Eu retornei a ligação, mas
ele não atendeu. Eu estava tentando me controlar, mas desde que encontrei a
Cristina no hospital sabia que a gente não ia se dar bem. Eu não tinha ciúmes
dele, mas com ela era diferente se eu pudesse dava uns tapas nela.
-Bom dia minha sogra! –ouvi
ele falando com minha mãe na sala.
-Bom dia Felipe, se prepara
que ela está revoltada. –Disse. –ela está no quarto.
Ouvi os passos dele e abri a
porta do quarto e ele entrou.
-O que foi Lua? –perguntou
com riso irônico no rosto e ele simplesmente ficava lindo assim.
-por onde você quer que eu
comece? Pelo seu passeio com a ex namorada, pela foto de vocês abraçados ou pela
legenda e comentários que essa foto recebeu?
-Lua pelo amor de Deus, você
quer mesmo brigar por isso?
-claro que eu não quero
brigar, você sabe que nós nunca brigamos e principalmente por causa de ciúmes,
mas a minha paciência tem limite e eu cansei.
-O que você quer dizer com
isso?
-Que eu nunca tive ciúmes de
suas amigas, das pessoas que você ajuda e nem dos milhares de olhares que você
recebe por ai, mas eu definitivamente não suporto a ideia de te ver com a
Cristina e você sabe disse.
-Lua, a Cristina também é
minha amiga e você sabe que eu nunca te trocaria por nenhuma mulher.
-amiga Felipe, amiga? Ela é sua ex namorada, vocês iam casar e
agora vem me dizer que ela é sua amiga. –disse aos gritos.
-Lua pelo amor de Deus, a
gente já se acertou e depois que terminamos ela se tornou minha amiga. Será que
dá para entender? –Falava com seu jeito calmo e tranquilo de ser o que me
deixava ainda mais estressada.
-Não, não dá! Eu não sei
entender isso, eu não consigo e nem quero entender. –falei me sentando na cama.
Ele sentou na cama e me
abraçou.
-me solta! –disse tentando
afastar ele.
-Não! –disse me segurando.
–Eu te amo Lua, o que aconteceu com a Cristina já passou, foi só uma foto de
amigos e eu vou pedir a ela para trocar a legenda e apagar os comentários se
isso te incomoda.
Eu não queria chorar, mas
estava contendo o choro a muito tempo. Apenas me permitir chorar eu sabia que a
minha atitude podia soar infantil, egoísta, ou ciumenta demais, mas era
proteção.
-Ei chorona! –falou me abraçando
mais forte. –eu te amo!
-EU também te amo! Desculpa
por tudo.
-Não precisa pedir desculpas
eu sei que estava errado e que deveria mesmo ter te ouvido.
-Não está zangado comigo
não?
-Não amor, quer sair comigo?
-Com essa cara.
-você é linda meu moranginho.
–falou rindo. Quando choro eu fico muito vermelha e todas as vezes que isso
acontece me chamava de moranginho.
-para onde nós vamos ?
–perguntei limpando as lágrimas e eu me odiava por ser assim tão sentimental e
por chorar por tudo.
-Cinema? –perguntou.
-sim! Mas não quero assistir
filme de terror da ultima vez eu nem consegui dormir de noite.
-Eu assisto qualquer um com
você.
-Mesmo se for romance.
-sim, só quero ficar do seu
lado o dia todo hoje.
***
Cada dia que passava do lado
o Felipe eu via o cuidado e o amor de Deus por mim, sabia de todas as vezes que
tinha errado antes e de toda dor que senti. Por isso cada momento ao lado do
Felipe era único e maravilhoso mesmo quando nós discutíamos por algo que não
concordávamos, mesmo que ele sentisse ciúmes de mim e que eu fosse grossa com
ele quando estava de TPM.
O Felipe tinha sido feito
para mim e eu para ele e isso parece meio utópico e clichê, mas era assim que
eu sentia ele era o homem imperfeitamente perfeito para mim e coloque
imperfeito nisso!
Sempre fui muito temerosa
com as pessoas que amo, mas com o Felipe desde sempre eu tinha uma proteção
maior, eu tinha medo de que algo lhe fizesse mal ou o afastasse de mim, pois
sabia que eu não conseguiria suportar a dor de perdê-lo, de ter o coração
partido de novo e de me ver sozinha outra vez.
A profissão do Felipe me
agoniava, todos os dias que me ligava e se despedia para ir trabalhar o meu
coração ficava na mão, pois tinha medo de que algo acontecesse, de que algum
bandido lhe fizesse mal, de que fosse baleado de novo ou que algo pior lhe
acontecesse. Tentava ao máximo ser otimista e confiante, mas eu definitivamente
ficava agoniada enquanto ele não voltava do trabalho.
-Bom dia linda!
-Bom dia amor, já está
saindo?
-Sim, só liguei para desejar
um dia maravilhoso na presença de Deus e dizer que te amo.
-Também de amo, se cuida e
fica com Deus.
-Amém, tchau!
-Tchau vida!
Fui para o trabalho, mas a
sensação de que algo ruim iria acontecer não me abandonou o dia inteiro. Eu
orei e pedi a Deus proteção para mim e para minha família, orei pelo Felipe e
pela família dele e tentei ser mais otimista que podia. No fim da tarde voltei
do trabalho e assim que cheguei em casa meu avô esta assistindo televisão.
-Boa noite vô!
-Oi minha filha, boa noite!
Entrou uma reportagem ao
vivo de um sequestro no centro da nossa cidade e a noticia dizia que um policial havia sido
baleado. A imagem pegou o policial estirado no chão, mas não dava para ver o
rosto, mas eu vi uma tatuagem no braço direito que era igual a do Felipe ele
tinha uma tribal que tomava todo o braço direito dele. Meu coração se desesperou
e eu corri para o quarto, pois não queria assustar meu avó.
Liguei para o Felipe e o
celular só dava na caixa postal, liguei para a Amanda e ela não atendia, liguei
para a Heloísa,mas provavelmente ela não viu o celular tocar então liguei para
o Julio.-Julio pelo amor de Deus me
diz que esse policial da reportagem não é o Felipe.
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