Voltei para casa com meus
irmãos e fiz o almoço com a Taci e a Evelin que também iam almoçar conosco
assim com o Diego, o Rodrigo, meus irmãos e cunhados.
-O Victor não vem Aninha? –A
Taci perguntou.
-Vem sim já deve estar chegando.
Ficamos conversando um pouco
até a Manu e o Victor chegar, mas eles não demoraram muito. A Manu chegou
primeiro e depois o Silas foi abrir e lá estavam eles, o Victor e o Fred.
Aquele par de olhos azuis
parecia ter superpoderes sobre mim e sempre que se encontrava com os meus
faziam meu corpo gelar e perder completamente a noção de tudo.
-Liza, Eliza! –A Evelin me
cutucava.
-O que foi?
-O forno já desligou?
-Não! –Sai correndo em direção
ao fogão para desligá-lo.
Todos estavam conversando na
sala de estar e eu fiquei na cozinha não queria ter que ficar de frente com o
Fred.
-Oi! –Falou entrando na
cozinha.
-Oi! –Disse séria.
-Quero te pedir desculpa de
novo eu sei que você não é como as outras garotas, mas eu me sinto
completamente atraído por você.
-Me poupe das suas opiniões
Frederico! –Disse seca.
-Calma senhorita cabelo de fogo
foi só um comentário. –Disse sorrindo.
“Como pode ser tão lindo? Como
esses olhos conseguem me prender tanto assim? Eu me odeio por isso”
-Eu acho que você está absorvendo
o comportamento infantil dos seus alunos professor Frederico eu já lhe disse várias vezes que não gosto que me
chamem assim.
-Justamente para te ver
irritada com essas bochechas tão vermelhas quando os cabelos que eu faço isso,
você fica linda assim. –Disse de forma sínica e irritante.
-O que você quer de mim?
–Perguntei ríspida.
-Eu quero você ! –Disse. E mais
objetivo não teria como.
Ri.
-Faça-me o favor Fred eu já lhe
disse que não sou essas meninas que você costuma pegar e jogar fora, além do
mais eu nunca ficaria com alguém como você.
Ele me puxou para perto e
ficamos praticamente colados, sua mão esquerda estava na minha cintura enquanto
a direita entrelaçava entre meu cabelo.
-Me solta Fred! –dizia sobre
ele quase sem forças, o hálito dele cheirava a menta e o oceano azul dos seus
olhos inundava minha cabeça.
-Vai dizer que você não quer
isso? –disse sobre minha boca.
Tudo que eu queria era me
entregar, beija-lo, abraça-lo, me envolver nos seus braços, mas não era o certo
eu não iria alimentar os desejos da minha carne e desagradar o coração de Deus,
pois Ele não merecia tamanha ingratidão minha.Coloquei minhas mãos em seu peito
e o empurrei conseguindo me soltar dele.
-Olha aqui Frederico nunca
mais, mais nunca mais mesmo faça isso! –Disse buscando ar. –Eu escolhi esperar
e não foi por alguém como você. –Disse saindo da cozinha.
-Aconteceu alguma coisa?
–Aninha perguntou.
-Nada de mais! Vamos almoçar!
Nós almoçamos e eu fui para o
meu quarto tinha que ter uma saída, uma forma de eu me livrar do Fred e do
sentimento, desejo seja lá o que fosse que tinha por ele.
-Anjo?
-Oi
Amora.
-cê
acredita que o Fred tentou me beijar hoje?
-Nossa
que surpresa!
-para
de ser irônico isso me irrita.
-Estava
na cara que ele faria isso né amora? Que homem sem propósitos com Deus ao lado
de uma mulher como você não tentaria te beijar?
-Tá,
mas ele poderia ao menos me respeita não é?
-Quer
mesmo minha opinião sobre ele?
-Claro
né!
-Ele
está tentando de conquistar para conseguir o que quer, para mim você é como uma
espécie de troféu que ele quer guardar na sua estante de recordações;
Às vezes eu me assustava com
a maturidade do Hugo e com a forma que ele conseguia enxergar as coisas.
-Amora?
-Oi!
Tenho medo de algum dia perder você quem vai me dizer essas verdades assim na
minha cara?
-rsrs...
eu sempre estarei aqui.
-obrigada
por ser o melhor amigo de todos, eu te amo seu chato.
-também
te amo sua chata.
