Por Hugo
O Silas quis voltar dirigindo
ele tinha dormido pela tarde o que não o deixaria com sono na estrada, a Manu
estava no carona e eu estava atrás com a Eliza ela estava deitada no meu colo
tinha pegado no sono depois de tanto chorar.
Ela era tão sensível e delicada
não entendia o que deu da cabeça do Fred em brigar com ela daquela forma. A
Eliza sempre foi daquele jeito, decidida, determinada, mandona, dona do próprio
nariz, mas ao mesmo tempo era frágil como vaso de cristal ou como uma
bonequinha de porcelana.
Acho que foi por isso que
passamos a ser amigos, ela não era daquelas meninas que brincam de boneca e de
casinha o tempo todo, a Eliza brincava de bola, jogava gude, pião e fazia tudo
que era restrito a ela por ser “menina” ela sempre foi a frente do seu tempo e
fazia o que dava na telha.
Ela foi minha paixonite de
criança, minha paixão adolescente e quanto mais o tempo passava sabia que seria
o amor da minha vida inteira. Nos conhecíamos a 17 anos e sabíamos tudo um do
outro, nossa primeira féria foi juntos, nossa formatura de alfabetização, nossa
formatura de ensino fundamental, de ensino médio até a nossa formatura da
faculdade que eram cursos diferentes ela pedagogia e eu nutrição foram em
dias
colados a dela em um dia e a minha no outro.
Nossas vidas sempre estiveram
entrelaçadas e eu não tinha dúvidas de que tinha sido por Deus. Quando ela
namorou como Rafael eu morri de ciúmes era um tormento ouvi-la contando como
foi o primeiro beijo deles ou o quanto ela era apaixonada por ele, eu sentia
ciúmes, mas sabia que não iria durar uma hora ou outra ela iria descobrir a
verdade sobre ele.
Com o Frederico foi diferente
eu não apenas odiava ouvi-la falando dele como tinha medo de perdê-la. Eu não
conseguia imaginar ela nos braços dele ou se casando com ele só de pensar me
revirava o estomago. Mas eu não podia ariscar lhe contar sobre meus sentimentos
e perder sua amizade, a Eliza era meu porto seguro.
Eu orei incontáveis vezes a
Deus e pedi que tirasse aquele sentimento do meu coração eu não queria perder a
amizade da minha Amora eu sabia que ela estava apaixonada pelo Frederico que
por mais idiota que ele fosse ela o amava. Em alguma das minhas orações
Deus me
disse que eu tinha que esperar que ele me mostraria o que fazer.
Quando vi o Fred sacudindo ela
tive vontade de matar ele não sei de onde foi que
me subiu tanta força. Cada soco e chutes que dava nele não diminuía a raiva que
sentia pelo que ele tinha feito, somente depois de senti as mãos pequenas da
Eliza me puxando eu o deixei no chão.
Tinha perdido todo autocontrole e domínio próprio, mas Deus havia de me
perdoar eu não conseguiria agir de outra forma.
Ela era o amor da minha vida
sempre foi e acho que por isso desde pequeno eu a chamava de amora. Não queria
parecer obvio ao chama-la de amor e ela nunca aceitaria por isso dei as
desculpas de que eram por causa do pé de amoras na casa do meu avô que pareciam
com seus cabelos ruivos embora eles fossem de tons completamente diferente de
uma amora.
Fazia cafuné enquanto ela dormia
com a cabeça no meu colo e o corpo encolhido no banco do carro. Me doía o
coração saber que quando acordasse se lembraria de tudo que aconteceu e que
continuaria me vendo apenas como seu melhor amigo.
***
Por Eliza
-Amora, chegamos! –ouvi a voz
do Hugo enquanto me sacudia.
Abri os olhos e fui presenteada
com um par de olhos verdes me encarando, passei tanto tempo admirando o azul
dos olhos do Frederico que não me lembrava do quanto eu amava o verde dos olhos
do Hugo. O quanto aquele olhar me trazia paz, o quanto ele me passava amor e
carinho.
-O que foi? –perguntou com o
riso nos lábios.
-Nada! –disse rindo balançando
a cabeça afim de dissipar aqueles pensamentos.
