quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Descobri o amor -Capítulo treze e quatorze



Por Hugo 

O Silas quis voltar dirigindo ele tinha dormido pela tarde o que não o deixaria com sono na estrada, a Manu estava no carona e eu estava atrás com a Eliza ela estava deitada no meu colo tinha pegado no sono depois de tanto chorar.

Ela era tão sensível e delicada não entendia o que deu da cabeça do Fred em brigar com ela daquela forma. A Eliza sempre foi daquele jeito, decidida, determinada, mandona, dona do próprio nariz, mas ao mesmo tempo era frágil como vaso de cristal ou como uma bonequinha de porcelana.

Acho que foi por isso que passamos a ser amigos, ela não era daquelas meninas que brincam de boneca e de casinha o tempo todo, a Eliza brincava de bola, jogava gude, pião e fazia tudo que era restrito a ela por ser “menina” ela sempre foi a frente do seu tempo e fazia o que dava na telha.

Ela foi minha paixonite de criança, minha paixão adolescente e quanto mais o tempo passava sabia que seria o amor da minha vida inteira. Nos conhecíamos a 17 anos e sabíamos tudo um do outro, nossa primeira féria foi juntos, nossa formatura de alfabetização, nossa formatura de ensino fundamental, de ensino médio até a nossa formatura da faculdade que eram cursos diferentes ela pedagogia e eu nutrição foram em 
dias colados a dela em um dia e a minha no outro.

Nossas vidas sempre estiveram entrelaçadas e eu não tinha dúvidas de que tinha sido por Deus. Quando ela namorou como Rafael eu morri de ciúmes era um tormento ouvi-la contando como foi o primeiro beijo deles ou o quanto ela era apaixonada por ele, eu sentia ciúmes, mas sabia que não iria durar uma hora ou outra ela iria descobrir a verdade sobre ele.

Com o Frederico foi diferente eu não apenas odiava ouvi-la falando dele como tinha medo de perdê-la. Eu não conseguia imaginar ela nos braços dele ou se casando com ele só de pensar me revirava o estomago. Mas eu não podia ariscar lhe contar sobre meus sentimentos e perder sua amizade, a Eliza era meu porto seguro.

Eu orei incontáveis vezes a Deus e pedi que tirasse aquele sentimento do meu coração eu não queria perder a amizade da minha Amora eu sabia que ela estava apaixonada pelo Frederico que por mais idiota que ele fosse ela o amava. Em alguma das minhas orações 
Deus me disse que eu tinha que esperar que ele me mostraria o que fazer.

Quando vi o Fred sacudindo ela tive vontade de matar ele não sei de onde  foi  que me subiu tanta força. Cada soco e chutes que dava nele não diminuía a raiva que sentia pelo que ele tinha feito, somente depois de senti as mãos pequenas da Eliza me puxando eu o deixei no chão.  Tinha perdido todo autocontrole e domínio próprio, mas Deus havia de me perdoar eu não conseguiria agir de outra forma.

Ela era o amor da minha vida sempre foi e acho que por isso desde pequeno eu a chamava de amora. Não queria parecer obvio ao chama-la de amor e ela nunca aceitaria por isso dei as desculpas de que eram por causa do pé de amoras na casa do meu avô que pareciam com seus cabelos ruivos embora eles fossem de tons completamente diferente de uma amora.
Fazia cafuné enquanto ela dormia com a cabeça no meu colo e o corpo encolhido no banco do carro. Me doía o coração saber que quando acordasse se lembraria de tudo que aconteceu e que continuaria me vendo apenas como seu melhor amigo.

***

Por Eliza

-Amora, chegamos! –ouvi a voz do Hugo enquanto me sacudia.

Abri os olhos e fui presenteada com um par de olhos verdes me encarando, passei tanto tempo admirando o azul dos olhos do Frederico que não me lembrava do quanto eu amava o verde dos olhos do Hugo. O quanto aquele olhar me trazia paz, o quanto ele me passava amor e carinho.

-O que foi? –perguntou com o riso nos lábios.

