No último dia da viagem já
tínhamos nos acertado, sempre que brigávamos eu cedia e deixava pra lá no final
ficava tudo bem. O Fred se desculpou com o Hugo e eles até conversaram algumas
vezes.
-Calma mamãe, já vamos comer!
–A Taci falava acariciando a barriga enquanto a Kate chutava ela estava no
último mês de gestação. –Vamos Eliza minha filha está morrendo de fome.
-Estou pronta. –falei pegando a
bolsa em cima da cama.
Nós marcamos para ir num restaurante
próximo a casa que estávamos o Fred estava lindo vestindo uma camisa gola polo
vermelha, calça jeans e tênis branco. Na verdade todos capricharam no look, eu
estava de vestido branco de renda na altura dos joelhos e sapatilha preta,
cabelo solto e tinha até arriscado uma maquiagem simples.
O Hugo também estava lindo, na
verdade meu melhor amigo era o mais bonito de todos ali seu corpo definido, seu
rosto perfeitamente desenhado e aquela barba feita que lhe dava um charme só
não era mais bonita do que seus cabelos loiros perfeitamente alinhados, ele
vestia calça branca, uma camisa branca e uma jaqueta jeans por cima ele se
vestia muito bem e na verdade eu não sabia dizer o que ele não fazia bem.
Estávamos conversando na praia
depois de jantarmos o Fred foi comprar refrigerante e o pessoal tinha voltado
para casa, quando um rapaz se aproximou
e começou a conversar comigo. Eu não me importei porque na verdade muita gente
me parava para elogia meu cabelo para dizer que nunca tinha visto uma ruiva e
coisas assim, o rapaz era um fotografo e dizia que eu me encaixa no perfil de
uma marca de roupas que procurava uma ruiva como eu.
-Imagina, eu não levo jeito
para modelo não, eu sou professora. –expliquei.
-Não tem problemas, nós te
daremos umas dicas. –disse rindo.
Ele era um rapaz uns 7 anos
mais velho que eu , mas muito bonito negro de cabelos cacheados, sorriso largo
e olhos verdes que meu Deus! Quase pareava como os olhos azuis do Fred.
-Obrigada Elias, mas acho que
não é uma boa ideia.
-toma meu cartão! –disse me
entregando um cartão da sua agência. –se mudar de ideia me ligue. O rapaz saiu
caminhando enquanto o Fred veio caminhando na minha direção.
-Vamos Eliza! – falou me
puxando pelo braço.
-me solta Fred você está me
machucando! –disse assustada.
- Eu não sou idiota Eliza
porque estava dando frete para aquele cara.
-Me solta! –ordenei e ele me
soltou. –Eu não sou qualquer uma não Frederico, me respeite!
-Te respeitar? Você não me
respeita! –disse irônico.
Um nó se formava em minha
garganta e eu não reconhecia aquele Fred parado em minha frente. Dei as costas
e caminhei apressada para casa.
-Eliza! –gritou, mas eu
continuei caminhando.
-Desculpa! –falou segurando
meus braços me virando para ele.
-Você bebeu Fred? Quando foi
que você começou a beber? –perguntei com um aperto enorme no peito ao sentir o
cheiro de álcool no seu hálito.
-Foi só dois copos de vodca ou
três , mas não importa!
-não importa? Que eu saiba
namorava um homem cristão e não um beberão. –disse gritando.
-Foi um deslize! –disse segurando
meus braços.
-Me solta! Não toca em mim!
–disse me afastando dele.
-me desculpa amor! –disse me
segurando novamente.
-Já mandei me soltar Frederico!
Me larga! –disse alto na tentativa que alguém me ouvisse.
-Quem era aquele cara na praia
Eliza.
-não importa! É melhor você ir
para casa depois conversamos.
-me responde Eliza! –disse
segurando meu maxilar com força.
-Era um fotografo só estava
elogiando meu cabelo. –disse séria.
-Eu não quero você conversando
com ninguém tá me ouvindo? –falou segurando ainda mais forte o meu rosto.
-Eu não sou sua propriedade!