Desci do carro e o Hugo colocou
minha mala no quarto sentou minha cama e ficou me encarando.
-Hugo, me perdoa por não ter
dado ouvidos a você e por ter sido tão implicante .
-Já disse que não precisa pedir
perdão tudo que passamos na vida por pior que seja é um aprendizado que pode
ajudar outras pessoas futuramente.
-obrigada por estar sempre aqui.
–disse segurando sua mão.
-Você sabe que eu te amo não é?
–perguntou me encarando e pela primeira vez notei algo de diferente naquela
pergunta que ele tinha me feito a vida inteira.
-Sei! –respondi o abraçando.
-Então, é meu dever estar aqui pelo
menos tentando te proteger. – falou fazendo carinho em minhas costas.
Fui tomar banho e vesti um
pijama qualquer e quando voltei o Hugo ainda estava lá parecia mais triste e
preocupado do que antes.
-Aconteceu alguma coisa?
-Não! –disse me encarando. –só
quero ter certeza de que vai dormir mesmo, você precisa descansar.
Fui para cama e me ajeitei ao
lado dele reposei minha cabeça em seu peito e juro que pela primeira vez na
vida eu imaginei como seria ser cuidada por ele a vida inteira. Os braços dele
passou sobre mim e meu coração bateu acelerado por aquele simples movimento que
já tinha sido feito dezenas de vezes. Acabei adormecendo com o cafuné do Hugo.
Quando acordei ele não estava
mais lá, mas seu perfume estava por todos os cantos do meu quarto, não contive
o riso quando encontrei um bilhete seu em cima do criado-mudo.
Minha
amora, sei que o dia hoje não vai ser fácil e as lembras da última noite podem
te atingir em cheio, mas quero que saiba que mesmo não podendo estar do seu
lado sendo o anjo que você diz que eu sou existe um Deus que não vira as costas
para nós independe das burradas que a gente faça na vida. Te amo minha chata!
-Seu
Anjo
O Hugo era um homem incrível
sua beleza realmente transcendia o físico, sua beleza física era um mero
detalhe do homem espetacular que ele era. Seu sorriso, seus olhos, sua voz, seu
porte físico por mais perfeitos que fossem não podiam ser comparados ao seu
caráter, ao seu jeito gentil, protetor e cuidador, a sua entrega a Deus, ao
profissional dedicado e esforçado que era.
Eu nunca entendi o fato do Hugo
sempre ter estado sozinho a única fez que ele ficou com alguém foi com a Jeane
no período em que comecei a namorar com o Rafael e o namoro deles não passou
dos seis meses ele parecia querer colocar barreiras para que ninguém o
alcançasse, eram tantas características para a mulher que ele esperava que eu
achava impossível alguma se encaixar era como se ele quisesse que nenhuma se
aproximasse dele.
O dia foi difícil depois que
tomei banho comi alguma coisa e fui para o meu quarto fiquei lá durante o dia
inteiro, perdi a conta de quantas vezes pedi perdão a Deus naquele dia. Decidi não contar nada do que
aconteceu para os meus pais sabia que Dona Luana e Seu Felipe não responderiam
por si ao saberem que o Fred tinha me agredido, ele me sacudiu com tanta força
que fiquei como hematomas roxos nos dois braços, por isso preferi apenas contar
que tínhamos terminado o namoro e que o ciúmes dele tinha ficado difícil de ser
suportado e eu não menti por isso.
As lembranças da ultima noite
não saiam da minha mente, eu tinha sido tão flexível como o
Fred, tinha
perdoado todas as crises de ciúmes que ele tinha, todas as vezes que me dizia
palavras de ofensa eu não me importava de ceder a ele e sempre pedir perdão
depois de uma briga mesmo que quase sempre o culpado fosse ele. Eu era
apaixonada por ele, eu gostava da sua presença na minha vida, gostava quando me
chamava de “minha ruiva” e me abraçava por trás, gostava quando cantava para
mim ou quando apenas ficava me observando e tentando contar minhas sardas. Eu
não podia mentir que ter terminado com ele estava doendo em mim, ele fez parte
da minha vida.
