sexta-feira, 24 de março de 2017

Coração Tatuado - Capítulo oito


Sair do meu plantão ao cacos acabei nem indo falar com o Peter apenas peguei meu carro na garagem e corri para casa eu precisava desesperadamente ver a minha filha, abraça-la e ter certeza de que ela estaria segura comigo. Desde quando eu decidi levar  a gravidez para frente eu coloquei em meu coração o objetivo de ser a melhor mãe do mundo. Não foi fácil conciliar meus estudos com as madrugadas em claro quando a Mel acordava para mamar, ou quando sentia alguma dor, ou quando simplesmente só chorava sem nenhum motivo aparente. E foi mais difícil ainda quando a minha mãe morreu e eu simplesmente me vi sozinha no mundo com uma criança de apenas três anos de idade, a Aline me ajudou muito, mas as noites sempre foram as mais difíceis.

Eu me sentia angustiada, cansada e sozinha. Eu não tinha um pai, não tinha mais mãe e o único homem que amei tinha sumido no mundo. Minha vida parecia um pesadelo e foi então que a Milena e o Léo conheceram Jesus e me levaram para igreja junto com eles. Nunca me senti tão amada, tão acolhida e tão segura como me sentia ao saber do amor de Deus  por mim, do sacrifício de Jesus, da sua entrega e me sentia constrangida ao saber que o Espírito Santo estava comigo em qual quer situação, o amor de Deus me deu força para seguir em diante.Eu busquei ser uma mãe presente para Mel, nunca lhe deixar faltar nada, ser carinhosa e ao mesmo tempo dura quando precisasse, ela me ensinou a ser  uma mulher forte e madura.

O John estava no Brasil e isso me assustava de uma maneira aterrorizante, se ele soubesse da Mel? Se ele quisesse revindicar seus direitos de “pai”? Se ele quisesse tirar tudo que eu tinha? Ele tinha esse direito era algo que nunca contestei porque afinal ele não procurou a filha porque ele não tinha conhecimento dela. A Milena era prima dele e conseguiu o contato dele um ano depois que a Mel nasceu, mas eu lhe pedi que não contasse sobre a minha filha não queria que o John se sentisse forçado a voltar para o Brasil ele não voltou como tinha prometido não queria que voltasse porque tinha essa obrigação, eu sabia do seu caráter ele nunca rejeitaria um filho. Mas o que mais me impediu de fazer isso foi imaginar os pais dele declarando com toda certeza do mundo que eu era uma oportunista que queria o dinheiro do filho deles. 

Eu não tinha ideia do quão rico o John era somente quando a Mel nasceu que a Milena me explicou que eles eram milionários e eu não queria um centavo do dinheiro deles mesmo que eu precisasse bastante principalmente depois que a agencia de publicidade que era o que me mantinha depois da morte da minha mãe passou por uma crise financeira e por um tris não fechou as portas.Eu  não queria o dinheiro dele, eu queria tê-lo comigo,  mas isso era algo fora de cogitação para minha vida principalmente depois que o Peter apareceu na e fez eu descobrir que podia amar de novo, ser feliz, ser amada. Eu estava vivendo com o Peter tudo que sonhei viver com o John e embora isso fosse assustador era reconfortante era como se Deus me fizesse viver os meus sonhos, mas de uma forma mais calma, sem o peso do nosso passado, sem a perseguição dos pais do dele, era apenas Deus, eu e ele e isso me confortava. Eu estava muito bem e saber que o John tinha voltado tinha feito meu coração balançar e eu me odiava por isso.

Cheguei em casa e assim que abri a porta vi a Milena sentada no sofá apenas passei por ela e abracei a Mel que estava do seu lado num abraço bem apertado.

-Eu te amo filha! Mamãe te ama muito. –Falei lhe apertando contra meu corpo e sem que eu percebesse eu estava chorando. –Eu vou proteger você meu amor, nunca ninguém vai tirar você de mim.

