quinta-feira, 9 de março de 2017

Coração tatuado - Capítulo quatro


Será que dá para parar de conversar comigo senhor doutor? Eu estou com sono e você tem plantão amanhã.

-Doutora Nathy não faça isso com esse rapaz que vos fala.

-Não seja tão dramático Peter amanhã eu passo no hospital para te ver.

-Não me diga que vai usar sua folga para me ver?

-Vá dormir Peter e não ouse mas puxar assunto comigo.

-Boa noite rainha Nathy mande beijos para princesa Mel.

-Boa noite Peter, obrigada por tudo.

-Tudo o quê?

-Peter!

-Quê?

-Qual a parte do não puxe assunto comigo você não entendeu?

-Não seja maldosa Nathy, por favor me diga o que "tudo" você está me agradecendo.

-Pela sua atenção, pelo seu cuidado por mim e pela Mel, por estar sempre disponível e disposto a nos ajudar você tem sido um ótimo amigo.

-Posso te dizer o mesmo Nathy vocês têm feito muitíssimo bem a mim. Agora pode ir dormir, beijos.

-Beijos.

A quase dois meses depois que nos encontramos na igreja eu e Peter estávamos cada vez mais próximos e mais amigos, não dormíamos antes de conversarmos e ele ia na minha casa todos os domingos brincar com a Mel que a cada dia o amava mais.

***
-Mãe o tio Peter vem aqui hoje?

-Não Mel ele está no plantão, mas o que acha de irmos no parque e depois passarmos lá no hospital?

-Eu quero! -Disse gritando e batendo palmas.

Depois do café da manhã arrumei a Mel e fomos no parquinho que tinha no nosso prédio.
Mel desce daí filha. -Falava mais uma vez para que ela descesse do banco onde estava pulando de um lugar para o outro.

-Já vou mãe!

-Melaine desce agora! -Gritei o que era muito difícil de acontecer.

Mas ela pulou para o outro banco e logo caiu no chão.
-Mel!!! -Gritei correndo em sua direção, mas já peguei ela desacordada no chão.

Alguns rapazes que estavam perto me ajudaram a coloca-la dentro do carro e eu dirigi o mais rápido possível até chegar no hospital. 

Ela entrou para ser atendida, mas a médica que estava no plantão não me deixou passar.

-Nathalie? -Ouvir a voz do Peter foi como encontrar um refúgio naquele momento.

-Ah Peter! - Falei me levando e o abraçando pela cintura deixando minha cabeça afundar em seu peito enquanto o molha de lágrimas

-O que houve? -Falou me apertando em seu abraço.

-A Mel....

-O quê Nathy?

-Eu estava com ela no parque e ela estava pulando uns bancos quando desequilíbrou e caiu batendo a cabeça no chão chegou aqui desacordada.. -Falei entrando em mais uma crise de choro.

-Calma! Vai ficar tudo bem. -Disse e depois beijou minha cabeça.

A muito tempo alguém não me trazia tanta segurança como ele passava para mim, era como se tudo ao lado dele parecesse menor e menos complicado do que realmente era.

-Doutora Nathalie?

-Sim! -Respondi me soltando do Peter.

-É a mãe da Melanie? -Perguntou me encarando.

Eu realmente não parecia mãe da Mel primeiro porque eu era bem jovem e segundo porque minha filha era parecida com o pai pelo menos quando ele era jovem.

-Sou , como ela está?

-Ela terá que passar por uma cirurgia...

-Cirurgia? -perguntei com lágrimas nos olhos. Senti o Peter segurar meu ombros tentando me confortar

-Não foi nada grave mas quebrou a perna esquerda.

-Ela já está consciente? Eu posso vê-lá ? -perguntei eufórica.

-Sim ela apenas desmaiou por conta das queda, mas já está acordada você pode vê-la sim, mas tem que ser rápido pois precisaremos seda-la para cirurgia.

-Tudo bem doutora? -Tentei ler seu jaleco.

-Ticiane! -Respondeu encarando o Peter logo atrás de mim.

-Posso ir com você? -Peter me perguntou.

-Claro que sim, ela perguntou de você dia todo hoje.

-Vamos? Eu quero ver minha princesa. -Me estendeu a mão e sem pensar muito eu aceitei entrelaçando nossos dedos enquanto caminhávamos para sala onde minha pequena estava.

-Mel! -Falei abraçando ela

-Oi Mãe, desculpa.

-Imagina meu amor, mamãe está aqui com você agora tá bom?

-Como vai minha princesa? -Peter falou entrando no quarto.

-Tio Peter pan! -Ela gritou o chamando pelo apelido que ela mesma tinha dado a ele

Ele a abraçou e eu senti naquele abraço o quanto ele tinha ficado aflito pela minha filha, ele a soltou do abraço e beijou sua testa como sempre fazia.

-A mamãe disse que ia vim te ver hoje.

-Ai você quis adiantar a visita não é senhorita! -Falou rindo fazendo cócegas nela.

Obrigada por tudo que tem feito por nós Peter, a Milena e o Léo estão tão atarefados com a mudança de casa e com o trabalho que tem sido difícil nos vermos e eles depois de Deus e da minha filha eles são minha única família e se você não estivesse do meu lado seria ainda mais complicado.

-Eu já disse que amo estar com vocês e que me fazem bem eu só estou cuidando do que é especial para mim. -Falou fazendo carinho em meu rosto

O Peter era bem mais alto do que eu e apesar de não baixinha tínhamos uma grande diferença de altura. Eu queria que déssemos certo juntos tudo que eu mais temia era que minha filha rejeitasse ele, mas ela o tratava como se tivesse vivido com ele durante a vida inteira. Estava tentando não me precipitar, mas eu sentia que havia uma sintonia entre nós e que meu coração fechado a tanto tempo para balanço cogitava lhe dar uma chance.

-O que está pensando me encarando desse jeito? -Perguntou rindo.

-Em como você é lindo! -Falei .

-Sempre soube disso!

-Não seja tão convencido Peter, estou falando de beleza interior você é um homem muito bonito também por dentro.

-Eu não sou tão bonito assim por dentro, eu falhei e tenho falhado, eu peco e cometo erros também.

-Eu sei! -Falei.

-Mas tem um erro grave que eu gostaria de cometer? .

-O quê?

-Isso! -Falou me puxando para perto colando nossos lábios num beijo envolvente que fez eu me sentir viva como a tempos não conseguia.

Aquele doutor estava me enlouquecendo, eu precisava de uma direção de Deus eu não ia quebrar minha cara e meu coração mais uma vez por ser levada por meus estímulos e desejos.

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