Meu coração não foi o primeiro
nem o ultimo a ser partido no mundo, mas nunca achei que ter o coração
machucado pudesse doer tanto, pudesse fazer meu coração se quebrar em pedaços,
nunca achei que a dor de ser decepcionada pudesse ser tão forte a ponto de me
deixar com falta de ar.
Quando eu sair do hospital e
descobri que nos oito meses que estive em coma ali o Fred esteve do meu lado eu
fiquei feliz mesmo sabendo que tinha sido exatamente por causa dele que eu
tinha ido parar naquele lugar. Ele estava diferente de antes, estava mais
maduro, mas gentil, mas amoroso e eu gostava daquele Fred que surgiu depois do
acidente, gostava de saber que eu tinha nele um príncipe, que tinha no Fred o
amor que tinha planejado viver ou pelo menos era isso que eu achava até o nosso
ultimo dia da viagem.
Não fiquei surpresa com a crise de ciúmes que
ele teve do Hugo, nem por ele ter chutado meu amigo enquanto jogavam na praia,
não fiquei surpresa por ter tido ciúmes do Fotografo, mas daí ele ter bebido e
achar que isso era normal foi demais para mim, e logo depois ele me agredir foi
a gota d’água de um cálice que a muito tempo estava cheio. Eu empurrava aquela
relação com a barriga porque eu amava saber que eu tinha o Fred, que eu podia
contar com ele em qualquer situação mesmo que não fosse exatamente isso que
acontecesse na realidade.
Ele não se importava em saber
como eu estava, nem perguntava como foi o meu dia, eu tinha que estar sempre
disponível disposta e pronta para tudo porque senão ele jogava na minha cara
algo que ele havia feito por mim. Ele não ia mais para igreja como antes e não
se envolvia com nada mesmo eu sempre lhe pedindo que fizesse isso, eu queria
que ele lesse a bíblia comigo, que discutisse depois do culto a pregação
daquela noite, queria que me mandasse louvores novos ou me contasse uma palavra
que Deus tivesse dado para ele naquele dia, mas quanto mais eu me apegava a ele
mais sabia que ele estava distante de Deus.
-Eliza? –ouvi a voz da minha
irmã.
-Oi Anna! –disse fraco.
-Como você está hoje?
–Perguntou sentando na minha cama.
-Um pouco melhor, por favor,
não comenta nada com a mamãe e o papai eles não iam aceitar muito bem. –disse.
-Claro que não! –Falou me
puxando para um abraço.
Mais uma vez eu chorei naquele
dia eu era a irmã mais velha, mas naquele momento me senti a mais nova. Minha
irmã tinha amadurecido nesses últimos meses o namoro com o Victor tinha feito
ela crescer em todas as áreas, e eu não conseguia entender com dois irmãos
podiam ser tão diferentes.
-vai ficar tudo bem Liza!
–disse fazendo cafuné na minha cabeça eu estava deitada no colo dela.
-Eu queria ter conseguido
enxergar o verdadeiro Fred antes, como eu pude ser tão cega Aninha? –perguntei.
-Você não quis ver Eliza e isso
é diferente, ele sempre deu sinais de quem ele era e todos te alertaram disso.
–falou de uma maneira gentil, mas em mim soou como uma pancada.
Se eu ouvisse o meu pai antes,
se eu desse credito ao que o Silas havia me dito , se eu fosse madura como o
Hugo eu teria dado ouvidos a todos os conselhos que eles haviam me dado e não
estaria sofrendo naquele momento.
CAPÍTULO CATORZE
Por Hugo
Eu não suportava a ideia de ver
a Eliza sofrendo eu sabia o quando ela estava entregue aquela relação e o
quanto ela estava sofrendo por causa do Frederico. Queria poder ter protegido
ela de todas as dores e impedir que pessoas como o Fred se aproximassem, mas eu
não podia controlar quem entrava e saia de sua.
-Amora?
-Oi meu anjo, estou com
saudade. –disse.
-Eu também, quero passar ai na
sua casa hoje será que o seu pai libera minha entrada?
-Meu pai te adora Anjo se você
chegasse aqui de madrugada ele te deixaria entrar.
