terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Descobri o amor -Capítulo seis

Meses se passaram e só faltavam dois para o casamento da Taciele e eu descobri que o Fred seria o meu par. Nós não conversamos mais depois daquele dia no shopping nossas conversas se resumiram a assuntos de trabalhos ou cumprimentos por educação.
-Vamos nos reunir hoje para explicar e ensaiar a entrada dos padrinhos no casamento. –A Taci falou animada.

-Precisa mesmo disso? Não é só entrar de braços dados e pronto? –Disse cansada do dia corrido que tinha tido.

-Não vou nem dizer nada Eliza!

-Desculpa amiga, mas essas coisas parece frescura demais para mim.

-Entendo, mas para nós é necessário então contamos com você para o ensaio hoje a noite.

A noite chegou e eu fui para igreja com meus irmãos e cunhados já que todos seriam padrinhos do casamento. Estava orando a Deus sobre a minha possível aproximação e amizade com o Fred eu queria ajudá-lo, mas ele sempre tinha segundas intenções.

-Só fala a Jéssica e o Hugo. –O Diego falou contando os padrinhos que já estavam na igreja.

Ele já tinha chegado, mas não havia falado ainda comigo esse é o problema da minha sinceridade acaba afastando as pessoas de mim e no final eu me odeio por isso. No caso do Fred não, porque ele ter se afastado foi bom para mim, mas com outras pessoas isso me machucava.

Os padrinhos que faltavam chegaram e a organizadora da cerimônia pediu para que os pares fossem formados e nós acabamos ficando um do lado do outro.

-Boa noite! –Disse para ele que ainda não tinha me olhado.

-Boa noite cabelo de fogo!. –Disse com aquele sorriso irônico que só ele tinha.

-Não gosto que ...

-me chame assim! –Falou tentando imitar minha voz. –Você é muito previsível professorinha. –Disse rindo.

-Não sei porque eu ainda insisto em ser educada com você. –Disse séria e voltei minha atenção ao que a cerimonialista falava.

O ensaio foi rápido e acabou nem sendo tão chato como previa.

-Vai com a gente? –O Victor falou se referindo ao carro dele já que eu tinha deixado o meu em casa.

-Não, ela vai comigo. –O Fred respondeu.

Lancei um olhar de interrogação no mesmo momento, quem ele achava que era para tomar decisões da minha vida? Que raios de intimidade era que achava ter comigo?

-Quem lhe disse isso? Eu não...

-você não vai com eles, vamos. –Falou me puxando pelo braço.

-Me solta Frederico! Se você quer ao menos o meu respeito me respeite. –Disse irritada.

-Tudo bem, desculpa. A senhorita gostaria de uma carona até em casa? –Perguntou com um meio sorriso.

-Sim! – Disse entrando no carro antes que mudasse de ideia.

“Lindo demais, não tem como negar essa voz grave e rouca fazem as palavras parecerem mais bonitas.”

Despertei dos meus devaneios com sua mão repousada em  meu rosto e não pude evitar fechar os olhos ao sentir seu polegar percorrer meu rosto e parando sobre os meus lábios acariciando com carinho e desejo. Ele me enlouquecia. Tudo que queria era permitir que ele fizesse o que nós dois queríamos, mas que tipo de cristã eu seria se fizesse isso? Sim, era só um beijo, mas ele não era meu namorado, ele não tinha um compromisso comigo e isso não estava correto.

-Por favor, Fred! –Pedi.

-Porque você resiste tanto? –Falou sobre o meu rosto e o seu halito quente me fez estremecer.

-Eu não posso fazer isso seria errado me envolver com alguém que não serve a Deus, que não tem os mesmos princípios do que eu.

-Eu vou a igreja se esse for o problema. –Ele disse ainda sobre mim com respiração ofegante que fazia a minha ficar ainda mais.

-Não quero alguém que vá a igreja quero alguém que seja igreja, que viva e faça a vontade de Deus. –Disse tentando buscar forças em mim para não beijá-lo.

