Eu sempre sonhei em viver uma história de
amor como naqueles contos de fada que muito tinha lido, ter sido fruto de um
casamento mal sucedido poderia ter me feito ficar traumatizada e não mais
acreditar no amor, mas mesmo com tudo sendo contra eu acreditei e encontrei no
John o ideal de homem perfeito. Nós éramos apenas dois adolescentes
apaixonados, nossas brigas eram sempre por besteiras, mas nos completávamos
como achei ser impossível acontecer com mais alguém.
Quando o John foi embora e perdemos o contato
eu simplesmente achei que o amor fosse uma mentira, uma utopia, algo bonito que
inventaram para enganar as pessoas. Mas então eu descobrir outro tipo de amor,
minha Mel venho para resgatar minha vontade de viver, de acreditar na vida, nas
pessoas, de lutar por um mundo melhor onde ela pudesse viver. Não acreditava
mais em amor entre um homem e uma mulher, parecia algo muito fantasioso para
mim, uma realidade que eu já não conseguia enxergar.
Porém as coisas mudaram quando o Peter entrou
na minha vida. Ele não era só um médico bonito, não era só alguém que queria me
impressionar toda vez que pegava ele me observando era como se ele tivesse
vivido a vida inteira para me encontrar. Tinha mais carinho, paixão e cuidado
em seus olhos do que achava ser possível ser construído nesses seis meses em
que nos conhecíamos.
Eu demorei mais de dez anos para esquecer o
John ou pelo menos deixá-lo guardado na mente e no coração aí o Peter apareceu
e em seis meses fez a minha cabeça e o meu coração dá um giro de 360º. Eu tinha
certeza de que ele era um propósito de Deus na minha vida, aquele por quem eu havia sonhado e orado por
tanto tempo. Mas mesmo tendo a certeza
disso eu não conseguia deixar de olhar o Peter e não ver o John ali. Era errado
pensar dessa forma eu não queria me apaixonar assim, mas eu me apaixonei pelo
John que estava dentro do Peter.
-Oi Nathy! Como está minha filha?
-Olá Dr. Peter sua filha está ótima não para
de falar do “pai dela” para as amiguinhas que veio visitar ela.
-Que bom!
-Aconteceu alguma coisa? –perguntei ao sentir
no tom da sua voz algum desconforto.
-Meus pais estão voltando para o Brasil!
-E isso não deveria ser algo bom?
-Não se tratando dos meus pais.
-Bom, não sei o porquê a presença deles não te
faz bem, mas quero te ver bem vem aqui hoje? – falei e só de imaginar tê-lo
comigo um sorriso bobo brotou em meu rosto.
-Chego ai umas 18:30 ok?
-Tudo bem!
Queria poder dizer que não fiquei ansiosa,
mas foi exatamente ao contrário. Eu estava muito ansiosa ao vê-lo de novo só de
pensar nele um frio na barriga fazia eu me senti como uma adolescente de novo.
-O que foi mãe?
-Porque está perguntando isso Mel?
-O Peter vem aqui hoje e eu estou feliz.
-Vocês estão namorando? –perguntou tão
naturalmente que acabei rindo da sua cara de interrogação.
-Ainda não Mel queria mesmo conversar com
você sobre isso.
-fala mãe!
-Eu e o Peter somos amigos, mas estamos
gostando um do outro um pouco mais do quê como amigos você entende?
-Você quer namorar com ele e está querendo
saber o que eu acho disso? –perguntou e eu constatei o quanto minha filha era
madura para os seus 9 anos de idade.
-Sim, o que você acha?
-Eu acho o máximo! –Falou pulando em meu
pescoço me apertando num abraço eufórico.
-Te amo Mel! –falei beijando sua bochecha.
-Também te amo mãe!
***
-Oi! –falou quando eu abri a porta, ele era
encantadoramente lindo e cheiroso.
-Oi! Entra! –Falei e só então percebi em suas
mãos duas caixas de pizza.
-O que é isso? –Perguntei rindo!
-Nosso jantar! –falou depois de deixar um
beijo na minha bochecha.
-Não acredito!
-A Mel
me disse que vocês comem pizza no sábado.
-Hoje é sexta-feira Peter! –falei rindo.
-Eu sei e por isso trouxe de brócolis para
não quebrar sua dieta.
-eca! Odeio brócolis! –falei revirando os
olhos.
Ele entrou numa crise de risos dando a
gargalhada mais gostosa de ouvir.
-É mentira! Quatro queijos e calabresa serve?
-Sim! –disse pegando as caixas na mão dele e
levando para a sala de jantar.
-Pai! –Ouvi grito da Mel enquanto vinha
mancando do quarto até a sala.
-Oi filha ! –ele falou a abraçando e
carregando ela no colo. –Você não pode ainda ficar colocando pé no chão.
-Digo isso toda hora, mas parece que uma certa mocinha não me escuta.
-Pai! Você
já pode namorar a mamãe! –falou disparada.
-hã? –perguntou confuso.
-A mamãe me perguntou o que eu achava se você
fosse namorado ele e eu achei o máximo! –falou gritando com os bracinhos para
cima. –Então vocês já podem namorar.
Ele me encarou por breve momento e sorriu. Eu
sorri de volta e uma alegria me inundou.
-Então quer dizer que você aceita que eu seja
namorado da sua mãe?
-Claro que sim!
-Então Nathalie, namora comigo? –falou meu
nome de forma tão fofa que não contive o riso. –Que foi? –perguntou sério.
-claro que sim! É que você fala meu nome de forma
tão fofa.
-Não é nada legal dizer a um homem que ele é
fofo! –falou sorrindo me segurando pela cintura.
-Mas você é fofo e eu acho isso lindo! –falei
rindo.
-Mel fecha o olho! –Ele falou e vi ela
tapando os olhos e então ele me beijou.
Eu não poderia estar mais feliz na vida do que com as duas pessoas que me
traziam mais alegria e que eu queria por perto o resto da vida.
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