-Nada! –disse rindo balançando a cabeça afim de dissipar aqueles pensamentos.

Desci do carro e o Hugo colocou minha mala no quarto sentou minha cama e ficou me encarando.

-Hugo, me perdoa por não ter dado ouvidos a você e por ter sido tão implicante .

-Já disse que não precisa pedir perdão tudo que passamos na vida por pior que seja é um aprendizado que pode ajudar outras pessoas futuramente.

-obrigada por estar sempre aqui. –disse segurando sua mão.

-Você sabe que eu te amo não é? –perguntou me encarando e pela primeira vez notei algo de diferente naquela pergunta que ele tinha me feito a vida inteira.

-Sei! –respondi o abraçando.

-Então, é meu dever estar aqui pelo menos tentando te proteger. – falou fazendo carinho em minhas costas.

Fui tomar banho e vesti um pijama qualquer e quando voltei o Hugo ainda estava lá parecia mais triste e preocupado do que antes.

-Aconteceu alguma coisa?

-Não! –disse me encarando. –só quero ter certeza de que vai dormir mesmo, você precisa descansar.

Fui para cama e me ajeitei ao lado dele reposei minha cabeça em seu peito e juro que pela primeira vez na vida eu imaginei como seria ser cuidada por ele a vida inteira. Os braços dele passou sobre mim e meu coração bateu acelerado por aquele simples movimento que já tinha sido feito dezenas de vezes. Acabei adormecendo com o cafuné do Hugo.
Quando acordei ele não estava mais lá, mas seu perfume estava por todos os cantos do meu quarto, não contive o riso quando encontrei um bilhete seu em cima do criado-mudo.

Minha amora, sei que o dia hoje não vai ser fácil e as lembras da última noite podem te atingir em cheio, mas quero que saiba que mesmo não podendo estar do seu lado sendo o anjo que você diz que eu sou existe um Deus que não vira as costas para nós independe das burradas que a gente faça na vida. Te amo minha chata!
-Seu Anjo

O Hugo era um homem incrível sua beleza realmente transcendia o físico, sua beleza física era um mero detalhe do homem espetacular que ele era. Seu sorriso, seus olhos, sua voz, seu porte físico por mais perfeitos que fossem não podiam ser comparados ao seu caráter, ao seu jeito gentil, protetor e cuidador, a sua entrega a Deus, ao profissional dedicado e esforçado que era.

Eu nunca entendi o fato do Hugo sempre ter estado sozinho a única fez que ele ficou com alguém foi com a Jeane no período em que comecei a namorar com o Rafael e o namoro deles não passou dos seis meses ele parecia querer colocar barreiras para que ninguém o alcançasse, eram tantas características para a mulher que ele esperava que eu achava impossível alguma se encaixar era como se ele quisesse que nenhuma se aproximasse dele.

O dia foi difícil depois que tomei banho comi alguma coisa e fui para o meu quarto fiquei lá durante o dia inteiro, perdi a conta de quantas vezes pedi perdão a Deus  naquele dia. Decidi não contar nada do que aconteceu para os meus pais sabia que Dona Luana e Seu Felipe não responderiam por si ao saberem que o Fred tinha me agredido, ele me sacudiu com tanta força que fiquei como hematomas roxos nos dois braços, por isso preferi apenas contar que tínhamos terminado o namoro e que o ciúmes dele tinha ficado difícil de ser suportado e eu não menti por isso.

As lembranças da ultima noite não saiam da minha mente, eu tinha sido tão flexível como o 
Fred, tinha perdoado todas as crises de ciúmes que ele tinha, todas as vezes que me dizia palavras de ofensa eu não me importava de ceder a ele e sempre pedir perdão depois de uma briga mesmo que quase sempre o culpado fosse ele. Eu era apaixonada por ele, eu gostava da sua presença na minha vida, gostava quando me chamava de “minha ruiva” e me abraçava por trás, gostava quando cantava para mim ou quando apenas ficava me observando e tentando contar minhas sardas. Eu não podia mentir que ter terminado com ele estava doendo em mim, ele fez parte da minha vida.

