quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Descobri o amor -Capítulo um



Minha vida desde sempre foi difícil eu cresci no orfanato menino Jesus fui abandonada lá aos dois meses de vida e desde então a minha família eram os  profissionais que trabalhavam ali e as outras crianças abandonadas como eu. Aos 4 anos fui adotada por um casal de pastores e foi a partir deles que conheci a Deus e decidir viver uma vida de entrega a Ele.

Meus pais adotivos Felipe e Luana não podiam ter filhos por isso me adotaram. Minha mãe tinha feito um aborto em um hospital clandestino o que a deixou estéril, depois que casou com o meu pai e tentaram ter filhos não puderam por causa desse problema e ela sempre me dizia que isso era o preço e consequência de seus erros do passado, mas depois de um ano que estava com eles engravidaram de uma casal que eles chamam de milagre, o menino Silas e  menina Anna. Nos dizem que vim como esperança e eles como milagre de Deus desde então somos uma família um pouco grande, confusa, mas que se ama e muito.
Sou muito grata a Deus e também aos meus pais por cuidarem de mim, por me amarem da mesma  maneira que amam seus filhos legítimos, meus irmãos também nunca fizeram distinção de mim e por isso sou muito feliz.

Aos 17 anos conclui o ensino médio e passei na faculdade de pedagogia meu sonho era poder ensinar e cuidar de crianças como eu tinha sido cuidada no orfanato e como eu fui quando ganhei uma família.

Nunca tive muitos amigos, mas a Taciele, o Hugo, a Evelin e o Diego sempre foram meus melhores amigos e logo que a taci começou a namorar o Rodrigo ele também se tornou meu amigo eles sempre estiveram do meu lado nos bons e nos maus momentos e, diga-se de passagem, mais maus do que bons. Sempre fui tímida e tive medo de demonstrar os meus sentimentos seja lá por quem fosse, e isso de alguma forma me impediu de ter outras amizades e relacionamentos.

Quando decidi abrir meu coração fui decepcionada. Logo que entrei para faculdade conheci o Rafael ele era um rapaz muito bem humorado, inteligente e carinhoso mesmo não sendo bonito fisicamente a forma como me tratava fez com eu me apaixonasse por ele. Ele não era cristão, mas isso não foi um empecilhos para mim achava que conseguiria mudá-lo e trazê-lo para presença de Deus. Cada passo daquele relacionamento que não era um namoro nem uma amizade me mostravam que eu iria me machucar, mas a paixão que tinha por ele era tão grande que me cegava.

Lembro que o Hugo meu melhor amigo me avisava para sair fora daquele relacionamento, para não confiar no Rafael, para esperar pelo melhor de Deus, mas eu já estava apaixonada demais para raciocinar sobre isso.

Depois de alguns meses que estávamos juntos eu descobri que ele me traia com praticamente a  faculdade inteira. Apesar de não ser bonito o jeito carismático dele conquistava as pessoas. Um dia depois de sai de uma aula fui ao refeitório e vi ele beijando uma menina no corredor que dava para os banheiros, meu coração se desmanchou, eu não chorei nem sai gritando, não fui até eles e pedi uma satisfação apenas voltei para sala peguei minhas coisas e liguei para o Hugo.

Meu coração estava estraçalhado, eu sentia uma dor tão profunda que nunca soube dimensionar. Lembrei do Hugo e do que me disse sobre o Rafael, pois ele era o único que sabia desse relacionamento.

-Amigo! –falei.

-Oi o que foi? Que voz é essa?

-Anjo por favor, vem me buscar.

-Já estou indo.

Ele chegou em dez minutos parou o carro do pai dele no estacionamento e eu entrei. Sem que pudesse dizer nada ele puxou para um abraço e eu nunca chorei tanto como naquele dia. 
Não existe sensação que se comparasse a de ser traída é como se alguém lhe olhasse nos olhos e lhe dissesse que você é um lixo, que não presta, que existem mais uma dúzia de outras pessoas melhores que você, é como se todo os esforço que você fez para ficar com a outra pessoa não valesse de nada.

-Vai me dizer o que foi ou vai ficar só chorando? –Perguntou limpando meu rosto com as mãos.

-Desculpa por não ter te ouvido. –disse.

-O Rafael aprontou o quê? –perguntou.

-Ele me traiu anjo, você acredita que ele estava beijando outra menina lá na faculdade?
Ele me encarava sem dizer nada e eu odiava quando fazia isso.

-Não vai me jogar na cara que me avisou antes? Pronta para ouvir seu sermão. –disse.

-Eliza você sabe que eu te amo e que tento de todas as formas te proteger, eu sabia que isso algum dia iria acontecer, mas não é porque aconteceu que eu vou jogar na sua cara, eu sou seu amigo e não seu acusador.

-Porque eu não sou assim como você em? porque eu não consigo ser tão sábia e confiante?

