quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Os riscos de amar você II -Capítulo três


-Calma Lua, ele já foi pro hospital eu estou com ele.

-Ai meu Deus! Eu sabia! – Comecei a chorar e ficar ainda mais desesperada.

-Lua se acalma, chama a Helô e vem para cá.

-Julio em que hospital?  

Ele me passou o endereço e assim que desliguei a ligação a Heloisa me retornou e me encontro na frente do condomínio e nós fomos para o hospital. Eu estava desesperada e não conseguia para de orar, eu estava controlando o choro e uma força sobrenatural me mantinha forte e eu tinha certeza de que era Deus.

Cheguei no hospital e corri para recepção onde encontrei o Julio e ele me abraçou forte e depois deu um selinho na Heloisa eles começaram a namorar depois que eu comecei a namorar com o Felipe.

-como ele está? Eu estava sentindo que algo ia acontecer. Que droga!

-Ele vai ficar bem. –Julio disse. E ele incrivelmente fazia as coisas parecerem mais simples e menos complicadas e acho que por isso a Helô gostava tanto dele.

Ficamos mais uma hora esperando noticias tempo que a família dele chegou e a minha mãe e a Letícia também. Eu estava aflita e desesperada, eu definitivamente não queria aquele futuro para mim. Imaginar-me casada como Felipe e vendo-o sair sem ter a certeza de que iria voltar vivo ou se iria voltar morto me fazia odiar com todas as forças aquela profissão eu sabia da importância que ela tinha e do quando o Felipe amava cuidar e proteger as pessoas, mas enquanto ele se arriscava por outras vidas  colocava a dele em risco e automaticamente me deixava sem chão.

O médico voltou e nos autorizou visita-lo a família dele foi na frente e depois minha irmã e minha mãe foram, eu fiquei adiando entrar naquele quarto porque estava com raiva do que  tinha acontecido e tinha medo de brigar com ele.

-Ele  quer te ver. –julio disse me encarando.

-Eu não quero entrar. –disse baixando a cabeça.

-Eu sei o que está sentindo, me sentia assim quando algo acontecia com o meu pai em alguma operação. Eu tinha vontade de bater nele e de proibi-lo de sair de novo eu tinha medo de que ele se fosse, tinha medo de que da próxima vez ele não voltasse mais para casa.

-e o que você fazia. –perguntei.

-apenas o abraçava e deixa ele sentir  meu amor por ele e o quanto eu me importava com ele.

-Eu odeio essa profissão de vocês, eu tenho medo de perder o Felipe. Todo dia fico apreensiva sem saber se ele vai me ligar dizendo que chegou bem ou se alguém vai me ligar dizendo que aconteceu uma tragédia. Eu quero ser otimista, mas não consigo. –disse deixando algumas lágrimas escaparem.

-olha aqui! –disse levantando meu rosto. –Apenas entre e diga o que está sentindo, ele te ama e tenho certeza que vai te entender.

-obrigada! –disse lhe dando um abraço apertado o Julio não era apenas melhor amigo do 
Felipe , era um irmão para mim.

Entrei no quarto e ele estava encarando a porta esperando alguém entrar.

-Pensei que a minha namorada não queria me ver.

Não queria explodir, não queria machucar ele, não queria falar algo que fosse me arrepender depois, mas estava sufocada. Fui até onde ele estava e o abracei pelo pescoço senti sua mão direita me segurar pela cintura e sua mão esquerda estava enfaixada. Não conseguia conter o choro quando estava com o Felipe, pois não conseguia sentir vergonha dele e porque sabia que me entendia como mais ninguém.

-pensei que ia te perder! –disse fraco lhe soltando do abraço.

-Ei! –disse me fazendo o encarar. –não é só isso que seus olhos dizem.

-Poxa Fê! Eu não aguento mais essa sensação de que vou te perder, você sabe que eu não suportaria isso. Essa é a terceira vez que você se machuca por causa da sua profissão em apenas oito meses que estamos namorando. Eu te amo absurdamente e Deus é prova disso, mas não sei se suporto mais.

- O que está me dizendo? –perguntou com aquela voz rouca que ainda causava calafrios em mim.

-Que eu odeio sua profissão! Que eu odeio saber dos riscos que você corre e da incerteza que isso me dá.

-Mas essa é minha profissão Lua, eu não posso desistir da minha carreira.

-Nem se eu te pedir. –disse lhe encarando.

-Você não faria isso. –falou afirmando.

Eu estava séria e tentado planejar algo para falar que não o magoasse.