-Eu sei disso mamãe, eu também te amo. –Ela falou.

-Nathy você está assustando a Mel, vamos conversar depois você fala com ela. –Milena falou me puxando pelo braço para cozinha.

-Por que só agora Milena? São dez anos quase onze e agora que ele volta? –Falei tentando controlar toda raiva que sentia.

-Calma Nathy. –Ela me puxou para um abraço e eu não controlei todas as lágrimas que contive o dia inteiro. –Vai ficar tudo bem.

-Eu queria ter certeza disso Mi, como eu vou contar para a Mel que o pai dela está no Brasil? Uma hora ou outra ele vai saber dela seus pais já devem ter dito para seus tios.

-Disseram mesmo e eu briguei com a mamãe por isso. –Ela falou e eu me soltei do abraço.

-Agora é questão de tempo. –Falei colocando as mãos sobre o rosto.

-Você tem que contar para o Peter.

-O que eu vou dizer para ele? Que o homem que eu mais amei no mundo e pai da minha filha voltou e balançou meu coração.

-Não me diga...

-Eu não vou mentir que eu sempre esperei que ele voltasse, que ele ainda tivesse sentimento por mim, que pudéssemos ficar juntos, mas agora eu tenho o Peter.

-Tem o Peter que é  um homem incrível.

-Um homem extremamente maravilhoso que me faz feliz , mas que me apaixonei porque vi nele a imagem do John.

-Nathy eu...-O Peter parou em minha frente ao entrar na cozinha e ouvir provavelmente minha ultima frase.

Um silêncio atormentador pairou sobre nós e fez meu coração gelar, ele ouviu o que falei sua face não escondia o desapontamento e eu me senti a pior pessoa do mundo por isso.

-Vou deixar vocês a sois. –Milena falou nos deixando sozinhos na cozinha.

-Você ouviu? –perguntei tentando conter o choro mais uma vez.

-Ouvi. –Ele respondeu sério. –Não tem problema, eu só queria saber o que aconteceu vou 
saiu sem avisar tínhamos combinados de ir a igreja.

-Tem certeza de que não está chateado. –Ele apenas balançou a cabeça confirmando.

-Eu preciso te contar uma coisa.

-Eu também preciso te dizer algo muito importante.

-Diz primeiro. –Falou me encarando.

-O John está no Brasil e os pais dele já sabem da existência da Mel.

-Como? –Perguntou surpreso.

-Os pais dele é tio da Milena e ligaram para os pais dela para dizer que estavam no Brasil e que o John já está aqui a quase um ano.

-E como você está se sentindo. –Falou segurando minhas mãos.

-Eu estou com medo. –Lhe abracei.

-Eu estou com você, eu te amo e prometo que vai ficar tudo bem, -falou me apertando contra ele e beijando minha cabeça.

-E o que tinha para me dizer? –perguntei curiosa.

-Nada demais. Depois conversamos agora preciso ir.

-Mas já?

-Sim, eu tenho que ir na igreja hoje já faz dois dias que não vou.

-Tudo bem.

-Te amo. –Falou e em seguida me beijou de forma diferente como se realmente estivesse se despedindo de mim para sempre.

-Eu te amo mais. –falei e ele sorriu de volta.

Ele falou com a Mel que estava na sala com a Milena e foi embora. Meu coração se apertou e eu tive um medo enorme de perdê-lo eu acho que não suportaria mais uma perda.

***

-Peter faz três dias que não nos vemos nós trabalhamos no mesmo local, tem certeza de que está tudo bem?

-Está Nathalie, nós só estamos nos desencontrando e o hospital esses dias está lotado. –disse e era verdade.

-Nathalie? –Fazia meses que ele não me chamava assim.

-Não é seu nome? –perguntou irônico.

-Tudo bem, doutor ironia.

-Você esta chateada comigo? –perguntou.

-estou com saudades de você só isso!

