segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Os riscos de amar você - Capítulo sete


Os nove meses que seguiram foram dolorosos, mas me fizeram crescer de uma forma que não imaginei ser possível em tão pouco tempo. Os meus sentimentos pelo Felipe continuavam os mesmo e desconfiava estar crescendo cada dia mais, eu tinha acabado de concluir a faculdade e o Sr. Carlos me indicou para outro escritório para trabalhar como administradora e isso foi maravilhoso, pois estava trabalhando com pessoas que gostava, mas na função que escolhi para minha vida.

Voltei a ajudar no grupo de jovens da minha igreja e isso me forçou a encontrar com o Felipe mais do que gostaria, como a minha igreja era filial da igreja que ele congregava em todos os eventos da igreja dele a minha era convidada para apresentar e vice-versa. Isso fez com que nós  nos encontrássemos inúmeras vezes, eu me escondia sempre ou apenas acenava em direção a ele não queria voltar a ter aproximação, já estava difícil sem tê-lo por perto imagine com ele ao meu lado.

A Amanda irmã do meio dele e 4 anos mais nova do que eu, acabou tornando-se minha amiga, a Heloísa minha amiga que também estudou comigo era amiga de infância dela e isso fez com que nos aproximássemos e eu descobri que o bom humor do Felipe era de família e o jeito carinhoso também.

-Amanhã é aniversário do Felipe vamos fazer uma surpresa lá em casa, acho que ele iria gostar de ver lá. –A Amanda disse.

-Não acho boa ideia, não quero causar mais problemas. –disse.

-por favor! Prometo que vai ser legal . –disse com um sorriso malicioso que me lembrava muito o Felipe.

-como pode parecer tanto com seu irmão? Seu sorriso é idêntico ao dele. –disse.

-Eu sei, somos bem parecidos mesmo. Mas não me respondeu, vai?

-Vou sua chata!
Me arrependi minutos depois, o que iria fazer na festa do meu quase ex namorado? O que iria dizer? Eu só podia estar ficando louca mesmo.

-Onde vai assim? –Vovô perguntou.

-Vou no aniversário do Felipe.

-Do Felipe? Seu Felipe?

-Não vô, ele não é meu Felipe, mas é dele mesmo. –disse rindo.

-Boa sorte! E tome cuidado está muito bonita. –disse depositando um beijo na minha bochecha.

-vou tomar vô. –disse pegando a bolsa no sofá.

Estava vestida num vestido preto de mangas longas na altura do joelho e com a saia rodada. Salto preto não muito alto e uma bolsa preta pra completar. Meu cabelo cacheado estava solto e bem volumoso como o Felipe gostava, só coloquei rimel e um batom vermelho.Peguei um táxi até a casa do Felipe e encontrei a Amanda e a Heloisa na portaria do condomínio.

-Amiga, você está uma gata! –A Helô disse segurando minha mão e me girando.

-está gata e cheirosa. –disse a Amanda me abraçando.

-obrigada! –disse.

-nossa! Que animo é esse? – Amanda perguntou.

-Só de pensar em estar de frente para seu irmão e não poder...

-beijar ele. –A Helô falou me interrompendo. –nós te entendemos, mas agora põe o sorriso no rosto e vamos.

Seguimos até  mansão onde eles moravam, a casa era linda e enorme um total contraste com a minha. Assim que entramos percebi o olhar das pessoas ali para mim, eu não estava vestida diferente deles, segundo as meninas estava cheirosa e minha maquiagem era super simples o que mais poderia me fazer diferente ali?

-porque estão me olhando assim? –perguntei para Amanda.

-Deve ser porque você é a mulher mais linda da festa. –disse rindo.

-é sério?

-deve ser, mas é só porque nunca te viram aqui. Vou te apresentar.

A Amanda me levou para cumprimentar todos ali e em pouco tempo já estava conversando com algumas das suas tias e primas.

-Lua!

-Oi Dona Lígia! –falei apertando sua mão e em seguida a abraçando.

