Eu gritei o mais alto que pude,
mas estava próximo demais o carro a pegou em cheio quando a vi estirada no chão
pálida e ensanguentada meu coração foi tomado por arrependimento e uma dor que
nunca senti me apertava o peito enquanto lágrimas que a tanto tempo não faziam
esse trajeto descia sobre o meu rosto. Corri ao seu encontro e me ajoelhei ao
seu lado, clamei seu nome, mas ela já
não me ouvia a respiração já estava fraca e seu corpo quase frio.
-Meu Deus! Por favor, não deixa
ela morrer! –Gritava em prantos repetidas vezes.
A ambulância chegou e a levou,
fui com ela segurando sua mão enquanto lágrimas não paravam de descer dos meus
olhos.
“Será que eu a amava? Será
aquela moça decidida e sincera tinha me mudado?”
Liguei para a Aninha e para o
Victor e pedi para que ligassem para os pais dela, quando chegamos ao hospital
eles chegaram juntos, pois moravam próximo ao hospital.
-Fred! Você está chorando? –O
Victor me perguntou surpreso.
A última vez que chorei em
público foi no enterro do meu avó paterno e isso quando eu tinha no máximo uns
8 anos de idade.
-Amor! –A aninha falou o
repreendendo. –Como ela está? –Perguntou.
-Não deram noticias ainda do
estado de saúde dela, mas ela veio desacordada. –disse segurando o choro.
Sentei-me em uma das cadeiras
da sala de espera e curvei minha cabeça pedi perdão a Deus por ter agido de
forma errada com Ele e com a Eliza e pedi para que não lhe tirasse a vida eu
aceitaria se ela não falasse mais comigo, mas não queria perdê-la de vez.
-Familiares de Eliza Clark Maia.
-O que ela tem doutor? –A mãe
dela perguntou aflita.
-Ela sofreu um acidente muito
grave e por isso está em coma infelizmente não sabemos quando ela vai acordar e
se vai acordar.
Meu mundo parou e meu chão
desceu. Como assim não vai acordar? E o sonho que ela tinha de viajar para o
México, conhecer o Canadá e os Estados Unidos? E o sonho que tinha de criar uma
ONG ou uma creche para ajudar crianças carentes? E o casamento dos sonhos que
tinha em mente? Não ela não podia morrer eu nunca me perdoaria por isso. Depois que o médico autorizou a
família a ir no quarto onde ela estava eu pedi para os pais dela me deixarem ir
junto de inicio o pai dela resistiu, mas por insistência da esposa deixou que
eu entrasse.
Eles saíram do quarto e eu
entrei, lá estava ela com a aquela pele branca pintada por inúmeras sardas, os
cabelos ruivos que de tão naturais pareciam tingidos, estava descansando tinha
apenas poucos arranhões no rosto, mas estava usando aparelhos em todas partes
do corpo. Segurei sua mão que não estava
mais gelada e levei até minha boca deixei ali um beijo demorado na expectativa
de que assim como nos contos de fada ela pudesse despertar.
-Desculpa! Eu não queria que
você estivesse aqui e nesse estado, mas posso lhe garantir ainda continua
linda. –Disse acariciando seu rosto.
-Namorado dela? –Um médico que
entrou na sala no momento perguntou.
-Fui idiota a tal ponto de nem
permitir que isso acontecesse. –falei sincero.
-Ela discutiu antes do
acidente? –perguntou.
-Sim, descobriu o quão canalha que
eu sou. –Falei limpando uma lágrima solitária que insistia em descer.
-Prazer, meu nome é Thales eu
sou o médico que vai acompanhar a Eliza.
-Me chamo Frederico.
***
Fui para casa já quase
madrugada, depois de tomar um banho frio eu deitei na cama para dormir, mas não
conseguia parar de pensar na Eliza e na culpa que tinha só de pensar que aquele
acidente só aconteceu porque ela brigou comigo.A Eliza era a garota mais linda
que conhecia, pois era linda por dentro e por fora seu sorriso meigo me
encantava, sua voz arranhada me alucinava, seus cabelos ruivos e as inúmeras
sardas, aqueles olhos verdes tudo nela era lindo, mas era seu amor e dedicação
a Deus o que mais me chamava atenção nela.