-Eu também estou morrendo de saudade de você e da Mel. –falou me fazendo sorrir eu 
amava saber que ele se importava com a minha filha.

-Vou tentar ir na sua casa hoje a noite.

-Eu peguei o plantão da noite no lugar da Doutora Alice. –falei.

-Então amanhã nos vemos.


Ele estava  estranho demais há três dias ele fugia de não me ver e embora no começo eu achasse que fosse pelo que disse  e ele ouviu eu sabia que era algo pior. Algo que ele queria me dizer ou que tinha acontecido e eu não  podia evitar de estar ansiosa para vê-lo.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Coração tatuado - Capítulo sete


-Boa noite minha linda! –Falou me dando um beijo na testa.

-Boa noite meu amor! –Dei um selinho  -Parece cansado como foi o plantão?

-Exaustivo.

-Você quer me dizer alguma coisa? Estou te achando tão estranho esses dias.

-É só cansaço mesmo Nathy. –falou se jogando no sofá da minha sala.

-E seus pais desistiram de vir para o Brasil?

-Quem dera! –falou inexpressivo os pais dele deveriam ser pessoas péssimas. -Eles vêm em um mês, adiaram a viajem mais não desistiram de vim.

-Você precisa me contar por que quer tanto repelir seus pais, você é um homem maravilhoso, chato, mas maravilhoso. –Falei brincando e ele esboçou um meio sorriso.

-Não acho que seja imprescindível você saber disso.

-Sem mentiras, sem esconder nada foi o que a gente disse um para o outro, então eu quero a verdade.

-Eles não acham que eu deveria namorar uma mulher que já tem uma filha. –Falou sério e meu semblante simplesmente caiu, eu sempre tive receio disso. –Eu sei que isso é ridículo, mas eles são tradicionais e hipócritas.

-Não fale assim dos seus pais Peter. –falei o repreendendo. –Eles têm razão.

-Nunca mais fale isso Nathalie. –Falou segurando meu rosto entre as mãos. –Eu amo você e a Mel não é só sua filha é nossa filha, queira eles ou não. –Me beijou.

Três meses depois 

-Bom dia dr. –Falei ao entrar no consultório dele que ainda estava vazio.

-Bom dia! –falou se levantando me apertando num abraço. –Está lembrada que vai na minha igreja hoje não é?

-Estou sim, a Mel não me deixa esquecer. –Falei sorrindo.

-Olha o que comprei para ela. –Falou me soltando e indo até a mochila em cima da mesa tirando de lá uma caixinha.

-O que é?

-Olha! –falou colocando a caixinha na minha mão.

-Que lindo Peter!  -Falei ao ver uma correntinha  da Minie que era o desenho predileto dela. –Ela vai amar! –disse o encarando  encontrando um par de olhos castanhos num misto de alegria e apreensão.


-O que foi? Porque está me olhando assim?

-Eu comprei um presente para você também! –Falou sorrindo.

-Deixa eu ver então. –falei.

-primeiro fecha os olhos e estende a mão. –Falou rindo.

-O que está aprontando Peter?

-Faz isso logo amor! –Amor era primeira fez em três meses que ele me chamava assim eu nunca cobrei isso apesar de sempre chamá-lo dessa forma.

-Espera!

-O que foi?

-Você me chamou de amor. –Falei rindo.

-Ai meu Deus! Não acredito que fiz isso! –falou mais sabia que estava brincando.

-Tem algum problema? –perguntei.

-Claro que não MEU AMOR. –falou enfantizando o amor me fazendo rir. –minha vida, minha rainha, eu te amo Nathalie.

-A primeira vez que me diz isso também. –Falei

-Nunca disse mais sempre senti isso, eu te amo, te amo, te amo e te amo! –falou me dando um selinho.

-Eu te amo mais.

-Primeira vez também que me diz isso.

