-Calma Lua, ele já foi pro
hospital eu estou com ele.
-Ai meu Deus! Eu sabia! –
Comecei a chorar e ficar ainda mais desesperada.
-Lua se acalma, chama a Helô
e vem para cá.
-Julio em que hospital?
Ele me passou o endereço e assim
que desliguei a ligação a Heloisa me retornou e me encontro na frente do
condomínio e nós fomos para o hospital. Eu estava desesperada e não conseguia
para de orar, eu estava controlando o choro e uma força sobrenatural me
mantinha forte e eu tinha certeza de que era Deus.
Cheguei no hospital e corri
para recepção onde encontrei o Julio e ele me abraçou forte e depois deu um
selinho na Heloisa eles começaram a namorar depois que eu comecei a namorar com
o Felipe.
-como ele está? Eu estava
sentindo que algo ia acontecer. Que droga!
-Ele vai ficar bem. –Julio
disse. E ele incrivelmente fazia as coisas parecerem mais simples e menos
complicadas e acho que por isso a Helô gostava tanto dele.
Ficamos mais uma hora
esperando noticias tempo que a família dele chegou e a minha mãe e a Letícia
também. Eu estava aflita e desesperada, eu definitivamente não queria aquele
futuro para mim. Imaginar-me casada como Felipe e vendo-o sair sem ter a
certeza de que iria voltar vivo ou se iria voltar morto me fazia odiar com
todas as forças aquela profissão eu sabia da importância que ela tinha e do
quando o Felipe amava cuidar e proteger as pessoas, mas enquanto ele se
arriscava por outras vidas colocava a
dele em risco e automaticamente me deixava sem chão.
O médico voltou e nos
autorizou visita-lo a família dele foi na frente e depois minha irmã e minha
mãe foram, eu fiquei adiando entrar naquele quarto porque estava com raiva do
que tinha acontecido e tinha medo de brigar
com ele.
-Ele quer te ver. –julio disse me encarando.
-Eu não quero entrar. –disse
baixando a cabeça.
-Eu sei o que está sentindo,
me sentia assim quando algo acontecia com o meu pai em alguma operação. Eu
tinha vontade de bater nele e de proibi-lo de sair de novo eu tinha medo de que
ele se fosse, tinha medo de que da próxima vez ele não voltasse mais para casa.
-e o que você fazia.
–perguntei.
-apenas o abraçava e deixa
ele sentir meu amor por ele e o quanto eu
me importava com ele.
-Eu odeio essa profissão de
vocês, eu tenho medo de perder o Felipe. Todo dia fico apreensiva sem saber se
ele vai me ligar dizendo que chegou bem ou se alguém vai me ligar dizendo que
aconteceu uma tragédia. Eu quero ser otimista, mas não consigo. –disse deixando
algumas lágrimas escaparem.
-olha aqui! –disse
levantando meu rosto. –Apenas entre e diga o que está sentindo, ele te ama e
tenho certeza que vai te entender.
-obrigada! –disse lhe dando
um abraço apertado o Julio não era apenas melhor amigo do
Felipe , era um irmão
para mim.
Entrei no quarto e ele
estava encarando a porta esperando alguém entrar.
-Pensei que a minha namorada
não queria me ver.
Não queria explodir, não
queria machucar ele, não queria falar algo que fosse me arrepender depois, mas
estava sufocada. Fui até onde ele estava e o
abracei pelo pescoço senti sua mão direita me segurar pela cintura e sua mão
esquerda estava enfaixada. Não conseguia conter o choro quando estava com o
Felipe, pois não conseguia sentir vergonha dele e porque sabia que me entendia
como mais ninguém.
-pensei que ia te perder!
–disse fraco lhe soltando do abraço.
-Ei! –disse me fazendo o
encarar. –não é só isso que seus olhos dizem.
-Poxa Fê! Eu não aguento
mais essa sensação de que vou te perder, você sabe que eu não suportaria isso.
Essa é a terceira vez que você se machuca por causa da sua profissão em apenas
oito meses que estamos namorando. Eu te amo absurdamente e Deus é prova disso,
mas não sei se suporto mais.
- O que está me dizendo?
–perguntou com aquela voz rouca que ainda causava calafrios em mim.
-Que eu odeio sua profissão!
Que eu odeio saber dos riscos que você corre e da incerteza que isso me dá.
-Mas essa é minha profissão
Lua, eu não posso desistir da minha carreira.
-Nem se eu te pedir. –disse
lhe encarando.
-Você não faria isso. –falou
afirmando.
Eu estava séria e tentado
planejar algo para falar que não o magoasse.