-até
amanhã! Quero chocolate viu?
-até
amanhã.
No dia seguinte depois do almoço o Hugo apareceu lá em casa e
trouxe uma caixa de chocolate para mim conversamos a tarde inteira e a noite
fomos para igreja juntos. Eu realmente não conseguia imaginar minha vida sem o
Hugo era como se não fizesse sentindo existir Eliza sem Hugo, eu sabia que algum
dia ele iria encontrar uma boa moça e se casaria e então eu não seria mais a
única de sua vida, mas enquanto isso não acontecia eu fazia questão de
aproveitar todos os momentos ao lado do meu melhor amigo.
A segunda-feira chegou e tudo correu bem eu não
encontrei com o Fred e isso foi ótimo. A semana inteira foi assim nós nos
vimos, mas ele não falou mais comigo.
-Liza!
–Oi Aninha.
-O Victor disse que essa semana
o Fred foi o culto todos os dias e disse que amanhã vai para o culto jovem.
-E?
-E ele acha que é por causa de
você que ele está fazendo isso. –Disse com um meio sorriso no rosto.
-Por mim ele faz o que ele
quiser nada vai mudar minha opinião sobre ele. –Disse séria.
-Nem Deus? –Falou me encarando.
-Não ponha Deus nisso Anna, o
Fred não vai me enganar com esse joguinho que está fazendo.
-Sabe a Tatiana?
-Sim.
-Ela está gostando dele, abre o
olho professora sabe tudo. –Disse saindo do quarto.
A Ana às vezes tinha o prazer
de me irritar e porque mesmo ela estava me dizendo essas coisas do Fred? Eu lá
iria me importar se tinha alguém gostando dele? Embora não quisesse eu me
importava bem mais do que devia.
-Amiga!
-Oi Eve!
-Eu e o Di vamos no cinema hoje
quer com a gente? A Taci e o Ro não vão poder ir.
-Sem os amigos malas do Diego?
-Sim, só nós três.
-Então tá certo, que horas
vocês vão?
-Nós passamos para te buscar
depois do almoço.
Eu procurei uma roupa para
vestir, como normalmente ia de calça para o trabalho por ser mais pratico e
confortável quando saia sempre usava vestidos ou saias. Escolhi uma jardineira
em saia jeans claro um pouco acima dos joelhos, com uma blusa com listras
horizontais pretas e brancas, calcei uma rasteirinha preta da melissa e soltei
o cabelo não passei maquiagem apenas um batom vermelho, gostava do contraste
que dava com a cor do meu cabelo.Peguei uma bolsa preta de
franjas e sim eu amo preto! E 60 % das minhas roupas e objetos são dessa cor.
-Você está linda! Onde vai Liza?
–O Silas perguntou.
-No cinema com a Eve e o Di,
avisa para Aninha.
-Tá bom.
-Tchau meu príncipe! –Falei
deixando um beijo em sua bochecha ele era bem maior do que eu e para alcançar
seu rosto eu tinha que ficar na ponta do pé mesmo não tendo um 1,70 de altura.
A Eve e o Di já estavam do lado
de fora e de lá nos fomos para o cinema a tarde estava sendo incrível o filme
foi super divertido e eu ri de doer a barriga o Diego ainda fazendo as
considerações me fez rir mais ainda, mas ai eu vi aquela cena. Meus olhos estão tão fixos no
que estava acontecendo que tive medo de fulminar o lugar.
-Você está vendo o mesmo que
eu? –A Evelin perguntou incrédula.
-Sim. –Disse seca.
O Fred estava se beijando com
a Tatiana os dois só faltavam arrancar a
cabeça um do outro com o beijo.
-Idiota! –Murmurei, mas queria
mesmo era gritar.
-Ei! Ele é mesmo um idiota. –A
Evelin falou.
-Eu sei, mas ele vem cheio de
conversinhas e “boas intenções” e quando eu começo acreditar na mudança dele
ele me aparece assim. –Falei apontando para onde ele estava ainda beijando a
Tatiana.
-Vamos embora eu não quero ver
vocês chateadas. –O Diego falou se levantando e nós o seguimos até a saída.
Estávamos saindo do shopping
quando ouvi ele me chamar.
-Eliza! –Gritou tão alto que
todas as “Elizas” que estavam ali devem ter se virado para olhar.
-O que foi? –perguntei
irritada.
-Só queria saber se está tudo
bem.
