizia que ele ainda me feriria muito e embora quisesse
acreditar ser apenas uma mentira que minha mente criou para fugir desse
relacionamento eu sabia lá no fundo que não seria fácil caso eu decidisse lutar
por nós dois.
-Nah vem aqui, por favor. –A Sophia ligou para recepção e
eu fui até sua sala.
-Aconteceu alguma coisa?
-Não! Só queria te convidar para ir jantar lá em casa
hoje.
-Eu? –perguntei surpresa.
-Sim! Você é minha amiga e meus pais te adoram, nem vou
falar do meu irmão.
Eu ri.
-tudo bem, você vai me buscar?
-Sim.
Fui para casa e arrumei as coisas para faculdade, tomei
um banho quente e escolhi uma
roupa para ir a casa da Sophia. Escolhi uma saia
rodada com estampa floral, uma blusa cor de creme e um casaquinho da mesma cor,
sapatilha preta e o cabelo deixei solto, não passei maquiagem.
-Onde vai assim?
-Meu pai perguntou.
-vou jantar na casa da Soph.
-Vai jantar na casa do William? –A Raka falou vindo da
cozinha.
-Não enche tá? Ele nem deve tá em casa. –respondi.
A Sophia não veio me buscar, mandou o motorista da família. Cheguei lá no horário marcado. Algo me dizia
que esse jantar não ia ser legal e para varia eu estava certa.
Assim que entrei no apartamento me bato de frente com o
William ele estava sem camisa sentado no sofá da sala, seu corpo era forte e
sarado, mas sem dúvidas era o seu sorriso que me fazia suspirar.
-Desculpa! –Falou pegando a camisa e vestindo assim que
me viu na sala.
Fiquei parada na porta da casa esperando a Sophia ou os
pais dele chegarem.
-senta aqui. –falou batendo a mão no espaço vazio no sofá
que estava sentado.
Eu me sentei, mas estava desconfortável com a situação,
eu não queria ser apenas amiga dele, não queria ser apenas funcionaria, queria
que ele me visse como alguém importante e não como apenas um copo.
A Campânia da porta tocou e como a moça que trabalhava lá
estava na cozinha ele abriu a porta. Um mulher que parecia ser mais velha do
que eu , com um corpo escultural cabelos curtos e pretos estilo mulher fatal
entrou na sala e sem dizem uma só palavra deu um beijo devorador no William que
parecia ter esquecido da minha presença ali na sala.
Meus olhos encheram d’água na mesma hora, meu coração
acelerou e uma vontade louca de tirar ela dele me invadiu, eu nunca senti
ciúmes como tive naquele momento.
Ele não era nada meu? Sim, eu sabia e respondia o tempo
todo para não esquecer, mas o meu coração doía de imaginar tudo que havia
pensado para nós dois se transformar em apenas um nada.
Ele a afastou do beijo e seu olhar demonstrava uma enorme
surpresa pelo que tinha acontecido.
-Hanna?
-Surpreso em me ver Will? –Respondeu com uma voz no
mínimo sensual.
-O que você está fazendo aqui, não estava em Londres? E
porque me beijou assim?
-Eu voltei e quero você de novo.
-Eu não! –Respondeu firme e de alguma forma essa resposta
confortou meu coração.
-Quem é a moça? Sua nova ficante? –falou com desdém.
-Não! È apenas uma amiga da Sophia. –disse seco.
“apenas amiga da Sophia”? E aquela história de sermos
“amigos”? E aquele joguinho que estava fazendo comigo? Não era nada?
-Nah! Você está bem? –A soph falou sentando do meu lado.
-Desculpa amiga, mas eu não posso ficar para o jantar.
-O que aconteceu? –perguntou preocupada.
-Depois eu te conto.
O William ainda conversava com a Hanna, mas na sala de
jantar então não me despedi deles apenas sair.
-tem certeza que está bem? Me parece pálida.
-Eu estou bem, não se preocupe.
Desci o elevador tentando controlar o choro, mas não pude
evitar que as lágrimas descessem quando cheguei no hall de entrada. As lágrimas
desciam como cachoeira e eu tentava me controlar, mas quando lembrava do beijo,
do desdém dela e do desprezo dele elas desciam mais e o meu coração doía.
-Nah!
Limpei as lágrimas rápido, mas a minha pele clara
denunciava o choro pela vermelhidão dos olhos e nariz.
-Tava chorando, porque saiu assim ?
-Não foi nada! –Disse e continuei caminhando.
Ele correu e parou na minha frente me fazendo o encarar.
-Foi a Hanna? Ela não tem nada comigo é apenas uma ex
namorada.
-eu não estou lhe pedindo satisfações. –Disse grossa.
-Mas eu quero que saiba que aquele beijo não representou
nada.
