-Luana será que dá para parar de falar e me ouvir? –Perguntou
quase implorando.
-Fala!
-Eu não tenho nada com a Cristina, pois não existe espaço
em meu coração para outra mulher senão você.
-Eu não estou te pedindo justificativa Felipe a vida não
é sua? Você faz as escolhas que acha melhor.
-Lua pelo amor de Deus deixa de ser tão teimosa pelo
menos uma vez na vida.
-O que você quer que faça? Aceite suas imposições e seu
futuro de vida?
-Eu quero que você me entenda.
-Eu te entendo Felipe por mais que pareça que não eu
entendo, eu sei da paixão que tem por ajudar vidas por ser policial sei do
orgulho que isso te dá e também a sua família, mas eu não achei que fosse tão
difícil como foi.
-Eu não entendo Lua.
-Eu amo ver você como essa roupa, gosto quando me conta
como foi a sensação de ajudar num parto ou prender um marido agressor, eu gosto
de como você se dá ao trabalho isso é realmente admirável. Mas eu odeio a
sensação de te perder que eu sinto em todos os momentos do dia mesmo naqueles
dias em que está comigo porque eu não sei quando vai aparecer um bandido que te
reconheça ou quando você vai dar uma de super man e querer salvar o mundo, eu
não sou capaz de ser esposa de um policial.
-Lua será que você não percebe o quão egoísta você está
sendo ao pensar assim, quantas vidas eu ajudo por dia? Nem eu faço ideia,
quantas pessoas se sentem seguras pela minha presença na pracinha ou em algum
canto dessa cidade?
-Que seja egoísmo e o que mais você quiser achar!.
-então é isso?
-É isso!
-Você tem certeza de que a gente vai acabar por causa
disso?
-Não Felipe, nós vamos acabar por sua causa.
-A culpa é minha agora? –me encarou. –Não foi eu que
terminei e não sou que coloco empecilhos para nos atrapalhar.
- Não me procura mais, não me liga, esquece que um dia eu
existi na sua vida e.... –disse tirando o anel de namoro do dedo. –toma! eu não
quero ter que me lembrar mais de você. –falei colocando o anel em sua mão.
Eu não conseguia imaginar
minha vida com outro homem, não conseguia pensar em outros braços me envolvendo
em um abraço, nem em outros lábios beijando o meu, eu não conseguia projetar um
futuro em que o Felipe não estivesse incluído. Desde que ele chegou na minha
vida fez ela ter sentido, fez eu me
aproximar mais de Deus, da minha família e até dos meus amigos, me fez mais
feliz. Meu avó me dizia “O Felipe dá o colorido que a sua vida precisava” e ele
tinha plena razão, minha vida antes dele era um misto de preto e branco e mesmo
me esforçando para esquecer meu passado e seguir em frente ele sempre voltava e
me fazia experimentar de minhas amargas e dolorosas consequências, até o dia
que o Felipe me perdoou apesar de tudo e me fez compreender que Deus tinha me
dado uma nova chance, chance essa que eu provavelmente tinha perdido.
Eu queria acreditar que
nossa história teria um final feliz que o Felipe fosse se arrepender ou que eu
talvez mudasse de ideia, mas acho que algo que ligava a gente se partiu e
talvez nunca mais conseguisse nos unir de novo. Eu o amava e isso era algo que
eu nunca conseguiria mudar, mas quem sabe a nossa história não era mesmo para
dar certo.
***
Duas semanas se passaram e meu
aniversário chegou eu estava tão desanimada que não
tive vontade de fazer nada.
Era sábado e eu não fui trabalhar, acordei tarde e fiquei no quarto de pijama
até o horário do almoço nem os cabelos penteei.
-Nossa! Levanta desse sofá e
vai tomar um banho, trocar de roupa, passar uma
maquiagem nessa cara é seu
aniversário e não seu funeral. –disse me puxando para sala.
-Amanda me deixa, justamente
por ser meu aniversario eu não sou obrigada a nada.
-O Felipe disse que vinha te
ver.
-Já proibi o porteiro de
deixar ele subir. –disse séria me jogando no sofá.
-Amiga, por favor se levanta
desse sofá. – A Heloisa falou.
-Nossa como vocês são
chatas! –disse e fui para o meu quarto.
Tomei banho e vesti um
vestido branco de renda um pouco acima do joelhos e de mangas curtas, lavei o
cabelo e deixei os cachos soltos, passei batom e rímel e voltei para sala onde
elas assistiam A culpa das estrelas pela milésima vez.
-Satisfeitas? –Falei
entrando na sala.
-Elas já foram. –Aquela voz
rouca falou. Estava lindo vestindo uma bermuda jeans, camisa polo azul marinho
e sapatênis.
-O que você está fazendo
aqui? –perguntei surpresa.
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