Minha vida desde sempre foi
difícil eu cresci no orfanato menino Jesus fui abandonada lá aos dois meses de
vida e desde então a minha família eram os
profissionais que trabalhavam ali e as outras crianças abandonadas como
eu. Aos 4 anos fui adotada por um casal de pastores e foi a partir deles que
conheci a Deus e decidir viver uma vida de entrega a Ele.
Meus pais adotivos Felipe e Luana
não podiam ter filhos por isso me adotaram. Minha mãe tinha feito um aborto em
um hospital clandestino o que a deixou estéril, depois que casou com o meu pai
e tentaram ter filhos não puderam por causa desse problema e ela sempre me
dizia que isso era o preço e consequência de seus erros do passado, mas depois
de um ano que estava com eles engravidaram de uma casal que eles chamam de
milagre, o menino Silas e menina Anna. Nos
dizem que vim como esperança e eles como milagre de Deus desde então somos uma
família um pouco grande, confusa, mas que se ama e muito.
Sou muito grata a Deus e também
aos meus pais por cuidarem de mim, por me amarem da mesma maneira que amam seus filhos legítimos, meus
irmãos também nunca fizeram distinção de mim e por isso sou muito feliz.
Aos 17 anos conclui o ensino
médio e passei na faculdade de pedagogia meu sonho era poder ensinar e cuidar
de crianças como eu tinha sido cuidada no orfanato e como eu fui quando ganhei
uma família.
Nunca tive muitos amigos, mas a
Taciele, o Hugo, a Evelin e o Diego sempre foram meus melhores amigos e logo
que a taci começou a namorar o Rodrigo ele também se tornou meu amigo eles
sempre estiveram do meu lado nos bons e nos maus momentos e, diga-se de passagem,
mais maus do que bons. Sempre fui tímida e tive medo
de demonstrar os meus sentimentos seja lá por quem fosse, e isso de alguma
forma me impediu de ter outras amizades e relacionamentos.
Quando decidi abrir meu coração
fui decepcionada. Logo que entrei para faculdade conheci o Rafael ele era um
rapaz muito bem humorado, inteligente e carinhoso mesmo não sendo bonito
fisicamente a forma como me tratava fez com eu me apaixonasse por ele. Ele não
era cristão, mas isso não foi um empecilhos para mim achava que conseguiria
mudá-lo e trazê-lo para presença de Deus. Cada passo daquele relacionamento que
não era um namoro nem uma amizade me mostravam que eu iria me machucar, mas a
paixão que tinha por ele era tão grande que me cegava.
Lembro que o Hugo meu melhor
amigo me avisava para sair fora daquele relacionamento, para não confiar no
Rafael, para esperar pelo melhor de Deus, mas eu já estava apaixonada demais
para raciocinar sobre isso.
Depois de alguns meses que
estávamos juntos eu descobri que ele me traia com praticamente a faculdade inteira. Apesar de não ser bonito o
jeito carismático dele conquistava as pessoas. Um dia depois de sai de uma aula
fui ao refeitório e vi ele beijando uma menina no corredor que dava para os
banheiros, meu coração se desmanchou, eu não chorei nem sai gritando, não fui
até eles e pedi uma satisfação apenas voltei para sala peguei minhas coisas e
liguei para o Hugo.
Meu coração estava
estraçalhado, eu sentia uma dor tão profunda que nunca soube dimensionar.
Lembrei do Hugo e do que me disse sobre o Rafael, pois ele era o único que
sabia desse relacionamento.
-Amigo! –falei.
-Oi o que foi? Que voz é essa?
-Anjo por favor, vem me buscar.
-Já estou indo.
Ele chegou em dez minutos parou
o carro do pai dele no estacionamento e eu entrei. Sem que pudesse dizer nada
ele puxou para um abraço e eu nunca chorei tanto como naquele dia.
Não existe
sensação que se comparasse a de ser traída é como se alguém lhe olhasse nos
olhos e lhe dissesse que você é um lixo, que não presta, que existem mais uma
dúzia de outras pessoas melhores que você, é como se todo os esforço que você
fez para ficar com a outra pessoa não valesse de nada.
-Vai me dizer o que foi ou vai
ficar só chorando? –Perguntou limpando meu rosto com as mãos.
-Desculpa por não ter te
ouvido. –disse.
-O Rafael aprontou o quê?
–perguntou.
-Ele me traiu anjo, você
acredita que ele estava beijando outra menina lá na faculdade?
Ele me encarava sem dizer nada
e eu odiava quando fazia isso.
-Não vai me jogar na cara que
me avisou antes? Pronta para ouvir seu sermão. –disse.
-Eliza você sabe que eu te amo
e que tento de todas as formas te proteger, eu sabia que isso algum dia iria
acontecer, mas não é porque aconteceu que eu vou jogar na sua cara, eu sou seu
amigo e não seu acusador.
-Porque eu não sou assim como
você em? porque eu não consigo ser tão sábia e confiante?