–falei. –me solta! –gritei.
-Para de gritar! Tá querendo
chamar atenção de quem? Do seu anjinho? –perguntou irônico.
Eu não conseguia reconhecer o
homem pelo qual era apaixonada, que me cuidava e protegia.
-Não fala do Hugo! –disse séria
e voltei a caminhar para casa até senti ele me virando.
-Você ao percebe que ele quer
separar a gente. –disse me encarando e aquele par de olhos azuis tinha perdido
o brilho que tanto era apaixonada.
-Fred! O Hugo é meu amigo e não
existe motivos para ter ciúmes dele, quem está querendo separar a gente é você
. –disse o encarando. –olha só sua atitude.
-Eu sou um homem apaixonado.
–disse alto. –Eu te amo Eliza eu não posso te perder.
-Eu também te amo Fred, mas até
quando você acha que eu consigo passar a mão pela sua cabeça? –perguntei com
lágrima nos olhos.
-Eu não consigo suportar a
ideia de viver sem você . –disse segurando minha cintura.
Para mim não fazia sentido
algum o que ele dizia era como se ele estivesse escondendo algo de mim.
-Me solta Fred! –falei séria.
–Eu vou para casa depois conversamos. –falei virando voltando a caminhar.
-Não vira as costas para mim.
–Falou me segurando forte e me sacudindo pelos braços. –Eu não vou deixar você
ficar com mais ninguém, eu não posso viver sem você.
Meu corpo paralisou e a minha
voz ficou presa na garganta. Senti as lágrimas quentes rolarem em meu rosto e
fiquei sem ação pelo que tinha acontecido. Fiquei parada o
encarando incrédula
até ver o Hugo correndo em nossa direção.
-Você enlouqueceu Frederico?
–disse e logo deu um soco no rosto do Fred.
-Ela estava me traído! –dizia
com tanta certeza que se não fosse eu a “traidora” eu realmente acreditaria
nele.
-Ela nunca faria isso! –Hugo
falou segurando ele pelo colarinho da camisa.
-Ela não presta! É uma
traidora, uma mentirsa...-falava palavrões e coisas horríveis sobre mim. –E
você também não presta! Pensa que eu não vejo seus olhares para ela, você não
vão ficar juntos.
O Fred ficou caído no chão
depois socos que o Hugo deu eu nunca tinha visto meu amigo brigar daquela
forma, na verdade o Hugo nunca tinha brigado com ninguém pelo menos não na
minha frente.
-Anjo, por favor! –disse pela
milésima vez tentando tirá-lo de cima do Fred antes que o matasse.
-Você está bem? –perguntou
Não conseguia dizer nada apenas
o abracei e me senti protegida como sempre sentia dentro daquele abraço.
-Quantas vezes eu te avisei que
ele não prestava? Quantos conselhos? pra isso? –falou olhando meus braços eu já
estavam bem vermelhos. –Porque não me ouviu? –perguntou deixando algumas
lágrimas caírem.
Eu não sabia o que dizer nada
podia justificar a atitude do Fred e nada poderia justificar eu não ter ouvido
o meu melhor amigo.
-desculpa! –disse fraco. Sentia
como se toda força do meu corpo tivesse ido embora.
-Amora! –disse beijando minha
testa – não precisa pedir desculpa eu não deveria ter dito isso. –falou se
desculpando.
Voltamos para casa em silêncio,
o Hugo falou o que tinha acontecido e o Victor foi até onde o Frederico estava
para o ajudar. Eu não queria ficar nem mais um minuto ali e pedi para meu amigo
me levar para casa.Arrumei minhas coisas junto com
minhas amigas que voltaria para casa no dia seguinte e o Rodrigo me ajudou a
colocar a mala no carro.
-tem certeza que não prefere
ficar até de manhã? Viajar a noite é muito perigoso. –A Taci perguntou
preocupada.
-não, eu não consigo mais ficar
aqui. –disse.
-então boa viajem, cuide bem
dela em Hugo? –Diego falou beijando minha testa.
Pegamos a estrada mais a Manu e
o Silas.
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