-Nathy iai o doutor bonitão?
–Milena me perguntou rindo.
-Sempre que nos vemos
conversamos um pouco ele é um cara legal. –Falei.
-Só legal? O cara é bonitão,
é estabilizado, tem um carro, um apartamento, é cristão divertido.
-E cheiroso também. –Falei rindo.
-então amiga dá uma chance
para o cara. –Milena falou me encarando.
-Mi as coisas não são tão
simples assim, eu não sou só uma jovem de 27 anos eu tenho uma filha de 9 anos
de idade, tenho responsabilidades com ela e tenho que a proteger eu não posso
colocar qual quer pessoa na minha vida.
-eu não estou dizendo que você
tem que casar com ele em duas semanas só estou dizendo que você tem que se
permitir, a Mel está crescendo daqui um dia ela arranja um namorado casa e você
vai ficar sozinha.
-Acha que eu não penso isso?
–perguntei a encarando. –Eu sei que o tempo tá passando para mim, mas o que eu
posso fazer? Namorar com o primeiro cara bonito que me aparece?
-Primeiro cara? –riu. –Não consigo
nem lembrar quantos amigos do Leo já ficaram a fim de você, quantos médicos,
enfermeiros, pregadores, cantores e até pastores já se interessaram por você Nathy?
-Eu não quero me precipitar
Milena.
-Se não der uma chance para
o Peter ou para quem quer que seja, você nunca vai saber o que vai acontecer.
-Eu sei.
-Sabe? Porque então não aceita
o convite do doutor bonitão e vai jantar com ele?
-Ele me lembra o John em tudo,
os mesmos olhos a mesma mania de conversar comigo me encarando, quando estou ao
lado dele é como se não fosse ele, mas o John e isso me destrói.
-deixa de bobagem, ele não é
o John e você vai dar uma chance para ele, me dá o celular.
–falou puxando o
celular da minha mão.
~Aceito o convite para
jantar a minha amiga vai cuidar da Mel para mim.
-você está louca Milena? –perguntei
pegando o celular enquanto via ele digitando a resposta.
-Sou! –falou
~Que ótimo! Me passa seu
endereço que te busco em casa.
-dou endereço ou vou até
ele? –perguntei a minha amiga que estava rindo da minha cara como se aquele
fosse meu primeiro encontro da vida.
-deixa ele ir te buscar
mostra que ele tem que te valorizar.
Passei o endereço por
mensagem e conversamos mais um pouco aos olhares atentos da minha amiga.
***
-Eu estou bem com esse
vestido? –perguntei as meninas na sala.
-Está uma gata mãe! –Mel
disse.
-obrigada filha! E então Milena?
-você está espetacular! –Falou
me girando.
Demorei mais de meia hora só
para escolher um vestido para aquele jantar, acabei escolhendo um vestido
vermelho na altura dos joelhos, meus cabelos estavam soltos e eu passei uma
maquiagem leve. Ouvi a campainha tocando e meu coração quase saiu pela boca, eu
já tinha ido para alguns “encontros” nesses 10 anos sem o John, mas com o Peter
estava sendo diferente.
-Oi boa noite! É aqui que
mora uma doutora de lindos olhos verdes.
-Boa noite! Pode entrar
Peter, a Nathy já está vindo.
-Então é você que vai levar
a mamãe para jantar? –ouvi a minha filha perguntar muito mais como uma
acusação.
-Sou eu sim. Na verdade eu
deveria ter pedido sua permissão não é? Mas é que eu não tinha como falar com você.
–vi que pelo tom da você ele estava rindo.
-Deveria mesmo, mas não me
importo não você é legal.
-È mesmo? Que bom saber
disso.
Voltei para sala e assim que
me percebeu seus olhos brilharam e isso só fez os meus batimentos irem às
alturas.
-ual! –Ele falou caminhando
em minha direção por um segundo quando ele parou na minha frente eu vi o John. –Você
está ainda mais linda.