-Se eu mudar e me tornar um cristão melhor eu tenho alguma chances com você? –Disse sério.

“Sim, Yes, claro, obvio, com certeza... de todas as formas eu queria dizer isso.”

-Não quero que você busque a Deus por mim, quero que busque a Deus por você.

-Você me enlouquece! –Disse com um meio sorriso.

-Desculpa, mas preciso ir. –Disse abrindo a porta do carro.

-Obrigado por ser diferente. –Disse passando a mão na minha frente fechando a porta novamente.

Eu fiquei o encarando talvez a Maia tivesse certa e Deus o tenha colocado no meu caminho para poder molda-lo a se tornar um cristão de verdade. Não podia beijá-lo, mas não resisti  vontade de abraça-lo e passei meus braços em volta do seu pescoço e o abracei bem forte, ele tinha um cheiro maravilhoso e seu corpo era quente e forte. Ele apoiou as mãos em minha cintura e eu senti que ele cheirava meu cabelo. Podia ficar a noite inteira ali ele me fazia sentir protegida.

-Obrigada! –Disse me soltando do abraço e saindo do carro.

-Eii! –Disse.

Eu me virei para olhá-lo.

-Ore por mim!

Assenti e fui caminhado até em casa e percebi que seu olhar me acompanhava e quando virei para olhá-lo aquele sorriso encantador brotou em seus lábios fazendo borboletas dançarem em meu estomago.

-O que foi isso. –Meu pai me perguntou assim que abrir a porta.

-Boa noite pai! Isso o que?

-Esse garoto não é homem para você Eliza, ele fica com várias garotas e  é rebelde com os pais conversei com os pais dele ainda hoje. –Disse irritado.

-não temos nada pai, ele só é um amigo ou quase isso. –Falei tentando me explicar.

-E esse abraço? –Perguntou sério demais.

-Foi um abraço pai, o que tem demais nisso? –Disse.

-Não se atreva a ter um relacionamento a mais do que o de amizade com esse rapaz está ouvindo Eliza. –Ele disse sério e eu nunca tinha visto ele falar assim e muito menos comigo.

-Tudo bem pai! Boa noite. –falei beijando sua bochecha e logo fui para o meu quarto.

Deitei na cama depois de tomar banho e fiquei pensando no Fred, na conversa que tínhamos tido e na atitude do meu pai.

-mãe? –Falei assim que percebi que ela estava me observando da porta do meu quarto.

-Oi meu amor! –Falou sentando ao meu lado na cama. –O que foi que está com essa carinha?

-É o Fred! –Disse com lágrimas nos olhos que já planejavam descer.

- Está te fazendo mal?

-Ah mãe, o Fred é um homem difícil de lidar e de entender, hoje por exemplo ele tentou me beijar outra vez, mas foi diferente ele não me olhou como objeto, me olhou como mulher de Deus e me tratou com carinho e respeito.

-Isso é uma ótima coisa filha.

-Seria mãe, se o papai não achasse ele o pior de todos os rapazes e um homem que não serve para mim. –Disse engolindo as lágrimas.

-Ah meu amor! –Ela bateu no colo e eu deitei minha cabeça nele. –Quando eu comecei a 
namorar eu não me encaixava no perfil de namorada que ele merecia, mas seu pai me escolheu e Deus abençoou a nossa relação e as opiniões contrarias a isso nós não levamos em conta. –Disse enquanto fazia cafuné na minha cabeça.

-Não sei se quero enfrentar o papai e todos que forem contrários a isso, o Fred não assumiu nenhum relacionamento comigo e talvez essa seja apenas uma relação de amizade e eu esteja fantasiando.

***
-Pró!

-Oi Alice, desculpa o que aconteceu? –Falei voltando a realidade.

-A Sara pegou o lápis rosa e não quer devolver. –Ela disse com os olhos marejados.

-Calma que eu vou resolver.

Caminhei até a Sara e a observei pintando seu desenho era um jardim com muitas flores e uma ela estava pintando de rosa.

-Sara!

-Oi pró! –Respondeu me abrindo um sorriso.