-você já é só não descobriu
ainda. –disse depositando um beijo na minha testa.
***
Cinco
anos depois
-O Victor vem aqui amanhã ele vai falar com o
papai que quer namorar comigo. –Ela me disse com o sorriso de orelha a orelha.
-Hum! Que bom minha pequena
quero a sua felicidade sempre. –falei a abraçando.
-Você não sente falta de ter
alguém? Não sei, de ter uma companhia, alguém pra abraçar e beijar.
-Tenho Aninha, mas as coisas
acontecem ao seu tempo.
-Eu sei, mas se você ficar
enfurnada nessa casa você nunca vai encontrar alguém legal. Olha para você uma
moça de 22 anos, professora, bem sucedida, ruiva com essas sardas e olhos
verdes de dar inveja a qualquer um e esse cabelo cacheado? Você é linda Eliza.
-Obrigada meu amor! –Falei a
abraçando. –Mas agora eu não estou pensando muito nisso.
–disse depositando um
beijo em sua testa.
-Deveria pensar! –Ela disse
saindo do quarto.
A Ana estava com 17 anos e
estava orando com o Victor a seis meses ela não era nem um pouco precipitada e
sempre pensava muito antes de tomar uma atitude e essa era uma das qualidades
que admirava nela. O meu pai não gostava
muito da ideia dela começar a namora, mas era o curso da vida ela tinha crescido e agora não era mais uma
menininha era uma mulher linda e inteligente.
No dia seguinte dessa minha
conversa com a Aninha o Victor foi lá em casa e pediu para namorar com a minha
irmã meu pai deu sermão nele de horas e marcou um almoço lá em casa para conhecer
melhor a família dele e oficializar o namoro pelas duas famílias.
Eu não conhecia a família do
Victor, pois ele não fazia parte da
nossa igreja nem morava no nosso bairro conheceu a Ana da faculdade e então se
tornaram amigos e logo começaram a orar para que pudessem namorar. Eu o conheci
quando fui com a Ana fazer uma visita na igreja que ele congregava e depois
disso nos tornamos amigos ele tinha um ano a mais que a minha irmã, mas os dois
eram muito maduros e responsáveis.
-Como eu estou? –Perguntou
parada na minha frente.
-Está ainda mais linda! –Falei
sorrindo.
Ela vestia um vestido floral
com mangas e na altura dos joelhos, seu cabelo castanhos cacheado escorria
pelas costas, estava maquiada e com um sorriso que não cabia nos lábios.
-Eles chegaram! – O Silas falou
entrando no quarto.
-hum como está lindo! A Manuela
vem também? –perguntei.
-Pelas roupas, perfume e
sorriso no rosto ela vem sim. –A Aninha respondeu.
-Nós estamos namorando, faz
dois dias pedi para ela vim hoje para que eu pudesse apresenta-la também para
família já que falei com os pais dela.
-Nossa! Escondendo esse segredo
das irmãs? Parabéns maninho a Manu é uma garota maravilhosa. –Falei o
abraçando. –Parabéns meus amores. –Falei puxando a Aninha para um abraço
coletivo.
-Trio! –Ouvi a voz da mamãe
gritando.
-Vamos eles já estão lá em
baixo. –o Silas falou.
-Vão indo na frente.
Eles saíram do quarto e eu
resolvi soltar o cabelo que estava preso num coque alto. Meu cabelo comprido e
cacheado me dava bastante trabalho, mas eu amava cada cachinho da minha cabeça.
Desci as escadas e fui em
direção ao jardim onde meus pais colocaram a mesa e fez uma decoração muito
bonita eles amavam receber convidados em casa.
-Aqui está ela. –Meu pai falou
segurando minha mão quando cheguei perto dele. –Essa é minha filha mais velha,
a Eliza.
-Prazer em conhecê-la Eliza,
você é muito bonita. –Uma senhora que parecia muito com o Victor falou.
-O prazer é meu! –Falei sendo
educada.
Cumprimentei todos da família, a mãe dona Jane uma senhora
muito bonita e educada, assim como o pai seu Denis e as irmãs gêmeas Lara e
Luna e me sentei em uma das cadeiras.
-O Fred chegou! –O Victor falou
abrindo um sorriso.
-Quem é Fred? –Perguntei para a
Aninha que estava do meu lado?
-É o irmão mais velho dele, um
gato! –Disse rindo.
Eu virei para olha-lo e meus
olhos sem intenção alguma pousou exatamente nos dele, uma imensidão azul que
tirou meu fôlego. Eu nunca fui de olhar as pessoas pela aparência, mas tinha
algo naquele olhar que me atraia.
Mai, meus parabéns! Você com certeza tem o dom da escrita! Muito cativante o seu texto! Gostei e já estou esperando a continuação...
ResponderExcluirPaulo meu amigooo!!! Fico tão feliz quando alguém ler minha história. Em breve tem mais, obrigada por estar lendo.
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