-estava esperando você falar primeiro. –disse irônica

-Meu amor, que tanto amo fecha os olhos e estica a mão. –Falou e eu fiz o que ele pediu e eu senti que ele colocava uma caixinha na minha mão.

-Agora pode abrir.

-Que lindas! –Falei pegando a caixinha com um par de alianças de prata e a menor com um brilhante de coração no meio.

-Sei que já estamos namorando a quase quatro meses, mas quero que todos os homens que chegam perto de você saibam disso. –Falou pegando a aliança e colocando no meu dedo.

-Que namorado ciumento é esse? –disse colocando a aliança no dedo dele. –Eu deveria ser a namorada ciumenta possessiva aqui. –Falei brincando.

-Mas você é.

-Peter! Eu sou ciumenta? –perguntei.

-Claro que sim Nathy! Quem foi que quase arrancou os olhos daquela garçonete do restaurante que jantamos anteontem?  E aquela irmã lá igreja que estava conversando comigo e você saiu me puxando.? –falou jogando na minha cara que sim, eu era ciumenta.

-Aquela garçonete estava quase puxando a cadeira e sentando do seu lado e a forma que ela te olhava? E aquela irmã deveria se compreender ela estava se jogando pra cima de você. –falei séria.

-Tudo bem amor! –falou me beijando. –Eu te amo assim mesmo.

-Dr. Tem um paciente te esperando. –A assistente dele entrou na sala falando. –me desculpa não sabia que a doutora estava aqui.

-Não tem problemas já estou de saída. –falei dando um selinho dele. –Você está mais bonita hoje Helena. –Falei para ela enquanto saía da sala aos olhares atentos do Peter.

***

-Nathy!

-Oi Mi! –respondi a mensagem da minha amiga.

-Tenho algo para te contar, mas não sei se vai gostar.

-fala logo! O que foi?

-Meus tios ligaram ontem para mamãe e disseram que estão no Brasil e você não acredita.

-Fala logo Milena!

-O John já está aqui a quase um ano.


Como assim? Depois de dez anos? E porque ele não tinha me procurado? E se ele soubesse da Mel? E Se ele quisesse ver minha filha? E pior se ele quisesse tirar ela de mim? E o Peter? Ele não iria gostar de ouvir isso.

segunda-feira, 20 de março de 2017

Coração tatuado -Capítulo seis


Eu sempre sonhei em viver uma história de amor como naqueles contos de fada que muito tinha lido, ter sido fruto de um casamento mal sucedido poderia ter me feito ficar traumatizada e não mais acreditar no amor, mas mesmo com tudo sendo contra eu acreditei e encontrei no John o ideal de homem perfeito. Nós éramos apenas dois adolescentes apaixonados, nossas brigas eram sempre por besteiras, mas nos completávamos como achei ser impossível acontecer com mais alguém.

Quando o John foi embora e perdemos o contato eu simplesmente achei que o amor fosse uma mentira, uma utopia, algo bonito que inventaram para enganar as pessoas. Mas então eu descobrir outro tipo de amor, minha Mel venho para resgatar minha vontade de viver, de acreditar na vida, nas pessoas, de lutar por um mundo melhor onde ela pudesse viver. Não acreditava mais em amor entre um homem e uma mulher, parecia algo muito fantasioso para mim, uma realidade que eu já não conseguia enxergar.

Porém as coisas mudaram quando o Peter entrou na minha vida. Ele não era só um médico bonito, não era só alguém que queria me impressionar toda vez que pegava ele me observando era como se ele tivesse vivido a vida inteira para me encontrar. Tinha mais carinho, paixão e cuidado em seus olhos do que achava ser possível ser construído nesses seis meses em que nos conhecíamos.

Eu demorei mais de dez anos para esquecer o John ou pelo menos deixá-lo guardado na mente e no coração aí o Peter apareceu e em seis meses fez a minha cabeça e o meu coração dá um giro de 360º. Eu tinha certeza de que ele era um propósito de Deus na minha vida,  aquele por quem eu havia sonhado e orado por tanto tempo.  Mas mesmo tendo a certeza disso eu não conseguia deixar de olhar o Peter e não ver o John ali. Era errado pensar dessa forma eu não queria me apaixonar assim, mas eu me apaixonei pelo John que estava dentro do Peter.

