segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Descobri o amor -Capítulo Cinco


Voltei para casa com meus irmãos e fiz o almoço com a Taci e a Evelin que também iam almoçar conosco assim com o Diego, o Rodrigo, meus irmãos e cunhados.

-O Victor não vem Aninha? –A Taci perguntou.

-Vem sim já deve estar chegando.

Ficamos conversando um pouco até a Manu e o Victor chegar, mas eles não demoraram muito. A Manu chegou primeiro e depois o Silas foi abrir e lá estavam eles, o Victor e o Fred.
Aquele par de olhos azuis parecia ter superpoderes sobre mim e sempre que se encontrava com os meus faziam meu corpo gelar e perder completamente a noção de tudo.

-Liza, Eliza! –A Evelin me cutucava.

-O que foi?

-O forno já desligou?

-Não! –Sai correndo em direção ao fogão para desligá-lo.
Todos estavam conversando na sala de estar e eu fiquei na cozinha não queria ter que ficar de frente com o Fred.

-Oi! –Falou entrando na cozinha.

-Oi! –Disse séria.

-Quero te pedir desculpa de novo eu sei que você não é como as outras garotas, mas eu me sinto completamente atraído por você.

-Me poupe das suas opiniões Frederico! –Disse seca.

-Calma senhorita cabelo de fogo foi só um comentário. –Disse sorrindo.

“Como pode ser tão lindo? Como esses olhos conseguem me prender tanto assim? Eu me odeio por isso”

-Eu acho que você está absorvendo o comportamento infantil dos seus alunos professor Frederico eu já  lhe disse várias vezes que não gosto que me chamem assim.

-Justamente para te ver irritada com essas bochechas tão vermelhas quando os cabelos que eu faço isso, você fica linda assim. –Disse de forma sínica e irritante.

-O que você quer de mim? –Perguntei ríspida.

-Eu quero você ! –Disse. E mais objetivo não teria como.

Ri.

-Faça-me o favor Fred eu já lhe disse que não sou essas meninas que você costuma pegar e jogar fora, além do mais eu nunca ficaria com alguém como você.

Ele me puxou para perto e ficamos praticamente colados, sua mão esquerda estava na minha cintura enquanto a direita entrelaçava entre meu cabelo.

-Me solta Fred! –dizia sobre ele quase sem forças, o hálito dele cheirava a menta e o oceano azul dos seus olhos inundava minha cabeça.

-Vai dizer que você não quer isso? –disse sobre minha boca.

Tudo que eu queria era me entregar, beija-lo, abraça-lo, me envolver nos seus braços, mas não era o certo eu não iria alimentar os desejos da minha carne e desagradar o coração de Deus, pois Ele não merecia tamanha ingratidão minha.Coloquei minhas mãos em seu peito e o empurrei conseguindo me soltar dele.

-Olha aqui Frederico nunca mais, mais nunca mais mesmo faça isso! –Disse buscando ar. –Eu escolhi esperar e não foi por alguém como você. –Disse saindo da cozinha.

-Aconteceu alguma coisa? –Aninha perguntou.

-Nada de mais! Vamos almoçar!

Nós almoçamos e eu fui para o meu quarto tinha que ter uma saída, uma forma de eu me livrar do Fred e do sentimento, desejo seja lá o que fosse que tinha por ele.

-Anjo?

-Oi Amora.

-cê acredita que o Fred tentou me beijar hoje?

-Nossa que surpresa!

-para de ser irônico isso me irrita.

-Estava na cara que ele faria isso né amora? Que homem sem propósitos com Deus ao lado de uma mulher como você não tentaria te beijar?

-Tá, mas ele poderia ao menos me respeita não é?

-Quer mesmo minha opinião sobre ele?

-Claro né!

-Ele está tentando de conquistar para conseguir o que quer, para mim você é como uma espécie de troféu que ele quer guardar na sua estante de recordações;

Às vezes eu me assustava com a maturidade do Hugo e com a forma que ele conseguia enxergar as coisas.

-Amora?

-Oi! Tenho medo de algum dia perder você quem vai me dizer essas verdades assim na minha cara?

-rsrs... eu sempre estarei aqui.

-obrigada por ser o melhor amigo de todos, eu te amo seu chato.

-também te amo sua chata.