-você já é só não descobriu ainda. –disse depositando um beijo na minha testa.

***

Cinco anos depois

 -O Victor vem aqui amanhã ele vai falar com o papai que quer namorar comigo. –Ela me disse com o sorriso de orelha a orelha.

-Hum! Que bom minha pequena quero a sua felicidade sempre. –falei a abraçando.

-Você não sente falta de ter alguém? Não sei, de ter uma companhia, alguém pra abraçar e beijar.

-Tenho Aninha, mas as coisas acontecem ao seu tempo.

-Eu sei, mas se você ficar enfurnada nessa casa você nunca vai encontrar alguém legal. Olha para você uma moça de 22 anos, professora, bem sucedida, ruiva com essas sardas e olhos verdes de dar inveja a qualquer um e esse cabelo cacheado? Você é linda Eliza.

-Obrigada meu amor! –Falei a abraçando. –Mas agora eu não estou pensando muito nisso. 
–disse depositando um beijo em sua testa.

-Deveria pensar! –Ela disse saindo do quarto.

A Ana estava com 17 anos e estava orando com o Victor a seis meses ela não era nem um pouco precipitada e sempre pensava muito antes de tomar uma atitude e essa era uma das qualidades que admirava nela. O meu pai não  gostava muito da ideia dela começar a namora, mas era o curso da vida  ela tinha crescido e agora não era mais uma menininha era uma mulher linda e inteligente.

No dia seguinte dessa minha conversa com a Aninha o Victor foi lá em casa e pediu para namorar com a minha irmã meu pai deu sermão nele de horas e marcou um almoço lá em casa para conhecer melhor a família dele e oficializar o namoro pelas duas famílias.

Eu não conhecia a família do Victor, pois ele  não fazia parte da nossa igreja nem morava no nosso bairro conheceu a Ana da faculdade e então se tornaram amigos e logo começaram a orar para que pudessem namorar. Eu o conheci quando fui com a Ana fazer uma visita na igreja que ele congregava e depois disso nos tornamos amigos ele tinha um ano a mais que a minha irmã, mas os dois eram muito maduros e responsáveis.

-Como eu estou? –Perguntou parada na minha frente.

-Está ainda mais linda! –Falei sorrindo.

Ela vestia um vestido floral com mangas e na altura dos joelhos, seu cabelo castanhos cacheado escorria pelas costas, estava maquiada e com um sorriso que não cabia nos lábios.

-Eles chegaram! – O Silas falou entrando no quarto.

-hum como está lindo! A Manuela vem também? –perguntei.

-Pelas roupas, perfume e sorriso no rosto ela vem sim. –A Aninha respondeu.

-Nós estamos namorando, faz dois dias pedi para ela vim hoje para que eu pudesse apresenta-la também para família já que falei com os pais dela.

-Nossa! Escondendo esse segredo das irmãs? Parabéns maninho a Manu é uma garota maravilhosa. –Falei o abraçando. –Parabéns meus amores. –Falei puxando a Aninha para um abraço coletivo.

-Trio! –Ouvi a voz da mamãe gritando.

-Vamos eles já estão lá em baixo. –o Silas falou.

-Vão indo na frente.

Eles saíram do quarto e eu resolvi soltar o cabelo que estava preso num coque alto. Meu cabelo comprido e cacheado me dava bastante trabalho, mas eu amava cada cachinho da minha cabeça.

Desci as escadas e fui em direção ao jardim onde meus pais colocaram a mesa e fez uma decoração muito bonita eles amavam receber convidados em casa.

-Aqui está ela. –Meu pai falou segurando minha mão quando cheguei perto dele. –Essa é minha filha mais velha, a Eliza.

-Prazer em conhecê-la Eliza, você é muito bonita. –Uma senhora que parecia muito com o Victor falou.

-O prazer é meu! –Falei sendo educada.

Cumprimentei  todos da família, a mãe dona Jane uma senhora muito bonita e educada, assim como o pai seu Denis e as irmãs gêmeas Lara e Luna e me sentei em uma das cadeiras.

-O Fred chegou! –O Victor falou abrindo um sorriso.

-Quem é Fred? –Perguntei para a Aninha que estava do meu lado?

-É o irmão mais velho dele, um gato! –Disse rindo.

Eu virei para olha-lo e meus olhos sem intenção alguma pousou exatamente nos dele, uma imensidão azul que tirou meu fôlego. Eu nunca fui de olhar as pessoas pela aparência, mas tinha algo naquele olhar que me atraia.

2 comentários:

  1. Mai, meus parabéns! Você com certeza tem o dom da escrita! Muito cativante o seu texto! Gostei e já estou esperando a continuação...

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    Respostas
    1. Paulo meu amigooo!!! Fico tão feliz quando alguém ler minha história. Em breve tem mais, obrigada por estar lendo.

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