terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Descobri o amor -Capítulo Dezessete (Último)


Às vezes a vida prega umas peças na gente e faz nossos planos ser meros rabiscos em uma folha de papel. Eu me apaixonei pelo meu irmão e descobri que na verdade amava o meu melhor amigo, louco não é? Eu sei.  Mas a vida é isso, loucura, imprecisão, incerteza, acaso e quem sabe destino não é mesmo? Eu tinha todos os motivos para me virar de contra Deus, tinha todos os motivos para me afastar de sua presença ou pelo menos pensei até descobri o  amor.  

Eu me apaixonei por um moreno de olhos azuis e me vi imersa naquela imensidão que era o seu olhar, não ouvi meus pais, meus irmãos ou meus amigos, muito menos ouvi a Deus. Me apaixonei e segui em direção a esse amor e achei ser a mulher mais feliz do mundo quando sentia seus lábios tocando o meu ou mesmo quando tinha suas mãos entrelaçadas a  minha, mas a vida não é conto de fadas muito menos quando não está no centro da vontade de Deus. Me decepcionei, fui ferida, magoada, me senti destruída e meu coração parecia ter se quebrado em mil pedacinhos e não haver cola no mundo capaz de colar.

Quando sai do hospital depois começar a namorar o Hugo eu fui para casa e refleti minha vida naqueles dois últimos anos e entendi o que aconteceu comigo e compreendi que eu era culpada por exatamente tudo que me aconteceu e foi nesse momento que descobri o amor. Lembrei da aula bíblica sobre jugo desigual e da conversa que tive com a Maia ela me disse “nem sempre essa pessoa que nós esperamos vem totalmente preparada ás vezes ele pode vir como  uma pedra bruta que você vai ajudar a lapidar, ore sobre isso e Deus lhe dará a resposta.”

Deus me escolheu para tratar o Fred para trazê-lo de volta para Ele, para ensina-lo a amar, mas não como mulher e sim como amiga como irmã. Deus colocou em minha mãos o moreno de olhos azuis e pediu para que eu o cuidasse e orasse em todo tempo para ter sua direção e o que eu fiz? Deixei-me levar pelas minhas emoções e sentimentos simplesmente decidi agir sem a direção de Deus e por isso arcava com as consequências.

Mas foi naquele dia que comecei a namorar com o Hugo que eu conheci o amor e não estou fazendo do amor dele embora saiba que ele me ame profundamente. Naquele dia descobri o amor de Deus de uma forma que nunca tinha me dado conta antes, ele me perdoou apesar dos meus erros, me aceitou de volta, me mostrou qual direção eu teria que seguir, me deu uma nova chance de ser feliz e de fazer tudo diferente.

Descobri que não existe amor no mundo que possa ser comparado ao de Deus, não existe melhor sensação do que ter a certeza de que em todos os momentos por melhores ou piores que você enfrentar que Ele sempre estará do seu lado, Ele não vai te deixar só não vai te abandonar, não vai desistir de você.

***

CINCO ANOS DEPOIS

O Fred no inicio resistiu a ideia de sermos irmãos, mas com o tempo acabamos aceitando esse fato que mesmo contra nossa vontade não poderia ser mudado. Ele e meu pai Thales foram inclusos a nossa família e todos os dias eu agradecia a Deus por tê-los em minha vida mesmo que por tantos anos termos estado distantes.

Meus irmãos casaram  naquele mesmo ano e meus pais mudaram para uma casa menor, eu me casei no ano seguinte com o Hugo e fomos morar no apartamento dele.

-Amor, já estamos atrasados. –Falou pela décima vez.

-Pelo amor de Deus Anjo! –Falei reclamando.

Ele achava que era fácil me vestir depois de ter engordado uns bons quilos e estar com uma barriga enorme me deixando completamente pesada.

-Desculpa. –Falou beijando meu pescoço. –Deixa eu ajudar. –Falou se ajoelhando para abotoar a sandália.

-Eu te amo sabia? –Perguntei quando ele terminou de fechar meu vestido e se virou para mim.

-Eu te amo mais! –falou beijando meu nariz.

-Assim não vale! –Falei puxando ele para um beijo.