-até amanhã! Quero chocolate viu?

-até amanhã.

No dia seguinte  depois do almoço o Hugo apareceu lá em casa e trouxe uma caixa de chocolate para mim conversamos a tarde inteira e a noite fomos para igreja juntos. Eu realmente não conseguia imaginar minha vida sem o Hugo era como se não fizesse sentindo existir Eliza sem Hugo, eu sabia que algum dia ele iria encontrar uma boa moça e se casaria e então eu não seria mais a única de sua vida, mas enquanto isso não acontecia eu fazia questão de aproveitar todos os momentos ao lado do meu melhor amigo.
 A segunda-feira chegou e tudo correu bem eu não encontrei com o Fred e isso foi ótimo. A semana inteira foi assim nós nos vimos, mas ele não falou mais comigo.

-Liza!

–Oi Aninha.

-O Victor disse que essa semana o Fred foi o culto todos os dias e disse que amanhã vai para o culto jovem.

-E?

-E ele acha que é por causa de você que ele está fazendo isso. –Disse com um meio sorriso no rosto.

-Por mim ele faz o que ele quiser nada vai mudar minha opinião sobre ele. –Disse séria.

-Nem Deus? –Falou me encarando.

-Não ponha Deus nisso Anna, o Fred não vai me enganar com esse joguinho que está fazendo.

-Sabe a Tatiana?

-Sim.

-Ela está gostando dele, abre o olho professora sabe tudo. –Disse saindo do quarto.

A Ana às vezes tinha o prazer de me irritar e porque mesmo ela estava me dizendo essas coisas do Fred? Eu lá iria me importar se tinha alguém gostando dele? Embora não quisesse eu me importava bem mais do que devia.

-Amiga!

-Oi Eve!

-Eu e o Di vamos no cinema hoje quer com a gente? A Taci e o Ro não vão poder ir.

-Sem os amigos malas do Diego?

-Sim, só nós três.

-Então tá certo, que horas vocês vão?

-Nós passamos para te buscar depois do almoço.

Eu procurei uma roupa para vestir, como normalmente ia de calça para o trabalho por ser mais pratico e confortável quando saia sempre usava vestidos ou saias. Escolhi uma jardineira em saia jeans claro um pouco acima dos joelhos, com uma blusa com listras horizontais pretas e brancas, calcei uma rasteirinha preta da melissa e soltei o cabelo não passei maquiagem apenas um batom vermelho, gostava do contraste que dava com a cor do meu cabelo.Peguei uma bolsa preta de franjas e sim eu amo preto! E 60 % das minhas roupas e objetos são dessa cor.

-Você está linda! Onde vai Liza? –O Silas perguntou.

-No cinema com a Eve e o Di, avisa para Aninha.

-Tá bom.

-Tchau meu príncipe! –Falei deixando um beijo em sua bochecha ele era bem maior do que eu e para alcançar seu rosto eu tinha que ficar na ponta do pé mesmo não tendo um 1,70 de altura.

A Eve e o Di já estavam do lado de fora e de lá nos fomos para o cinema a tarde estava sendo incrível o filme foi super divertido e eu ri de doer a barriga o Diego ainda fazendo as considerações me fez rir mais ainda, mas ai eu vi aquela cena. Meus olhos estão tão fixos no que estava acontecendo que tive medo de fulminar o lugar.

-Você está vendo o mesmo que eu? –A Evelin perguntou incrédula.

-Sim. –Disse seca.

O Fred estava se beijando com a  Tatiana os dois só faltavam arrancar a cabeça um do outro com o beijo.

-Idiota! –Murmurei, mas queria mesmo era gritar.

-Ei! Ele é mesmo um idiota. –A Evelin falou.

-Eu sei, mas ele vem cheio de conversinhas e “boas intenções” e quando eu começo acreditar na mudança dele ele me aparece assim. –Falei apontando para onde ele estava ainda beijando a Tatiana.

-Vamos embora eu não quero ver vocês chateadas. –O Diego falou se levantando e nós o seguimos até a saída.

Estávamos saindo do shopping quando ouvi ele me chamar.

-Eliza! –Gritou tão alto que todas as “Elizas” que estavam ali devem ter se virado para olhar.

-O que foi? –perguntei irritada.

