quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Os riscos de amar você II - Mini capítulo seis



-Luana será que dá para parar de falar e me ouvir? –Perguntou quase implorando.

-Fala!

-Eu não tenho nada com a Cristina, pois não existe espaço em meu coração para outra mulher senão você.

-Eu não estou te pedindo justificativa Felipe a vida não é sua? Você faz as escolhas que acha melhor.

-Lua pelo amor de Deus deixa de ser tão teimosa pelo menos uma vez na vida.

-O que você quer que faça? Aceite suas imposições e seu futuro de vida?

-Eu quero que você me entenda.

-Eu te entendo Felipe por mais que pareça que não eu entendo, eu sei da paixão que tem por ajudar vidas por ser policial sei do orgulho que isso te dá e também a sua família, mas eu não achei que fosse tão difícil como foi.

-Eu não entendo Lua.

-Eu amo ver você como essa roupa, gosto quando me conta como foi a sensação de ajudar num parto ou prender um marido agressor, eu gosto de como você se dá ao trabalho isso é realmente admirável. Mas eu odeio a sensação de te perder que eu sinto em todos os momentos do dia mesmo naqueles dias em que está comigo porque eu não sei quando vai aparecer um bandido que te reconheça ou quando você vai dar uma de super man e querer salvar o mundo, eu não sou capaz de ser esposa de um policial.

-Lua será que você não percebe o quão egoísta você está sendo ao pensar assim, quantas vidas eu ajudo por dia? Nem eu faço ideia, quantas pessoas se sentem seguras pela minha presença na pracinha ou em algum canto dessa cidade?

-Que seja egoísmo e o que mais você quiser achar!.

-então é isso?

-É isso!

-Você tem certeza de que a gente vai acabar por causa disso?

-Não Felipe, nós vamos acabar por sua causa.

-A culpa é minha agora? –me encarou. –Não foi eu que terminei e não sou que coloco empecilhos para nos atrapalhar.

- Não me procura mais, não me liga, esquece que um dia eu existi na sua vida e.... –disse tirando o anel de namoro do dedo. –toma! eu não quero ter que me lembrar mais de você. –falei colocando o anel em sua mão.

Eu não conseguia imaginar minha vida com outro homem, não conseguia pensar em outros braços me envolvendo em um abraço, nem em outros lábios beijando o meu, eu não conseguia projetar um futuro em que o Felipe não estivesse incluído. Desde que ele chegou na minha vida fez ela ter sentido, fez eu  me aproximar mais de Deus, da minha família e até dos meus amigos, me fez mais feliz. Meu avó me dizia “O Felipe dá o colorido que a sua vida precisava” e ele tinha plena razão, minha vida antes dele era um misto de preto e branco e mesmo me esforçando para esquecer meu passado e seguir em frente ele sempre voltava e me fazia experimentar de minhas amargas e dolorosas consequências, até o dia que o Felipe me perdoou apesar de tudo e me fez compreender que Deus tinha me dado uma nova chance, chance essa que eu provavelmente tinha perdido.

Eu queria acreditar que nossa história teria um final feliz que o Felipe fosse se arrepender ou que eu talvez mudasse de ideia, mas acho que algo que ligava a gente se partiu e talvez nunca mais conseguisse nos unir de novo. Eu o amava e isso era algo que eu nunca conseguiria mudar, mas quem sabe a nossa história não era mesmo para dar certo.

***

Duas semanas se passaram e meu aniversário chegou eu estava tão desanimada que não 
tive vontade de fazer nada. Era sábado e eu não fui trabalhar, acordei tarde e fiquei no quarto de pijama até o horário do almoço nem os cabelos penteei.

-Nossa! Levanta desse sofá e vai tomar um banho, trocar de roupa, passar uma 
maquiagem nessa cara é seu aniversário e não seu funeral. –disse me puxando para sala.

-Amanda me deixa, justamente por ser meu aniversario eu não sou obrigada a nada.

-O Felipe disse que vinha te ver.

-Já proibi o porteiro de deixar ele subir. –disse séria me jogando no sofá.

-Amiga, por favor se levanta desse sofá. – A Heloisa falou.

-Nossa como vocês são chatas!  –disse e fui para o meu quarto.

Tomei banho e vesti um vestido branco de renda um pouco acima do joelhos e de mangas curtas, lavei o cabelo e deixei os cachos soltos, passei batom e rímel e voltei para sala onde elas assistiam A culpa das estrelas pela milésima vez.

-Satisfeitas? –Falei entrando na sala.

-Elas já foram. –Aquela voz rouca falou. Estava lindo vestindo uma bermuda jeans, camisa polo azul marinho e sapatênis.


-O que você está fazendo aqui? –perguntei surpresa.

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