Meu coração não foi o primeiro nem o ultimo a ser partido no mundo, mas nunca achei que ter o coração machucado pudesse doer tanto, pudesse fazer meu coração se quebrar em pedaços, nunca achei que a dor de ser decepcionada pudesse ser tão forte a ponto de me deixar com falta de ar.

Quando eu sair do hospital e descobri que nos oito meses que estive em coma ali o Fred esteve do meu lado eu fiquei feliz mesmo sabendo que tinha sido exatamente por causa dele que eu tinha ido parar naquele lugar. Ele estava diferente de antes, estava mais maduro, mas gentil, mas amoroso e eu gostava daquele Fred que surgiu depois do acidente, gostava de saber que eu tinha nele um príncipe, que tinha no Fred o amor que tinha planejado viver ou pelo menos era isso que eu achava até o nosso ultimo dia da viagem.

 Não fiquei surpresa com a crise de ciúmes que ele teve do Hugo, nem por ele ter chutado meu amigo enquanto jogavam na praia, não fiquei surpresa por ter tido ciúmes do Fotografo, mas daí ele ter bebido e achar que isso era normal foi demais para mim, e logo depois ele me agredir foi a gota d’água de um cálice que a muito tempo estava cheio. Eu empurrava aquela relação com a barriga porque eu amava saber que eu tinha o Fred, que eu podia contar com ele em qualquer situação mesmo que não fosse exatamente isso que acontecesse na realidade.

Ele não se importava em saber como eu estava, nem perguntava como foi o meu dia, eu tinha que estar sempre disponível disposta e pronta para tudo porque senão ele jogava na minha cara algo que ele havia feito por mim. Ele não ia mais para igreja como antes e não se envolvia com nada mesmo eu sempre lhe pedindo que fizesse isso, eu queria que ele lesse a bíblia comigo, que discutisse depois do culto a pregação daquela noite, queria que me mandasse louvores novos ou me contasse uma palavra que Deus tivesse dado para ele naquele dia, mas quanto mais eu me apegava a ele mais sabia que ele estava distante de Deus.

-Eliza? –ouvi a voz da minha irmã.

-Oi Anna! –disse fraco.

-Como você está hoje? –Perguntou sentando na minha cama.

-Um pouco melhor, por favor, não comenta nada com a mamãe e o papai eles não iam aceitar muito bem. –disse.

-Claro que não! –Falou me puxando para um abraço.

Mais uma vez eu chorei naquele dia eu era a irmã mais velha, mas naquele momento me senti a mais nova. Minha irmã tinha amadurecido nesses últimos meses o namoro com o Victor tinha feito ela crescer em todas as áreas, e eu não conseguia entender com dois irmãos podiam ser tão diferentes.

-vai ficar tudo bem Liza! –disse fazendo cafuné na minha cabeça eu estava deitada no colo dela.

-Eu queria ter conseguido enxergar o verdadeiro Fred antes, como eu pude ser tão cega Aninha? –perguntei.

-Você não quis ver Eliza e isso é diferente, ele sempre deu sinais de quem ele era e todos te alertaram disso. –falou de uma maneira gentil, mas em mim soou como uma pancada.
Se eu ouvisse o meu pai antes, se eu desse credito ao que o Silas havia me dito , se eu fosse madura como o Hugo eu teria dado ouvidos a todos os conselhos que eles haviam me dado e não estaria sofrendo naquele momento.

CAPÍTULO CATORZE

Por Hugo

Eu não suportava a ideia de ver a Eliza sofrendo eu sabia o quando ela estava entregue aquela relação e o quanto ela estava sofrendo por causa do Frederico. Queria poder ter protegido ela de todas as dores e impedir que pessoas como o Fred se aproximassem, mas eu não podia controlar quem entrava e saia de sua.

-Amora?

-Oi meu anjo, estou com saudade. –disse.

-Eu também, quero passar ai na sua casa hoje será que o seu pai libera minha entrada?