-Está tudo ótimo, cadê mesmo a
Tatiana?
-Você viu a Taty?
Nesse momento eu estava
fervendo por dentro, o que ele queria vindo atrás de mim se a “Taty” estava com
ele?
-Claro! Quem nesse shopping não
viu o “beijo devorador” de vocês? –Disse grossa.
-Ciúmes? –Perguntou com um
sorriso sínico no rosto.
-Porque eu teria ciúmes de você?
–disse rebatendo.
-Porque você gosta de mim?
–Disse irônico.
-Olha aqui Frederico eu não
tenho motivos para ter ciúmes de você, pois já lhe disse que não sinto nada por
você e que você não se encaixa no meu perfil.
-Você não poderia ser mais
modesta não é mesmo professora cabelo de fogo?
-Você é infantil demais! –Disse
seca. –Eu não preciso provar nada para ninguém.
Sair andando a Evelin e o Diego
já tinham ido para o estacionamento quando o Fred me parou de novo na frente do
Shopping.
-Já te disse que você fica
linda irritada? –Disse me virando.
-Desiste Frederico! Eu não vou
cair na sua lábia. –Falei séria.
-Eu não quero que você caia na
minha lábia, mas nos meus braços.
-Você deveria ter vergonha do
papel que faz. –Disse ríspida.
-Que papel? –Perguntou me
encarando com aquele par de olhos azuis que tinham o poder de me deixar sem
palavras.
-Papel de pegador! –Disse
séria.
-Eu não faço papel nenhum.
–disse sério.
-Eu não sei quem você pensa que
está enganando estando na igreja e vivendo uma vida totalmente desregrada e
fora da vontade de Deus, você acha certo enganar essas meninas que você vem
enganando? Quantas você machucou, feriu, magoou e lhes tirou a honra, a pureza,
a intimidade com Deus?. O que você ganha com isso Frederico? Prazer e o quê
mais? Preenche o vazio do seu coração? Porque só alguém vazio pode fazer o que
você faz. –Disse
-Quem você pensa que é para
falar assim comigo?. –Disse com a raiva no olhar.
-Alguém que quer o seu bem,
alguém que quer que você se liberte de verdade e se arrependa, eu sou alguém
que mesmo não devendo gosta de você e quer ver você sendo feliz e desse jeito
que você tem levado a vida nunca será. –Disse e fui para o estacionamento.
Cheguei em casa exausta e com o
choro entalado na garganta eu não deveria ter falado com ele como falei com
certeza em meu lugar Jesus não faria o que fiz. Mas eu estava cansada de lidar
com as investidas incessantes do Fred e de vê-lo destruir sua própria vida e a
de várias meninas que se envolviam com ele, porque aquele par de olhos azuis
abalava qualquer coração.
***
Meses se passaram e só faltavam
dois para o casamento da Taciele e eu descobri que o Fred seria o meu par. Nós
não conversamos mais depois daquele dia no shopping nossas conversas se
resumiram a assuntos de trabalhos ou cumprimentos por educação.
-Vamos nos reunir hoje para
explicar e ensaiar a entrada dos padrinhos no casamento. –A Taci falou animada.
-Precisa mesmo disso? Não é só
entrar de braços dados e pronto? –Disse cansada do dia
corrido que tinha tido.
-Não vou nem dizer nada Eliza!
-Desculpa amiga, mas essas
coisas parece frescura demais para mim.
-Entendo, mas para nós é
necessário então contamos com você para o ensaio hoje a noite.
A noite chegou e eu fui para
igreja com meus irmãos e cunhados já que todos seriam padrinhos do casamento.
Estava orando a Deus sobre a minha possível aproximação e amizade com o Fred eu
queria ajudá-lo, mas ele sempre tinha segundas intenções.
-Só fala a Jéssica e o Hugo. –O
Diego falou contando os padrinhos que já estavam na igreja.
Ele já tinha chegado, mas não
havia falado ainda comigo esse é o problema da minha sinceridade acaba
afastando as pessoas de mim e no final eu me odeio por isso. No caso do Fred
não, porque ele ter se afastado foi bom para mim, mas com outras pessoas isso
me machucava.Os padrinhos que faltavam chegaram
e a organizadora da cerimônia pediu para que os pares fossem formados e nós
acabamos ficando um do lado do outro.
-Boa noite! –Disse para ele que
ainda não tinha me olhado.