O Seu Felipe sempre foi o
referencial de homem e esposo que tive para mim, meu pai separou da minha mãe
eu era bem pequeno e logo depois eu conheci a Eliza e o pai dela sempre me
tratou como um filho. Eu o admirava imensamente ele era um pai presente apesar
de todas as responsabilidades, era atencioso e carinhoso com os filhos além de
ser um esposo gentil e cavalheiro com a dona Luana. O amor deles era o que eu
sonhava para mim, um amor que apesar de todos os riscos vencia tudo no final,
um amor que mesmo com o passar dos anos parecia aumentar, um amor que era
regado por Deus.
-Como está sendo esses dias ?
-Estou melhor, acho que difícil
mesmo será quando as férias acabarem.
-entendo. Que filme você quer
hoje?
-Não sei, escolhe um que você
gosta.
-Tem certeza?
-menos terror é claro!
-Tá bom, chego ai em vinte
minutos.
Peguei o DVD de Diário de uma
paixão que era o filme preferido dela peguei a chaves do carro e dirigi até a
casa dela, no caminho compre pipoca de microndas e sorvete de chocolate,
comprei chocolate também e refrigerante. Eu sou nutricionista e naquele momento
fiz tudo o que recomendo ao meus paciente não fazerem, mas ela precisava disse
pelo menos naquele dia.
-Cadê minha amora? –Falei
entrando no quarto dela. Os pais nela estavam na sala e deixaram eu subir
depois que eu fiz a pipoca de micro-ondas.
-Anjo! –Falou correndo na minha
direção passando os braços no meu pescoço me envolvendo num abraço.
-Nossa que abraço! –comentei
rindo colocando as coisas na mesa de computador dela.
-Estava com saudade de você.
–Disse abrindo um leve sorriso.
Como eu amava aquela menina
estava cada dia mais difícil esconder aquele sentimento que martelava no meu
coração e na minha mente.
-Trouxe pipoca, refrigerante,
chocolate e deixei sorvete lá na geladeira. –falei.
-Esqueceu que você é
nutricionista foi? –perguntou com um sorriso sincero no rosto.
-Pra alegrar você eu esqueço.
–disse abraçando ela novamente.
-Eu amo você Hugo, eu realmente
não sei como seria enfrentar essa barra sem você. –Disse fazendo meu coração dá
sinais de que iria parar.
-Eu também amo você Eliza, mas
do que você imagina. –disse beijando o topo da sua cabeça. –Diário de uma
paixão é legal? –perguntei rindo.
-Sério anjo? você nunca me
deixa assistir esse filme.
-eu não gosto de te ver
chorando, mas sei que é seu filme favorito prometo que não vou
reclamar por
hoje.
Eu odiava vê-la chorando, mas
naquele momento nada do que eu dissesse iria amenizar ou arrancar aquela dor
dela, ela precisava chorar e eu estava ali para o que precisasse. Ela chorou tanto que acabou adormecendo.
-Ah minha Amora, como eu queria
que as coisas fossem diferentes, como eu queria ter tido o poder de te afastar
do Fred e de não ver seu coração partido mais uma vez. Queria tanto que tivesse
ouvido meus conselhos, mas não te culpo por isso o coração da gente é enganoso
e às vezes prega umas peças na gente. –Falei enquanto tirava seus braços que
estavam ao redor de mim e a deitava na cama.
-sabe que eu amo seu cabelo não
é? Amo suas sardas, seu sorriso, sua voz chata. –disse rindo fazendo carinho em
seu rosto. –Eu amo tudo em você Eliza porque eu amo você bem mais do que você imagina, bem mais do que
como amigo. Queria que um dia me visse como homem, como um homem que pode te
fazer feliz porque esse é o meu maior sonho te fazer a mulher mais feliz do
mundo. –disse deixando um beijo em sua testa.
Peguei o saco da pipoca e a
garrafa de refrigerante coloquei dentro de uma sacola plástica junto com os
copos descartáveis, desliguei a televisão, a cobri com o cobertor e desliguei a
luz do quarto, já era noite e eu queria que ela dormisse bem.
