-Doutora já viu o médico
novo? –Jacy uma das enfermeiras e amiga minha perguntou.
-Ainda não, ele é de que
especialidade? –perguntei enquanto terminava de anotar algumas informações do
meu próximo paciente.
-Ele é ortopedista e que
ortopedista. –falou se abanando.
-controle-se Jacy seu noivo não
vai gostar de ouvir isso. –disse rindo.
-está vendo Hélio aqui? –perguntou
irônica .
-vamos lá Jacy tenho um
paciente me esperando. –Sai empurrando ela para fora da sala de descanso.
Eu me especializei em
pediatria queria saber tudo que fosse necessário para cuidar bem da minha filha
e era uma área da qual eu amava e me orgulhava de ter seguido.
Entrei na minha sala e me
preparei para receber meu próximo paciente, mas me surpreendi ao ver meu chefe
doutor Clovis mais outro médico que eu
ainda não conhecia entrando na minha sala.
-Doutora Nathalie desculpe
invadir assim sua sala, mas é que queria te apresentar o doutor Peter ele faz
parte da nossa equipe agora. –ele falava enquanto eu olhava para o médico
aparentando estar incomodado do seu lado.
-Imagina Doutor Clovis,
prazer em conhecê-lo doutor Peter. –falei lhe estendendo a mão.
Em um aperto amistoso ele me
olhou nos olhos e foi como se já nos conhecêssemos antes.
–Prazer é todo meu
doutora Nathalie.
Eles saíram da minha sala e em
seguida meu paciente e sua mãe entraram na minha sala. A tarde foi longa e
acabei atendendo mais paciente do que gostaria senti meu corpo pedindo cama
quando sai do hospital.
-Aline pode deixar a Mel
pronta para ir a igreja?
-Claro que sim Nathy.
-eu vou direto para igreja
vou te ligar quando chegar na portaria. –expliquei a babá e quase mãe da minha
filha.
Aline era babá da irmã da Milena
e veio trabalhar comigo quando a Mel tinha três anos logo após a morte da minha
mãe, graças a Deus ela era uma mulher admirável e cuidava da minha filha como
se fosse sua e por isso confiava nela.
Liguei para Aline assim que
estacionei na portaria e minha filha entrou no banco traseiro depois de dar um
abraço caloroso em Aline. Eu queria subir e tomar um banho, mas no estado que
me encontrava naquela sexta-feira tudo que faria se subisse era dormir porém
fui convidada para louvar em uma igreja e não podia colocar o chamado do Senhor
atrás das minhas vontades.
-Mãe onde vamos? –Mel perguntava
ao estranhar o caminho diferente da nossa igreja.
-mamãe vai louvar em outra
igreja filha. –falei.
-E depois eu posso comer
cachorro-quente?
-só vou deixar porque é
final de semana. –disse fazendo cócegas nela assim que paramos o carro na frente
da igreja.
Assim que entrei segurando a
mão de minha filha avistei Gabriel um amigo do Leo que me fez o convite.
-Nathalie! –falou entusiasmado.
–paz do senhor!
-Paz do Senhor! Essa é minha
filha Mel. –Falei apresentando minha princesa.
-paz do Senhor princesinha! Que
olhos lindos!
Mel puxou meu olhos, também
era tudo que fisicamente ela tinha de mim, olhos verdes e que
combinados aqueles cabelos castanhos a fazia ser a menina mais
linda.
Gabriel nos mostrou onde iríamos
ficar eu apenas caminhei até o banco da igreja e dobrei meus joelhos fazendo
uma oração, assim que levante fui surpreendida por uma voz grave tão próximo de
mim que parecia no meu ouvido, eu conhecia aquela voz.
-Doutora Nathalie! –Peter o
médico novo do hospital dizia meu nome esbanjando um sorriso extremamente
encantador.
-Olá Peter! –falei sentando
conter a surpresa de vê-lo ali.
-Paz do Senhor irmãos... –o pr.