-Meu pai te adora Anjo se você chegasse aqui de madrugada ele te deixaria entrar.

O Seu Felipe sempre foi o referencial de homem e esposo que tive para mim, meu pai separou da minha mãe eu era bem pequeno e logo depois eu conheci a Eliza e o pai dela sempre me tratou como um filho. Eu o admirava imensamente ele era um pai presente apesar de todas as responsabilidades, era atencioso e carinhoso com os filhos além de ser um esposo gentil e cavalheiro com a dona Luana. O amor deles era o que eu sonhava para mim, um amor que apesar de todos os riscos vencia tudo no final, um amor que mesmo com o passar dos anos parecia aumentar, um amor que era regado por Deus.

-Como está sendo esses dias ?

-Estou melhor, acho que difícil mesmo será quando as férias acabarem.

-entendo. Que filme você quer hoje?

-Não sei, escolhe um que você gosta.

-Tem certeza?

-menos terror é claro!

-Tá bom, chego ai em vinte minutos.

Peguei o DVD de Diário de uma paixão que era o filme preferido dela peguei a chaves do carro e dirigi até a casa dela, no caminho compre pipoca de microndas e sorvete de chocolate, comprei chocolate também e refrigerante. Eu sou nutricionista e naquele momento fiz tudo o que recomendo ao meus paciente não fazerem, mas ela precisava disse pelo menos naquele dia.

-Cadê minha amora? –Falei entrando no quarto dela. Os pais nela estavam na sala e deixaram eu subir depois que eu fiz a pipoca de micro-ondas.

-Anjo! –Falou correndo na minha direção passando os braços no meu pescoço me envolvendo num abraço.

-Nossa que abraço! –comentei rindo colocando as coisas na mesa de computador dela.

-Estava com saudade de você. –Disse abrindo um leve sorriso.

Como eu amava aquela menina estava cada dia mais difícil esconder aquele sentimento que martelava no meu coração e na minha mente.

-Trouxe pipoca, refrigerante, chocolate e deixei sorvete lá na geladeira. –falei.

-Esqueceu que você é nutricionista foi? –perguntou com um sorriso sincero no rosto.

-Pra alegrar você eu esqueço. –disse abraçando ela novamente.

-Eu amo você Hugo, eu realmente não sei como seria enfrentar essa barra sem você. –Disse fazendo meu coração dá sinais de que iria parar.

-Eu também amo você Eliza, mas do que você imagina. –disse beijando o topo da sua cabeça. –Diário de uma paixão é legal? –perguntei rindo.

-Sério anjo? você nunca me deixa assistir esse filme.

-eu não gosto de te ver chorando, mas sei que é seu filme favorito prometo que não vou 
reclamar por hoje.

Eu odiava vê-la chorando, mas naquele momento nada do que eu dissesse iria amenizar ou arrancar aquela dor dela, ela precisava chorar e eu estava ali para o que precisasse. Ela chorou tanto que acabou adormecendo.

-Ah minha Amora, como eu queria que as coisas fossem diferentes, como eu queria ter tido o poder de te afastar do Fred e de não ver seu coração partido mais uma vez. Queria tanto que tivesse ouvido meus conselhos, mas não te culpo por isso o coração da gente é enganoso e às vezes prega umas peças na gente. –Falei enquanto tirava seus braços que estavam ao redor de mim e a deitava na cama.

-sabe que eu amo seu cabelo não é? Amo suas sardas, seu sorriso, sua voz chata. –disse rindo fazendo carinho em seu rosto. –Eu amo tudo em você Eliza porque eu amo você  bem mais do que você imagina, bem mais do que como amigo. Queria que um dia me visse como homem, como um homem que pode te fazer feliz porque esse é o meu maior sonho te fazer a mulher mais feliz do mundo. –disse deixando um beijo em sua testa.

Peguei o saco da pipoca e a garrafa de refrigerante coloquei dentro de uma sacola plástica junto com os copos descartáveis, desliguei a televisão, a cobri com o cobertor e desliguei a luz do quarto, já era noite e eu queria que ela dormisse bem.