-Só queria saber se está tudo bem.

-Está tudo ótimo, cadê mesmo a Tatiana?

-Você viu a Taty?

Nesse momento eu estava fervendo por dentro, o que ele queria vindo atrás de mim se a “Taty” estava com ele?

-Claro! Quem nesse shopping não viu o “beijo devorador” de vocês? –Disse grossa.

-Ciúmes? –Perguntou com um sorriso sínico no rosto.

-Porque eu teria ciúmes de você? –disse rebatendo.

-Porque você gosta de mim? –Disse irônico.

-Olha aqui Frederico eu não tenho motivos para ter ciúmes de você, pois já lhe disse que não sinto nada por você e que você não se encaixa no meu perfil.

-Você não poderia ser mais modesta não é mesmo professora cabelo de fogo?

-Você é infantil demais! –Disse seca. –Eu não preciso provar nada para ninguém.
Sair andando a Evelin e o Diego já tinham ido para o estacionamento quando o Fred me parou de novo na frente do Shopping.

-Já te disse que você fica linda irritada? –Disse me virando.

-Desiste Frederico! Eu não vou cair na sua lábia. –Falei séria.

-Eu não quero que você caia na minha lábia, mas nos meus braços.

-Você deveria ter vergonha do papel que faz. –Disse ríspida.

-Que papel? –Perguntou me encarando com aquele par de olhos azuis que tinham o poder de me deixar sem palavras.

-Papel de pegador! –Disse séria.

-Eu não faço papel nenhum. –disse sério.

-Eu não sei quem você pensa que está enganando estando na igreja e vivendo uma vida totalmente desregrada e fora da vontade de Deus, você acha certo enganar essas meninas que você vem enganando? Quantas você machucou, feriu, magoou e lhes tirou a honra, a pureza, a intimidade com Deus?. O que você ganha com isso Frederico? Prazer e o quê mais? Preenche o vazio do seu coração? Porque só alguém vazio pode fazer o que você faz. –Disse

-Quem você pensa que é para falar assim comigo?. –Disse com a raiva no olhar.

-Alguém que quer o seu bem, alguém que quer que você se liberte de verdade e se arrependa, eu sou alguém que mesmo não devendo gosta de você e quer ver você sendo feliz e desse jeito que você tem levado a vida nunca será. –Disse e fui para o estacionamento.

Cheguei em casa exausta e com o choro entalado na garganta eu não deveria ter falado com ele como falei com certeza em meu lugar Jesus não faria o que fiz. Mas eu estava cansada de lidar com as investidas incessantes do Fred e de vê-lo destruir sua própria vida e a de várias meninas que se envolviam com ele, porque aquele par de olhos azuis abalava qualquer coração.

***

Meses se passaram e só faltavam dois para o casamento da Taciele e eu descobri que o Fred seria o meu par. Nós não conversamos mais depois daquele dia no shopping nossas conversas se resumiram a assuntos de trabalhos ou cumprimentos por educação.

-Vamos nos reunir hoje para explicar e ensaiar a entrada dos padrinhos no casamento. –A Taci falou animada.

-Precisa mesmo disso? Não é só entrar de braços dados e pronto? –Disse cansada do dia 
corrido que tinha tido.

-Não vou nem dizer nada Eliza!

-Desculpa amiga, mas essas coisas parece frescura demais para mim.

-Entendo, mas para nós é necessário então contamos com você para o ensaio hoje a noite.

A noite chegou e eu fui para igreja com meus irmãos e cunhados já que todos seriam padrinhos do casamento. Estava orando a Deus sobre a minha possível aproximação e amizade com o Fred eu queria ajudá-lo, mas ele sempre tinha segundas intenções.

-Só fala a Jéssica e o Hugo. –O Diego falou contando os padrinhos que já estavam na igreja.

Ele já tinha chegado, mas não havia falado ainda comigo esse é o problema da minha sinceridade acaba afastando as pessoas de mim e no final eu me odeio por isso. No caso do Fred não, porque ele ter se afastado foi bom para mim, mas com outras pessoas isso me machucava.Os padrinhos que faltavam chegaram e a organizadora da cerimônia pediu para que os pares fossem formados e nós acabamos ficando um do lado do outro.

-Boa noite! –Disse para ele que ainda não tinha me olhado.