A gravidez tinha me deixado além de cansada, faminta e emotiva, mas amorosa.Chegamos na casa dos meus pais para o jantar do natal, todos estavam lá meus pais, o  meu pai Thales, Fred e os pais dele, meus irmãos e sobrinhos ( O Silas tinha um menino o Sandro  de três anos e a Aninha a Vivian de dois anos), meus sogros também resolveram vir já que o Hugo era o filho único e eles queriam estar por perto quando a nossa bebê nascesse.

 -Como está minha sobrinha? –Fred perguntou passando a mão pela minha barriga antes de se agachar e deixar um beijo nela.

-Está bem tio Fred! –Falei puxando ele para um abraço. Já falei que fiquei mais amorosa?
Separamos do abraço e ficamos conversando quando o Hugo se aproximou e me abraçou pelo pescoço e beijou minha bochecha me fazendo rir.

-Como vai Fred?  -Meu esposo perguntou.

-Vou bem cara e você já preparado para brincar de boneca e casinha? –Perguntou rindo e fazendo nós dois rirmos também.

-Se ela puxar a mamãe além de brincar de boneca vou poder ensinar ela brincar de futebol e pião. –Falou rindo.

-A Liza brincava disso mesmo? –Perguntou gargalhando.

-Brincava ainda ganhava de mim. –Hugo falou rindo.

Sai e deixei os dois conversando, Deus ouviu minhas orações e permitiu que não houvesse barreiras entre eles e por isso se tornaram amigos algo que até hoje não consigo explicar.

-Bom vê-los assim não é? –Mamãe perguntou depois de beijar minha bochecha.

-Com certeza mãe, Deus realmente foi muito bom comigo. –Falei feliz.

Sentei no sofá sala entre minha sogra e minha irmã e estávamos conversando quando eu senti um liquido escorrer por minhas pernas.

-Minha sogra, acho que fiz xixi? –Falei rindo antes de sentir a dor que veio em seguida. –
Aiiii!

-Eliza a bolsa estourou! –Falou alto fazendo todos olharem para mim e o Hugo correr em minha direção.

-Amor, vamos! –Falou rápido sorrindo e assustado ao mesmo tempo. –E os documentos? Seus documentos onde estão? e a bolsa do bebê? ...

-Calma! –Falei segurando o rosto dele entre as mãos. – Está tudo no carro, me ajuda a levantar.

Ele me ajudou a levantar e me levou até o carro no banco traseiro, minha mãe e minha sogra foram conosco e seguravam minha mão enquanto me contorcia de dor e ele dirigia para o hospital que era tão próximo de casa, mas parecia naquele momento ser do outro lado do mundo.

-Entra comigo, por favor! –Falei segurando sua mão enquanto a maca passava para o centro cirúrgico.

Os médicos autorizaram e ele entrou comigo. As dores erram terríveis e eu quase arrancava o braço dele quando as dores se intensificaram e eu achei que ia morrer.

-Vamos amor, já está quase lá. –Pedia enquanto eu segurava sua mão e a outra ele alisava meu cabelo.

-Aiiiiiiiiiii-Meu último grito veio junto com o chorinho da minha filha.

-Nasceu amor! –Falou beijando minha testa e pelo tom da voz sabia que ele estava chorando.

A médica colou ela sobre o meu peito e mesmo toda suja ela era a coisa mais linda que eu tinha visto na vida e ela era ruiva como eu.

-Amor! –falei o encarando. –Ela é linda.

-Ela é linda como a mamãe. –Falou beijando a testa da nossa filha.

Eu nunca senti uma alegria e uma emoção tão grande como naquele momento, ter em meus braços um ser que foi feito com o nosso amor era uma sensação inexplicável. Nós decidimos não escolher o nome antes do nascimento, mas quando a vi em meus braços tinha certeza do nome que ela teria.

-Já sabem como ela vai se chamar? –Meu pai Thales perguntou e nós já estávamos no quarto.

A minha filha mamava e o Hugo estava em pé nos observando.

-Amora! –Falamos em uníssono nos entreolhando.

Meus pais Felipe, Thales e Luana sorriram para nós, não haveria outro nome que se encaixaria tão perfeitamente a nossa ruivinha como aquele.

-Meu amor. –Falou me beijando. –Minha Amora. –Falou em seguida beijando a filha.


FIM! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Página Anterior Próxima Página Home
Layout criado por