-Já disse que não precisa se justificar eu não tenho nada
como você , sou apenas amiga da Sophia.
-Desculpa! Eu não quis dizer aquilo.
-Mas disse. –Falei e uma lágrima desceu dos meus olhos.
Como eu me odiava por ser tão frágil, tão sensível eu não sabia esconder os
meus sentimentos.
-Ei! –Falou levando meu queixo me fazendo olhar para ele.
–Você é importante para mim, não é apenas amiga da Soph você sabe que eu queria
mais que isso.
-Você sabe o que eu penso disso. –Disse desviando o
olhar. –Não precisa se preocupar apenas
estou de TPM e levei pro pessoal, esquece tá? –Disse forçando um sorriso.
Ele poderia me dizer que me amava naquele momento que eu
não acreditaria. Justamente eu a mais forte, a mais certa, a que sempre faz as
coisas pensadas, logo eu estava apaixonada por um cafajeste que não merecia uma lágrima sequer que descia dos
meus olhos.
Por que Deus permite essas
coisas acontecerem? Tantos homens no mundo o meu coração foi escolher
justamente o errado para se apaixonar.
***
-Bom tarde! –A voz rouca dele fez todos os pelos do meu
corpo arrepiarem quando falou no meu ouvido.
-Boa tarde!
-Não vai perguntar o que eu faço aqui?
-Não. Pelo que sei ainda é o dono dessa empresa.
-Nossa! Quanta gentileza .
-Desculpa, você ainda é meu chefe e merece meu respeito.
-Já que não perguntou eu digo, eu vim te levar para
jantar.
-Como assim?
-Vamos jantar juntos essa noite já liguei para o seu pai e
ele permitiu.
-Eu não sou uma criança que você precisa pedir permissão ao
pai para ir brincar na pracinha, se queria ir jantar comigo falasse a mim.
-Como é teimosa! Meu Deus!
-Eu não vou a lugar nenhum com você.
-Sabe que poderia te demitir não é?
-Faça isso se quiser eu não me importo, a única coisa que
me prende aqui é a sua irmã.
-Vamos comigo, por favor. –Disse fazendo cara de cachorro
abandonado.
-Não posso eu vou ao cinema com o Gabriel.
Acabei inventado isso na hora, pedi perdão a Deus por ter
mentido, mas não iria jantar com ele.
-Então já não são mais amigos? –Disse de uma forma
diferente e pela primeira vez percebi ciúmes em seu olhar.
-De que te importa saber isso?
-Eu já lhe disse que me importo com você. –Falou me segurando
me prensando a parede.
-Me solta! –Disse firme.
-Eu não sei o que esse Gabriel representa para você, mas
eu sei o que você representa para mim.
-Eu não vou cair na sua lábia. –Disse rindo, mas por
nervoso do que por acreditar no que estava dizendo para ele.
-Não estou usando lábia com você estou sendo sincero será
que não dá para notar?
Seu corpo ainda estava colado ao meu e as nossas
respirações ofegantes começaram a ficar pesadas e eu lutava dentro de mim com
o desejo louco de beijá-lo.
-Eu não acredito em você.
-Não é isso que seu olhos dizem.
Sua mão esquerda enroscava-se ao meu cabelo e logo
começou a beijar meu pescoço. Meu corpo estava tomado por reações e sentimentos
que eu desconhecia,meu coração parecia querer sair e a minha mente lutava
contra o meu corpo querendo resistir a ele.
-Não faz isso. –Disse
Ele não me respondia, apenas continuava a beijar o meu
pescoço fazendo o meu corpo se arrepiar.
Lembrei-me de prometer a Deus resistir a minha vontade, e
fazer a sua e foi isso que me deu força para afastá-lo.
-Não está certo isso, eu sou cristã eu não devo, não
posso e não quero fazer isso. –Disse com as mãos apoiadas em seu peito.
-Não quer? –Disse irônico.
-Não quero ser apenas um passatempo seu, mas uma na sua
lista.
-Tudo bem, eu acho outro por ai. –Disse saindo.
Idiota! imbecil! ridículo! Babaca! Quem ele pensava que
era? Estava me testando? Se cedesse provavelmente seria mais uma de sua lista,
um passatempo que ele estava procurando para aquela noite.
Fui para casa e fui direto para o meu quarto deitei na
cama e comecei a chorar como me odiava por ser tão boba, tão frágil, por me
apaixonar por um homem sem caráter.
Fui para o banho queria tirar ele de mim, seu cheiro
estava no meu corpo e ainda podia sentir sua boca quente e carnuda beijado o
meu pescoço. Que idiota que sou como pude acreditar em mudança? Como acreditei
que comigo ele fosse ser diferente?.
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