-Te amo! –falei beijando sua
cabeça antes de sair.
Conversei um pouco com os pais
dela e eles perguntaram se eu sabia o que havia tido entre ela e o Fred eu os
contei tudo ocultando apenas a agressão como ela havia me pedido, ele estavam
bem chateados eu os entendia perfeitamente.
***
Por
Eliza
Sentamos na minha cama e colocamos o filme para passar na TV que tinha no meu quarto, diário de uma paixão era o meu filme favorito, mesmo antes que eu tivesse o coração partido e estraçalhado eu nunca ira deixar de assistir aquele filme e não chorar.
-Já começou Amora? –perguntou enquanto fazia cafuné na minha cabeça.
-Você disse que não ia reclamar, me deixa chorar. –falei.
-Tudo bem! –falou rindo.
Quando o filme acabou eu já estava abraçada ao Hugo chorando não sei se pelo filme ou se pela minha vida, ele não falou nada e eu agradeci internamente por isso eu apenas precisava chorar e eu fiz isso no abraço do meu melhor amigo acabei adormecendo sentindo seus braços forte me envolvendo num abraço mais apertado.
Acordei ao sentir os braços do
Hugo tirando os meus de seu redor, mas ainda estava cansada demais e resolvi
fingir que estava dormindo, sabia que ele não me acordaria e eu realmente não
queria ter que explicar aquela minha crise de choro mesmo que ele não me
cobrasse isso.
-Ah minha Amora, como eu queria
que as coisas fossem diferentes, como eu queria ter tido o poder de te afastar
do Fred e de não ver seu coração partido mais uma vez. Queria tanto que tivesse
ouvido meus conselhos, mas não te culpo por isso o coração da gente é enganoso
e às vezes prega umas peças na gente. –Falava enquanto tirava meus braços que
estavam ao seu redor e me deitava na cama.
Meu coração doía de saber o
quanto ele gostava de mim, o quanto tentou me proteger e mesmo assim eu não dei
ouvidos a ele, não segui seus conselhos e tive o coração partido em mil
pedaços.
-sabe que eu amo seu cabelo não
é? Amo suas sardas, seu sorriso, sua voz chata. –disse rindo fazendo carinho em
meu rosto e me contive para não rir também, porque só de imaginar seu sorriso
um frio percorria minha espinha. –Eu amo tudo em você Eliza porque eu amo
você bem mais do que você imagina, bem
mais do que como amigo. Queria que um dia me visse como homem, como um homem
que pode te fazer feliz porque esse é o meu maior sonho te fazer a mulher mais
feliz do mundo. –disse deixando um beijo em minha testa.
Como assim? Como me ama mais do
que como amigo? Minha cabeça deu umas centenas de voltas enquanto eu queria
loucamente que ele saísse do meu quarto e eu pudesse levantar. O meu melhor
amigo era apaixonado por mim? O meu melhor amigo era apaixonado por mim...
minha mente repetia varias vezes fazendo meu coração acelerar e lágrimas querer
descer naquele momento.
-Te amo! –falou beijando minha
cabeça antes de sair.
Esperei algum tempo até ter
certeza de que não iria voltar e então levantei , minha cabeça parecia que ia
explodir eu não podia acreditar no que estava ouvindo. O meu melhor amigo é
apaixonado por mim!
-Meu Deus o que eu vou fazer
agora? Me ajuda! –dobrei meus joelhos ao pés da cama sem conseguir dizer mais
nada do que isso.
~Evelin pelo amor de Deus eu
preciso de você aqui.
Mandei a mensagem torcendo para
que ela visse o mais rápido possível, não demorou muito e ela respondeu.
~o que foi?
~O Hugo é apaixonado por mim!
~Graças a Deus ele te contou!
~você sabia?
~Sim, ele me contou depois que
voltamos da viagem mesmo que todos já soubessem disso né menos você .
A Evelin era o nosso baú de
segredos e entre todos os amigos ela, eu e o Hugo sempre fomos os mais
confidentes um do outro.
~estou indo ai.
Ela chegou no meu quarto me
puxando para um abraço como se o que eu tivesse dito para ela fosse um ótima
noticia.