-Obrigada Peter, você também
está ótimo.
Ótimo? Ele estava
espetacular, ele vestia uma calça jeans escura camisa social branca e blazer
preto assim como o sapato social. Seus cabelos compridos estavam presos no seu
famoso coque no alto da cabeça dessa vez mais arrumado que de costume e sua
barba estava perfeitamente desenhada. E o perfume? Meu Deus! Ele era muita
coisa para ser real.
-podemos ir? –perguntou me
encarando.
-Podem sim! –Milena falou me
empurrando para porta da saída.
-Calma aí Milena! –falei
voltando o caminho e indo até minha filha sentada no sofá.
-Filha a mamãe vai sair e você
vai ficar quietinha e vai obedecer a tia
Milena viu? –falei
-Tá bom mãe!
-Nada de dormir tarde certo
mocinha? Amanhã você tem aula ainda.
-Você já falou isso mãe!
-Eu sei! –disse rindo. –Te amo!
-Também te amo mãe! -Deixei um
beijo em sua testa.
-pelo amor de Deus Milena nem
pense em chocolate, frituras ou seus lanches gordurosos e coloque ela para dormir cedo. –disse.
-vai tranquila Nathy!
-tchau amiga! E você doutor
bonitão cuide bem dela.
Ele apenas assentiu rindo e
nós saímos do meu apartamento.
-você é uma ótima mãe!
-Obrigada! Tento ser.
-e o pai da Mel?
-É uma história complicada,
ele foi morar da Espanha não sabe dela.
-Você não tentou avisá-lo ? –A
pergunta saiu muito mais como uma acusação
-Nós perdemos o contato e
quando ele viajou eu não tinha ideia de que estava grávida.
-Que pena! A Mel parece uma
criança maravilhosa.
-Ela é, se não fosse por ela
eu não teria conseguido seguir em frente e conquistar os meus sonhos, Deus
sabia que eu precisava dela e eu agradeço por não ter tirado ela de mim.
-Ela teve alguma coisa?
-Eu tive gravidez de risco,
eu só tinha 16 anos e poucos dias depois que descobri a gravidez eu escorreguei
e fiquei praticamente o resto da gestação toda de repouso.
-Nossa deve ter sido uma
barra passar por isso sozinha.
-Não gosto nem de lembrar,
foi mesmo uma fase ruim.
Chegamos ao restaurante já
numa conversa agradável era como se tudo que eu dissesse para ele fosse algo
maravilhoso, ele queria saber tudo da minha vida e em alguns momentos era como
se ele já me conhecesse uma sintonia que eu nunca achei possível ter por alguém
que não fosse o John.
-obrigada pelo jantar, te
vejo amanhã?
-Por nada! Foi uma ótima
noite podemos repetir mais vezes amanhã não estou no plantão, mas posso te
encontrar onde você quiser. –falou esbanjando um sorriso de tirar o fôlego.
-Está certo, mando mensagem
para você. –falei.
-Boa noite! Nathalie! –falou
beijando minha testa. Um gesto tão simples e tão gentil que fez meu coração
quase sair bela boca.
-Boa noite Peter. –deixei um
beijo em sua bochecha.
Sabe, não era como se
estivesse completamente apaixonada por ele ainda não tinha chegado a esse
ponto, mas era como se uma luz no fim do túnel brilhasse e dissesse “você ainda
pode ser feliz” ele era essa luz de esperança que fazia o meu coração acreditar
que eu ainda poderia amar e ser amada, que ainda existia alguém tão gente boa
como ele, de caráter e servo de Deus que mesmo sabendo de tudo que iria enfrentar
por ser uma dona de casa e mãe de uma menina de 9 anos de idade estava disposto
a me assumir. Deus às vezes coloca pessoas em nosso caminho para nos ajudar e
com certeza o Peter chegou na minha vida com esse propósito.
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