-Oi Nathy! Como está minha filha?

-Olá Dr. Peter sua filha está ótima não para de falar do “pai dela” para as amiguinhas que veio visitar ela.

-Que bom!

-Aconteceu alguma coisa? –perguntei ao sentir no tom da sua voz algum desconforto.

-Meus pais estão voltando para o Brasil!

-E isso não deveria ser algo bom?

-Não se tratando dos meus pais.

-Bom, não sei o porquê a presença deles não te faz bem, mas quero te ver bem vem aqui hoje? – falei e só de imaginar tê-lo comigo um sorriso bobo brotou em meu rosto.

-Chego ai umas 18:30 ok?

-Tudo bem!

Queria poder dizer que não fiquei ansiosa, mas foi exatamente ao contrário. Eu estava muito ansiosa ao vê-lo de novo só de pensar nele um frio na barriga fazia eu me senti como uma adolescente de novo.

-O que foi mãe?

-Porque está perguntando isso Mel?

-O Peter vem aqui hoje e eu estou feliz.

-Vocês estão namorando? –perguntou tão naturalmente que acabei rindo da sua cara de interrogação.

-Ainda não Mel queria mesmo conversar com você sobre  isso.

-fala mãe!

-Eu e o Peter somos amigos, mas estamos gostando um do outro um pouco mais do quê como amigos você entende?

-Você quer namorar com ele e está querendo saber o que eu acho disso? –perguntou e eu constatei o quanto minha filha era madura para os seus 9 anos de idade.

-Sim, o que você acha?

-Eu acho o máximo! –Falou pulando em meu pescoço me apertando num abraço eufórico.

-Te amo Mel! –falei beijando sua bochecha.

-Também te amo mãe!

***

-Oi! –falou quando eu abri a porta, ele era encantadoramente lindo e cheiroso.

-Oi! Entra! –Falei e só então percebi em suas mãos duas caixas de pizza.

-O que é isso? –Perguntei rindo!

-Nosso jantar! –falou depois de deixar um beijo na minha bochecha.

-Não acredito!

-A  Mel me disse que vocês comem pizza no sábado.

-Hoje é sexta-feira Peter! –falei rindo.

-Eu sei e por isso trouxe de brócolis para não quebrar sua dieta.

-eca! Odeio brócolis! –falei revirando os olhos.

Ele entrou numa crise de risos dando a gargalhada mais gostosa de ouvir.

-É mentira! Quatro queijos e calabresa serve?

-Sim! –disse pegando as caixas na mão dele e levando para a sala de jantar.

-Pai! –Ouvi grito da Mel enquanto vinha mancando do quarto até a sala.

-Oi filha ! –ele falou a abraçando e carregando ela no colo. –Você não pode ainda ficar colocando pé no chão.

-Digo isso toda hora, mas parece que uma certa mocinha não me escuta.

-Pai! Você  já pode namorar a mamãe! –falou disparada.

-hã? –perguntou confuso.

-A mamãe me perguntou o que eu achava se você fosse namorado ele e eu achei o máximo! –falou gritando com os bracinhos para cima. –Então vocês já podem namorar.

Ele me encarou por breve momento e sorriu. Eu sorri de volta e uma alegria me inundou.

-Então quer dizer que você aceita que eu seja namorado da sua mãe?

-Claro que sim!

-Então Nathalie, namora comigo? –falou meu nome de forma tão fofa que não contive o riso. –Que foi? –perguntou sério.

-claro que sim! É que você fala meu nome de forma tão fofa.

-Não é nada legal dizer a um homem que ele é fofo! –falou sorrindo me segurando pela cintura.

-Mas você é fofo e eu acho isso lindo! –falei rindo.

-Mel fecha o olho! –Ele falou e vi ela tapando os olhos e então ele me beijou.


Eu não poderia estar mais feliz  na vida do que com as duas pessoas que me traziam mais alegria e que eu queria por perto o resto da vida.

quarta-feira, 15 de março de 2017

Eu dependo de você e isso faz se mim alguém melhor #05

Eu vivo em função de te agradar e sério eu sou tão feliz por isso. Não é uma relação de escravização, manipulação ou algo do tipo, é só uma relação de dependência, eu dependo de você e isso faz de mim alguém melhor.

Tenho vivido todos esses anos da minha vida nessa busca desenfreada de te fazer feliz, te sentir que tem se alegrado de minhas ações, que de alguma forma eu tenho sido útil para você.

Já renuncie tanta coisa só para ficar do seu lado, abri mão de sonhos, desejos​ e amores para andar na sua direção. Não vou lhe dizer que nesses momentos eu te amei com todo meu amor porque na verdade eu estava com raiva, mas digo  que foi por te amar que fiz e faria tudo de novo

Faria tudo de novo porque sei que você fez e tem feito muito mais por mim. Todas as vezes que pensei em desistir você me estendeu a mão e disse : Você não está sozinha, levanta daí! E eu levantei toda amassada, quebrada com tudo fora do lugar, mas com paciência, amor e carinho você colocou tudo no lugar e cuidou de mim.

E quando todos viraram as costas para mim e eu achei ser a pior pessoa do mundo você simplesmente disse para mim : "Você tem a mim e eu te acho especial" E eu acreditei nisso e segui a vida como tinha que ser.

Quando meus medos quiseram apagar minha alegria e a minha fé eu senti seus braços me envolver e sua voz falando em meu ouvido: "Nada disso é verdade, você é capaz, você é linda, tudo vai acontecer ao seu tempo" E eu acreditei porque afinal você sabia o que estava dizendo.

Sabe Deus, olhando para trás eu não sei o que seria de mim sem você, o meu presente é com você e o meu futuro é projetado para você, naquilo que vai te agradar, naquilo que vai me aproximar de você, naquilo que vai te deixar feliz.

Eu o amo e preciso de você bem mais que o ar que eu respiro ou a luz do dia que vejo todas as manhãs, você é a força que me move , que me impulsiona a ser diferente, a ser luz em meio as trevas, sal em meio a falta de sabor. Obrigada por me amar, obrigada por cuidar de mim, por estar do meu lado mesmo sem merece.

Coração Tatuado - capítulo cinco


Aquele doutor estava me enlouquecendo, eu precisava de uma direção de Deus eu não ia quebrar minha cara e meu coração mais uma vez por ser levada por meus estímulos e desejos. Minha cabeça estava uma completa confusão, eu queria beijar o Peter ainda mais me permitir estar entregue a ele, mas eu não podia.

-Não Peter! -Falei me apoiando em seu peito afastando ele de mim.

-Desculpa! -Disse e sua voz saiu mais rouca do quê de costume.

Eu não sabia o que fazer, o que dizer e como agir, eu o queria perto de mim, eu queria estar dentro do seu abraço, eu queria ser cuidada por ele e saber que ele também cuidaria da minha filha.

-Vá embora Peter! Por favor! -Falei contendo as lágrimas.

-Eu sabia que isso era um erro, mas não queria te magoar. Me desculpa?

-Não é nada com você Peter quem tem que pedir perdão sou eu, mas por favor vá embora.

-Tchau! -Falou saindo, mas antes deixou um beijo em minha cabeça.

Ele saiu e eu desabei em lágrimas, eu era uma confusão e isso qualquer pessoa percebia, porém naquele momento era muito mais do que a dúvida de qual roupa usar era o meu futuro que estava em jogo, meus sentimentos, a minha filha.

-Senhor, quando eu perdi tudo e me encontrei sozinha num beco sem saída eu te descobri, achei em ti amor que nunca tive, colo e aconchego. Eu gosto do Peter e eu não posso fingir isso, pois depois de dez anos ele foi o único que conseguiu balançar meu coração, mas eu não quero me precipitar. Eu preciso que me diga o que fazer, que acalme o meu coração e me ensine a ouvir a e atender a sua voz...

-Nathy! –Milena falou entrando em meu quarto enquanto eu ainda orava.

-Oi! –Falei limpando as lágrimas.

-O que aconteceu? –Ela me puxou para cama e se sentou de frente para mim.

-O Peter  me beijou! –Falei abaixando a cabeça.

-O quê? –Falou quase gritando. –Não me diga que o doutor bonitão tomou atitude e você tá ai chorando?.

-Eu não podia me precipitar assim Milena.

-Precipitar? –Ela riu. –Quando foi a ultima vez que você beijou alguém?

-Você sabe muito bem essa resposta.

-Exatamente 10 anos! Vários homens entraram em sua vida e tentaram mudar isso, mas você nunca deixou. Não acha que Peter é diferente de todos os outros?

-Claro que eu acho e é por isso que tenho medo, há dez anos eu venho me guardando, me protegendo de abrir meu coração ai aparece o Peter e me faz perder a razão e o sentido de tudo a minha volta.

-Você não acha que isso é um propósito de Deus?

-Porque seria?

-O cara é lindo bem sucedido, profissional e cristão exemplar tinha de tudo para escolher alguém que não fosse tão complicada como você, mas mesmo assim entra na sua vida e mostra que quer ficar mesmo sabendo que não é mais uma menina, mas uma dona de casa e mãe.

-Talvez você tenha mesmo razão, mas eu não sei o que fazer.

-Você já me disse uma vez tudo que buscava em um homem e sinto em lhe informar que o Peter tem tudo, qual outro pretende seu amava e cuidava tanto da sua filha? E você sabe que ele não faz isso para te impressionar é visível o carinho que eles sentem um pelo outro.

-Já chega! Para de jogar isso na minha cara! –Falei. –Como está a mudança. – mudei o rumo da conversa.

***

Fazia três dia que não via o Peter eu estava de licença para poder cuidar na Mel e por isso não estava indo ao hospital. Ele me mandava mensagem o dia inteiro, mas eu não conseguia responder.

-Pelo amor de Deus responde essa mensagem, eu não estou te pedindo em casamento embora eu queira muito que isso aconteça. Eu só quero saber como você está, como está a recuperação dá Mel, se precisam de ajuda.

-Desculpa, eu estou seguindo. A Mel está ótima está sendo difícil mantê-la na cama ela quer andar e correr o mais rápido possível, estamos bem pode ficar despreocupado.

-Graças a Deus você respondeu, que bom que estão bem será que eu posso visitar a Mel?

-Pode sim, ela vive falando de você.

-Passo aí essa tarde.

Eu não podia fugir dele para o resto da vida nem fingir que a presença dele não me afetava porque eu sempre fui péssima nessa história de esconder sentimentos. Aos poucos eu conseguia identificar no Peter tudo que eu pedia a Deus em oração ele era cristão e amava a Deus acima de tudo, era um homem bem resolvido na vida, era divertido, inteligente e o principal amava minha filha e a trava como se fosse filha dele.

-Oi! -Falei assim que abrir a porta e ele estava lá com um sorriso que me causou um enorme frio na barriga.

-Oi Nathy! Posso entrar?

-Claro que sim. A Mel está lá dentro com a Aline.

Ele passou por mim e seu perfume entrou por minhas narinas me fazendo perder o sentido de tudo. Porquê ele me prendia assim? Que poderes ele tinha para me fazer perder a razão toda vez que estava perto de mim?
Ele seguiu para o quarto da Mel e Aline estava saindo de lá. Ele era um homem atraente, tinha aquele tipo de beleza que deixa as pessoas constrangidas e foi exatamente assim que Aline ficou ao se dar de frente com ele.