-Como está ainda mais linda! –disse me olhando.

-obrigada!

-O Lipe chegou!  - a Dandara falou avisando a todos.

Eu aproveitei para me esconder em um canto qualquer da sala para que ele não me visse ali.

-Surpresa! –Todos gritaram.

O Felipe entrou em casa ao lado de uma loira linda que nunca tinha visto na vida. Naquele instante ela o abraçou e meu chão pareceu se abrir ao meio. Será que ela era namorada dele? A Amanda não tinha comentado nada, mas eu não deixa ela comentar nada sobre o irmão.

A festa começou a acontecer e o Felipe ainda não tinha me visto, eu continuava no meu cantinho escondida olhando o celular disfarçando a minha enorme vontade de ir para casa.

-Lua? –falou tocando no meu ombro eu estava de costas.

-Oi Fê! –disse me virando para ele. –Feliz aniversário!

-Obrigado. –falou me encarando.

-O que foi? –Perguntei.

-Você está linda!

-Obrigada.

-É bom te ver por aqui, sinto sua falta.

-Eu também sinto sua falta. –disse sendo sincera.

-Sonhei todos esses dias te ter em meus braços.

-Felipe! –a moça que chegou na festa com ele veio o gritando.

-Oi . –disse virando-se para ela.

-O Hugo acabou de chegar!

-Lari essa é a Lua, Lua essa é a Lari. –falou a apresentando para mim e saiu indo ver o tal do Hugo.

-Prazer em conhecê-la Lua.

-Prazer é meu, mas tenho que ir. –falei indo pro lado de fora da casa.

Sentei em um dos bancos que tinha por ali e respirei fundo contendo o choro, eu não deveria estar ali, eu não pertencia aquele grupo de pessoas, eu estava colocando a vida dele em risco de novo.

-vai ficar se escondendo é?

-Não estou me escondendo.

-O que foi? Alguém te disse alguma coisa?

-Não, está tudo bem.

-eu vou ficar aqui com você. – disse se sentando ao meu lado.

- Sua namorada não vai gostar. –disse me corroendo de ciúmes.

-isso foi ciúmes? –disse com o riso nos lábios.

-Porque seria? –disse séria.

-Ela é minha prima e foi ela que me atraiu a minha festa surpresa.

-não precisa se justificar. –disse aliviada por não ter ouvido ao contrario.

-agora que já tirou essa pulga atrás da orelha a gente pode conversar?

-Nós não estamos conversando? –disse seca.

-adoro seu humor. –disse rindo. –Será que eu ainda tenho chances com a nova administradora? –perguntou.

- Como vai seu trabalho?

- Não me respondeu. – ele disse rindo.

-Lua! Até que fim . –a Amanda e a Helô apareceram gritando.

-Ops! Acho que atrapalhamos alguma coisa aqui Helô. –a Amanda disse.

-Não atrapalhou nada. – disse me levantando e indo até elas.

-estou esperando a sua resposta.  –disse no meu ouvindo quando passou por mim me 
fazendo arrepiar por inteiro.

Fui com as meninas para dentro, conversamos e nos divertimos bastante conheci outros parentes dele, mas logo percebi que estava tarde.

-tenho que ir. –Disse no meio da conversa com a Dona Ligia e a Dona Joana Mãe dela.

-Mas ainda está cedo, amanhã não tem trabalho. – disse a Dona Joana que era um amor de pessoa.

-Eu sei, mas é que eu moro no morro e os taxistas nunca aceitam corridas para lá num horário mais tarde.

-Espera aqui. –disse a Dona Lígia.

Eu  fiquei conversando com a Dona Jô e não demorou muito para a Dona Lígia voltar de mãos dadas ao Felipe.

-O Felipe vai te levar em casa quando a festa acabar, não é filho?

-com todo o prazer. –disse rindo ao me encarar.

-Não precisa, eu  já vou.

-eu faço questão que fique mais um pouco, não é todos os dias que se encontra uma jovem tão educada e inteligente como você minha querida.