-Lua? –disse me encarando.
–voce não faria isso?
-Tá bom! Desculpa por estar
sendo talvez egoísta, e por estar te falando isso com você
numa cama de
hospital, mas eu temo que da próxima vez eu não te encontre aqui no hospital.
Eu me odeio por te dizer isso, mas ou você desiste de ser policial ou nós
terminamos. –disse o encarando com lágrimas nos olhos. –não precisa me dizer
dos riscos que sofreu por mim eu lembro deles todos os dias e sou grata a Deus
por você existir.
-Se é grata e se me ama
porque me pede algo desse tipo, você sabe que eu abriria mão de qualquer coisa
por você, mas a minha profissão?
-Que droga fê! –disse
colocando as mãos na cabeça.
-Que droga digo eu Luana!
–Luana? Ele não me chama de Luana a muito tempo e isso era prova de que
realmente estava chateado. –Eu tomei um tiro no braço, estou todo machucado e
ainda tenho que discutir com você?
-Eu não quero discutir, mas
não posso continuar sufocada.
-sufocada? –perguntou rindo.
-Sufocada sim, eu sempre
tenho medo te dizer algo que te machuque ou que te faça ficar chateado comigo,
mas olha só parece que você não se importa como que eu sinto não é?
-Pelo amor de Deus
Luana...-disse.
-Para de me chamar de Luana.
–disse o interrompendo e falando alto.
-Eu não quero discutir com
você. –ele disse.
- eu também não quero, mas a
gente precisa se acertar.
-Eu não vou sair da policia.
-então nós terminamos aqui?.
–disse com lágrimas nos olhos.
-não é isso que você quer?
–disse sério.
Não respondi, apenas sai do
quarto e bati a porta. Assim que sai do quarto não contive o choro uma dor
insuportável me tomou o peito. A Letícia estava me esperando para irmos para
casa e encontrei ela na recepção;
-O que foi? Aconteceu alguma
coisa com o Felipe? –Perguntou me abraçando.
-Lê.... a gente terminou.
–disse em soluços.
-Como foi isso? –perguntou
sem acreditar no que havia dito.
-Por favor, eu só quero ir
para casa.
Cheguei em casa fui para o
meu quarto, tranquei a porta e me permitir chorar era isso mesmo que tinha
feito a vida toda. Não conseguia dizer nada, falar com ninguém apenas chorei e
pedi a Deus que a vontade dele fosse feita, pois infelizmente eu não podia
fazer mais nada.
-Amiga? Abre essa porta .
-não quero falar com
ninguém.
-não precisa falar nada, só
me deixa entrar e te dar um abraço.
Fui até a porta e abrir,
voltei para cama e me joguei lá. Ela sentou em minha cama e colocou minha
cabeça em seu colo.
-O Julio foi no hospital e
encontrou o Felipe a flor da pele ele contou que vocês tinha terminado e o
Julio me ligou para eu te dar uma força já que a senhorita não fez questão de
me contar.
-você disse que não
precisava falar nada. –disse murmurando.
-Tudo bem, pode chorar, gritar, rir, dormir fazer o que quiser eu
estou com você. –disse fazendo cafuné em minha cabeça e com isso depois de
chorar bastante eu adormeci.
Acordei com o sol entrando
na janela e percebi que a Heloisa não estava mais lá, me joguei no chão e ali
mesmo orei agradecendo pelo dia e pedindo forças a Deus para enfrentar o que
viria. Levantei e antes de ir tomar banho vi um bilhete no criado mudo ao lado
da cama.
“Eu te amo e mesmo que
duvide disso espero que esse dia traga boas noticias ou que pelo menos amenize
essa dor. Não tenha dúvidas de que pode sempre contar comigo.
Sua amiga que te ama, Helô “
O dia não amenizou a dor e
as noticias boas também não vieram com ele. Uma semana se passou, duas semanas,
três semanas, um mês , dois meses, três meses e aquela dor agonizante
continuava em meu peito me fazendo lembrar todos os dias que eu tinha perdido o
amor da minha vida.
Não adiantava ouvir meus
sogros me implorando para voltar como Felipe ou suas irmãs me ligarem a cada segundo
pelo mesmo motivo. Não adiantava meus familiares e amigos quererem me convencer
de aceitar o Felipe com sua profissão e
tudo. Eu o amava imensamente e isso nunca esteve contando na balança dessa
separação e por amá-lo tanto sabia que não suportaria ficar ao lado dele sem
ter a certeza de que o beijaria antes de ir para o trabalhos, mas não saberia
se ele voltaria vivo de lá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário