-Boa tarde minha cabelo de fogo. –falou no meu ouvido antes
de beijar meu pescoço.
-Fred! Por favor, para de me chamar assim! –disse me virando
para ele.
Era incrível como os olhos dele conseguiam me prender, como
era difícil olhar para ele e não paralisar.
-Que apelido te dou? –perguntou sorrindo.
-Não sei, qualquer um que não seja cabelo de fogo. –Falei.
-Minha cenourinha? –perguntou rindo.
-Isso lá apelido Fred? –perguntei gargalhando.
-Posso te chamar de Amora também.
Não existia outra pessoa que me chamava de Amora eu não
conseguiria me acostumar a ser chamada assim por outra pessoa que não o Hugo,
era como se eu tivesse traindo meu amigo se eu aceitasse que o Fred me chamasse
daquela forma.
-Não! –Disse rápido.
-porque não?
-Eu não iria me sentir confortável só o Hugo me chama assim
e eu gosto que seja dessa forma. –falei sincera.
-Cereja? –perguntou.
-Virei o quê agora? Uma salada de frutas é? –perguntei
rindo.
-Minha ruiva é melhor? –perguntou segurando minha cintura me
trazendo para perto dele.
-Sim, melhora bastante.
Nos beijamos.
***
Fazia mais de um mês depois do beijo do casamento e nós
estávamos cada dia mais próximos um do outro e embora não tenhamos começado a
namorar de verdade nos tratávamos como se já tivéssemos feito isso. Era
estranho porque eu sentia que eu era apenas uma ficante dele e que a qualquer
momento ele poderia me dizer que tinha
outra, mas eu estava tentando confiar nele ele estava mudando e eu
percebia isso.
-Vai
ficar me ignorando até quando?
-Oi
Hugo, eu não estou te ignorando só quero que você pare com essa implicância.
-Não é
implicância é proteção, mas se você quer quebrar a cara pode ir em frente.
-Anjo!
Por favor.
-Eu não
entendo você Amora, o cara nem te pediu em namoro e você fica atrás dele.
-eu só
estou deixando as coisas acontecerem em seu tempo.
-Seu
pai sabe que você tem ficado com o Fred?
-Claro
que não! Ele nunca ia permitir.
-até
quando você vai ficar mentindo, vai se esconder eternamente?.
-você é
insuportável.
-um
insuportável que te ama e quer te ajudar.
-Anjo
eu já disse que está tudo bem, o Fred ainda está se resolvendo e eu quero esse
tempo antes de começarmos a namorar de verdade.
-faça o
que você achar melhor.
-Anjo?
-Hugo?
-Anjo?
Ele não respondeu mais, o Hugo achava que era o detentor da
verdade absoluta o Fred merecia um tempo e eu estava dando, a gente ia se
acerta, mas eu queria que fosse na hora certa. Meus pais iam ter que entender,
o Hugo iria ter que engolir o Fred e tudo iria se acertar eu tinha certeza.
Nós não assumimos nenhum
compromisso, mas estávamos orando a Deus sobre ficarmos juntos ou não, pelo
menos era isso que eu pensava e fazia por nós dois. Eu sei que é errado e tal, mas
nós ficamos algumas vezes, ou melhor, inúmeras vezes. Não me julguem eu estava
tentando fazer a coisa certa, mas aquele par de olhos azuis e aquela barba por
fazer me atraia ao Fred de uma maneira que não sei explicar.
-Liza, quer almoça comigo hoje?
Já avisei a Taci. –Ele mandou uma mensagem.
-Nossa! Que eficiente, quero
sim.
-No mesmo restaurante que você
almoça com a Taci certo?
-Sim, te vejo lá.
Eu dei minha aula como de
costume e acabei chegando um pouco mais
tarde do que havíamos marcado, pois peguei engarrafamento. Quando cheguei ao
restaurante encontrei o Fred conversando com um rapaz que eu não conhecia, mas eles
me pareciam bem íntimos.
-Eu estou tentando algo, mas
ela é muito decidida, firme na sua escolha de esperar e eu não sei se sou capaz
de esperar por muito tempo.
“vou esperar o tempo que for
preciso” como fui ingênua em acreditar nele, meu pai realmente estava certo
desde o inicio eu fui uma idiota em ter acreditado que ele poderia mudar.
-Mas ela é uma moça direita não
acho que ela cederia a você. –Disse o rapaz.
-Ela gosta de mim eu vejo isso
nos seus olhos e eu gosto dela também só é difícil para mim esperar tanto
tempo, ela mal mente sede a um beijo. Mas eu estou me controlando para que ela
confie em mim.
Ele olhou na minha direção e me
viu imóvel olhando para eles, meu corpo parecia paralisado enquanto em minha
mente um turbilhão de coisas era formado. O choro estava entalado na garganta e
as palavras pareciam ter sumido no momento.
-Eliza! –Disse surpreso se
levantando.
-Não precisa levantar, só
fiquei para lhe dizer que realmente eu sou decidida em esperar e que eu não
mudaria essa escolha por nenhum ser humano na face da terra. Outra coisa, eu
realmente gosto de você e eu confiei em você, briguei com o meu pai e com meu
irmão para manter sua amizade e o que ganhei com isso? Nada não é? Eu espero
que me esqueça, pois é isso que farei com você. Um dia você vai se arrepender
de ter magoado alguém que queria ficar com você de verdade.
-Eliza não foi isso que eu
disse! –Falou levantando e vindo na minha direção.
-Eu não sou surda Frederico e
nem idiota como pareço, você não vai mais me enganar. –Disse séria.
-Por favor, Eliza vamos
conversar. –Falou segurando meu braço.
-Me solta! Eu não tenho nada
pra falar com você. –falei saindo do restaurante.
Do lado de fora não consegui
segurar as lágrimas que desciam como cachoeira dos meus olhos enquanto meu
coração se apertava me fazendo sentir uma dor que não fazia noção que poderia
sentir um dia.
-Desculpa Eliza!
-Não, Fred. Eu que tenho que
pedir desculpas a você por ter me permitido acreditar em alguém não acredita em
si próprio.
-Eu estou realmente disposto a
viver com você Eliza, eu quero construir uma família ao seu lado.
-você acha que eu vou acreditar
nisso de novo? Não é só fazer sexo ou não agora, é o meu compromisso com Deus o
meu amor por Ele, e sinto em lhe informar nunca haverá outro que seja maior do
que esse, eu já errei demais entrando num relacionamento que na verdade nem
chegou a ser um relacionamento, eu já falhei por não ter tido a direção de Deus
eu não vou falhar de novo.
-Você está sendo muito
drástica.
-Drástica? Faça-me o favor
Frederico, só lhe pedi três meses para orar sobre esse relacionamento e isso é
muito? Eu juro que eu acreditava em você que eu ia dormir todos os dias com o
sorriso no rosto depois de ouvir sua voz. –Falei enquanto lágrimas desciam do
meu rosto. –Eu acreditei que você poderia mudar mesmo quando o meu pai foi
contra, mesmo sem Hugo aceitar, mesmo depois de discutir com o meu irmão eu
continue acreditando que de alguma forma você iria mudar, mas eu vejo que isso
não vai acontecer.
Sai correndo e fui atravessar a
pista.
-Eliza! –Uma voz me gritou. –O
carro!
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