-Ele não me contou, eu fingi
que estava dormindo e ele se declarou para mim.
-Ah o Hugo realmente é mais
devagar do que eu achava, Eliza seu melhor amigo te ama e
isso é motivos para
você explodir de alegria. –falou se jogando na minha cama.
-Você só pode está brincando
não é? -perguntei encarando ela sorrindo
para mim.
-O Hugo é o homem mais incrível
que eu conheço e ele te ama isso é motivos para se alegra sim! –disse. –mas se
for porque vocês são melhores amigos tenha certeza isso vai ajudar muito no
casamento –falou rindo.
-Evelin eu não estou brincando,
eu amo Hugo de verdade, mas ele só é meu amigo.
-Eu não sei o que você quer que
eu diga, desde que eu conheci vocês eu sabia que o Hugo era completamente
apaixonado por você, desde a forma que ele te olha até a forma que busca fazer
de tudo para te proteger dos males do mundo, ele tentou esconder isso porque
sabia que você só o via como melhor amigo e por isso ele não te contou antes.
–falou segurando minha mão. –Se você quer um conselho de amiga, não deixa o
Hugo sair da sua vida ele já está machucado tanto ou mais do que você, ele tem
sofrido por vários anos e se ele descobri que você sabe que ele é apaixonado
por você ele vai ficar ainda mais destruindo, então não o machuque ele não
merece isso.
Ela foi embora depois de me
contar o que o Hugo tinha lhe dito sobre mim, só de ouvir cada história
conseguia ligar um ponto a outro e um quebra cabeça se formava me deixando
claro que ele sempre foi apaixonado por mim e eu fui idiota de nunca ter
percebido.
Mas eu não conseguia vê-lo como
namorado, ele era meu melhor amigo! Ele tinha me visto trocar de roupa em sua
frente, ele tinha dormido na mesma cama que eu varias vezes, ele conhecia meus
segredos, ele sempre soube dos caras que eu estive afim, ele me viu apaixonada
pelo Rafael e pelo Fred. Eu não sabia o que fazer.
-Agora
é sua vez Eliza. –A voz estridente da patrícia ecoou fazendo eu perceber que
estava falando comigo.
-hã?
-Verdade
ou desafio? –perguntou com um sorriso.
Não
fazia ideia do que escolher era minha primeira vez naquele jogo e todos até
aquele momento só tinha escolhido verdade, então escolhi o desafio.
-Desafio!
–falei forçando um sorriso.
-Desafio
você beijar o Hugo. –Pedro falou.
-Quê?
–perguntei.
-Regra
do jogo nós escolhemos o desafio e você executa. –falou rindo.
O
Hugo me encarou tão surpreso quanto eu, meu coração bateu acelerado levantamos
do meio da rodinha e seguimos para um corredor essa tinha sido minha condição
não queria que fosse ali na frente de todos.
-Não
precisa fazer isso se você não quiser Amora. –meu amigo loiro dos olhos mais
verdes e lindos me dizia tão nervoso quanto eu.
-Não
tem problema, não deve ser tão ruim assim. –falei tentando soar engraçada, mas
não funcionou.
-Eu
sou seu melhor amigo e se não quiser fazer isso tudo bem. –disse segurando
minha mão trazendo uma segurança que me deu coragem para fazer o que tinha que
ser feito.
Eu
fiquei de frente para ele e fitei seus olhos, apesar de termos a mesma idade
ele já era alguns bons centímetros maior que eu. Ele segurou minha cintura e eu
me aproximei dele colando nossos lábios
num selinho demorado. Assim que nos separamos vi um sorriso lindo em seus
lábios.
-Ninguém
pode saber disso. –Falei.
-Tá
bom, um segredo nosso.
E depois daquele dia nunca mais falamos
daquele beijo que tinha sido o nosso primeiro beijo aos 9 anos de idade.
Despertei daquela lembrança com
lágrimas nos olhos e um sorriso no rosto, eu não sabia o que fazia, mas sabia
que nossa vida estava entrelaçada por Deus e eu tinha certeza de que de alguma
forma tudo se ajeitaria e ficaria bem.
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