-Te amo! –falei beijando sua cabeça antes de sair.

Conversei um pouco com os pais dela e eles perguntaram se eu sabia o que havia tido entre ela e o Fred eu os contei tudo ocultando apenas a agressão como ela havia me pedido, ele estavam bem chateados eu os entendia perfeitamente.

***

Por Eliza

Sentamos na minha cama e colocamos o filme para passar na TV que tinha no meu quarto, diário de uma paixão era o meu filme favorito, mesmo antes que eu tivesse o coração partido e estraçalhado eu nunca ira deixar de assistir aquele filme e não chorar.

-Já começou Amora? –perguntou enquanto fazia cafuné na minha cabeça.

-Você disse que não ia reclamar, me deixa chorar. –falei.

-Tudo bem! –falou rindo.

Quando o filme acabou eu já estava abraçada ao Hugo chorando não sei se pelo filme ou se pela minha vida, ele não falou nada e eu agradeci internamente por isso eu apenas precisava chorar e eu fiz isso no abraço do meu melhor amigo acabei adormecendo sentindo seus braços forte me envolvendo num abraço mais apertado.

Acordei ao sentir os braços do Hugo tirando os meus de seu redor, mas ainda estava cansada demais e resolvi fingir que estava dormindo, sabia que ele não me acordaria e eu realmente não queria ter que explicar aquela minha crise de choro mesmo que ele não me cobrasse isso.

-Ah minha Amora, como eu queria que as coisas fossem diferentes, como eu queria ter tido o poder de te afastar do Fred e de não ver seu coração partido mais uma vez. Queria tanto que tivesse ouvido meus conselhos, mas não te culpo por isso o coração da gente é enganoso e às vezes prega umas peças na gente. –Falava enquanto tirava meus braços que estavam ao seu redor e me deitava na cama.

Meu coração doía de saber o quanto ele gostava de mim, o quanto tentou me proteger e mesmo assim eu não dei ouvidos a ele, não segui seus conselhos e tive o coração partido em mil pedaços.

-sabe que eu amo seu cabelo não é? Amo suas sardas, seu sorriso, sua voz chata. –disse rindo fazendo carinho em meu rosto e me contive para não rir também, porque só de imaginar seu sorriso um frio percorria minha espinha. –Eu amo tudo em você Eliza porque eu amo você  bem mais do que você imagina, bem mais do que como amigo. Queria que um dia me visse como homem, como um homem que pode te fazer feliz porque esse é o meu maior sonho te fazer a mulher mais feliz do mundo. –disse deixando um beijo em minha testa.


Como assim? Como me ama mais do que como amigo? Minha cabeça deu umas centenas de voltas enquanto eu queria loucamente que ele saísse do meu quarto e eu pudesse levantar. O meu melhor amigo era apaixonado por mim? O meu melhor amigo era apaixonado por mim... minha mente repetia varias vezes fazendo meu coração acelerar e lágrimas querer descer naquele momento.

-Te amo! –falou beijando minha cabeça antes de sair.

Esperei algum tempo até ter certeza de que não iria voltar e então levantei , minha cabeça parecia que ia explodir eu não podia acreditar no que estava ouvindo. O meu melhor amigo é apaixonado por mim!

-Meu Deus o que eu vou fazer agora? Me ajuda! –dobrei meus joelhos ao pés da cama sem conseguir dizer mais nada do que isso.

~Evelin pelo amor de Deus eu preciso de você aqui.

Mandei a mensagem torcendo para que ela visse o mais rápido possível, não demorou muito e ela respondeu.

~o que foi?

~O Hugo é apaixonado por mim!

~Graças a Deus ele te contou!

~você sabia?

~Sim, ele me contou depois que voltamos da viagem mesmo que todos já soubessem disso né menos você .

A Evelin era o nosso baú de segredos e entre todos os amigos ela, eu e o Hugo sempre fomos os mais confidentes um do outro.

~estou indo ai.

Ela chegou no meu quarto me puxando para um abraço como se o que eu tivesse dito para ela fosse um ótima noticia.