-Boa noite cabelo de fogo!.
–Disse com aquele sorriso irônico que só ele tinha.
-Não gosto que ...
-me chame assim! –Falou
tentando imitar minha voz. –Você é muito previsível professorinha. –Disse
rindo.
-Não sei porque eu ainda
insisto em ser educada com você. –Disse séria e voltei minha atenção ao que a
cerimonialista falava.
O ensaio foi rápido e acabou
nem sendo tão chato como previa.
-Vai com a gente? –O Victor
falou se referindo ao carro dele já que eu tinha deixado o meu em casa.
-Não, ela vai comigo. –O Fred
respondeu.
Lancei um olhar de interrogação
no mesmo momento, quem ele achava que era para tomar decisões da minha vida?
Que raios de intimidade era que achava ter comigo?
-Quem lhe disse isso? Eu não...
-você não vai com eles, vamos.
–Falou me puxando pelo braço.
-Me solta Frederico! Se você
quer ao menos o meu respeito me respeite. –Disse irritada.
-Tudo bem, desculpa. A
senhorita gostaria de uma carona até em casa? –Perguntou com um meio sorriso.
-Sim! – Disse entrando no carro
antes que mudasse de ideia.
“Lindo demais, não tem como
negar essa voz grave e rouca fazem as palavras parecerem mais bonitas.”
Despertei dos meus devaneios
com sua mão repousada em meu rosto e não
pude evitar fechar os olhos ao sentir seu polegar percorrer meu rosto e parando
sobre os meus lábios acariciando com carinho e desejo. Ele me enlouquecia.
Tudo que queria era permitir
que ele fizesse o que nós dois queríamos, mas que tipo de cristã eu seria se
fizesse isso? Sim, era só um beijo, mas ele não era meu namorado, ele não tinha
um compromisso comigo e isso não estava correto.
-Por favor, Fred! –Pedi.
-Porque você resiste tanto?
–Falou sobre o meu rosto e o seu halito quente me fez estremecer.
-Eu não posso fazer isso seria
errado me envolver com alguém que não serve a Deus, que não tem os mesmos
princípios que eu.
-Eu vou a igreja se esse for o
problema. –Ele disse ainda sobre mim com a respiração ofegante que fazia a
minha ficar ainda mais.
-Não quero alguém que vá a
igreja quero alguém que seja igreja, que viva e faça a vontade de Deus. –Disse
tentando buscar forças em mim para não beijá-lo.
-Se eu mudar e me tornar um
cristão melhor eu tenho alguma chances com você? –Disse sério.
“Sim, Yes, claro, óbvio, com
certeza... de todas as formas eu queria dizer isso.”
-Não quero que você busque a
Deus por mim, quero que busque a Deus por você.
-Você me enlouquece! –Disse com
um meio sorriso.
-Desculpa, mas preciso ir.
–Disse abrindo a porta do carro.
-Obrigado por ser diferente.
–Disse passando a mão na minha frente fechando a porta novamente.
Eu fiquei o encarando talvez a
Maia tivesse certa e Deus o tenha colocado no meu caminho para poder molda-lo a
se tornar um cristão de verdade. Não podia beijá-lo, mas não
resisti vontade de abraça-lo e passei
meus braços em volta do seu pescoço e o abracei bem forte, ele tinha um cheiro
maravilhoso e seu corpo era quente e forte. Ele apoiou as mãos em minha cintura
e eu senti que ele cheirava meu cabelo. Podia ficar a noite inteira ali ele me
fazia sentir protegida.
-Obrigada! –Disse me soltando
do abraço e saindo do carro.
-Eii! –Disse.
Eu me virei para olhá-lo.
-Ore por mim!
Assenti e fui caminhado até em
casa e percebi que seu olhar me acompanhava e quando virei para olhá-lo aquele
sorriso encantador brotou em seus lábios fazendo borboletas dançarem em meu
estomago.
PRÓXIMO CAPÍTULO
-Fred?
-Oi professora cabelo de fogo,
aconteceu alguma coisa.
-Sei que estou sendo idiota em dizer
isso, mas não consigo parar de pensar em você.
Ouvi uma risada gostosa do
outro lado da ligação e isso fez borboletas
dançarem no meu estomago.
-Também não consigo dormir você
não sai da minha cabeça. –Disse com aquela voz rouca que me arrepiava mesmo de
longe.
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