Iniciou o culto nos impedindo de começar uma conversa. O culto seguiu e logo
ganhei oportunidade para louvar, cantei um louvor que falava muito ao meu coração
e sem dúvidas me ajudava muito nos períodos em que a saudade e angustia tentava
tomar meu coração.
.... Porque na verdade eu
descobri que tudo que eu preciso está em Ti, mas o meu coração é teimoso
demais pra admitir sei que depender é como viver perigosamente, mas
eu preciso acreditar e confiar no que Você me diz... –Terminei a última
estrofe da música e agradeci pela oportunidade voltando ao meu lugar.
-Bela voz doutora. –falou assim
que sentei de volta em meu lugar.
-obrigada Peter! Me chame
apenas de Nathalie.
O culto acabou e eu fui
buscar a minha filha na sala das crianças onde eu tinha deixado no inicio do culto.
-Vai me pagar um
cachorro-quente ainda mamãe? –Me olhava com seus olhos pedintes.
-Eu prometi não foi filha?
-Foi! –respondeu.
Tinha uma lanchonete do lado
da igreja e eu fui até lá matar o desejo da minha filha, eu não deixava ela
comer besteiras durante a semana, mas nó final de semana eu libera algumas
guloseimas e “gordices” como a Milena costuma chamar.
-Boa noite! Dois cachorros-quentes
com refrigerante, por favor! –pedi a atendente da lanchonete que mantinha os
olhos fixos atrás de mim e eu me virei para olhar assim que
ela saiu para me
atender.
Era ele o médico novo, não
podia negar ele era lindo, forte e musculoso o suficiente para ser um “rato de
academia”, cabelos compridos preso num coque no alto da cabeça, olhos castanhos
idênticos ao da minha filha e um sorriso de tirar o fôlego.
-Olá! –falou se aproximando
de mim que aguardava no balcão enquanto minha filha estava sentada na mesa ao
lado.
-Oi de novo! –ri com sua
aproximação.
-Aqui senhora! -A atendente me entregou a bandeja com meu
pedido enquanto quase engolia com os olhos o médico ao meu lado.
-É sempre assim? –perguntei.
-como?
-As mulheres, sempre te olham
assim descaradamente?.
-Às vezes. –respondeu
sorrindo fazendo meu coração dá uma leve acelerada.
-Mãe! –Mel me chamava da sua
mesa.
-Você é mãe? –Perguntou espantado
com a notícia.
-Algum problema?
-Não, imagina é que você já
é tão jovem para ser médica e mais ainda para ser mãe.
-Fui mãe muito cedo. –respondi
caminhando até minha filha.
Ele fez o pedido e voltou
para próximo de nós e enquanto eu e minha filha comíamos.
-posso me sentar aqui?
-Pode sim. –respondi.
-tudo bem princesa? –perguntou
com os olhos atentos a cada gesto da minha filha.
-Tudo bem! –respondeu com a
boca cheia.
-De boca cheia filha? –a repreendi.
-desculpa mãe.
-tudo bem. –respondi. –Filha
esse é um colega da mamãe ele é medico lá no hospital.
-você é medico de criança
igual a mamãe ?-perguntou criando uma intimidade com meu novo colega de
trabalho.
-Não, eu sou ortopedista. –falou
enquanto ria da cara de confusão da minha filha.
-orto... o quê? Perguntou enquanto
ele gargalha me fazendo rir também.
-Ortopedista! –ele respondeu
ainda rindo.
-E isso faz o quê?
- eu cuido dos problemas no nosso sistema locomotor, dos ossos, dos músculos,
das articulações.
-então
quando alguém cai e quebra o pé você atende? –perguntou.
-exatamente,
você é muito esperta! –falou.
-esperta
até demais, acabe logo seu lanche Mel já está tarde.
-Mel? –perguntou
não encarando minha filha, mas a mim.
-Na verdade
é Melanie, mas desde o primeiro dia a chamo de Mel. –falei enquanto encarava
seus olhos com um misto de alegria e confusão. –porquê?
-nada, é
apenas um nome bonito. –falou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário