domingo, 20 de novembro de 2016

Os risco de amar você - Capítulo nove (penúltimo)




Deitei na cama e me cobri naquele cobertor que tinha o cheiro dele.  Minha cabeça estava uma confusão, mas uma vez a vida tinha me dado uma rasteira. Não conseguia esquecer as cenas daquela briga, nem o desapontamento e frieza que vi nos olhos do Felipe quando contei que foi por minha causa o que tinha acontecido com sua mãe.

“Deus, por mais que eu não entenda os seus caminhos, por mais que não aceite o que acontece na minha vida eu confio em Ti. Sei que todas as vezes em que fui decepcionada, magoada, machucada e nem com a minha família pode contar Tu estavas comigo. Quando eu fiz a pior besteira da minha vida, O Senhor não virou as costas para mim, mas me redimiu e perdoou. Sei que questionar essa confusão que é a minha vida não vai melhorar nada, por isso te agradeço. Agradeço porque apesar de tudo em tenho o Senhor e sei que é o único que nunca vai me abandonar e desprezar. Te entrego o controle da minha vida faça em mim tua vontade, faça em mim o Teu querer.”

Já era quase três horas da manhã e não conseguia dormir, chorar era a única coisa que eu podia fazer e o único modo de amenizar essa dor que me afligia.

-Não vai parar de chorar? –disse entrando no quarto.

-Desculpa, não queria te acordar! –disse enxugando as lágrimas.

-Para de pedir desculpas você não fez nada de errado. –falou sentando na cama.

-Você está chateado comigo não é?

-tenho motivos não?

-tem sim, vários. –disse baixando a cabeça.

-Ei! –falou levantando meu rosto –isso não diminui o meu amor por você.

-Eu queria que tudo fosse diferente.

-E vai ser. – disse me puxando para ele.

Ele me beijou e depois de quase um ano voltei a estar nas nuvens, meu corpo estava tomado por uma corrente de energia que não consigo explicar, naquele beijo tinha amor, perdão, saudade e esperança. Separamos do beijo ofegantes e pela primeira vez não briguei, reclamei ou me arrependi. Selamos nossas testas e fechamos os olhos.

-o que  vamos fazer agora? – perguntei.

-seremos um em Deus e dessa vez eu não vou deixar nada nos atrapalhar.

-Mas se eu voltar para o morro o Nathan vai me matar.

-confia em Deus e se der confia em mim também.

-Eu confio. –disse sincera, eu não sabia como, mas eu realmente acreditava que iria ficar tudo bem.

-Lua. –falou se ajoelhando no meio do quarto – não vou pontuar todos os problemas que nós já passamos e todos os nossos desencontros, hoje só quero que saiba que você dá colorido a minha vida faz ela ter um brilho diferente, nove meses se passaram e eu pude te ver crescendo e mudando de longe, eu mudei muito e melhorei também, mas entendi que minha vida sem você não é a mesma. Não posso te prometer o céu, as estrelas, mas prometo que você será para sempre minha, a minha única Lua. Luana Clark quer namorar comigo? 

-Nós somos realmente opostos, tentei colocar barreiras e murros que te impedissem de vir a mim, mas o amor sempre vence não é? Não te prometo muita coisa só que não deixarei que as noites frias sejam escuras, pois sempre estarei lá como a Lua clareando tudo. Eu aceito, claro que aceito ser tua namorada.

Ele levantou e me abraçou tão forte que quase perdi o ar e logo me beijou da forma mais carinhosa e pura que podia ser.

-Te amo! –disse.

-Eu também te amo! –falei.

-Vou  te deixar dormir, mas não quero ver mais lágrimas nem preocupação estamos nas mãos de Deus e é a vontade Dele que prevalecerá sobre nós.

-Boa noite!

Eu fiquei no quarto e ele foi para a sala quando estava preste a pegar no sono ouvi:

-Lua!

Pensei estar ouvindo vozes antes de ver o Felipe abrindo um pouco a porta. Sai do quarto e o encontrei do lado de fora.

-Não consigo parar de pensar em você. – disse e me deu um selinho.

-Me diz que eu não estou sonhando.

-Meu amor, você não está sonhando. –disse beijando meu pescoço.

Ele me puxou para sala e sentamos no sofá.

-se alguém me dissesse que exatamente hoje eu estaria sentada no sofá da sua sala, vestindo suas roupas e sendo sua namorada eu não acreditaria. –Disse rindo.

-Se me dissessem que eu namoraria a administradora mais gata do Brasil eu não acreditaria. –falou deitando no sofá e me puxando para ele.

-Será que é certo a gente estar assim?

-Não vejo maldade! –disse beijando minha testa.

Ficamos ali deitados eu estava  aninhada a ele sentido o calor do seu corpo e seu perfume, minha cabeça estava abaixo do queixo dele porque afinal sou mais baixa que ele. Me sentia protegida, completa e feliz, feliz era essa a palavra que me definia naquela noite.
Eu estava cansada e ele também poucos minutos depois que deitamos ali pegamos no sono. Acordei sentindo o braço pesado dele passando por cima de mim e até quis me desvencilhar, mas mesmo dormindo ele continuava me segurando. Fiquei por minutos o observando como era lindo, como cada parte do seu rosto se combinava, como sua pele negra era linda, era viva eu o amava e essa era a única definição que eu podia dar.

-Bom dia leoa! –disse me dando um selinho.

Quando acordo meu cabelo está uma juba e por ser de um castanho claro quase loiro ele se parece ainda mais.

-Bom dia Fê! Será que pode me soltar. –disse rindo empurrando o braço dele.

-Não posso! –disse me apertando contra ele e beijando minha bochecha.

-O que foi? –falei ao vê-lo me encarar e rir.

-Quero acordar todos os dias ao seu lado, olhando pra você e lembrando do quando valeu a penar esperar por você.

-Eu também quero acordar todos os dias sendo apertada por você –disse rindo. –mas temos que levantar.  –disse.

Voltei para o quarto onde tomei banho e vesti minha roupa da noite anterior. Tomamos café juntos, eu estava tão feliz de uma maneira que nunca tinha estado antes.

-Como é que eu vou voltar para o morro agora?

-Eu ligue para a Letícia ontem a noite e pedi que seus pais fossem para lá eu vou pedi uma escolta para irmos na sua casa buscar suas coisas.

-como assim?

-Eu vou voltar para casa dos meus pais e vocês vem morar aqui. A casa vocês podem vender e quem sabe comprar outra quando a gente casar eu volto para cá.

-Casar? –perguntei rindo.

-sim, muito em breve. –disse me dando um selinho.

-E os meus pais já sabem disso?

-sabem e concordaram, liguei para eles enquanto você estava no banho.

-Eu acho que você deveria tentar o direito, seu discurso deve ter sido muito bom para convencer o meu pai.

-E foi mesmo.Eu vou ligar pro meu sogro. –disse rindo ao tirar o celular do bolso.

-coloca no viva-voz. –sibilei para ele.

-Seu Juvenal?

-Oi Felipe, como vai rapaz?

-Ótimo! Quero lhe contar uma novidade.

-o que foi?

-Agora o senhor é meu sogro. –disse com o riso nos lábios.

- Que noticia maravilhosa! Parabéns rapaz, sei que vai fazer minha filha muito feliz. A lua está com você?

-Tô aqui pai! –falei

-parabém meu amor! Que o seu “Fê” te faça cada dia mais feliz.

-Obrigada pai, eu sei que ele fará. –disse encarando o Felipe.

Desligou a ligação depois de combinarmos o que iríamos fazer naquele dia e como seria as coisas dali para frente.

Eu sei que a nossa alegria vem de Deus e estava feliz por contemplar o seu amor e cuidado por mim. Ele que me viu chorar por tantas madrugadas a fio, viu eu me humilhando atrás do Nathan,  me viu sofrer de pelas traições dos meus ex namorados, Ele mesmo agora tinha me presenteado com o homem mais perfeito com suas imperfeições.

Ele me amava do jeito que era, me amava mesmo sabendo que éramos de níveis sociais diferentes, mesmo sabendo dos riscos, mesmo sabendo do meu passado, mesmo conhecendo os meus inúmeros defeitos. Ele verdadeiramente era resposta das minhas orações.

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