-Você já acabou com o lápis cor de rosa? Porque a Alice também quer usar.

-Já estou acabando.

-Tudo bem, quando acabar você devolve o lápis da Alice tudo bem?

-tudo bem.

Era difícil lidar com as crianças e com suas personalidades e problemas que traziam de casa, mas desde a graduação eu tinha certeza de que era a pedagogia o que eu queria para mim. Ensinar era o que movia, e se realmente cada um tem uma missão a cumprir, educar era a minha.

Tinha ficado alguns dias sem ver o Fred, pois ele ficava com a turma do ensino fundamental 1 que ficava no segundo andar enquanto eu ficava com o grupo 5 no primeiro andar.
Senti alguém tampando a minha visão, não tinha dúvidas de que era o Fred o cheiro dele era inconfundível.

-Fred?!

-Nossa! –Disse surpreso por eu descobrir que era ele. –Como vai professorinha cabelo de fogo?

-Você tem o prazer de ser desagradável, não?

-Desculpa, foi só uma brincadeira. Quer jantar comigo hoje a noite? –Disse de repente.

-O quê? –Perguntei confusa.

-Você quer ir jantar comigo hoje a noite? –Disse com um sorriso encantador.

-Desculpa, mas hoje tem culto e eu não gosto de faltar.

-Eu posso ir com você?

-Claro que sim te vejo lá as 19:00.

A cada encontro que nós tínhamos eu era surpreendida pela sua personalidade inconstante, 
às vezes tão grosso e estúpido em outras meigo e carinhoso. Ele era um mistério que eu não deveria querer desvendar, mas o meu coração pedia e fazia o contrário.

Estava orando e quando levantei fui tomada de surpresa por aquele par de olhos azuis.

-Oi! –Ele disse com um sorriso carinhoso.

-Oi! –Falei me sentando ao seu lado.

-Você está linda! –Disse sorrindo.

Sinceramente ele era lindo, mas sorrindo ultrapassava os limites da beleza se é que eles existem. Seu sorriso era encantador e atraente.

-Obrigada! Posso dizer que quando não está sendo um babaca você fica ainda mais bonito. –Disparei.

-Sua sinceridade me agrada. –Falou enquanto colocava uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

Ainda estava cedo e o culto ainda não tinha começado, nós estávamos conversando quando meu pai apareceu no altar da igreja seus olhos me fulminaram ao me ver sentada e conversando com o Fred.

-É impressão minha ou o seu pai está nos encarando? –Perguntou também me encarando.

-Ele não te acha uma boa companhia, brigou comigo por voltar para casa com você naquele dia. –Disse com pesar. –Seus pais não falaram muito bem de você.

-Eu sei, não sou o melhor filho de todos, mas tenho me esforçado para melhorar. –Disse com tristeza na voz.

-Desculpa por ele, mas acho que é só proteção de pai. –Disse abaixando a cabeça.

-Eu o entendo!

O culto começou e foi uma benção no final eu vi o Fred indo lá na frente e o pastor Marcos orou por ele e ele renovou a aliança dele com Deus. Meu coração transbordou de alegria ao saber disso de alguma forma a esperança de ficarmos juntos também surgiu quem sabe agora ele não mudaria? E meu pai o aceitaria.

-Seja bem-vindo de volta. –Disse o abraçando quando ele voltou da oração.

-Obrigado! Grande parte de eu ter tomado essa decisão foi por você.

-Sabe o que eu acho disso, não?

-Sei, mas não foi apenas por você. –Disse rindo.

O Victor e a Aninha veio em nossa direção, a aninha me abraçou e o Victor deu abraço apertado no irmão e de longe era perceptível a alegria dele.

-Obrigado! –O Victor disse para mim.

-O que eu fiz?

-obrigado, por entrar na vida dele, por lhe dizer as verdades que precisava ouvir e por ser 
tão firme.

-Amém! Nem fazia noção disso. –Disse sorrindo.

Me despedi do Victor e do Fred e fui para casa no carro com a Anna.

-O pessoal lá na igreja não parava de me perguntar se vocês estavam namorando.