-Boa noite cabelo de fogo!. –Disse com aquele sorriso irônico que só ele tinha.

-Não gosto que ...

-me chame assim! –Falou tentando imitar minha voz. –Você é muito previsível professorinha. –Disse rindo.

-Não sei porque eu ainda insisto em ser educada com você. –Disse séria e voltei minha atenção ao que a cerimonialista falava.

O ensaio foi rápido e acabou nem sendo tão chato como previa.

-Vai com a gente? –O Victor falou se referindo ao carro dele já que eu tinha deixado o meu em casa.

-Não, ela vai comigo. –O Fred respondeu.

Lancei um olhar de interrogação no mesmo momento, quem ele achava que era para tomar decisões da minha vida? Que raios de intimidade era que achava ter comigo?

-Quem lhe disse isso? Eu não...

-você não vai com eles, vamos. –Falou me puxando pelo braço.

-Me solta Frederico! Se você quer ao menos o meu respeito me respeite. –Disse irritada.

-Tudo bem, desculpa. A senhorita gostaria de uma carona até em casa? –Perguntou com um meio sorriso.

-Sim! – Disse entrando no carro antes que mudasse de ideia.

“Lindo demais, não tem como negar essa voz grave e rouca fazem as palavras parecerem mais bonitas.”

Despertei dos meus devaneios com sua mão repousada em  meu rosto e não pude evitar fechar os olhos ao sentir seu polegar percorrer meu rosto e parando sobre os meus lábios acariciando com carinho e desejo. Ele me enlouquecia.

Tudo que queria era permitir que ele fizesse o que nós dois queríamos, mas que tipo de cristã eu seria se fizesse isso? Sim, era só um beijo, mas ele não era meu namorado, ele não tinha um compromisso comigo e isso não estava correto.

-Por favor, Fred! –Pedi.

-Porque você resiste tanto? –Falou sobre o meu rosto e o seu halito quente me fez estremecer.

-Eu não posso fazer isso seria errado me envolver com alguém que não serve a Deus, que não tem os mesmos princípios que eu.

-Eu vou a igreja se esse for o problema. –Ele disse ainda sobre mim com a respiração ofegante que fazia a minha ficar ainda mais.

-Não quero alguém que vá a igreja quero alguém que seja igreja, que viva e faça a vontade de Deus. –Disse tentando buscar forças em mim para não beijá-lo.

-Se eu mudar e me tornar um cristão melhor eu tenho alguma chances com você? –Disse sério.

“Sim, Yes, claro, óbvio, com certeza... de todas as formas eu queria dizer isso.”

-Não quero que você busque a Deus por mim, quero que busque a Deus por você.

-Você me enlouquece! –Disse com um meio sorriso.

-Desculpa, mas preciso ir. –Disse abrindo a porta do carro.

-Obrigado por ser diferente. –Disse passando a mão na minha frente fechando a porta novamente.

Eu fiquei o encarando talvez a Maia tivesse certa e Deus o tenha colocado no meu caminho para poder molda-lo a se tornar um cristão de verdade. Não podia beijá-lo, mas não resisti  vontade de abraça-lo e passei meus braços em volta do seu pescoço e o abracei bem forte, ele tinha um cheiro maravilhoso e seu corpo era quente e forte. Ele apoiou as mãos em minha cintura e eu senti que ele cheirava meu cabelo. Podia ficar a noite inteira ali ele me fazia sentir protegida.

-Obrigada! –Disse me soltando do abraço e saindo do carro.

-Eii! –Disse.

Eu me virei para olhá-lo.

-Ore por mim!


Assenti e fui caminhado até em casa e percebi que seu olhar me acompanhava e quando virei para olhá-lo aquele sorriso encantador brotou em seus lábios fazendo borboletas dançarem em meu estomago.

PRÓXIMO CAPÍTULO 
-Fred?
-Oi professora cabelo de fogo, aconteceu alguma coisa.
-Sei que estou sendo idiota em dizer isso, mas não consigo parar de pensar em você.
Ouvi uma risada gostosa do outro lado da ligação e isso fez borboletas  dançarem no meu estomago.
-Também não consigo dormir você não sai da minha cabeça. –Disse com aquela voz rouca que me arrepiava mesmo de longe.

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