-Lua? –disse me encarando. –voce não faria isso?

-Tá bom! Desculpa por estar sendo talvez egoísta, e por estar te falando isso com você 
numa cama de hospital, mas eu temo que da próxima vez eu não te encontre aqui no hospital. Eu me odeio por te dizer isso, mas ou você desiste de ser policial ou nós terminamos. –disse o encarando com lágrimas nos olhos. –não precisa me dizer dos riscos que sofreu por mim eu lembro deles todos os dias e sou grata a Deus por você existir.

-Se é grata e se me ama porque me pede algo desse tipo, você sabe que eu abriria mão de qualquer coisa por você, mas a minha profissão?

-Que droga fê! –disse colocando as mãos na cabeça.

-Que droga digo eu Luana! –Luana? Ele não me chama de Luana a muito tempo e isso era prova de que realmente estava chateado. –Eu tomei um tiro no braço, estou todo machucado e ainda tenho que discutir com você?

-Eu não quero discutir, mas não posso continuar sufocada.

-sufocada? –perguntou rindo.

-Sufocada sim, eu sempre tenho medo te dizer algo que te machuque ou que te faça ficar chateado comigo, mas olha só parece que você não se importa como que eu sinto não é?

-Pelo amor de Deus Luana...-disse.

-Para de me chamar de Luana. –disse o interrompendo e falando alto.

-Eu não quero discutir com você. –ele disse.

- eu também não quero, mas a gente precisa se acertar.

-Eu não vou sair da policia.

-então nós terminamos aqui?. –disse com lágrimas nos olhos.

-não é isso que você quer? –disse sério.

Não respondi, apenas sai do quarto e bati a porta. Assim que sai do quarto não contive o choro uma dor insuportável me tomou o peito. A Letícia estava me esperando para irmos para casa e encontrei ela na recepção;

-O que foi? Aconteceu alguma coisa com o Felipe? –Perguntou me abraçando.

-Lê.... a gente terminou. –disse em soluços.

-Como foi isso? –perguntou sem acreditar no que havia dito.


-Por favor, eu só quero ir para casa. 
Cheguei em casa fui para o meu quarto, tranquei a porta e me permitir chorar era isso mesmo que tinha feito a vida toda. Não conseguia dizer nada, falar com ninguém apenas chorei e pedi a Deus que a vontade dele fosse feita, pois infelizmente eu não podia fazer mais nada.
-Amiga? Abre essa porta .
-não quero falar com ninguém.
-não precisa falar nada, só me deixa entrar e te dar um abraço.  
Fui até a porta e abrir, voltei para cama e me joguei lá. Ela sentou em minha cama e colocou minha cabeça em seu colo.

-O Julio foi no hospital e encontrou o Felipe a flor da pele ele contou que vocês tinha terminado e o Julio me ligou para eu te dar uma força já que a senhorita não fez questão de me contar.

-você disse que não precisava falar nada. –disse murmurando.

-Tudo bem, pode chorar,  gritar, rir, dormir fazer o que quiser eu estou com você. –disse fazendo cafuné em minha cabeça e com isso depois de chorar bastante eu adormeci.

Acordei com o sol entrando na janela e percebi que a Heloisa não estava mais lá, me joguei no chão e ali mesmo orei agradecendo pelo dia e pedindo forças a Deus para enfrentar o que viria. Levantei e antes de ir tomar banho vi um bilhete no criado mudo ao lado da cama.
“Eu te amo e mesmo que duvide disso espero que esse dia traga boas noticias ou que pelo menos amenize essa dor. Não tenha dúvidas de que pode sempre contar comigo.
Sua amiga que te ama, Helô “

O dia não amenizou a dor e as noticias boas também não vieram com ele. Uma semana se passou, duas semanas, três semanas, um mês , dois meses, três meses e aquela dor agonizante continuava em meu peito me fazendo lembrar todos os dias que eu tinha perdido o amor da minha vida.

Não adiantava ouvir meus sogros me implorando para voltar como Felipe ou suas irmãs me ligarem a cada segundo pelo mesmo motivo. Não adiantava meus familiares e amigos quererem me convencer de  aceitar o Felipe com sua profissão e tudo. Eu o amava imensamente e isso nunca esteve contando na balança dessa separação e por amá-lo tanto sabia que não suportaria ficar ao lado dele sem ter a certeza de que o beijaria antes de ir para o trabalhos, mas não saberia se ele voltaria vivo de lá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Página Anterior Próxima Página Home
Layout criado por