-O que você disse? –Perguntei.

-Que não! Ou vocês estão?

-Olha bem para mim, acha mesmo que eu namoraria o Fred?

-Sim. –Disse rindo.

-Sim, claro que eu namoraria ele, mas digo espiritualmente.

-Ah sim, ele não é lá o cara espiritual, mas o Victor me disse que essas duas ultimas semanas ele mudou bastante.

-Não posso entrar num relacionamento baseado em duas semanas.

-Nossa, filosofou!. –Disse rindo.

Chegamos em casa e eu fui programar minha aula do dia seguinte.

-Eliza!

-Oi pai.

-Você está namorando aquele rapaz. –Perguntou sério.

-Claro que não pai nunca começaria um namoro sem a sua permissão mais a da mamãe.

-Você sabe que eu me preocupo com você não quero te ver magoada e ferrida.

-Eu sei pai.

-Porque não procura alguém como o Hugo para namorar, ele é um jovem trabalhador, obediente, respeita a família e os lideres.

-Pai, eu não estou procurando um namorado e o Hugo é meu melhor amigo.

-O que eu quero para você é o melhor não se deixe levar por conversas baratas e promessas 
de mudanças.

Não disse mais nada e ele saiu do quarto. Não tinha palavras para falar com Deus, minha mente estava confusa e atrapalhada os meus sentimentos eram mais confusos do que o normal. Estava feliz com escolha do Fred de se reconciliar com Deus, mas não acreditava na mudança repentina dele e ainda tinha a cobrança e desconfiança do meu pai. Eu tinha que dar aula no outro dia,mas mesmo depois de orar e chorar não conseguia dormir.

-Fred?

-Oi professora cabelo de fogo, aconteceu alguma coisa.

-Sei que estou sendo idiota em dizer isso, mas não consigo parar de pensar em você.

Ouvi uma risada gostosa do outro lado da ligação e isso fez as borboletas  dançarem no meu estomago.

-Também não consigo dormir você não sai da minha cabeça. –Disse com aquela voz rouca que me arrepiava mesmo de longe. Como era bom ouvir aquilo.

-Posso te fazer uma pergunta? –Disse.

-Pode.

-O que você sente por mim? Às vezes eu acho que você está só querendo me enganar.

-Sua sinceridade é constrangedora. –Disse e ouvi o som da sua risada. –Eu gosto de você e tentei esconder isso, tentei fingir que não mexia comigo, tentei te maltratar para ver se o sentimento diminua, mas ele só aumentava. Eu não estou mais querendo te enganar você já me conhece o suficiente para saber que agora eu não estou mentindo.

Fiquei me perguntando o porque do “não estou mais”  ele estava realmente tentando me enganar? E o que tinha feito mudar?.

-Mas e as suas ficantes? –Disse com raiva de mim mesma por falar isso.

-Eu não estou com mais ninguém, a ultima garota que fiquei foi a Tatiana e isso faz meses, pois desde aquele dia que  me disse aquelas verdades eu comecei a repensar minha vida e a ver que estava fazendo tudo o que um dia eu disse não faria com uma mulher. 

Fiquei em silêncio estava processando o que me dizia.

-Liza?

-Oi!

-Quero que saiba que você é importante para mim e eu já entendi que você não é qual quer mulher que se rende fácil e a verdade é que não quero te pressionar, quero apenas que as coisas aconteçam como devem acontecer.

-Jura que não está brincando comigo?

-Juro, de dedo mindinho. –Riu.

-Obrigada!

-Obrigado você, posso passar ai na sua casa amanhã ?

-Não, é capaz do meu pai arrancar minha cabeça.

-Te vejo no culto então.


Adormeci depois que desligamos a ligação e é obvio que o sorriso depois daquela conversa dormiu e acordou no meu rosto.

-Liza! –senti alguém me cutucando.

-O que foi? –falei esfregando os olhos.

-Olha! –Falou me mostrando um buquê de rosas vermelhas.

-Que lindas! O vitinho que te deu?