-imagina! –disse

-concordo plenamente vó, mas vou pegar a Lua emprestada um pouco. –disse me estendendo a mão.

Aceitei sem entender o que estava acontecendo. Todos os olhares voltaram-se para nós quando ele me levou para o centro da sala.

- o que você está fazendo?

-Tentando te provar que as coisas a partir de agora vão ser diferentes.

-Por favor Fê, eu  não me encaixo no seu mundo, na sua realidade.

-Eu  não vou permitir que hajam mais barreiras que nos impeçam de ficarmos juntos, não 

queira complicar  mais as coisas.
Ele fez sinal para o Dj tocar a música da Marcela Taís “Escolhi te esperar” só podia ter sido coisa da Helô , da Lê ou da Amanda,  pois eu nunca tinha dito para ele que gostava daquela música.
Naquele momento me permitir ser e estar por completo ali, sem os medos, sem os riscos, sem as barreiras ou qualquer coisa que nos afastassem. Apoiei minha cabeça em seu peito enquanto ele me conduzia na dança. A música acabou e enquanto ouvi os aplausos da plateia trocamos olhares apaixonados.

-Desculpa, preciso ir. –falei.

Peguei minha bolsa na mão da Helô e fui para o lado de fora. Chamei um táxi antes que ele viesse atrás de mim, o táxi parou e eu entrei rápido.

-boa noite! Pro morro da paz por favor. –disse para o motorista.

-Eu não subo lá esse horário.

-Não tem problema, me deixe embaixo mesmo.

Tudo que queria era sair dali, era esquecer aquela noite, aquela dança, aquele cheiro e tudo que me relacionasse ao Felipe. Eu não podia imaginar que ao invés de machucar alguém da família dele o Nathan pudesse ferir ou matar o Felipe.
Desci e paguei o táxi, tirei o salto e subi o morro o mais rápido que podia a rua estava deserta só alguns usuários de drogas pelo caminho.
Assim que passei pelo beco que dava para minha casa avistei alguns homens vindo em minha direção eles correram e me prensaram em uma parede.

-olha só, que gatinha! –disse um passando a mão no meu rosto.

-me deixem passar por favor. –disse chorosa.

-Não, antes de completarmos o serviço; -disse um beijando meu pescoço.

-soltem ela! –uma voz firme e conhecido soou atrás de um dos homens, era o Nathan.

-Mas chefe...

-Mas nada! Vaza daqui. –ele ordenou e os homens saíram na mesma hora.

-Está tudo bem? –perguntou segurando meu rosto com as mãos.

-obrigada! –disse lhe dando um abraço apertado. –obrigada Nathan.

-não precisa agradecer eles só facilitaram o meu serviço.

-o que você está dizendo Nathan?

-Que está na hora de você voltar a ser minha Luana. –disse rindo.


-Mas eu não quero e não posso. –disse.

-infelizmente sua vontade não conta. –falou beijando meu pescoço me prensando a parede.

-me solta Nathan, não faz isso! –disse tentando me soltar dele.

-vamos relembrar os velhos tempos. –disse rindo.

-Eu me odeio todos os dias pelos velhos tempos Nathan, você destruiu minha vida.

-Não parecia.

-eu era uma menina idiota que se humilhava por seu amor porque não sabia que você não tinha nenhum amor Nathan, porque eu não sabia o monstro que você se tornaria, porque eu não sabia que você me faria fazer a maior besteira da minha vida. –disse chorando.

-vamos, chega de conversinha. –falou me puxando.

-me solta Nathan! Eu não vou pra lugar nenhum com você. – disse tentando me soltar.

-Solta ela! –uma voz rouca soou atrás de mim e não pude ficar mais surpresa.

-Felipe! –disse surpresa. –Sai daqui, por favor.

-Claro que não Lua, solta ela Nathan! –Disse sério.


-Você faz um bom papel de mocinho, mas eu sou um ótimo vilão. –Nathan falou  me soltando. 

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