No início eu queria estar com ela
apenas para desmoraliza-la e faze-la minha maior conquista já que foi a única
mulher que me deu um não na vida. No começo eu era apenas um dom Juan e queria
conquista-la a qualquer custo, queria ter o prazer de a deixa quando
conseguisse o que queria aquela menina boazinha não seria assim a vida toda,
aquela marra e ironia não resistiria para sempre.
Cada dia ao lado dela, cada
mensagem, cada ligação, cada vez que a via meu coração batia acelerado, minhas mãos
suavam e um sorriso involuntário brotava em meus lábios. Percebi que meu plano
de apenas usa-la caiu por terra quando ela me beijou, eu sabia que ela estava
apaixonada por mim, sabia o quanto ela acreditava na minha mudança e foi a
partir daquele dia que eu descobri que eu também já gostava dela.
A Eliza sempre foi muito
sincera e colocou seus interesses diante de mim e eu percebi o quanto ela
confiava em mim, me disse que estava apaixonada por mim e pediu que eu lhe
desse um tempo para orar a Deus sobre esse relacionamento, me contou alguns de
seus sonhos, planos e projetos futuros.
Eu já gostava dela de um modo anormal
cada dia que a conhecia fazia eu ter certeza de que ela era diferente de todas
as outras, que ela era uma perola, uma joia rara que eu tinha em mãos e que
precisava cuidar. Mesmo assim a minha carne falava mais alto, achava que por
ela ser apaixonada por mim ela cederia as minhas vontades e aos meus caprichos.
Era difícil beija-la e saber que nossa relação se resumiria apenas a isso, eu
queria tê-la por inteiro, por completo, queria poder explorar seu corpo e poder
dormir e acordar olhando para o seu rosto cheio de sardas.
Eu não gostava da ideia de ter
que me casar com ela para que isso acontecesse, eu era jovem, apenas 24 anos de
idade e futuro inteiro pela frente, não queria me prender a alguém pelo resto
da vida, mesmo que esse alguém fosse a Eliza.
Mas sem perceber eu me apaixonei por ela por seu sorriso bobo, pelo
brilho dos seus olhos verdes, pela atenção com que tratava as pessoas, por tudo
que fazia e como fazia, mas infelizmente só percebi isso depois do acidente.
Depois do acidente percebi que
o quão idiota eu fui em tentar algo a mais com ela, cada dia que passei ali
durante os oito meses em que esteve de coma foram de extremo aprendizado e fez
eu descobri que era apaixonado por ela como nunca pensei que poderia ser por
alguém.
Pedi perdão a Deus pelos meus
erros e resolvi me redimir ao ir mais para os cultos e procurar fazer o que era
certo. Tinha medo de que ela não acordasse tinha medo de não poder dizer para
ela o quanto eu era apaixonado, o quando eu a amava, e que dessa vezes eu
esperaria a eternidade se fosse preciso mais eu não mentiria mais para ela e eu
faria o que fosse preciso para que acreditasse em mim. Todas as tarde no horário do meu almoço eu ia
visitá-la, ela parecia tão serena, tão calma queria que ela acordasse o quanto
antes e orava para que isso acontecesse logo.
-Ah minha Ruiva, eu te amo
tanto como eu não percebi isso antes? –falei pegando sua mão e segurando.
–Queria tanto voltar no tempo e fazer tudo diferente, ter sido sincero e
verdadeiro com você, todos os dias da minha vida irei me lembrar do mal que te
fiz. Mas estou orando para que você acorde logo e torne a iluminar o mundo com
seu sorriso e com seu jeito de ser.
Sabia que talvez ela não me
perdoasse, que talvez ela nem mesmo se lembrasse de mim, mas eu lutaria para que ela ao menos me perdoasse por todos os males que eu lhe fiz. Eu a amava e
provaria isso ao tentar mudar minhas atitudes queria que ela se orgulhasse de
mim e algum dia pudesse me ver como o Fred por quem um dia ela foi apaixonada.
Aaaaiii, tomara que ela acorde e perdoe ele. Todos falhamos um dia. Acorda ruivinha ��
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