-Oi Aline, tudo bem? -Falou com sua voz rouca e sedutora.

-Oi doutor Peter, eu estou bem.

-Aline se a Mi chegar diz para ela entrar vamos ficar aqui com a Mel. -Falei.

-Tá bom

***
-Cadê a princesa mais linda que eu conheço? -Falou entrando no quarto e sentando na cama da minha filha.

-Tio Peter pan!!! Que saudades! -Falou o envolvendo num abraço apertado.

-Também estava com saudades de você minha princesa. -Falou beijando sua testa. -É que estava meio brigado com sua mãe.

-Mas agora não estão mais não né? -Perguntou me encarando.

-Não filha, agora já estamos bem. -Falei o encarando enquanto recebia um sorriso de volta.

Eu soube desde que minha filha conheceu o Peter que seria difícil afastá-la dele, ela não se apegava fácil e nunca antes gostou de algum pretende meu, mas com ele era completamente diferente. Ela se apegou rápido a ele e ele a tratava tão bem que mesmo que nada desse certo entre nós eu deixaria ele continuar vendo-a e tendo contato com ela.
Eles estavam brincando de charadas enquanto eu apenas observava o quanto eles tinham sintonia, o quanto eram parecidos e elétricos. A Mel sempre foi muito inquieta desde a gravidez e isso era muito do pai dela, mas o Peter também era assim.

-Eu queria que você fosse meu pai. -Minha filha falou fazendo meu coração se apertar e um nó se formar em minha garganta.
Mel nunca falava do pai, depois que lhe expliquei o porque ela não tinha pai ela não tocou mais no assunto. O Léo sempre foi a presença masculina que ela teve por perto, mas meu amigo era muito calmo para suportar a eletricidade da minha filha.

-Eu posso ser seu pai a partir de hoje se você quiser.

-É sério? -Perguntou eufórica enquanto encarava o médico ao meu lado.

-É, se você quiser e se sua mãe deixar hoje mesmo você vai ser minha filha. -Falou rindo me fazendo constatar naquele momento o quanto eu era apaixonada por aquele homem.

-Eu quero! -Disse esbanjando um sorriso largo que há muito tempo não via em seus lábios. -Você deixa mamãe? .

Eu não tinha como dizer não, eu sabia que ele não estava fazendo aquilo por mim, para me impressionar ele realmente gostava da minha filha e estava fazendo aquilo por ela.

-Claro que sim.

-Então Mel você aceita ser minha filha? -Perguntou enquanto segurava a mãozinha dela e ela o fitava com os olhinhos brilhantes.

-Eu aceito! -Falou pulando no pescoço dele.

***

-Obrigada por tudo que está fazendo por ela eu nem sei como agradecer, é tão louco a forma como ela se apagou a você ela sempre foi fechada e difícil de se apegar.

-Eu creio que foi um propósito de Deus. Eu amo a sua filha ou melhor a nossa filha. -Disse rindo.

 -Você tem razão, é um propósito de Deus.

-Tenho uma proposta para você.

-O quê?

-Eu já tenho uma filha, será que eu posso me sentir o homem mais feliz do mundo tendo a 
mãe dela como minha namorada? -Perguntou me deixando estática.

-Me pegou de surpresa Peter! -Falei

-Eu vou te deixar pensar, mas por favor não fique mais três dias sem falar comigo. –falou sorrindo.

-Claro que não, eu acho que nem que eu quisesse a sua filha deixaria. -Falei rindo. -Vá logo já está atrasado para o culto.

-Tchau. -Falou me surpreendendo com um selinho.


-Tchau Peter! 

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Oiiie gente linda! o que estão achando da história? comentem aqui ou na página do Facebook é sempre importante saber a opinião de vocês. Beijocas da Maii! <3 b="">
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