-Ele não me contou, eu fingi que estava dormindo e ele se declarou para mim.

-Ah o Hugo realmente é mais devagar do que eu achava, Eliza seu melhor amigo te ama e 
isso é motivos para você explodir de alegria. –falou se jogando na minha cama.

-Você só pode está brincando não é?  -perguntei encarando ela sorrindo para mim.

-O Hugo é o homem mais incrível que eu conheço e ele te ama isso é motivos para se alegra sim! –disse. –mas se for porque vocês são melhores amigos tenha certeza isso vai ajudar muito no casamento –falou rindo.

-Evelin eu não estou brincando, eu amo Hugo de verdade, mas ele só é meu amigo.

-Eu não sei o que você quer que eu diga, desde que eu conheci vocês eu sabia que o Hugo era completamente apaixonado por você, desde a forma que ele te olha até a forma que busca fazer de tudo para te proteger dos males do mundo, ele tentou esconder isso porque sabia que você só o via como melhor amigo e por isso ele não te contou antes. –falou segurando minha mão. –Se você quer um conselho de amiga, não deixa o Hugo sair da sua vida ele já está machucado tanto ou mais do que você, ele tem sofrido por vários anos e se ele descobri que você sabe que ele é apaixonado por você ele vai ficar ainda mais destruindo, então não o machuque ele não merece isso.

Ela foi embora depois de me contar o que o Hugo tinha lhe dito sobre mim, só de ouvir cada história conseguia ligar um ponto a outro e um quebra cabeça se formava me deixando claro que ele sempre foi apaixonado por mim e eu fui idiota de nunca ter percebido.
Mas eu não conseguia vê-lo como namorado, ele era meu melhor amigo! Ele tinha me visto trocar de roupa em sua frente, ele tinha dormido na mesma cama que eu varias vezes, ele conhecia meus segredos, ele sempre soube dos caras que eu estive afim, ele me viu apaixonada pelo Rafael e pelo Fred. Eu não sabia o que fazer.

-Agora é sua vez Eliza. –A voz estridente da patrícia ecoou fazendo eu perceber que estava falando comigo.

-hã?

-Verdade ou desafio? –perguntou com um sorriso.

Não fazia ideia do que escolher era minha primeira vez naquele jogo e todos até aquele momento só tinha escolhido verdade, então escolhi o desafio.

-Desafio! –falei forçando um sorriso.

-Desafio você beijar o Hugo. –Pedro falou.

-Quê? –perguntei.

-Regra do jogo nós escolhemos o desafio e você executa. –falou rindo.

O Hugo me encarou tão surpreso quanto eu, meu coração bateu acelerado levantamos do meio da rodinha e seguimos para um corredor essa tinha sido minha condição não queria que fosse ali na frente de todos.

-Não precisa fazer isso se você não quiser Amora. –meu amigo loiro dos olhos mais verdes e lindos me dizia tão nervoso quanto eu.

-Não tem problema, não deve ser tão ruim assim. –falei tentando soar engraçada, mas não funcionou.

-Eu sou seu melhor amigo e se não quiser fazer isso tudo bem. –disse segurando minha mão trazendo uma segurança que me deu coragem para fazer o que tinha que ser feito.

Eu fiquei de frente para ele e fitei seus olhos, apesar de termos a mesma idade ele já era alguns bons centímetros maior que eu. Ele segurou minha cintura e eu me aproximei  dele colando nossos lábios num selinho demorado. Assim que nos separamos vi um sorriso lindo em seus lábios.

-Ninguém pode saber disso. –Falei.

-Tá bom, um segredo nosso.

 E depois daquele dia nunca mais falamos daquele beijo que tinha sido o nosso primeiro beijo aos 9 anos de idade.


Despertei daquela lembrança com lágrimas nos olhos e um sorriso no rosto, eu não sabia o que fazia, mas sabia que nossa vida estava entrelaçada por Deus e eu tinha certeza de que de alguma forma tudo se ajeitaria e ficaria bem.

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