-Não! São suas. –Disse me entregando. –Tem um cartão ai.
Peguei o cartão.

“Bom dia! professora cabelo de fogo espero que agora possamos ser “amigos” de verdade. Você fez a minha vida ter um colorido diferente e posso dizer que o verde dos seus olhos não sai mais da minha cabeça. –Fred”

-Ai que fofo! –A Aninha falou me abraçando por trás ela leu o cartão comigo.

-Tem como eu me surpreender mais com o Fred? –Disse rindo.

-Que o Victor não me ouça dizer isso, mas o Fred é um gato. Investe irmã quem sabe dessa vez você não desencalha.

-Eu não sou encalhada! –Falei empurrando ela que caiu na cama. –O papai viu essas flores?.

-Sim! Não deveria ver?

-O papai detesta o Fred só faltou fulminar ele outro dia porque estávamos conversando.

-Então se prepare para o sermão.

Fui para o banheiro e fiz minha higiene normalmente. Vesti um vestido soltinho e desci para o café da manhã.

-Bom dia família! –Disse.

-Bom dia Liza, bom dia mãe, pai estou de saída. –O Silas falou levantando da mesa e saindo.

-Onde ele vai assim? –Perguntei.

-Vai tomar café com a família da Manu. –A mamãe respondeu. –E o Buquê quem foi o remetente?.

Lancei um olhar reprovador para mamãe , não queria ter que discutir com o meu pai de novo por causa do Fred.

-Responde sua mãe Eliza. –Disse sério.

-Foi o Fred que mandou. –Disse abaixando a cabeça.

-Não lhe disse que não quero você com conversinha com esse rapaz!

-Pai, ele é só meu amigo.

-Mas ele não quer ser só seu amigo é nítido no olhar dele.

-E se for realmente isso?

-Você está me respondendo Eliza?

-Não pai, mas eu já tenho 22 anos eu posso escolher meu amigos.

-Ele não é o tipo de rapaz que você deve ter amizade, ele não presta!.

-Não fala assim dele! –Disse quase gritando.

-Você não o conhece Eliza, pensa no que você está fazendo.

-Ele é meu amigo e você não deveria julgar assim as pessoas. –Disse e subi para o meu quarto.

Eu sempre fui a “certinha” do meu grupo de amigos, a filha exemplar e a garota modelo da igreja. Sempre carreguei nas costas as expectativas que faziam de mim, eu não podia errar, não podia falhar, não podia deslizar afinal eu era a filha do pastor e como se isso não me bastasse eu era a filha adotada do pastor. Eu não podia falhar com meus pais que tipo de gratidão eu demonstraria ao me tornar mal falada?

Sempre fui tudo o que os outros desejavam e queriam que eu fizesse, sempre fui a amiga que dava bom conselhos amorosos sem nunca nem ter tido um relacionamento. Sempre fui a filha que obedecia e a  irmã que dava exemplo. Sempre fui a garota modelo da igreja por isso estava sempre disponível para tudo e todos, minhas respostas eram sempre sim mesmo que fosse extremamente estressante ter que ir ao supermercado com minha mãe depois de um dia exaustivo de trabalho. Sim, sempre foi sim para os outros e não para mim.

O Fred não era o príncipe dos meus sonhos, mas nunca ninguém tinha me olhado como aquele par de olhos azuis, ninguém nunca tinha mexido tanto comigo a ponto de me fazer estremecer só de ouvir sua voz e sentir borboletas dançarem em mim quando chegava próximo. Sim, eu sei que ele não é lá o ideal de homem perfeito, mas quem foi mesmo que fez esse ideal? Estava cansada de regras, de viver exatamente como me mandavam.

Eu tinha decidido eu iria enfrentar o que viesse pelo Fred, talvez eu quebrasse a cara? Sim, mas e daí? Queria sentir o gosto do beijo dele e ter o calor dos seus braços passando pela minha cintura. Sabia que podia me arrepender por essa escolha, mas eu iria tentar. Não seria a primeira e nem a ultima vez que um coração seria partido no mundo.

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